quarta-feira, 31 de outubro de 2012

TRATAR BEM OU PREGAR PARTIDAS?

É mister... recordar as palavras do próprio Senhor Jesus: Mais bem-aventurado é dar que receber. Actos 20:35

Um jovem estudante caminhava com um dos seus professores, conhecido por tratar muito bem os seus alunos nas aulas. Enquanto caminhavam, encontraram um par de sapatos velhos na berma. Vendo um trabalhador num campo próximo, pensaram que os sapatos lhe pertenciam. O homem estava a acabar o seu trabalho daquele dia.
Voltando-se para o professor, o estudante sugeriu:
- Vamos pregar uma partida ao velhote. Escondemos os sapatos dele, e escondemo-nos atrás destes arbustos a observar a sua reacção quando não conseguir encontrá-los.
- Achas mesmo que devemos fazer isso? - perguntou o professor? - Vou fazer uma sugestão diferente. Porque não surpreendemos o velhote colocando uma moeda em cada sapato e depois ficamos a observar a sua reacção quando ele encontrar o dinheiro?
O estudante não ficou muito entusiasmado, mas acabou por concordar com a ideia.
Quando o velhote concluiu o seu trabalho e calçou os sapatos, sentiu uma coisa dura por dentro. Surpreendido, descalçou os sapatos, olhou as moedas e depois ajoelhou-se para agradecer a Deus o ter providenciado aquele dinheiro agora que ele estava tão necessitado.
- Não te sentes mais feliz assim, por teres ajudado um velho trabalhador em vez de teres pregado uma partida? - cochichou o professor.
O estudante teve de concordar.
Durante esta noite, muitas crianças na América sairão para as 'brincadeiras' do Dia das Bruxas. Geralmente vão em grupos, de casa em casa, pedindo frutas ou doces. Algumas dessas crianças demonstrarão o seu desagrado com aquilo que lhes derem, fazendo brincadeiras de mau gosto. É triste dizer que, em alguns casos, os adultos também fazem brincadeiras de mau gosto com as crianças que lhes batem à porta, como ocultar lâminas de barbear ou colocar pimenta dentro das guloseimas que lhes dão.
Como cristãos, devemos recordar não apenas que mais bem-aventurado é dar do que receber, mas também fazer aos outros o que gostaríamos que eles nos fizessem a nós (ver Mateus 7:12)

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A SOLUÇÃO DE DEUS PARA O DESALENTO

Como um pai se compadece de seus filhos, assim o Senhor Se compadece dos que O temem. Pois Ele conhece a nossa estrutura, e sabe que somos pó. Salmo 103:13 e 14

Se já houve alguém com boas razões para se sentir no topo do mundo, foi Elias. Pela sua palavra, deixara de chover durante três anos e meio (ver Tiago 5:17). Em resposta à sua oração, um relâmpago cortou um céu sem nuvens e consumiu o sacrifício sobre o altar. Ele orou, e choveu outra vez (ver o versículo 18 e 1 Reis 18:36-39 e 45). Exuberante com o sucesso, Elias correu à frente da carruagem de Acabe, desde o cume do Carmelo "até à entrada de Jezreel". 1 Reis 18:46.
Pouco depois desta experiência no alto do monte, entretanto, Elias encontrou-se atolado no lamaçal do desalento. Como se pode explicar essa mudança de estado de ânimo? Seria possível que, depois do Senhor ter actuado tão poderosamente através dele, Elias começasse a pensar que o poder para fazer todas aquelas coisas era só seu? Ou estaria simplesmente a passar por uma reacção natural ao esforço físico depois de correr do Carmelo até Jezreel? Ou teria sido um caso de autopiedade devido à ingratidão de Acabe e Jezabel?
Seja qual for o motivo, gosto da maneira como Deus lidou com o Seu desalentado servo. Lembra-se: Ele falou com Elias no Monte Horebe, numa voz tranquila e suave.
Posso imaginar Deus a colocar o braço no ombro de Elias e dizer:
- O que é que estás a fazer aqui, Elias? Estás a tentar fazer o Meu trabalho, em vez de permitires que Eu tome conta do caso. Deixa, Jezabel e os seus ímpios seguidores comigo; sei como cuidar disso. E posso ouvir a resposta de Elias:
- Senhor, tenho sido muito zeloso na Tua causa, e o único fiel que resta em todo o Israel. Mas repara: querem matar-me!
Ouço a resposta de Deus:
- O que não percebes, Elias, é que ainda tenho sete mil em Israel que não dobraram os joelhos a Baal. Meu filho, esquece isso. Ainda tenho muito trabalho para fazeres.
Alguma vez já se sentiu como Elias? Não é maravilhoso ter um Pai celestial que conhece a nossa estrutura e trata os desanimados com compaixão?

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A CIDADE COM FUNDAMENTOS

Abraão peregrinou na terra da promessa... habitando em tendas porque aguardava a cidade, que tem fundamentos, da qual Deus é o arquitecto e edificador. Hebreus 11:8-10

Os editores de mapas dos Estados Unidos pesquisaram as condições de vida em todas as grandes cidades daquele país e chegaram à conclusão de que a cidade de Yuba, na Califórnia, tinha as piores condições. Por outro lado, Pittsburgh, na Pensilvânia, foi colocada como a melhor. Compreensivelmente, os habitantes de Yuba não ficaram felizes ao tomar conhecimento da pesquisa, e isso justifica-se.
Não há muito tempo li que as cidades do mundo todo estão a deteriorar-se rapidamente no aspecto físico. Em Nova Iorque, por exemplo, os canos que levam a água para a cidade estão num estado tão lamentável que, se eles se romperem, a cidade enfrentará uma catástrofe de grandes proporções. Substitui-los seria tão dispendioso, que essa solução foi posta de lado como virtualmente inviável.
Mas as cidades não estão a enfrentar apenas a deterioração física. Estão a declinar moralmente e espiritualmente também - e por infelicidade essa deterioração infecta as cidades pequenas do mesmo modo. Segundo uma pesquisa divina, feita nas grandes cidades da Terra há muitos anos, nenhuma delas é um lugar ideal para se viver - e o conselho é sair delas do modo mais rápido e prudente possível. (Ver o livrinho Vida no Campo, de Ellen G. White.)
Repare nestas palavras de conselho e advertência: "As nossas cidades estão a tornar-se cada vez mais ímpias, e cada vez mais se torna evidente que os que desnecessariamente permanecem nelas, fazem-no pondo em perigo a salvação da sua alma." - Vida no Campo, pág. 14.
A cidade na qual Abraão esperava morar tinha fundamentos. Isto é entendido como referência à Nova Jerusalém (ver Apocalipse 21). A Palavra de Deus assegura-nos que "nela nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada, nem o que pratica abominação e mentira, mas só os inscritos no livro da vida do Cordeiro". Apocalipse 21:27.
Que prazer será viver naquela cidade! A nossa peregrinação aqui na Terra é o preparo para nos tornarmos habitantes daquela grande metrópole.

domingo, 28 de outubro de 2012

COMO EVITAR O ARREFECIMENTO

E por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim, será salvo. Mateus 24:12 e 13

Em 1776, James Cook, famoso explorador e capitão da marinha britânica, foi encarregado pelo seu país de liderar uma expedição com o fim de verificar se havia ou não uma passagem navegável entre os oceanos Atlântico e Pacífico, via costa norte do Canadá. A expedição partiu de Plymouth, Inglaterra, no dia 12 de Julho de 1776. Entre os seus passageiros estava o Dr. Solander, um naturalista sueco, cuja responsabilidade era fazer observações científicas da flora e da fauna encontradas ao longo do caminho.
No Outono de 1779, a expedição pesquisou a área em torno do Estreito de Bering. Ali um grupo, sob o comando do Tenente Hodder, e incluindo o Dr. Solander, armou um acampamento e dirigiu-se para o interior. Uma tempestade prematura de Inverno apanhou de surpresa aqueles homens longe do acampamento, ameaçando-os de morrerem congelados. Possuindo experiência com temperaturas baixas no seu país natal, a Suécia, o Dr. Solander reuniu os homens e advertiu-os acerca dos perigos da hipotermia.
- Precisamos de voltar imediatamente ao acampamento sem uma única paragem - disse ele. - O nosso grande perigo é adormecer e não acordar nunca mais.
- Mas acho que ficaremos terrivelmente cansados - comentou Hodder.
- É lógico que vamos ficar - disse Solander. - Quando o sangue começar a arrefecer, os homens implorarão um pouco de descanso. Não permita que se detenham uma só vez. Empurre-os à força, se for preciso. Ceder ao desejo de dormir será fatal.
Os membros do grupo de Hodder atenderam à admoestação do doutor e voltaram ao acampamento sem perder um homem.
Jesus advertiu-nos de que, ao aproximar-se o fim dos tempos, a iniquidade aumentaria e o amor de muitos dos Seus seguidores ficaria frio, ao assimilarem o espírito do mundo ao seu redor. Vemos que isso ocorre hoje: cristãos a dormir enquanto se conformam mais e mais com o mundo.
O que podemos fazer individualmente para evitar esse fim triste?
Resolutamente encaminhar-nos para Sião, enquanto animamos outros ao longo do caminho pelo nosso exemplo.

sábado, 27 de outubro de 2012

ONDE NOS ENCONTRARÁ O SENHOR?

