terça-feira, 31 de julho de 2012

NÃO VÁ AO DEUS DE ECRON

Ó rei Acazias, ...não havia Deus em Israel para ser consultado? Foi por isso que mandou os mensageiros consultarem o deus Baal-Zebube, de Ecron? 2 Reis 1:16 (A Bíblia Viva)

Acazias, rei de Israel, era filho de Acabe e Jezabel. O seu nome significava "Jeová segurou a minha mão". Como herdeiro legítimo do trono, ele provavelmente esteve no Monte Carmelo no dia em que Jeová Se revelou como o verdadeiro Deus e apresentou Baal como deus falso (ver 1 Reis 18:19-39). O nome de Acazias pode até sugerir que ele era seguidor do Deus verdadeiro.
É bem provável que Acazias conhecesse as profecias de Elias a respeito da morte violenta dos seus pais, e deve ter visto o cumprimento literal dessas predições (ver 1 Reis 21:19; 22:34-38; 21:23; II Reis 9:33-37). Apesar disso, e a despeito de todas as evidências, no íntimo ele seguia Baal (ver 1 Reis 22:51-53).
Uns dois anos após a morte do seu pai, Acazias caiu da janela da "câmara superior" e feriu-se tanto que temeu pela própria vida. Entretanto, em vez de consultar um dos profetas de Deus para saber se ele se restabeleceria, enviou mensageiros para consultarem Baal, "o deus de Ecrom".
Existe muita gente hoje, até mesmo cristãos, que agem como Acazias. Vejamos o caso de uma pessoa que esteja a enfrentar uma doença que ameace a sua vida - uma pessoa a quem esta vida signifique mais do que a vida eterna. Esse indivíduo não se importará se a resposta às suas orações por cura vier de Deus ou de Satanás. Ela esquece-se de que, embora Deus possa curar toda e qualquer doença nem sempre é da Sua vontade restaurar a saúde do doente.
É nesta altura que Satanás entra com o seu poder operador de milagres e, actuando através dos seus "ministros", engana, se possível, "os próprios escolhidos" Mateus 24:24. O texto de Apocalipse 16:14 diz que ele pode fazer milagres e usa esse poder para enredar as almas.
Deus não trabalha desta maneira. Quando Ele cura, não o faz só para prolongar a vida, mas porque Ele tem um plano em mente para aquela vida que prolongou. Assim, em vez de ir ao deus de Ecrom, procure discernir o plano de Deus para a sua vida e submeta-se voluntariamente à vontade d'Ele.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

MAIS CHEGADO QUE UM IRMÃO

O homem que tem muitos amigos pode congratular-se; mas há amigo mais chegado do que um irmão. Provérbios 18:24 (Bíblia versão Almeida Antiga)

Quando a nossa filha mais velha, Marjorie, tinha 4 anos de idade, ela encontrou dois carrapichos agarrados um ao outro. E disse: "Olha, dois carrapichinhos apaixonados."
Todos nos rimos. Mas os carrapichos não são engraçados quando se trata de os tirar da roupa. A minha mãe costumava dizer que eles eram como um "amigo mais chegado que um irmao".
Acredite ou não, os carrapichos já foram úteis. Em 1948, George de Mestral, um alpinista suíço, regressava da escalada de uma montanha com as pernas das calças cobertas de carrapichos. Examinando-os de perto, viu que os carrapichos tinham pequenas projecções, que terminavam com uma minúscula farpa. Era por essas farpas que os carrapichos se prendiam às roupas.
A partir dessa observação, Mestral e um industrial têxtil francês inventaram o velcro, um material muito útil. É formado por duas faixas de nylon - uma com pequenos ganchinhos; a outra, com uma superfície aveludada à qual os ganchinhos aderem.
O Espírito Santo é como o velcro - ou os carrapichos. Ele é o Amigo mais chegado do que um irmão. David descreve a Sua proximidade desta forma: "Para onde me ausentarei do Teu Espírito? Para onde fugirei da Tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares: ainda lá me haverá de guiar a Tua mão e a Tua destra me susterá." Salmo 139:7-10.
Pense no que teria acontecido com David se esse Amigo constante o tivesse abandonado depois dele ter pecado com Bate-Seba. Devemos estar gratos porque esse Amigo nos ama de modo tão persistente! Ele nunca nos deixa nem abandona - a menos, naturalmente, que nós Lhe voltemos as costas (ver Hebreus 13:5 e Efésios 4:30).

domingo, 29 de julho de 2012

O DEVIDO LUGAR DA BÍBLIA

Os poderosos perseguem-me sem razão, mas o meu coração só teme é a Tua Palavra. Salmo 119:161

