quinta-feira, 25 de outubro de 2012

OS JULGAMENTOS HUMANOS SÃO FALÍVEIS

Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também. Mateus 7:1 e 2

A Bíblia Viva traduz a primeira parte desse texto da seguinte maneira: "Não critiquem, e assim não serão criticados!" Em geral isso pode ser verdade, mas há excepções. Algumas pessoas que nunca condescendem com a crítica aos outros, são criticadas pelos outros assim mesmo.
A Bíblia na Linguagem de Hoje diz: "Não julguem os outros para não serem julgados por Deus." Isto está mais próximo da verdade, mas acho que a Edição Revista e Actualizada tem o melhor texto.
Um dos casos mais incríveis de julgamento errado de que já ouvi falar, foi feito por Honoré de Balzac, o prolífico romancista francês. Além de escrever romances, ele considerava-se um perito em grafologia - o estudo (não, não é ciência) de textos escritos à mão para determinar o carácter e a personalidade de uma pessoa.
Certo dia, uma senhora levou ao grande escritor um caderno que continha uns rabiscos infantis. Pediu que ele os analisasse.
Depois de investigar cuidadosamente o texto, o culto homem concluiu que a criança tinha um atraso mental. Mas ele quis ser diplomático e perguntou:
- A senhora é a mãe da criança?
- Não, eu não tenho laço nenhum de parentesco com ela - respondeu a senhora.
- Óptimo.
A testa de Balzac enrugou-se. Ele perguntava a si mesmo: "Como posso contar a verdade de modo bondoso?" A franqueza venceu.
- A escrita dessa criança dá todos os indícios de atraso mental. Temo que o menino nunca venha a ser grande coisa na vida, se é que vai ser alguém.
- Mas, senhor - protestou a mulher - esses rabiscos são seus. O senhor não reconhece a letra? Esse caderno foi seu, quando frequentava a escola de Vendôme.
Balzac evidentemente não conseguiu reconhecer a própria letra!
Tenho visto grafólogos fazerem 'descobertas' fascinantes e interessantes - e acertarem. Mas também já tive oportunidade de ver erros. Os julgamentos humanos são falíveis e isso é especialmente verdade no que se refere aos motivos.
Só Deus pode ler o coração; você e eu não podemos (ver 1 Samuel 16:7). Não é surpreendente, portanto, que nos condenemos a nós mesmos quando julgamos os outros em questões nas quais não somos competentes.