Então os homens se meterão nas cavernas das rochas, e nos buracos da terra, ante o terror do Senhor... quando Ele Se levantar para espantar a terra. Isaías 2:19

Passei o meu ano de calouro do segundo grau num pequeno internato cristão nas colinas ocidentais do Estado da Carolina do Norte. Um colega contou-me certo dia que na montanha atrás da escola havia uma caverna, onde um desertor do exército confederado se escondera durante a Guerra Civil. O meu amigo deu-me as indicações para encontrar o local. Um dia subi sozinho e realmente encontrei a caverna.
Imaginei que fosse uma caverna ampla, clara, confortável, com abundante suprimento de água. Não era. Tinha pouca altura; mal dava para se ficar em pé lá dentro, e era desoladoramente escura. Mas havia evidências de ter sido habitação humana. Como, perguntei-me perplexo, conseguiu aquele homem sobreviver em condições tão primitivas? Mais tarde fiquei a saber que havia uma fonte natural não muito distante da caverna. À noite, o homem percorria sorrateiramente as terras das redondezas para procurar alimento e outras coisas necessárias.
Além desse soldado sem nome, houve outros que desertaram durante a Guerra Civil. Dois homens esconderam-se num vale da mesma região - e não souberam que a guerra tinha acabado senão uns dois anos depois de terem cessado as hostilidades.
A Bíblia diz que, quando Cristo vier a Segunda vez, haverá duas classes de pessoas: aquelas que se esconderão nas covas e cavernas da terra por não estarem preparadas para O encontrar, e aquelas que olharão para cima e dirão com alegria: "Eis que Este é o nosso Deus, em Quem esperávamos, e Ele nos salvará; Este é o Senhor a quem aguardávamos: na Sua salvação exultaremos e nos alegraremos." Isaías 25:9.
A maneira como vivemos hoje determinará em que grupo nos encontraremos amanhã. Poderemos estar entre os que se esconderão "nas cavernas e nos penhascos" e clamarão "aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos da face d'Aquele que Se assenta no trono, e da ira do Cordeiro". Apocalipse 6:15 e 16. Ou poderemos estar entre os que encontrarão O Senhor em paz. A escolha é nossa.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

PROVA CONVINCENTE

Nisto conhecerão todos que sois Meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros. João 13:35

Quando eu era adolescente, resolvi deixar a minha marca no mundo como artista. O meu pai tinha recentemente adquirido uma Bíblia em três volumes, ilustrada por Paul Gustave Doré. Aquelas ilustrações tiveram peso importante na minha decisão.
Doré obteve fama com as suas gravuras de personagens religiosos e históricos.
Passei horas a estudar as técnicas dele e, embora o meu interesse pela arte se desvanecesse com o tempo, ainda guardo vívidas imagens mentais daqueles sonhos.
Certa ocasião, viajando pela Europa, Doré perdeu o seu passaporte. Quando ele chegou à alfândega seguinte, o guarda pediu-lhe os documentos de viagem. Doré tentou explicar o que tinha acontecido.
- Eu sou Paul Gustave Doré - disse ele - e perdi o meu passaporte. Queira deixar-me passar. Tenho de atender a compromissos importantes.
- Não tente fazer de nós parvos - disparou o guarda. - Você não é a primeira pessoa que perde o passaporte e tenta fazer-se passar por alguém importante.
Doré suplicou a compreensão do guarda, mas em vão.
Finalmente, um oficial aproximou-se e disse:
- Se o senhor é realmente Doré, pegue neste lápis e papel e desenhe aquele grupo de camponeses ali.
Alguns minutos depois, o grande artista desenhou um quadro com uma semelhança impressionante com o grupo. Mesmo antes de concluído o desenho, o oficial, convencido de que aquele era realmente o famoso artista, permitiu-lhe que entrasse no país.
Algumas pessoas, hoje, tentam fazer-se passar por cristãs, mas falta-lhes o amor fraternal que, segundo Jesus, caracterizaria os Seus seguidores. Os cristãos primitivos viveram numa época em que a prática do cristianismo podia significar o martírio, mas ainda assim demonstravam o seu amor fraternal, arriscando a vida para ajudar os seus irmãos perseguidos. Em alguns casos, obtinham inclusive a relutante admiração dos perseguidores. Tertuliano, um escritor cristão do segundo e terceiro séculos, citou a declaração de um oficial pagão desta maneira:
"Veja como esses cristãos se amam uns aos outros."
O amor fraternal não é um manto que se 'veste' para convencer os incrédulos, mas uma qualidade que brota naturalmente de um coração afável.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

OS JULGAMENTOS HUMANOS SÃO FALÍVEIS

Não julgueis, para que não sejais julgados. Pois com o critério com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que tiverdes medido vos medirão também. Mateus 7:1 e 2

A Bíblia Viva traduz a primeira parte desse texto da seguinte maneira: "Não critiquem, e assim não serão criticados!" Em geral isso pode ser verdade, mas há excepções. Algumas pessoas que nunca condescendem com a crítica aos outros, são criticadas pelos outros assim mesmo.
A Bíblia na Linguagem de Hoje diz: "Não julguem os outros para não serem julgados por Deus." Isto está mais próximo da verdade, mas acho que a Edição Revista e Actualizada tem o melhor texto.
Um dos casos mais incríveis de julgamento errado de que já ouvi falar, foi feito por Honoré de Balzac, o prolífico romancista francês. Além de escrever romances, ele considerava-se um perito em grafologia - o estudo (não, não é ciência) de textos escritos à mão para determinar o carácter e a personalidade de uma pessoa.
Certo dia, uma senhora levou ao grande escritor um caderno que continha uns rabiscos infantis. Pediu que ele os analisasse.
Depois de investigar cuidadosamente o texto, o culto homem concluiu que a criança tinha um atraso mental. Mas ele quis ser diplomático e perguntou:
- A senhora é a mãe da criança?
- Não, eu não tenho laço nenhum de parentesco com ela - respondeu a senhora.
- Óptimo.
A testa de Balzac enrugou-se. Ele perguntava a si mesmo: "Como posso contar a verdade de modo bondoso?" A franqueza venceu.
- A escrita dessa criança dá todos os indícios de atraso mental. Temo que o menino nunca venha a ser grande coisa na vida, se é que vai ser alguém.
- Mas, senhor - protestou a mulher - esses rabiscos são seus. O senhor não reconhece a letra? Esse caderno foi seu, quando frequentava a escola de Vendôme.
Balzac evidentemente não conseguiu reconhecer a própria letra!
Tenho visto grafólogos fazerem 'descobertas' fascinantes e interessantes - e acertarem. Mas também já tive oportunidade de ver erros. Os julgamentos humanos são falíveis e isso é especialmente verdade no que se refere aos motivos.
Só Deus pode ler o coração; você e eu não podemos (ver 1 Samuel 16:7). Não é surpreendente, portanto, que nos condenemos a nós mesmos quando julgamos os outros em questões nas quais não somos competentes.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS

Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Mateus 5:7

Tamatoe, rei de Huahiné (uma ilha a cerca de 80 milhas náuticas a noroeste do Taiti), tornou-se cristão em 1818, como resultado do trabalho de missionários da Sociedade Missionária de Londres. Alguns dos vizinhos pagãos de Tamatoe, numa ilha próxima, odiavam o cristianismo e decidiram queimar Tamatoe vivo, assim como alguns dos que se tinham tornado cristãos juntamente com ele.
A conspiração foi descoberta pelos cristãos dos quais um bando se escondeu perto da praia. Quando os inimigos saltaram das canoas, no escuro, foram desarmados sem sofrer nenhum dano físico. Agora sem armas, os pagãos tinham a certeza de que seriam executados de maneira cruel. Podemos imaginar a surpresa deles ao perceberem como Tamatoe e os seus companheiros cristãos os tratavam bem, explicando que Jesus ensinara os Seus seguidores a serem bondosos para com os inimigos.
Mas os cristãos foram mais além. Prepararam um sumptuoso banquete e convidaram os seus ex-inimigos a participarem da refeição com eles. No fim do banquete, um dos chefes pagãos colocou-se em pé e disse que, por causa daquela inesperada bondade, ele tinha decidido tornar-se num seguidor de Cristo. Outros fizeram o mesmo e alguns dias depois todos os ídolos pagãos foram destruídos, resultando na conversão do povo ao cristianismo.
A misericórdia que será alcançada pelos misericordiosos segundo o nosso texto, não é necessariamente a misericórdia que os outros demonstram para connosco em retribuição àquela que lhes estendemos a eles. Com frequência, as 'ternas misericórdias' dos outros são na verdade 'cruéis'. Provérbios 12:10. Assim, uma tradução melhor do nosso versículo provavelmente será: "Felizes são os que têm misericórdia dos outros; Deus terá misericórdia deles."
Esse é o tipo de favor imerecido de que todos nós precisamos; em certo sentido, somos "inimigos" de Deus (Romanos 5:10), e Ele tem misericórdia de nós na mesma medida em que revelamos misericórdia ao nosso próximo. Este é o mesmo princípio do perdão: Deus perdoa-nos os erros assim como nós perdoamos os erros dos nossos semelhantes (ver Mateus 6:12). Os cristãos de Huahiné aprenderam e posteriormente praticaram esse princípio.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

FRAQUEZAS COM VANTAGEM

Pelo que sinto prazer nas fraquezas. ... Porque quando sou fraco, então é que sou forte. 2 Coríntios 12:10