Do outro lado da rua onde morávamos, em Banguecoque, na Tailândia, havia uma escola muçulmana. Nesse país, quatro por cento dos habitantes são muçulmanos, mais de noventa por cento são budistas e menos de um por cento é constituído por cristãos.
O Corão, o livro sagrado dos muçulmanos, é pouco menor que o Novo Testamento. Embora tenha sido traduzido para outros idiomas, os muçulmanos não consideram essas versões como autorizadas. Só a versão árabe é considerada a Palavra de Alá. Os bons muçulmanos nunca tocam no seu livro sagrado sem lavar as mãos; nunca o colocam no chão; nunca o levam abaixo da cintura.
Talvez nós, cristãos, pudéssemos aprender algo com os nossos amigos muçulmanos quanto ao respeito para com o nosso Livro Sagrado. Embora respeitemos a Bíblia, não a consideramos um objecto digno de adoração. Por outro lado, tenho a certeza de que muitos de nós poderíamos demonstrar mais reverência para com o Livro de Deus do que o temos feito. Em muitos lares chamados cristãos, permite-se que a Bíblia permaneça numa prateleira ou mesa, ano após ano, sem ser notada, aberta ou lida. Frequentemente se empilham livros e revistas seculares em cima dela.
Quando eu era adolescente, a minha família morava na Europa, e lembro-me de ter ouvido que era costume em certos países colocar outros livros sobre a Bíblia. A razão para isso, disseram, era porque para eles a Bíblia devia ser o 'fundamento'. Assim, aparentemente, era correcto colocar outros papéis e livros sobre ela. No nosso lar, fomos ensinados que nada deve suplantar a Bíblia. Portanto, ainda hoje, sinto-me inquieto quando vejo outras coisas colocadas sobre a Palavra de Deus.
Embora ninguém deva ser dogmático e dizer que uma forma particular de colocar a Bíblia é correcta e todas as outras são erradas, o lugar que damos à Bíblia fisicamente talvez reflicta o lugar que lhe damos mentalmente.
Uma coisa, entretanto, está além de qualquer discussão: é muito mais importante que os ensinos da Bíblia tenham um lugar central na nossa vida, do que o Livro propriamente dito tenha um lugar especial na casa.

sábado, 28 de julho de 2012

O DÉCIMO PRIMEIRO MANDAMENTO

Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos. João 13:34 e 35

Certa vez, antes de ser conhecido pela sua cronologia bíblica, o Arcebispo James Usher sofreu um naufrágio na costa da Irlanda, mas conseguiu nadar até à praia. Praticamente despido, dirigiu-se à casa mais próxima e bateu. Um homem veio atender. Usher explicou que era pastor e pediu ajuda. Acontece que ele tinha batido à porta da casa do pastor da paróquia. Cauteloso para não ser ludibriado, e talvez querendo divertir-se um pouco, ele decidiu testar Usher com uma pergunta bíblica antes de dar assistência.
- Quantos são os mandamentos? - perguntou ele.
- Onze - respondeu Usher, percebendo um tom de escárnio na sua voz.
- Errado! - desdenhou o pastor. - São apenas dez.
- São onze - insistiu Usher. - Acho que o senhor se esqueceu daquele que diz: "Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros."
Será que aquele homem acabou por ajudar Usher? Não sei. Espero que sim e espero que ele tenha demonstrado mais bondade e mais prontidão a outros desconhecidos que tenham batido à sua porta depois daquele dia.
Uma vez, ouvi uma ilustração de um sermão que me impressionou profundamente. Um padre católico romano conduzia pela auto-estrada quando viu um rapaz na berma a pedir boleia. Parou para o apanhar. Era um jovem rude, a quem todos na cidade chamavam 'Satã Smith', por causa da sua aparência. Desanimado com as suas inúteis tentativas para arranjar emprego, Smith tinha decidido ingressar na vida do crime; mas o sacerdote, com a sua bondade, conseguiu fazê-lo mudar de ideias.
Se vivêssemos sempre tão perto do Senhor como deveríamos, será que Ele não nos mostraria quando ajudar os que se encontram em necessidade? Nos tempos actuais, nem sempre é prudente dar boleia a estranhos. Mas pense no eunuco etíope que procurava a verdade e foi tocado a dar boleia a Filipe (ver Actos 8:26-39). Não será possível que, se vivermos perto do Senhor, ele nos mostre a quem ajudar e a quem evitar?

sexta-feira, 27 de julho de 2012

TRANSPLANTE CARDÍACO

E vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei o coração de pedra da vossa carne, e vos darei um coração de carne. Ezequiel 36:26.

Quando, em 3 de Dezembro de 1967, o Dr. Christian Barnard realizou a primeira operação de transplante cardíaco, o mundo vibrou com imenso entusiasmo. Este notável feito suscitou renovadas esperanças em milhares de cardíacos.
Mas, a essas esperanças seguiram-se as desilusões, em consequência das inquietantes crises de rejeição após cada operação. O próprio Dr. Barnard, no congresso de Cardiologia realizado em Bergamo em 1970, anunciou que não mais realizaria transplantes de coração enquanto não fosse resolvido o problema da rejeição.
Recentemente, com o aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas e o emprego de um novo produto que ajuda o organismo a aceitar o transplante, novas operações foram realizadas, despertando agora um moderado optimismo. Embora as notícias relacionadas com este evento sejam divulgadas com alarde e sensacionalismo, esta operação não é mais importante do que o transplante espiritual mencionado na Bíblia.
Cada filho e filha de Adão nasce afligido por doenças cardíacas crónicas (Romanos 5:12), caracterizadas pelo orgulho, cobiça, avareza e ódio. Que faz então Jesus, o grande Cirurgião? "E vos darei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; ...e vos darei um coração de carne" - diz Jesus.
Mas esta cirurgia tem o seu preço. Da mesma maneira como nos casos de transplante, foi necessário haver um doador. Esse doador teve que morrer a fim de que o transplante se consumasse. Mas Jesus deu a vida voluntariamente (S. João 10:17). Não foi um acidente. Mesmo antes da entrada do pecado no mundo - quando o primeiro caso de transtorno cardíaco se manifestou - Ele Se dispôs a doar a Sua vida para que todos os que solicitarem um transplante possam receber um "coração novo".
Esta operação espiritual que transforma o doente numa "nova criatura" em Cristo, só é realizada em favor dos que almejam a vida eterna, e não mais desejam continuar vivendo em transgressão. A vontade de desfrutar saúde e vigor espirituais é, pois, uma condição indispensável para a obtenção de um novo coração.
"Ter um coração novo e possuir um novo espírito, novos propósitos, motivos novos. Qual é o sinal de um coração novo? - A vida transformada. Há um morrer dia a dia, hora a hora, para o egoísmo e o orgulho." Mensagens aos Jovens, pág. 72.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