A fraqueza física pode ser vantajosa, às vezes.
Na noite de 5 de Fevereiro de 1945, eu e mais 468 prisioneiros, bem como uns 800 sobreviventes de Bataan e Corregidor, fomos evacuados da prisão de Bilibid para a fábrica de calçados de Ang Tibay, nos arredores de Manila. A batalha pela libertação da cidade das mãos dos japoneses prosseguia; a cidade estava em chamas e o fogo crepitava inexoravelmente na direcção do nosso alojamento.
Sentados no chão, no escuro, em Ang Tibay, conheci alguns dos sobreviventes da Marcha da Morte. Durante um mês, o meu grupo estivera separado deles por uma parede de 4,5 metros. Aquela era a minha primeira oportunidade de conversar com eles. Fiquei a saber que muitos dos companheiros daquele grupo tinham sido enviados de navio para o Japão, como trabalhadores escravos. O último barco saíra de Manila em meados de Dezembro, e aquela embarcação tinha sido torpedeada por um submarino americano. Todos os que se encontravam a bordo morreram.
Entre o grupo, naquela noite, estava um soldado que tinha sido designado para ir naquele navio, mas por causa de uma debilidade física ficara para trás. Nunca me esquecerei de como, com lágrimas na voz, ele nos contou que a sua vida tinha sido poupada por causa da sua deficiência física. Aparentemente, tinha sido considerado incapaz para o trabalho de escravo.
Todos os que já tenham olhado cuidadosamente as fotos do Presidente Theodore Roosevelt, sabem que ele era míope. Durante a sua campanha presidencial de 1912, ele foi atingido pelo disparo de um maníaco chamado Schrenk, mas sobreviveu à tentativa de assassínio. O médico que o examinou após o incidente disse-lhe que a sua vida tinha sido poupada por um par de óculos com armação de aço que ele tinha guardado no bolso do casaco.
"Não é estranho?" comentou Roosevelt. "Sempre achei um incómodo usar óculos por causa da miopia, e agora o meu par de óculos de reserva, guardado no bolso, acabou por salvar-me a vida."
Talvez não entendamos neste mundo a razão por que Deus nos permite sofrer aflições físicas. Mas em alguns casos podemos ter a certeza de que Ele as permite porque sabe que, assim como Paulo, somos espiritualmente mais fortes quando estamos fisicamente fracos.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

DEDICAR TUDO A DEUS

E, chamando os Seus discípulos, disse-lhes: Em verdade vos digo que esta viúva pobre depositou no gazofilácio mais do que o fizeram todos os ofertantes. Porque todos eles ofertaram do que lhes sobrava; ela, porém, da sua pobreza deu tudo quanto possuía, todo o seu sustento. Marcos 12:43 e 44

Durante a blitz dos nazistas sobre Londres em 1940, Matthew Sands recebeu um telegrama do Gabinete de Guerra Britânico, declarando que o seu filho, David, estava desaparecido e considerado morto. Provou-se que o relatório era verdadeiro. Angustiado, Sands escreveu no verso do telegrama: "Tudo o que tenho e tudo o que sou, entrego-o a Deus para o Seu serviço."
Pouco depois de tomar conhecimento da terrível notícia, Sands recebeu o telefonema de alguém relembrando-lhe um compromisso importante. A caminho do seu compromisso, Sands passou por uma igreja antiga e abandonada e observou uma placa que dizia: "Para venda em leilão." Entrou na igreja para orar antes de prosseguir, e sentiu-se impressionado a adquiri-la e restaurá-la como casa de culto. Sem que ele o soubesse, outro homem, Andres Jelks, também tinha visto a placa e decidira comprar o prédio para transformá-lo na "Galeria de Diversões de Andy".
No dia do leilão, ambos compareceram. Sands tinha preparado um documento com um lance formal pela propriedade, mas por causa do seu luto e estado mental confuso, entregou o telegrarna do Gabinete da Guerra em lugar do lance.
O leiloeiro leu o telegrama em silêncio, bem como a mensagem de Sands dedicando a Deus tudo o que era. Finalmente, quando todos os lances tinham sido apresentados, ele anunciou que a igreja tinha sido vendida a Mattew Sands, que tinha apresentado o lance mais alto. Quando perguntaram como, o leiloeiro leu as palavras no verso do telegrama. Os presentes concordaram com a decisão do leiloeiro.
Deus pede dedicação total. Em Marcos 12:30, essa dedicação completa é colocada nestas palavras: "Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força." Isto é bem abrangente. Compreende tudo o que temos e somos. Nada menos é aceitável. Que seja essa a natureza da sua e da minha dedicação.

domingo, 21 de outubro de 2012

TESTEMUNHO FIEL

Porque terás de ser Sua testemunha diante de todos os homens das coisas que tens visto e ouvido. Actos 22:15

O Dr. Wilbur Chapman, famoso evangelista de outros tempos, relata que enquanto estudava para o ministério num colégio cristão, durante quase dois anos, morou no mesmo quarto com um rapaz que não era cristão. Tragicamente durante aquele tempo todo, Chapman não conversou nenhuma vez com o seu amigo acerca de coisas espirituais.
No fim daquele período, tendo concluído o curso, Chapman foi despedir-se do seu companheiro de quarto. Podemos imaginar a sua surpresa quando o rapaz lhe perguntou:
- Porque é que nunca me convidaste para eu ser cristão?
Envergonhado, Chapman tentou justificar a sua omissão dizendo que não queria impor a religião a alguém que não estivesse interessado.
- Tu não sabes - disse o amigo - mas eu escolhi-te como colega de quarto porque sabia que eras cristão e esperava que me falasses acerca do que significa seguir Cristo. Eu hesitava puxar a conversa, mas garanto que teria ficado muito feliz se me tivesses falado no assunto.
Chapman tentou conduzir o seu amigo a Cristo nos poucos minutos que lhe restavam. Acontecimentos posteriores, entretanto, mostraram que ele não foi bem-sucedido. Ele disse: "A minha falta em testemunhar àquele amigo no tempo oportuno é um dos maiores remorsos da minha vida."
Cristo conta com os Seus seguidores no sentido de testemunharem perante aqueles que lhes são mais próximos a respeito da salvação da alma. Esse testemunho é parte da grande comissão de pregar o evangelho (ver Marcos 16:15). Aqueles que deixam de cumprir essa obrigação podem salvar-se, mas sofrerão perdas (ver 1 Coríntios 3:12-15).
Muito melhor será que você e eu testemunhemos fielmente a outros, para finalmente ouvirmos o Mestre dizer: "Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei: entra no gozo do teu Senhor." Mateus 25:21.

sábado, 20 de outubro de 2012

DEUS, O NOSSO OURO

Se deixar de lado o seu amor pelo dinheiro e jogar fora o seu ouro fino ganho desonestamente, então o próprio Deus, o Todo-poderoso, será a sua riqueza, o seu ouro e a sua prata. Job 22:24 e 25 (A Bíblia Viva)

O Estado de Idaho, onde moro, é popularmente conhecido como o "Estado­-Gema" por causa dos seus ricos depósitos de minerais. Em 1860, o Capitão E. D. Pierce descobriu ouro no ribeiro Orofino. A notícia da fabulosa descoberta desencadeou uma corrida ao ouro para a região, que na época fazia parte do Território do Oregon. Dois anos mais tarde, descobriu-se mais ouro na área que agora se chama Vale do Tesouro.
Subsequentemente, uma forma curiosa de extrair ouro foi usada com sucesso ao longo do rio Snake. Sabia-se há muito tempo que grandes quantidades de partículas de ouro desciam pelos rios e ribeiros, vindas de montanhas que produziam o minério, e eram depositadas no cascalho e no leito de várias correntes d'água no Estado. Um homem empreendedor ligou uns tubos de sucção, accionados por máquinas a vapor, a barcas que atravessavam para lá e para cá essas correntes. Os tubos puxavam cascalho e areia para o convés. O material então corria por uma calha, e o cascalho aurífero era recolhido sobre mesas cobertas com bacias de cobre. Ali o precioso minério era amalgamado com mercúrio e posteriormente recuperado. As pedras brutas e cascalhos maiores eram atirados de volta para o rio.
Os homens têm percorrido distâncias extraordinárias para conseguir ouro, sacrificando por vezes a própria vida nessa busca. O ouro, ou aquilo que ele representa - riqueza material- exerce um tipo de fascínio hipnótico sobre muitas mentes, levando-as a agir de modo irracional. Dois jovens estavam ocupados na prospecção perto de Placerville. Eram irmãos carnais e sempre se tinham dado bem, mas um dia ambos viram uma pepita de ouro ao mesmo tempo. Os dois correram para a apanharem. Ocorreu uma luta corporal e acabaram matando-se um contra o outro.
Não vale a pena perder a vida por nenhum bem deste mundo - quanto mais a vida eterna! Se as riquezas materiais estiverem a exercer um fascínio desordenado sobre si, atente para o conselho de Elifaz: atire-as entre as pedras dos ribeiros e permita que Deus seja o seu ouro.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

LIÇÕES DOS PÁSSAROS

Por acaso foi a sua inteligência que ensinou o falcão a voar em direcção ao sul? Job 39:26 (A Bíblia Viva)

A migração das aves é um exemplo das providências de Deus em favor de melhores condições de vida e abastecimento. Calcula-se que uns dez biliões de pássaros se envolvam em voos migratórios. Aqui estão alguns exemplos notáveis: o maçarico do Alasca voa milhares de quilómetros sobre o Oceano Pacífico até às ilhas do Havai. Um papa-figo de Baltimore foi reconhecido como tendo viajado até à América do Sul e voltado para a mesma árvore em Nova Iorque. A tarambola dourada voa 4 mil quilómetros de Newfoundland até à Colômbia, no Outono. Uma espécie de picanço cobre os 5.600 quilómetros da Ásia Central até à África Central.
A andorinha-do-mar do Árctico tem um dos mais longos padrões de migração entre as aves. Ela voa do Círculo Árctico até á Antárctida no fim do Verão, uma distância de uns 17 mil quilómetros. Retoma o voo da Antárctida ao Árctico na Primavera seguinte, gastando aproximadamente dois meses em cada viagem.
Os pombos-correios têm capacidade de orientar-se em relação ao sol e ao ninho de origem. Mas em dias nublados, utilizam células especiais nos seus olhos, as quais são sensíveis ao campo magnético da Terra.
Jeremias fala de vários outros tipos de aves com instintos migratórios. Diz ele: "A cegonha, a rola, a andorinha e o grou sabem exactamente quando devem voar para outras terras por causa do Inverno; também sabem a hora de voltar. Mas o Meu povo não respeita as leis do Senhor." Jeremias 8:7 (A Bíblia Viva).
Os seres humanos têm menos instintos naturais do que as aves. Mas o Criador implantou em nós algo que Ele não concedeu aos pássaros ou a qualquer outro animal: a faculdade moral da escolha. A razão pela qual Ele o faz foi para que o nosso amor por Ele brotasse livremente, para apreciarmos o Seu carácter de amor. Só esse tipo de amor compensa.
Israel cometeu um trágico erro quando se recusou a aceitar a lei de amor de Deus. Nós podemos aprender com o erro deles.

ONDE NOS ENCONTRARÁ O SENHOR?

Então os homens se meterão nas cavernas das rochas, e nos buracos da terra, ante o terror do Senhor... quando Ele Se levantar para espantar a terra. Isaías 2:19

Passei o meu ano de calouro do segundo grau num pequeno internato cristão nas colinas ocidentais do Estado da Carolina do Norte. Um colega contou-me certo dia que na montanha atrás da escola havia uma caverna, onde um desertor do exército confederado se escondera durante a Guerra Civil. O meu amigo deu-me as indicações para encontrar o local. Um dia subi sozinho e realmente encontrei a caverna.
Imaginei que fosse uma caverna ampla, clara, confortável, com abundante suprimento de água. Não era. Tinha pouca altura; mal dava para se ficar em pé lá dentro, e era desoladoramente escura. Mas havia evidências de ter sido habitação humana. Como, perguntei-me perplexo, conseguiu aquele homem sobreviver em condições tão primitivas? Mais tarde fiquei a saber que havia uma fonte natural não muito distante da caverna. À noite, o homem percorria sorrateiramente as terras das redondezas para procurar alimento e outras coisas necessárias.
Além desse soldado sem nome, houve outros que desertaram durante a Guerra Civil. Dois homens esconderam-se num vale da mesma região - e não souberam que a guerra tinha acabado senão uns dois anos depois de terem cessado as hostilidades.
A Bíblia diz que, quando Cristo vier a Segunda vez, haverá duas classes de pessoas: aquelas que se esconderão nas covas e cavernas da terra por não estarem preparadas para O encontrar, e aquelas que olharão para cima e dirão com alegria: "Eis que Este é o nosso Deus, em Quem esperávamos, e Ele nos salvará; Este é o Senhor a quem aguardávamos: na Sua salvação exultaremos e nos alegraremos." Isaías 25:9.
A maneira como vivemos hoje determinará em que grupo nos encontraremos amanhã. Poderemos estar entre os que se esconderão "nas cavernas e nos penhascos" e clamarão "aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos da face d'Aquele que Se assenta no trono, e da ira do Cordeiro". Apocalipse 6:15 e 16. Ou poderemos estar entre os que encontrarão O Senhor em paz. A escolha é nossa.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

PORQUÊ?

Até quando, Senhor, clamarei eu, e Tu não me escutarás? Gritar-Te-ei: violência! E não nos salvarás? Por que me mostras a iniquidade, e me fazes ver a opressão? Habacuque 1:2 e 3

A minha mãe costumava dizer que, quando eu era criança, quase a deixava louca, perguntando: Porquê? Ainda ela não tinha acabado de falar e vinha eu de novo: "Mas porquê?"
As crianças não são as únicas que estão sempre a perguntar: "Porquê"? Os adultos também perguntam. O profeta Habacuque, autor do nosso versículo, foi um deles. Muitas pessoas leem o seu pequeno livro e não entendem a sua grande mensagem. O seu tema central é a pergunta Porquê?
Habacuque viveu num tempo de apostasia. Ao investigar a condição espiritual do seu povo, ficou perplexo e quis saber por que razão Deus tinha permitido que permanecessem impunes.
Não demorou muito para obter a resposta. "O Senhor respondeu: 'Prestem atenção e ficarão de boca aberta! Ainda enquanto estiverem vivos, Eu farei uma coisa que vocês terão de ver para crer'." Habacuque 1:5 (A Bíblia Viva). Imagino que Habacuque se sentiu bastante aliviado ao saber que, por fim, Deus iria fazer algo em relação à impiedade de Judá!
Mas quando o Senhor revelou o que tinha em mente, entretanto, Habacuque ficou mais perplexo ainda. Deus disse: "Eu estou a preparar uma nova potência mundial, os caldeus, uma nação cruel e violenta que marchará pelo mundo e o conquistará." Verso 6 (A Bíblia Viva). Deus iria usar uma nação ainda mais ímpia que Judá para castigar o Seu povo! Porquê? Não é de admirar que Habacuque tenha ficado mais desconcertado ainda.
Deus nunca respondeu a todas as perguntas de Habacuque, mas o profeta finalmente entendeu que: "O Senhor está no Seu santo templo." Deus estava no trono; Ele estava no controlo da situação e, como Ele estava a controlar as coisas, Habacuque pôde dizer: "Cale-se diante d'Ele toda a terra." Habacuque 2:20. Saber que o Deus de infinito poder e sabedoria estava a controlar todas as coisas era uma resposta suficiente.
Já alguma vez perguntou "Porquê?" sem obter uma resposta satisfatória? Lembre-se: "O Senhor está no Seu santo templo." Mesmo que as aparências digam o contrário, Deus está a controlar tudo, e para si e para mim isso é resposta suficiente - por enquanto. As respostas completas e definitivas virão quando estivermos no Céu.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

UM NOVO CORAÇÃO

Vou dar-vos um novo coração e um novo espírito. Em vez do vosso empedernido coração de pedra, vou dar-vos um coração humano obediente. Ezequiel 36:26 (Bíblia A Boa Nova)

No dia 27 de Dezembro de 1967, o Dr. Christiaan N. Barnard, um cirurgião cardiologista sul-africano, executou em Louis Washkansky o primeiro transplante de coração na história médica. Algum tempo depois, o Dr. Barnard realizou outro transplante de coração, desta vez no Dr. Philip Blaiberg. O que tornou essa operação um caso único foi o facto de, logo após Blaiberg ter despertado da anestesia, o Dr. Barnard entrar no quarto dele, trazendo na mão um frasco de plástico transparente. Erguendo-o, disse: "Dr. Blaiberg, isto aqui é o seu coração. Percebe que o senhor é o primeiro homem na história a olhar para o seu próprio coração morto?"
Algum tempo depois, o Dr. Blaiberg recebeu a visita da mulher do homem que, ao perder a vida, lhe dera a ele outra oportunidade de viver. Ele ficou surpreendido por aquela visita e aparentemente não expressou a sua gratidão "imorredoura" do modo como gostaria de tê-lo feito, pois mais tarde reflectiu: "O que é que se diz nessas circunstâncias?" A seguir, acrescentou pensativamente: "Ela perdeu uma vida; eu ganhei outra."
Algo semelhante acontece quando Deus, que "amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho Unigénito" (João 3:16), nos oferece um novo coração espiritual. Ele perdeu uma Vida; você e eu ganhámos uma vida que poderá ser eterna. Quão gratos podemos ser por esse grande amor!
Deus tem realizado transplantes do coração espiritual desde que a raça humana passou a sofrer da doença fatal chamada pecado. As pessoas afligidas por problemas cardíacos graves enfrentam com frequência a morte iminente, a menos que recebam um coração novo. Para os pecadores, a morte eterna é mais certa ainda. "Todos igualmente" pereceremos (Lucas 13:5), a menos que Deus obtenha, a permissão de transplantar em nós corações espirituais.
Quando permitimos que se realize essa cirurgia espiritual, implantam-se em nós novos desejos, novo espírito e uma nova maneira de pensar. Já não vivemos para o eu. Agora, com um amor imperecível por Aquele cujo coração está em nós, vivemos para Ele.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

BONDADE PARA COM ESTRANHOS

Se o estrangeiro peregrinar na vossa terra, não o oprimireis. Como o natural será entre vós o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-eis como a vós mesmos. Levítico 19:33, 34