quinta-feira, 26 de julho de 2012

COMO AS ESTRELAS, SEMPRE E ETERNAMENTE

Os que forem sábios, pois, resplandecerão, como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas sempre e eternamente. Daniel 12:3

Hoje de manhã, quando saí sob o céu estrelado, uma linda cena sideral saudou-me os olhos! Sem uma nuvem a obscurecer o seu testemunho, que mensagem me trouxeram esses milhares de brilhantes e cintilantes corpos celestes!
Imaginei que diziam: "Brilhamos há eras incontáveis, por causa da luz que nos é transmitida pela Grande Luz do Universo." E depois a garantia: "Também podes brilhar para sempre e eternamente, se reflectires a Sua luz e se colaborares plenamente com Deus, colocando-te em harmonia completa com o plano d'Ele para a tua vida."
"Assim como toda a estrela que Deus colocou no céu obedece ao Seu mandato, e emite a sua particular medida de luz; assim cada alma convertida deve revelar a medida de luz que lhe foi confiada." - Ellen G. White, SDA Bible Commentary, vol. 4, pág. 1 153.
"Entre a hoste de remidos no mundo futuro, não haverá dois que terão passado pela experiência da graça transformadora e salvadora do Seu Redentor exactamente da mesma forma. Também essa distinção não será perdida na eternidade. Cada um terá a sua maneira especial de revelar o amor indizível, aquele amor que será o assunto de estudo dos redimidos através das eras infindáveis da eternidade. Devemos estar gratos, portanto, Àquele de quem 'emanam vida, luz e alegria por todos os domínios do espaço infinito'". - O Grande Conflito, pág. 678.
Os brilhantes astros que vemos no céu demonstram o amor, o poder e a sabedoria do seu Criador. "O amor do nosso Pai celestial na dádiva do Seu Filho unigénito ao mundo é suficiente para inspirar toda a alma, para abrandar todo o coração duro e insensível e para produzir arrependimento e ternura. Será que os seres celestes contemplarão, porém, naqueles por quem Cristo morreu, insensibilidade ao Seu amor, dureza de coração e nenhuma manifestação de gratidão e afecto ao Doador de todas as boas coisas? ... Brilhará o Sol da Justiça inutilmente?" - Fundamentos da Educação Cristã, pág. 198.
Só você e eu podemos responder a esta pergunta.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

ESCOLHAS

Escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua semente. Deuteronómio 30:19

Os empregos eram escassos na década de 1930. Fay West, maquinista em São Francisco, na Califórnia, trabalhava muitas horas para sustentar a mulher Emily, e sete filhos. Então, justamente quando parecia que estavam a conseguir orientar a vida, o médico informou a Emily que a oitava criança estava a caminho.
Ignorando completamente o facto de que são necessários o pai e a mãe para gerar uma criança, Fay, que não era cristão na época, reagiu: "Mas não podemos manter outro filho! Não consigo arranjar trabalho suficiente para alimentar os filhos que temos! Faz alguma coisa!"
Emily entendeu o que isso significava. Naquele tempo não havia aborto legal. Enquanto lutava com o problema, alguém tomou providências para que 'um conhecido de uma amiga' cuidasse da situação. No dia do aborto, Emily chorava angustiada, suplicando orientação divina. De joelhos, decidiu não comparecer na hora marcada. Foi então que ouviu uma voz dizendo: "Ela será um consolo para ti na velhice." Assustada, Emily olhou ao seu redor. Estava sozinha no quarto. A voz repetiu: "Ela será um consolo para ti na velhice." (Note que a voz disse "ela" e não "ele")
Aquela oitava criança nasceu e cresceu, crendo que era a filha preferida de Fay. Muitas vezes ouviu contar como a sua mãe escolhera a vida e a promessa do anjo. Finalmente, Fay converteu-se ao cristianismo e tive o privilégio de o baptizar. E aquele 'bebé', mais tarde a minha mulher Vesta, tornou-se realmente um conforto para os seus pais incluindo durante a sua velhice.
A questão do aborto é como áreas opostas entre duas linhas que se cruzam. Têm um ponto em comum, mas não um terreno comum para transigências. Assim, o problema é amigavelmente insolúvel em termos humanos. Tudo o que posso dizer é que sou eternamente grato pela escolha de Emily.
Todos os dias enfrentamos escolhas, algumas das quais fáceis; outras, extremamente difíceis. Talvez nem sempre ouçamos uma voz audível, dizendo: "Este é o caminho, andai por ele" (Isaías 30:21), mas se diária e sinceramente entregarmos a vida a Deus, Ele promete guiar-nos no caminho que devemos seguir (ver Salmo 32:8).

terça-feira, 24 de julho de 2012

PERMITA QUE A SUA VIDA SEJA CONCERTADA

Dispõe-te, e desce à casa do oleiro, e lá ouvirás as Minhas palavras. Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas. Como o vaso, que o oleiro fazia de barro, se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu. Jeremias 18:2-4.