Era Domingo à noite, 29 de Dezembro de 1946. A primeira edição do jornal Miami Herald tinha acabado de ir para a impressão. Timothy Sullivan, redactor, preparava-se para ir para casa e ter uma bem-merecida noite de descanso, quando o seu telefone tocou e uma voz de mulher começou a implorar:
- Por favor, ajude-me! O meu marido está com uma hemorragia e vai morrer!
O moribundo era Rudy Kovarik, do Estado de Michigan. Ele e a sua mulher estavam de férias na Flórida, quando a úlcera do estômago começou a sangrar e ele foi levado à pressa para o Hospital Biscayne. Uma úlcera a sangrar não é necessariamente uma ameaça à vida. A situação, no entanto, era crítica porque o tipo de sangue de Kovarik era raro, AB com Rh negativo, e não estava a ser encontrado em toda a região. Só se um doador com aquele tipo de sangue fosse localizado em pouco tempo, é que os médicos poderiam fazer alguma coisa para o salvar.
O que poderia fazer um redactor de jornal? Um homem estava a morrer. Sullivan teve uma ideia. Telefonou para a emissora de rádio WCBS, a alguns quarteirões adiante, e pediu para falar com o locutor Walter Winchell, que devia ir para o ar dentro de minutos com o noticiário. Relutantemente, o telefonista permitiu que Sullivan falasse com Winchell. Dentro de poucos minutos, Winchell irradiou a notícia acerca de Kovarik, dando o nome do doente e os números do telefone do hospital, do posto policial e do escritório do redactor do Miami Herald. Dentro de minutos, esses telefones ficaram congestionados com ligações vindas de todo o país, oferecendo doações de sangue. Um dos oferecimentos veio de um soldado que estava de licença, hospedado num hotel a uns dois quarteirões do hospital. Alguns minutos depois, o sangue transportador de vida fluía para dentro das veias do debilitado paciente. A vida de Kovarik foi salva. Algumas semanas mais tarde, Sullivan obteve a recompensa quando o agora restabelecido Kovarik entrou no seu escritório para lhe expressar gratidão, não como um estranho, mas como um amigo.
Às vezes somos recompensados nesta vida por demonstrar bondade, mas não contemos com isso. Sejamos bondosos uns para com os outros, não porque pode aparecer alguma recompensa, mas porque o amor de Cristo nos impulsiona a fazer o bem.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

SINCERO INTERESSE PELAS ALMAS

Só Deus sabe como é profundo o meu amor e a saudade que tenho de vocês - com a ternura de Jesus Cristo. Filipenses 1:8 (A Bíblia Viva)

No nosso versículo, Paulo declara que ele nutria tanto amor pelas almas dos crentes filipenses como Jesus. Nós, cristãos, precisamos de possuir mais desse tipo de amor pelas pessoas.
Certa ocasião, no tempo da Sociedade de Amigos, um membro da seita dos quacres cavalgava por um urzal quando ouviu o som de passos de cavalo atrás de si. Rapidamente, um salteador alcançou-o e, apontando-lhe a pistola, exigiu:
- O dinheiro ou a vida!
Sem hesitar, o quacre puxou a sua carteira e entregou-a ao homem.
- O senhor tem um belo cavalo - observou o ladrão. A seguir ordenou:
- ­Desça! Vou levá-lo.
Calmamente, sem uma palavra de protesto, o quacre desmontou e o ladrão trocou de cavalo. Enquanto o salteador se virava para se ir embora, o quacre colocou-se na frente dele e, segurando as rédeas, começou a falar.
- Como é que pode - observou ele com terna sinceridade - um homem criado à imagem de Deus, ser feliz vivendo uma vida de crime e violência? Arrependa-se, meu amigo, antes que seja tarde demais!
O assaltante tirou a pistola e, apontando-a para a cabeça do quacre, rosnou:
- Como se atreve a pregar-me um sermão, seu... Mais uma palavra, e vou abatê-Io aqui mesmo.
O quacre nem pestanejou.
- Amigo - disse ele a sorrir - eu sei muito bem que poderia matar-me. Eu não arriscaria a vida para salvar a minha carteira ou o meu cavalo, mas alegremente a entregaria se pudesse salvar a sua da condenação eterna!
Sem uma palavra, o assaltante colocou novamente a pistola no coldre, saltou do cavalo do quacre e devolveu-o, juntamente com a carteira. Depois, montando no seu próprio cavalo, foi-se embora dizendo:
- Se a sua preocupação pela minha alma é tanta, não vou levar nada.
Embora sem ter a certeza, podemos esperar que a mudança de ideias do assaltante tenha produzido também uma mudança no coração.
Mas uma certeza podemos ter: se demonstrássemos tanto interesse por uma alma como aquele quacre, veríamos muito mais milagres da graça hoje em dia.

domingo, 14 de outubro de 2012

O QUE DEUS FEZ POR ESTÊVÃO

E apedrejavam a Estêvão. ...Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes imputes este pecado. Com estas palavras adormeceu. Actos 7:59 e 60

No início da década de 1850, Charles Haddon Spurgeon (1834-1892), ainda jovem, foi chamado para pastorear a Capela de New Park Street, em Southwark, Inglaterra. Numa das noites, enquanto pregava acerca do martírio de Estêvão, um céptico interrompeu-o.
- O que foi que Deus fez por Estêvão quando ele foi apedrejado até à morte? - berrou o homem.
- Ajudou-o a orar: "Senhor, não lhes imputes este pecado."
O céptico calou-se.
Deus atende sempre as nossas preces, mas nem sempre como achamos que Ele deveria. No caso de Estêvão, Ele não desviou o rumo das pedras; não o conduziu em espírito para algum lugar seguro; nem sequer fulminou os agressores; mas Deus deu-lhe graça para suportar a dor e manifestar o mesmo espírito de perdão para com os seus assassinos demonstrado por Jesus para com os que O crucificaram.
Quando eu era pastor, mais de uma vez ouvi membros da minha igreja dizerem que as suas orações pareciam não passar do tecto. Uma senhora disse ao meu pai, quando ele era pastor, que tinha a impressão de ouvir as suas orações voltarem a ela como um eco zombador. De uma coisa podemos ter absoluta certeza: não era a voz de Deus que zombava das orações daquela senhora. Era a voz do grande enganador e adversário das almas.
Muitas vezes, entretanto, o problema está connosco. "Não sabemos orar como convém" (Romanos 8:26) e a razão é que pedimos mal (com motivos egoístas, talvez) (Tiago 4:3). Deus não pode dizer Sim a essas orações e continuar a ser coerente. Se Ele fosse responder a esses pedidos como nós desejaríamos, não seria para o nosso bem. Assim, na Sua infinita sabedoria, Ele diz Não.
Se desejamos respostas positivas às nossas orações, precisamos de pedir segundo a vontade - e a cronologia - de Deus. Quando oramos com esse espírito submisso, e Ele mesmo assim não nos atende imediatamente, pode ser que esteja a dizer apenas: "Sê paciente; por enquanto, não." (Ver Hebreus 10:36).

sábado, 13 de outubro de 2012

MUDANÇA DE CORAÇÃO

Porei sobre eles favoravelmente os Meus olhos. ...Dar-lhes­-ei um coração para que Me conheçam, que Eu sou o Senhor; eles serão o Meu povo, e Eu serei o seu Deus; porque Se voltarão para Mim de todo o seu coração. Jeremias 24:6 e 7

Em 1849, Jenny Lind, famosa como "o rouxinol sueco", estava a cantar num teatro de Londres quando um bêbado entrou sem ser notado. No meio do programa, ele encaminhou-se furtivamente para o palco, exclamando:
- Minha Jenny, minha querida Jenny! Fala comigo e diz-me que te Iembras de mim.
- Ponham-no na rua! Ponham-no na rua! - gritou o auditório, incomodado com a interrupção.
Alguém, alvoroçado, já se encontrava no palco, pronto para agarrar o intruso bêbado, quando Jenny interveio.
- Por favor, não o expulsem. Quero ouvir o que ele tem a dizer. Dirigindo-se ao homem alcoolizado, ela perguntou com voz calma o que ele queria. Então, repentinamente, ela reconheceu-o e exclamou:
- Max Bronzden, o meu mais querido amigo!
Jenny explicou à plateia que aquele homem era Bronzden, a primeira pessoa que Ihe tinha posto no coração o desejo de ser cantora.
- Ainda não é tarde demais, meu amigo - disse ela, encorajando-o. - Deixe de ser um vagabundo e torne-se um homem digno da minha amizade.
Bronzden nunca mais se esqueceu daquela noite. Anos depois, falando sobre a reacção da plateia diante das palavras de Jenny, ele disse: "O teatro ficou silencioso como um cemitério; depois, repentinamente, explodiu num ruidoso aplauso. ... Saí daquele Iugar como um homem novo, cheio de aspirações e ânimo, e nestes anos todos, desde aquela noite, tenho sido vitorioso sobre o pecado, com a ajuda de Deus!"
Que maravilhoso testemunho! Que mudança pode Deus produzir numa vida pelo Seu Espírito! Igualmente maravilhoso, porém, é o facto de Deus usar com frequência seres humanos, a si e a mim, como catalisadores, para operar este tipo de mudança.
Catalisador é um agente que produz uma significativa mudança que de outro modo não ocorreria. Hoje poderemos encontrar alguma alma que necessita de mudanças na sua vida. Será que Deus nos encontrará dispostos a ser catalisadores nas Suas mãos para produzir uma transformação?

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

AS MACEDÓNIAS DE DEUS

Quando se acha vinho num cacho de uvas, dizem: Não o desperdices, pois há benção nele. Isaías 65:8

Charles E. Welch e a mulher, jovens ainda, aceitaram o chamado para trabalhar num campo missionário da África. Durante o exame médico da esposa, entretanto, descobriu-se que ela não suportaria um clima quente e húmido sem pôr em risco a sua saúde. O chamado foi cancelado. Frustrado, mas decidido a servir ao Senhor em algum outro sector, o marido começou a procurar maneiras de ganhar dinheiro para que ele e a sua mulher pudessem contribuir na disseminação das boas novas da salvação em terras estrangeiras.
Antes do desapontamento pelo qual passaram, Thomas B. Welch, pai de Charles, era dentista e abstémio e tinha feito experiências no sentido de evitar que o sumo da uva fermentasse. Ele cria que o uso do vinho com álcool na Santa Ceia era incompatível com o ensino bíblico acerca das bebidas alcoólicas.
Charles, então, confirmou as experiências do seu pai e dedicou tempo e energias a esse projecto. Oportunamente, ele obteve sucesso além das expectativas. O casal Welch contribuiu com milhares de dólares para as missões estrangeiras a partir da venda do famoso Sumo de Uva Welch.
Uma coisa parecida aconteceu com os primeiros missionários que levaram o evangelho à Europa. Lembra-se que Paulo e Silas tinham decidido ir para a Bitínia, uma região situada onde agora está o Noroeste da Turquia, mas quando tentaram ir, "o Espírito de Jesus não o permitiu". Actos 16:7. Talvez nunca cheguemos a compreender todas as razões que o Espírito Santo tinha para os impedir de ir para a Bitínia, mas então, quando consideramos as pessoas que se entregaram a Cristo na Macedónia por eles terem obedecido à voz do Espírito, é possível que comecemos a entender.
Já passou pela experiência de ver um plano seu fracassar, um plano que aparentemente estava em harmonia com a vontade de Deus, para depois descobrir que Ele tinha outra coisa em mente para a sua vida? Diz a Inspiração que "os nossos planos são com frequência frustrados, a fim de que sejam cumpridos os planos de Deus a nosso respeito". - A Ciência do Bom Viver, pág. 473.
Sim, podemos ter as nossas Bitínias, mas Deus tem as Suas Macedónias.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

NUNCA SE ENVERGONHE DO SEU SALVADOR

Não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor ... que nos salvou e nos chamou com santa vocação. 2 Timóteo 1:8 e 9

Em certos países ainda há famílias que têm um brasão. Muitos desses escu­dos apresentam a figura de um animal 'nobre' - um leão, um cavalo, uma águia. Mas o brasão da família Fitzgerald, da Irlanda, tem a figura de um macaco babuíno - e a família orgulha-se dele! Eis a razão.
Durante a conquista da Índia, um oficial britânico chamado Fitzgerald foi enviado para lutar numa das campanhas. Ele deixou a sua esposa e um filho ainda bebé aos cuidados de alguns criados indianos. Enquanto ele se encontrava ausente, o inimigo atacou a casa e todos fugiram procurando segurança, esquecendo-se do bebé. Mas o babuíno de estimação, evidentemente, percebeu a falha e correu para dentro da casa. O animal tirou a criança do berço e, segurando­-a com um braço, subiu por cima da capela. Quando o ataque foi dominado, o babuíno desceu e devolveu o bebé à mãe.
Quando o chefe da família voltou e soube o que o babuíno tinha feito, sentiu que lhe devia gratidão. Como sinal de apreço, mandou retratar um babuíno a carregar uma criança no brasão da família.
Hoje em dia, muitas pessoas orgulham-se por se chamarem cristãs. Mas quando Paulo escreveu a sua segunda carta a Timóteo, evidentemente havia alguns que se envergonhavam de serem reconhecidos como seguidores de Cristo, e não é de admirar. Deve ter sido difícil para um cristão explicar aos seus vizinhos que ele adorava um Deus que tinha sido crucificado como criminoso. Também não é de admirar que Paulo tenha dito que a pregação de "Cristo crucificado (era) escândalo para os judeus, loucura para os gentios". 1 Coríntios 1:23.
Há pessoas que professam o cristianismo mas, como Pedro, envergonham-se de confessá-lo sob certas circunstâncias (Mateus 16:16; 26:69-74).
Se a família Fitzgerald não se envergonhou de expor perante o mundo, no seu brasão, a figura de um macaco babuíno que lhe salvou o filho, porque deveriam os cristãos envergonhar-se de confessar ao mundo o nome d'Aquele que não só os salvou, mas deu a Sua vida para fazê-lo?

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

APANHADO O VERDADEIRO REBELDE

Exaltado seja o Deus de minha salvação! O Deus que por mim tomou vingança...; o Deus que me livrou dos meus inimigos; sim, Tu que me exaltaste acima dos meus adversários, e me livraste do homem violento. Salmo 18:46-48

Na segunda metade do século dezasseis, na Escócia, John Welsh (ou Welsche), pregador e genro do reformador escocês John Knox, foi perseguido implacavelmente por aqueles que desejavam tirar-lhe a vida. Durante longo tempo ele conseguiu escapar dos seus perseguidores, mas por fim parecia não haver lugar seguro onde esconder-se. Ele orou e creu que Deus lhe mostraria um plano para despistar os inimigos.
Naquela noite, Welsh bateu à porta de um homem bem conhecido pela sua feroz oposição aos assim chamados "pregadores do campo"; um homem que procurara prender Welsh mas nunca o tinha encontrado. Não reconhecido pelo dono da casa, Welsh foi recebido com bondade. Durante a noite, a conversa chegou ao odiado Welsh. O anfitrião queixou-se amargamente de não ter conseguido capturar esse homem que ele considerava um rebelde e agente de Satanás.
- Fui encarregado - disse Welsh - de capturar essas pessoas. Eu sei onde Welsh vai pregar amanhã. Se o senhor quiser, posso colocá-lo nas suas mãos.
- Nada me daria mais prazer - disse o dono da casa.
No dia seguinte, Welsh e o seu anfitrião caminharam até ao lugar onde os fiéis tinham combinado reunir-se. Welsh convidou o seu anfitrião a sentar-se na única cadeira disponível - uma cadeira que Welsh tinha providenciado especialmente para ele. Então começou a pregar acerca do amor de Deus pelos pecadores. Falou com um poder tão persuasivo e tocante, que o coração do seu inimigo se comoveu.
No encerramento da reunião, Welsh disse:
- Senhor, eu sou Welsh. Leve-me, prenda-me e faça o que bem entender.
O seu ex-inimigo, agora amigo e converso, recusou!
"Quando, com fé, lançarmos mão da Sua força, Ele mudará, mudará maravilhosamente, a mais desesperada e desanimadora das perspectivas. Ele o fará para a glória do Seu nome. Deus pede aos Seus fiéis, aos que crêem n'Ele, que falem de ânimo aos incrédulos e desanimados." - Serviço Cristão, pág. 234.
Estas palavras devem encorajar-nos quando as perspectivas parecem sombrias.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

DEUS DESEJA OBEDIÊNCIA IMEDIATA

Os estrangeiros se me sujeitaram; ouvindo a Minha voz, Me obedeceram. 2 Samuel 22:45

Jenny, uma jovem norueguesa na faixa dos 20 anos de idade, trabalhava como cabeleireira na cidade de Nova Iorque na década de 70. Vivia com um homem casado, num apartamento próximo do salão de beleza onde trabalhava. No mesmo prédio de apartamentos morava uma jovem brasileira, cristã, chamada Maria do Carmo. Maria do Carmo fez amizade com Jenny e começou a partilhar a sua fé com ela. Não demorou muito para que Jenny aceitasse Jesus como Salvador.
Certo dia, Maria do Carmo disse a Jenny que não era correcto viver com um homem casado. Até àquele momento, Jenny nunca tinha pensado na possibilidade de estar a fazer algo errado, mas quando o Espírito Santo a convenceu de que o que ela estava a fazer era errado, acabou com o relacionamento imediatamente. A separação foi dolorosa, mas ela estava decidida a servir a Deus de todo o coração, custasse o que custasse.
Não muito tempo depois de ela ter terminado o seu romance ilícito, conheci Jenny num retiro de fim-de-semana, onde fui um dos pregadores. Durante as minhas horas de folga, estudei a Bíblia com ela e respondi às suas perguntas. Poucas vezes encontrei uma pessoa tão decidida a abandonar o pecado imediatamente como a Jenny. Mais tarde, fiquei a saber que ela voltara para a Noruega e, apesar da oposição dos seus familiares, ela tinha-se tornado obreira bíblica.
Vi Jenny pela última vez na Inglaterra, em 1982. Ela contou-me, durante a breve conversa que tivemos, que estava com cancro e tinha pouco tempo de vida. Não muito tempo depois disso, soube que falecera, fiel ao seu Senhor até ao fim.
O Espírito Santo convence do pecado (ver João 16:8). Mas poucos agem tão rapidamente como Jenny. A convicção leva ao arrependimento, e o arrependimento significa tristeza pelo pecado. Mas significa mais do que entristecer-se por causa do pecado. Quer dizer também abandoná-lo. Embora muitos sintam tristeza pelo pecado (especialmente quando são apanhados em flagrante), quantos se entristecem o suficiente para deixá-lo assim que sentem a convicção?
O Senhor "é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça". 2 Pedro 3:9. Graças por isso! Mas Ele ficaria mais contente ainda se abandonássemos o pecado logo que o Espírito Santo nos convence, em vez de ficarmos a abusar da Sua misericórdia.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