Quando a minha mulher e eu éramos missionários em Boa Vista, no território de Rio Branco (actual Estado de Roraima), no Brasil, dirigimos a construção de uma escola. Um dia, contratei uma carrinha e fui com os meus dois filhos a uma olaria, onde se fabricavam objectos de cerâmica, bem como tijolos. Notei, a um canto da olaria, uma pilha considerável de cacos de barro. Enquanto esperava que enchessem a carrinha, perguntei ao proprietário o que tinha causado tantos cacos. Ele respondeu que não se tinha dado tempo suficiente para que o barro secasse antes de ir ao forno, e a humidade do barro tinha-se transformado em vapor, causando estragos nos objectos. Aqueles cacos, disse ele, não tinham utilidade, a não ser para preencher buracos - para serem 'pisados pelos homens', sem dúvida.
Evitar que grandes objectos de argila ou metal rachem durante a manufactura, pode ser difícil. Por exemplo, o Big Ben, um sino que está pendurado no Palácio de Westminster, em Londres, e que é provavelmente o mais famoso sino do mundo, rachou-se antes de sair da fundição. Foi devolvido para ser consertado, e esse conserto foi tão bem sucedido que o sino tem marcado o tempo virtualmente sem interrupção, desde que foi instalado, há quase 140 anos.
Ao contrário do que aconteceu com os objectos quebrados que vi em Boa Vista, havia esperança para o vaso estragado que Jeremias viu nas mãos do oleiro. O barro ainda não tinha ido ao forno, de modo que o oleiro simplesmente moldou-o de novo. Contudo, depois de ter sido cozido no forno, é impossível refazer o vaso de barro. De modo semelhante, será impossível uma nova criação depois que o fogo do último dia tiver efectuado a sua obra.
Mas a obra de cada um há-de ver-se. No dia do juízo vai ficar à vista de todos, pois esse dia será como o fogo, que vai pôr à prova o trabalho de cada um, conforme o valor que tiver. (1 Coríntios 3:13)
Agora está na altura de permitirmos que o Oleiro Mestre nos refaça e nos torne um "utensílio para honra". (2 Timóteo 2:21)

segunda-feira, 23 de julho de 2012

CULTISTAS DE CARREGAMENTOS

Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda a sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo. Efésios 1:3

Durante a Segunda Guerra Mundial, os militares americanos usaram com frequência as ilhas entre a Austrália e a Indonésia como bases para o lançamento das suas investidas sobre a Nova Guiné. Os homens brancos chegavam em grandes e barulhentos 'pássaros', trazendo cargas e presentes. Graças a essas visitas inesperadas, os habitantes das ilhas tiveram contacto com a civilização.
Para seu espanto, os aviões desciam do céu, pousavam, descarregavam o seu carregamento e levantavam voo outra vez, deixando para trás maravilhas como caixas que falavam, coisas que produziam fogo instantâneo e monstros que derrubavam a floresta e construíam pistas de pouso. Viram, pela primeira vez, ferramentas poderosas, armamento moderno e muitas variedades de comida. Ficaram fascinados e concluíram que os homens brancos deviam ser deuses.
Quando os soldados partiram, os ilhéus construíram relicários para os deuses dos cargueiros - modelados à semelhança dos hangares e das torres de rádio, mas tudo feito com bambu. Anos mais tarde, alguns desses ilhéus ainda oravam pedindo carregamentos de avião como outrora. Nos seus sacrários, reverenciavam isqueiros, óculos e canetas esferográficas que tinham sido deixados pelas forças aliadas. Mais tarde ainda, quando os missionários brancos chegaram para pregar o evangelho, foram a princípio entusiasticamente recebidos. Os habitantes das ilhas tinham a certeza de que essa era a 'segunda vinda'. Consegue imaginar o seu desencanto quando perceberam que, em lugar de cargas, os missionários estavam a oferecer o evangelho? Os missionários sentiram ser quase impossível penetrar no materialismo que se tinha tornado a essência da religião dos ilhéus.
Nós sorrimos diante da ingenuidade daquele povo. Mas, na realidade, não revelamos nós uma mentalidade de culto às cargas, pelo modo como oramos algumas vezes? Quando estamos mais desejosos de receber as bênçãos materiais pelas quais oramos, do que as bênçãos espirituais do mundo celestial que o nosso Pai oferece, não nos mostramos como 'cultistas de carregamentos' no íntimo do coração?
Porque não buscar primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, em vez de dar o primeiro lugar às coisas materiais?