IDENTIFICADOS COM A VERDADE

Ele (Satanás) enganará completamente aqueles que estão a caminho do inferno porque eles disseram "não" à Verdade; recusaram-se a crer nela e a amá-la, e a deixar que ela os salvasse, portanto, Deus permitirá que eles creiam de todo o coração nestas mentiras. 2 Tessalonicenses 2:10 e 11 (A Bíblia Viva)

Em 1608, John Robinson, conhecido como o "pastor dos Pais Peregrinos", deixou a Inglaterra por causa do seu amor à verdade. Um ano depois, ele e cerca de 100 seguidores mudaram-se para a cidade de Leiden, na Holanda, onde o seu ministério cresceu e a congregação aumentou para umas 300 pessoas. Falando a respeito desse grupo de cristãos, William Bradford, governador e historiador da colónia de Plymouth, descreveu-os como sendo possuidores de tal "piedade genuína, humilde zelo e amor fervente para com Deus (a ponto de se aproximarem mais do que qualquer outro grupo) ... do padrão das primeiras igrejas (cristãs)".
Pouco tempo antes do dia 16 de Setembro de 1620, quando o navio Mayflower zarpou na direcção do Novo Mundo com 100 passageiros (35 dos quais eram membros da sua congregação), Robinson pronunciou estas palavras memoráveis:
"Insisto convosco diante de Deus para que não me sigam de um modo diferente daquele pelo qual me têm visto seguir ao Senhor Jesus Cristo. Se Deus vos revelar qualquer coisa por meio de outro instrumento Seu, preparem-se para a receber como receberam as verdades por meio do meu ministério, pois estou persuadido de que o Senhor tem ainda muito mais verdades a revelar na Sua Santa Palavra."
Essas palavras são corajosas. Frequentemente, os líderes religiosos proíbem que os seus seguidores aceitem qualquer coisa que esteja além daquilo que eles ensinam. Mas a verdade revelada não é estática; é progressiva. Pela mesma razão, as novas verdades não anulam as antigas, mas confirmam-nas. James Russel Lowel, poeta americano, fala da verdade progressiva no poema "A Crise", no qual elogia as pessoas que se identificam com a verdade.
Como podemos evitar, por um lado, dizer Não a uma nova verdade, enquanto ao mesmo tempo evitamos ser "levados ao redor por todo o vento de doutrina"? Efésios 4:14. Há um modo somente. Devemos aproximar-nos dessa Palavra que é "verdade desde o princípio" (Salmo 119:160) com um coração humilde e disposto a aprender, e orar sinceramente para que o Espírito da verdade nos guie a toda a verdade (ver João 16:13).

domingo, 7 de outubro de 2012

COMO O LADRÃO DE NOITE

Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o dia do Senhor vem como ladrão de noite. 1 Tessalonicenses 5:1 e 2

Já aconteceu um ladrão ter entrado na sua casa enquanto dormia, levando o que tinha de valor? Se já aconteceu, pode entender a sensação de ser apanhado de surpresa.
Quando eu era criança, os meus pais moraram num lugar chamado Engenho de Dentro, um subúrbio do Rio de Janeiro. O meu irmão nasceu lá. Todas as noites o meu pai colocava um copo d'água sobre uma cadeira num canto do meu quarto, para que eu pudesse beber se tivesse sede durante a noite. Certa noite, os meus pais acordaram ao ouvir o ruído de um copo a cair. O meu pai estava para se 1evantar e investigar, quando a minha mãe disse que talvez fosse "apenas um rato", e assim ambos adormeceram novamente.
Na manhã seguinte, quando o meu pai foi vestir as calças, descobriu que o seu relógio de ouro e a carteira com o salário de um mês tinham sido roubados. Uma investigação posterior revelou que várias outras coisas também tinham sido 1evadas - algumas delas insubstituíveis. Pode imaginar como eles ficaram aborrecidos.
Estas experiências desagradáveis podem ajudar-nos a compreender melhor o amargo desapontamento dos pecadores impenitentes quando o Dia do Senhor os apanhar desprevenidos. Essas experiências também nos podem motivar a preparar-nos para aquele dia.
Geralmente pensamos que as palavras de Paulo se aplicam ao espanto daqueles que serão apanhados de surpresa pela Segunda Vinda. No entanto, elas parecem descrever mais apropriadamente aqueles que aguardam a Segunda Vinda, mas não estarão preparados quando se encerrar a porta da graça.
Preste atenção a estas palavras: "Silenciosamente, despercebida como o ladrão à meia-noite, virá a hora decisiva que determina o destino de cada homem, sendo retraída para sempre a oferta de misericórdia ao homem culpado." - O Grande Conflito, pág. 491.
Nenhum cristão precisa de ser apanhado desprevenido por esse acontecimento. Como diz o texto para a nossa meditação: "Vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse dia como 1adrão vos apanhe de surpresa." 1 Tessalonicenses 5:4. Nós somos os "fi1hos da 1uz", e continuaremos a ser filhos da luz enquanto permanecermos perto da Luz do mundo.

sábado, 6 de outubro de 2012

APESAR DOS PESARES

Sejam amáveis e prontos para perdoar; jamais guardem rancor. Lembrem-se que o Senhor os perdoou, portanto vocês devem perdoar aos outros. Colossences 3:13 (A Bíblia Viva)

Na edição de Julho de 1990 da revista Guidepost, Carol A. Virgil conta como Teresa, a sua filha adolescente, chegou da escola muito triste, e mostrava à mãe um livro que tinha comprado há pouco tempo. Na parte interna da capa de trás do livro estavam escritas estas palavras: "Eu odeio-te; és feia, és um lixo." Teresa soube que isso tinha sido escrito por Breda, uma das valentonas da escola.
- Não consigo imaginar o que foi que fiz para que ela me odeie tanto - lamentava-se Teresa, com as lágrimas a ponto de rolar.
Carol sentiu o impulso de pôr tudo em pratos limpos com a agressora da sua filha. A aprovação dos colegas é muito importante para as meninas de 13 anos. O que deveria ela dizer para ajudar a sua filha? Talvez devesse ter ensinado os seus filhos a serem mais agressivos.
Carol e Teresa começaram a inventar frases mordazes para colocar Breda no devido lugar.
- Que tal um "Relatório Diário Acerca de Breda"? - sugeriu Carol, fazendo de conta que estava a falar a sério.
Uma semana mais tarde, Carol encontrou o seu certificado de conclusão do Jardim da Infância e começou a recordar aquele tempo. De repente, lembrou-se de ter dito: "Rebeca, eu odeio-te!" a uma coleguinha sem graça e lenta para aprender. A professora, Sra. Lidke, ouviu por acaso aquela observação cortante e disse: "Carol, isso é uma surpresa para mim. Eu esperava muito mais de ti." Apanhada em flagrante e embaraçada, Carol pediu perdão.
Agora, enquanto reflectia sobre o motivo que a levara a tratar Rebeca tão vergonhosamente, chegava à conclusão de que tinha sido o desejo de obter aprovação das colegas. Decidiu imediatamente abandonar a ideia dos 'relatórios' acerca de Breda. Escreveu o versículo da meditação de hoje e colocou-o sobre a cama de Teresa. Mais tarde, contou à filha como tinha tratado a Rebeca, e porquê.
- Nunca pensei nisso por esse ângulo - admitiu Teresa. - Acho que posso ser simpática com a Breda. - Então mãe e filha ajoelharam-se e pediram que Deus lhes concedesse a graça de perdoar a Breda. E Ele fê-lo.
Até ao momento em que a história foi escrita, a Breda ainda não tinha mudado, mas Carol e a sua filha, sim! E isso é que é importante e pode vir a ser decisivo na mudança de Breda.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

PRECISA-SE DA TIA ANA

(Nós) nos tornámos dóceis entre vós, qual ama que acaricia os próprios filhos; assim, querendo-vos muito, estávamos prontos a oferecer-vos, não somente o evangelho de Deus, mas, igualmente, a nossa própria vida. 1 Tessalonicenses 2:7 e 8

No início do século vinte, uma turma do curso de Sociologia na Universidade Johns Hopkins fez um estudo entre as crianças do pior bairro de Baltimore. Os estudantes daquela classe visitaram os lares das crianças, anotaram as boas e más influências que as cercavam e tabelaram as suas observações em fichas. Duzentas dessas fichas foram marcadas com a anotação: "Destinado à cadeia". As fichas foram arquivadas para estudos e consultas posteriores.
Vinte e cinco anos mais tarde, outra turma da mesma universidade procurava um outro estudo e encontrou aquelas fichas. Decidiram investigar o que se estava a passar com aquelas pessoas e descobrir o que lhes tinha acontecido. Não foi fácil encontrá-las, mas finalmente localizaram-nas a todas, uma por uma. Ficaram estupefactos com o que descobriram. Só duas daquelas duzentas crianças tinham passado algum tempo na cadeia! Os alunos da segunda turma perguntavam-se como é que os estudantes da primeira turma se tinham enganado tanto.
A razão chamava-se Tia Ana. Esta senhora era uma professora do ensino básico que leccionava nos bairros de lata de Baltimore e revelara interesse pessoal pelos seus alunos. O testemunho daqueles que ela tinha influenciado era: "Não resta dúvida de que o meu destino era a prisão, mas a Tia Ana fazia questão de me colocar na direcção certa, e isso fez toda a diferença."
Quando solicitada a falar do seu sucesso, a Tia Ana respondeu modestamente: "Eu apenas os amava como se fossem meus próprios filhos. Sabe, nunca tive filhos meus; dessa maneira, todos eles eram meus em certo sentido."
Que espírito nobre!
Hoje, quase um século depois desta história, as crianças da América encontram-se em sérias dificuldades. E não apenas as crianças da América; no mundo todo a delinquência entre os menos privilegiados e também entre os abastados está a aumentar. Uma Tia Ana moderna poderia fazer a diferença. Será que Deus está a chamá-lo(a) a si para esse tipo de trabalho? Se estiver, Ele irá encontrá-lo(a) disposto(a) a dar-se por amor a essas crianças?