domingo, 22 de julho de 2012

A CEGUEIRA 'ESPIRITUAL' DE PAULO

Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. 1 Coríntios 2:2

Embora não exista uma descrição física confiável do apóstolo Paulo, um antigo documento conhecido como Os Actos de Paulo e Tecla descreve-o como "calvo, de pernas tortas, entroncado, baixinho, com sobrancelhas emendadas, um nariz relativamente grande, cheio de graça, pois umas vezes parecia homem e outras vezes assemelhava-se a um anjo". Um tipo curioso, mas talvez não causasse uma primeira impressão favorável, não acha? Ainda assim, com excepção de Cristo, Paulo foi a personalidade mais dinâmica do primeiro século da era cristã. Desempenhou um grande papel ao transformar o cristianismo, por assim dizer, de uma simples seita do judaismo numa religião universal.
Paulo visitou muitas terras do Mediterrâneo oriental e viu muitas cenas em diferentes países. Sempre que podia, escrevia cartas, ou epístolas, às pessoas que tinha visitado ou pretendia visitar. Muito daquilo que sabemos sobre os cristãos do primeiro século vem dos seus escritos ou dos escritos de Lucas, que acompanhou Paulo em algumas das suas viagens. Mas já observou que não há uma só linha de descrição do cenário dos países que ele percorreu? Nenhum versículo nos conta as maravilhas da arquitectura daquela época. Não se encontra nenhuma pista acerca dos costumes das pessoas do mundo romano.
Paulo tinha um ponto cego! Nas suas viagens como missionário, ele não prestava atenção a nada que não fosse Jesus Cristo. Esta cegueira voluntária reflecte-se no nosso versículo para meditação. Ele diz que decidiu nada saber, a não ser de "Cristo, e este crucificado".
Quando foi que começou esta cegueira? No caminho para Damasco, quando ele encontrou o Senhor Jesus Cristo e ficou fisicamente cego pela visão da Sua glória. A cegueira física foi curada três dias depois, quando Deus lhe restaurou a visão. Mas foi naquela mesma época que uma cegueira 'espiritual' o acometeu - uma cegueira que ficou para o resto da sua vida. A partir daquela altura, Paulo não conseguiu ver mais nada além do seu Senhor.
A mesma coisa pode acontecer consigo e comigo, no momento em que tivermos uma visão de Jesus Cristo.

sábado, 21 de julho de 2012

MUITA FÉ, MUITO GANHO

Percebendo-o Jesus, disse: Porque discorreis entre vós, homens de pequena fé, sobre o não terdes pão? Não compreendeis ainda, nem vos lembrais dos cinco pães para cinco mil homens...? Mateus 16:8 e 9

John McNeil, pastor nas Ilhas Britânicas, relata que certa vez pastoreou uma igreja que tinha pesadas dívidas. Isso preocupava-o, e ele orou muito sobre o assunto. Certo dia, um estranho foi ao seu escritório, disse que tinha conhecimento da dívida da igreja e ofereceu ajuda. A seguir, deixando um cheque em branco sobre a escrivaninha do pastor, disse-lhe que preenchesse o valor na quantia necessária, prometendo voltar mais tarde para assinar o cheque.
O pastor não podia crer no que acabara de ouvir. Depois do desconhecido ter partido, ele começou a racionalizar: "Isto não pode ser verdade. Será que esse homem entende que a nossa dívida chega a milhares de libras? Duvido que pague tudo, quando souber o total. Mas ele mandou-me colocar o valor completo. Não, isso seria injusto; seria querer explorar. Vou colocar só metade do valor." E foi o que ele fez.
Quando o estranho voltou, assinou o cheque sem hesitar. Obviamente estava a falar a sério. O benfeitor da igreja era um bem conhecido filantropo. Quando o pastor entendeu que o homem era plenamente capaz de cobrir a dívida, desejou ter escrito o valor total que a igreja devia.
Dizem que esta história é verdadeira, e não tenho razões para crer que não o seja, mas alguns leitores desta ilustraçao podem estar a pensar com os seus botões: "Não pode ser. Quem seria tão generoso?" E podem estar certos que ela ilustra um aspecto do carácter de Deus.
Quando Deus promete algo, mantém a Sua palavra. Convida-nos a ir até Ele "com fé, em nada duvidando" (Tiago 1:6 - itálico acrescentado), e promete que "se pedirmos alguma coisa segundo a Sua vontade, Ele nos ouve" e "aquilo que pedimos (com essa atitude submissa), d'Ele recebemos". 1 João 5:14 e 3:22. O mínimo que podemos fazer é colocá-l'O à prova, cumprindo as condições por Ele estabelecidas.
Nós servimos um grande Deus! Lembre-se, entretanto: pouca fé, pouco ganho; muita fé, muito ganho.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