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A PALAVRA DE DEUS É PODEROSA

Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. Hebreus 4:12

Talvez nem sempre percebamos o facto, mas existem tremendas reservas de energia ao nosso redor. Por exemplo, calcula-se que um relâmpago médio liberta cerca de um bilião de watts de energia em cada descarga. Em anos recentes, os cientistas começaram a entender como ocorre essa libertação.
As cargas eléctricas começam a avolumar-se nas nuvens do tipo cúmulos-nimbos quando o ar quente e húmido entra em contacto com ar frio e seco. Essa interacção produz um desequilíbrio das cargas eléctricas. A parte inferior do cúmulo de trovoada torna-se carregada positivamente, ao passo que a terra tem carga negativa. À medida que as cargas se acumulam e se atraem, correntes de electrons disparam da terra na direcção da nuvem e depois recuam, mas em cada avanço chegam um pouco mais perto da nuvem. Quando chega o ponto em que é vencida a resistência do ar, uma enorme carga de electricidade salta pela 'trilha' assim preparada, e nós vemo-la como a cintilação do relâmpago.
Os cientistas calcularam que a terra é atingida por raios cerca de 16 milhões de vezes por ano, aproximadamente uma vez em cada dois segundos. A maior concentração dessas poderosas descargas ocorre na Indonésia, onde as tempestades eléctricas acontecem em 222 dos 365 dias do ano
Deus é uma fonte infinitamente maior de energia do que qualquer relâmpago, mas durante a maior parte do tempo nem sequer temos consciência desse poder. "Os céus por Sua palavra se fizeram, e pelo sopro de Sua boca o exército deles. ... Pois Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir." Salmo 33:6 e 9. Mas não só a palavra falada de Deus contém energia; a Sua palavra escrita é igualmente poderosa.
Assim como a nuvem tem um papel a desempenhar na libertação de energia eléctrica, assim também nós temos um papel no que se refere a experimentar o poder espiritual reservado na Palavra de Deus. Quando examinamos essa Palavra e procuramos Deus "a tactear" (Actos 17:27), o Seu poder transformador terá de manifestar-se na nossa vida.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

RESPOSTA BRANDA

A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. Provérbios 15:1

Não há muito tempo, li sobre um pastor que se tinha mudado para um novo distrito e descobriu que um dos membros da sua igreja parecia decidido a encontrar defeitos em tudo o que ele fazia.
A princípio, o pastor procurou desconhecer as críticas, mas o homem não ficou contente por ser ignorado. Um dia, o pastor recebeu uma carta especialmente cáustica, repleta de acusações. A maioria era falsa e as outras, completamente desproporcionadas em relação aos factos.
O pastor não podia mais ignorar o seu crítico. Percebeu diante de si um problema que devia ser resolvido. Sabia que não podia refutar as injuriosas acusações uma por uma; no entanto, antes de responder, orou por sabedoria celestial. Foi impressionado a escrever ao seu crítico uma carta de cinco palavras: "Por favor, ore por mim."
O efeito daquele simples pedido foi nada menos do que miraculoso. Tocou o coração do crítico e alterou completamente as suas atitudes. Daquele dia em diante, o homem tornou-se um dos mais leais defensores do pastor.
Vamos considerar por um momento a resposta do pastor. O seu tom é conciliatório, mas de forma alguma se rende às acusações do crítico. Reconhece, entretanto, que necessitaria da ajuda do crítico se as acusações fossem verdadeiras.
Da parte de alguns homens, essa resposta poderia ser interpretada como sinal de arrogância, até mesmo de sarcasmo. Mas evidentemente o crítico sabia no fundo do coração que o seu pastor era diferente. Será que isso se deveu às pacientes tentativas do pastor no sentido de ignorar as críticas? Não sei, mas sei que a maioria dos seres humanos se dispõe a ajudar quando alguém pede um favor.
Quando Salomão disse que a resposta branda desvia o furor, ele não queria dizer que isso funciona sempre (especialmente se respondemos aos nossos acusadores com palavras que suscitam ira). Mas mesmo que seja esse o caso, se sinceramente pedirmos que Deus coloque dentro de nós um espírito recto, orando para que nos dê uma resposta branda, Ele começará a fazer por nós aquilo que não faria se não Lho tivéssemos pedido.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

SE A LÍNGUA PECAR...

Ora, a língua... é mundo de iniquidade; ...contamina o corpo inteiro e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta ela mesma em chamas pelo inferno. Tiago 3:6

Há muitos anos, quando os meus pais eram missionários na Ilha da Madeira, o meu pai viu um cartão postal que o impressionou. (Esse postal está hoje comigo.) Retrata um marido, de martelo na mão com um sorriso satisfeito nos lábios, a pregar a língua desmesuradamente grande da sua mulher na mesa da cozinha. Ela está ajoelhada, com as mãos amarradas para trás.
Na altura, a nossa igreja no Funchal estava a ter problemas com mexericos. O meu pai não costumava enganar-se, mas dessa vez enganou-se. Imaginou que os mexericos cessariam se ele pregasse o cartão no quadro de anúncios da igreja. Não cessaram. O cartão serviu para avolumar ainda mais o problema. Alguém se reconheceu na gravura e considerou-a uma ofensa pessoal.
Por coincidência, pouco depois disso, começámos a receber um jornal da América. Um dos exemplares causou uma impressão indelével sobre a minha mente. Mostrava uma mulher a segurar uma toalha sobre a boca. Estava obviamente a sentir dores. A história sob a ilustração declarava que se tratava de uma mulher que tinha decidido curar-se do hábito do mexerico, cumprindo literalmente a instrução dada em Marcos 9:43-48. Tinha cortado a ponta da sua língua. Não soube se o seu acto teve como consequência um efeito salutar. E dessa vez o meu pai não pregou o recorte no quadro de anúncios.
Alguns homens parecem pensar que só as mulheres são bisbilhoteiras. Estão errados! O mexerico de modo algum se restringe apenas às mulheres. Já conheci homens mexeriqueiros (eu, inclusive). Só que nós dávamos a esse hábito o nome de 'informação'. De alguma forma, a mudança do nome fazia com que o acto parecesse quase bom.
A Bíblia condena o mexerico (ver Levítico 19:16), e um verdadeiro seguidor de Cristo vencerá esse hábito. Se acha que tem essa tendência, o segredo da vitória não está em cortar fisicamente a sua língua ou pregá-la na mesa da cozinha, mas em permitir que o Espírito de Cristo a controle de tal modo que ela se torne uma benção e não um prejuízo para os outros. Leia Tiago 3:7-11.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

LANCE A CORDA SALVA-VIDAS

Quando estou entre os fracos na fé, eu me torno fraco também a fim de ganhá-los. Assim eu me torno tudo para todos a fim de poder, de algum modo, salvar alguns. I Coríntios 9:22 (A Bíblia na Linguagem de Hoje)

Por volta do ano de 1875, a traineira Gertrude foi apanhada por uma tempestade violenta a uns 65 quilómetros de Lowestoft, na costa da Inglaterra. Cinco homens do mar, bem como tudo o que se movia no convés, foram atirados ao mar. Só um marinheiro e o cozinheiro do barco permaneceram vivos. A traineira Alfred aventurou-se a chegar perto para ver se podia ajudar. Repetidas vezes os homens do Alfred atiraram cordas para a Gertrude, mas cada vez que o faziam, ou elas não alcançavam os sobreviventes, ou estes, paralisados pelo frio, não conseguiam segurá-las.
Anoiteceu. O Alfred manteve contacto com o barco à deriva por meio de sinais luminosos. Quando amanheceu, Alfred Freeman, um rapaz de 18 anos e aprendiz de marinheiro, ofereceu-se voluntariamente para ir até à embarcação. Sozinho na furiosa tormenta, ele remou o seu barquinho até ao Gertrude e subiu a bordo. Mas a onda seguinte esfacelou o seu barquinho a remos contra um lado da Gertrude. Numa tentativa final e desesperada, a tripulação do Alfred atirou mais uma corda. Freeman conseguiu apanhá-la e os homens foram salvos.
Em inglês há um hino com o título "Lance a Corda Salva-Vidas". Alguns acham que o autor comemora, com a letra desse hino, o incidente do resgate da Gertrude pelo Alfred.
Paulo, que escreveu as palavras do nosso versículo, viajou por mar. A caminho de Roma, o seu navio foi apanhado por uma tempestade e afundou-se. Mas, com tormenta ou sem tormenta, ele testemunhava pelo seu Senhor. Mesmo enquanto rugia a tempestade, Paulo testificou: "Porque esta mesma noite o anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, dizendo: Paulo, não temas. ... Deus por Sua graça te deu todos quantos navegam contigo. Portanto, senhores, tende bom ânimo; pois eu confio em Deus, que sucederá do modo por que me foi dito." Actos 27:23-25.
Conhece alguma alma no 'mar da vida', em perigo de naufragar na fé (ver 1 Timóteo 1:19)? Porque não lhe dizer palavras de esperança e coragem, ainda hoje?