ESTE É O DIA

Este é o dia que o Senhor fez; regozijemo-nos e alegremo-nos nele. Salmo 118:24

Muitos de nós vivemos no passado ou no futuro, enquanto negligenciamos o presente.
Não há nada de errado em pensar ocasionalmente no passado. Afinal de contas, o passado é aquilo que já fomos, que já experimentámos. Pode haver grande valor em respigar das nossas lições do passado aquilo que podemos aplicar ao presente e ao futuro. Mas demorar-se nos erros do passado, em coisas que não podemos alterar, pode arruinar o presente e o futuro.
O velho Mac vivia num asilo em Lodi, Califórnia. Eu costumava visitá-lo e a outros idosos, de tempos em tempos, num esforço por levar-lhes um pouco de esperança e alegria. O velho Mac tinha quase 90 anos de idade quando o conheci, no início da década de 50. Contou-me que tinha pertencido à gangue de Jesse James, que tinha conhecido Jesse James pessoalmente. Agora, com aquela idade avançada, a única coisa sobre a qual ele podia falar era sobre a sua juventude desperdiçada e os inúteis remorsos pelas coisas más que tinha praticado. Em nenhuma das vezes que o visitei, ele deixou de trazer de volta o passado.
Outros ficam a imaginar o futuro. Um senhor que trabalhava na mesma instituição onde trabalhei como editor, já estava com os planos todos feitos para quando chegasse aos 65 anos de idade. Mais uma vez, não há nada de errado em planear para os dias que virão; digo até que é uma excelente ideia. O problema com esse indivíduo foi que, quando finalmente se reformou ele descobriu que a vida era bem menos divertida do que imaginou que seria. A vida real não atingiu as suas expectativas. Esse homem nunca aprendera a desfrutar o presente.
"Vivemos, e nos movemos, e existimos" (Actos 17:28), não no passado ou no futuro, mas no presente. Aproveitemo-lo ao máximo. A vida é uma jornada, não um destino, e a felicidade não se encontra lá ('em algum lugar do passado' ou do futuro), mas aqui. O dia de hoje é um parêntese entre ontem e amanhã. As coisas boas devem acontecer, podem acontecer e acontecerão hoje, se encararmos o presente com o devido espírito, tendo Deus como companheiro.
"Este é o dia que o Senhor fez." O ontem está morto; o amanhã ainda não nasceu; o hoje, este momento, justamente agora, é tudo o que você realmente tem. Regozije-se e alegre-se nele!

quinta-feira, 19 de julho de 2012

SERVIMOS PARA ALGUMA COISA

Visto que foste precioso aos Meus olhos, digno de honra, e Eu te amei, darei homens por ti e os povos pela tua vida. Isaías 43:4

Willie Rugh era um rapazinho deficiente que vendia jornais. Ele morava num subúrbio de Gary, Estado de Indiana, nos Estados Unidos. No Outono de 1912, os médicos recomendaram que uma das suas pernas fosse amputada. Pouco depois de ter sido feita essa recomendação, uma menina chamada Ethel Smith queimou-se gravemente. As suas possibilidades de sobreviver eram poucas, a menos que recebesse um enxerto de pele. Assim, os médicos perguntaram a Willie se ele permitiria que tirassem pele da perna que seria amputada, para fazer um enxerto nas áreas queimadas do corpo de Ethel. O rapazinho concordou sem hesitar.
Willie sobreviveu à operação e recuperava bem, mas contraiu uma pnemonia. Naquele tempo não havia antibióticos, e apesar de tudo o que os médicos fizeram, o estado de Willie piorava. Por fim, tiveram de lhe contar que ele não recuperaria. Quando recebeu essa notícia desencorajadora, em vez de lamentar a sua má sorte, Willie disse: "Fiquei contente por ter colaborado, doutor. Diga à Ethel que espero que ela recupere depressa. Acho que servi para alguma coisa, afinal de contas." Que palavras corajosas!
A história do acto abnegado de Willie foi publicada nos jornais do país. A cidade de Gary ficou de luto. Os prédios públicos e comerciais fecharam as portas durante um dia. Uma banda e um acompanhamento policial seguiram o caixão até ao cemitério, e o prefeito declarou: "O nome de Willie Rugh deve ser lembrado em Gary enquanto a cidade existir."
Algumas pessoas acham que não servem para nada porque o seu estado físico ou a sua aparência podem não ser exactamente como desejam. Mas não importa qual seja a nossa condição, servimos para alguma coisa, sim! É nosso dever descobrir, com espírito humilde, qual é essa 'coisa'. Todos nós servimos para algo!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

CURA PARA A RAIVA

Ele foi oprimido e humilhado, mas não abriu a boca. Isaías 53:7

Os povos antigos do Egipto, da Grécia e de Roma pensavam que a raiva, chamada hidrofobia, era causada por espíritos maus, porque os animais que habitualmente eram dóceis, tornavam-se agressivos e ferozes de uma hora para outra, sem causa aparente.
Até 1885, não havia cura conhecida para essa doença. Mas em 1882 Louis Pasteur, um microbiólogo francês, começou a fazer experiências com algo que, esperava ele, seria um remédio para essa doença terrível e geralmente fatal.
Pasteur descobriu que, passando o vírus da raiva por uma sucessão de umas 100 cobaias, e secando o tecido infectado entre as inoculações, ele conseguia obter uma forma enfraquecida do agente infeccioso, que tornava os animais resistentes à doença. Descobriu, por exemplo, que os cães que ele tinha infectado com uma variedade do vírus da raiva e que tinham sido tratados com o vírus atenuado antes do início dos sintomas, eram resistentes à doença.
No início do Verão de 1885, um rapaz francês de 9 anos de idade, chamado Joseph Meister, foi mordido por um cão raivoso. Tendo ouvido falar das experiências de Pasteur, a mãe do menino levou-o a Paris e implorou que o grande cientista lhe inoculasse a vacina. Pasteur hesitou. Ele nunca tinha experimentado a vacina num ser humano. Mas nesse caso, raciocinou ele, se os cães podiam ficar imunizados num período de duas semanas, o longo intervalo de incubação observado nos seres humanos poderia permitir que se produzisse a imunização no menino, já que ele ainda não revelava sintomas da doença. Assim, no dia 6 de Julho de 1885, Joseph foi vacinado. O seu organismo resistiu à doença e ele sobreviveu.
Em certo sentido, o mau génio é como a raiva. Conhece alguém que normalmente é dócil, mas de repente se torna 'raivoso' sob a menor provocação? Provavelmente conhece. E já viu uma pessoa assim ser 'vacinada' com o espírito de Cristo, o espírito cristão? Lembre-se: quando Jesus era "ultrajado, não revidava com ultraje" (1 Pedro 2:23).
O segredo da vitória sobre essa doença espiritual está em ser 'inoculado' com o espírito de Cristo, antes do aparecimento da 'doença' - exactamente agora, por exemplo. Então, quando a 'doença' atacar, estaremos preparados para lhe resistir.

terça-feira, 17 de julho de 2012

PREFERE JESUS?

Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus meu Senhor: por amor do qual, perdi todas as coisas. Filipenses 3:8

George Beverly Shea, famoso cantor evangelista, teve aulas de canto em Nova Iorque quando ainda jovem. Depois de concluir os seus cursos, ele fez testes para uma estação de rádio e ofereceram-lhe o emprego. Quando perguntou se podia cantar hinos evangélicos no programa, disseram-lhe que poderia incluir um ou outro ocasionalmente, mas que teria de cantar principalmente músicas seculares.
A mãe de George, que estivera a orar para que o seu filho tomasse a decisão correcta, colocou num Sábado à noite o poema 'Eu quero seguir a Jesus' sobre o piano em que ele normalmente ensaiava. Quando ele o leu na manhã seguinte, foi profundamente tocado e recusou-se a assinar o contrato. Mais tarde, George compôs o belo hino com o mesmo título do poema que a sua mãe lhe tinha posto no caminho. Não muito tempo depois disso, ele conheceu Billy Graham, o famosa evangelista, e tornou-se o seu músico nas campanhas de evangelização.
Crê-se que, antes de tornar-se cristão, o apóstolo Paulo foi membro do Sinédrio, o órgão que governava a vida religiosa da nação judaica. Uma razão para se pensar assim é que, sob a autoridade de Roma, o Sinédrio tinha o poder de vida e morte, e Paulo conta que, quando os cristãos eram condenados à morte, "contra estes eu dava o meu voto". Actos 26:10.
Para ser um membro desse importante órgão, a lei judaica exigia que se fosse casado. O Novo Testamento, contudo, não faz uma única menção à sua esposa. Consequentemente, alguns têm conjecturado que, quando Paulo aceitou a Cristo, a esposa o abandonou. Nesse caso, Paulo perdeu muito ao tornar-se cristão - mas ele renunciou a muito mais, pois diz que perdeu tudo por Cristo.
Tornar-se cristão envolve desistir de tudo. Muitas vezes, entretanto, Deus permite que conservemos algumas das coisas que nos são queridas. Quando Ele o faz, tornamo-nos meros mordomos, e devemos entregar alegremente tudo o que Ele pede que Lhe entreguemos. O problema é que, após algum tempo, começamos a achar que as coisas que Deus nos permite conservar são realmente nossas. Isto é um engano.
Se Deus lhe pedisse hoje que renunciasse às coisas que Ele lhe permitiu conservar, preferiria ficar com Jesus?

segunda-feira, 16 de julho de 2012

VEREDITOS REVERTIDOS

Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, recto juiz, me dará naquele dia. 2 Timóteo 4:7 e 8

Quando Paulo escreveu estas palavras, Nero, um monstro de crueldade, já o tinha condenado à morte. O apóstolo tinha poucas esperanças de ver a sentença modificada.
Em 1912, James Francis Thorpe, um americano nativo, obteve medalhas de ouro nas competições do pentatlo e do decatlo das Olimpíadas - um feito que ninguém mais conseguiu realizar, antes ou depois. Hugo Wieslander, da Suécia, que competira contra Thorpe no pentatlo, declarou que o seu rival era "o maior atleta do mundo". James Sullivan, membro da comissão organizadora dos jogos olímpicos, elogiou-o dizendo que era "inquestionavelmente o maior atleta que já viveu".
Sete meses depois de James Thorpe ter recebido as medalhas, foram-lhe tiradas por causa de uma questão técnica (uma vez ele tinha jogado na liga de beisebol por dois dólares o jogo, sem saber que isso era contra as regras olímpicas). Os juízes recusaram-se a levar o facto em consideração.
Thorpe enfrentou estoicamente a injustiça, mas logo depois da sua morte, em 1953, os seus filhos apelaram ao presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Avery Brundage, no sentido de lhes serem restituídas postumamente as medalhas do pai. Brundage indeferiu o pedido. Brundage que tinha competido contra Thorpe no pentatlo de 1912, tinha perdido, e aparentemente nunca perdoara a Thorpe por tê-lo ultrapassado.
O biógrafo de Brundage, Heinz Schobel, no livro The Four Dimension of Avery Brundage (as Quatro Dimensões de Avery Brundage), declara que, entre os seus traços de carácter, estavam a 'mentalidade tacanha (e) a inveja'. Estas devem ter sido acompanhadas por uma boa dose de espírito de vingança, pois Brundage, mais tarde presidente do COI (1952-1972), foi sempre inflexível na sua recusa de restituir as medalhas de Thorpe.
Mas em Janeiro de 1983, quase trinta anos após a morte de Thorpe, um juiz mais justo, Juan Antonio Samaranch, presidente do COI, restituíu as medalhas de Thorpe aos seus descendentes.
Muitos julgamentos injustos não são revertidos nesta vida. Mas não perca a coragem. Dentro de pouco tempo o Senhor que é um Juiz justo, vai reverter todos os veredictos vingativos (ver Tiago 5:9).

domingo, 15 de julho de 2012

'EVOLUÇÃO' CRISTÃ

Quando alguém se faz cristão, torna-se uma pessoa totalmente nova por dentro. Já não é mais a mesma. Teve início uma nova vida! 2 Coríntios 5:17 (A Bíblia Viva)

Quando Charles Darwin, chamado o pai da evolução orgânica, visitou pela primeira vez a Terra do Fogo, na extremidade sul da América do Sul, em 1832, ele encontrou uma raça tão primitiva de seres humanos, que chegou a considerá-los "abaixo do nível dos animais domésticos e incapazes de serem civilizados". Registando essa opinião no seu jornal, disse: "Os foguenses encontram-se no mais baixo estado de barbarismo que já imaginei ver num ser humano."
Trinta e seis anos mais tarde, Darwin visitou novamente a Terra do Fogo. Nesse meio tempo, os habitantes da Patagónia tinham recebido a influência do evangelho, e a vida de muitos deles fora mudada para melhor. Desta vez Darwin admitiu: "Eu deveria ter predito que nem todos os missionários do mundo poderiam realizar o que foi feito aqui. Isto é maravilhoso e deixa-me envergonhado, já que sempre profetizei um fracasso. Mas é um grande sucesso."
Seja o que for que pensemos acerca da teoria da evolução, pelo menos Darwin foi honesto ao admitir o seu engano. Isso é mais do que alguns cristãos estão dispostos a fazer. A honestidade de Darwin, entretanto, não significa que a sua teoria esteja correcta, e é desnecessário dizer que a evolução orgânica nunca produziu uma alteração moral para melhor. Só o evangelho - "O poder de Deus para a salvação" (Romanos 1:16) - pode ocasionar essa mudança numa alma que se entrega a Cristo. Não é de admirar que Darwin tenha ficado surpreendido.
O mais poderoso argumento em favor do evangelho é a evolução que se verifica quando uma pessoa está "em Cristo" (2 Coríntios 5:17). Paulo fala dessa transformação no nosso versículo. Essa mudança não ocorre em eras ou milénios, mas no curto período de uma vida humana - e o poder que a produz não surge naturalmente de dentro do homem, mas sobrenaturalmente, de fora dele.
A 'evolução' ideal da vida cristã é descrita em Provérbios 4:18: "A vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito." Abra hoje o seu coração, a sua mente e permita que essa "evolução" ocorra.

sábado, 14 de julho de 2012

DINHEIRO E TESTEMUNHO EFICAZ

Contudo vos exortamos, irmãos, ...a diligenciardes por viver tranquilamente, cuidar do que é vosso, e trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos; de modo que vos porteis com dignidade para com os de fora e de nada venhais a precisar. Tessalonicenses 4:10-12

Certo dia (deve ter sido no primeiro semestre de 1931), a nossa família ouviu a notícia de que Charles A. Lindbergh, famoso piloto de avião, e a sua mulher Anne, pousariam o seu avião anfíbio no Funchal, capital da Ilha da Madeira, onde residíamos na época. O meu pai e eu fomos ao centro da cidade para os ver chegar. Ouvimos ao longe o som do motor do avião. Tivemos um rápido vislumbre do avião do coronel enquanto ele rugia sobre a nossa cabeça. Mais tarde, soubemos que o piloto não tinha pousado porque as águas do mar estavam muito agitadas.
Para muitos, Lindbergh tinha uma personalidade desconcertante. Quatro anos antes do voo sobre a Ilha da Madeira, ele tinha sido o primeiro homem a atravessar o Atlântico num voo solitário. Quando voltou à América, foi recebido como herói, mas essas honrarias não o envaideceram minimamente. Ofertas de dinheiro vieram de toda parte. Alguém calculou que ele poderia ter recebido cinco milhões de dólares numa semana, se tivesse aceitado as centenas de propostas para assinar depoimentos.
William Randolph Hearst ofereceu-lhe meio milhão de dólares para que entrasse num filme sobre aviação. Uma companhia de espectáculos de variedades ofereceu-lhe um contrato no valor de um milhão de dólares. Um magnata do cinema também lhe fez uma proposta de um milhão de dólares. Cortesmente, mas com firmeza, ele recusou todos. Recebeu presentes em dinheiro. Devolveu todas as doações. Um amigo sintetizou da seguinte maneira a razão desse procedimento: "Lindbergh não recebe dinheiro que ele não suou para merecer."
Embora haja naturalmente excepções, é uma boa regra não aceitar dinheiro que não seja conquistado pelo trabalho. Esse é um princípio bíblico, segundo o nosso texto sugere.
Há alguns anos li sobre um velho italiano que perdeu o emprego durante a Grande Depressão e que precisou de depender do fundo de desemprego do Governo. Em vez de ficar sem fazer nada, ele comprou uma vassoura e começou a varrer as ruas da sua cidade, pois não concordava em receber algo e ficar de braços cruzados.
O testemunho de um cristão é geralmente mais eficaz quando ele realiza um trabalho produtivo pela remuneração que recebe.

SERVIMOS PARA ALGUMA COISA

Visto que foste precioso aos Meus olhos, digno de honra, e Eu te amei, darei homens por ti e os povos pela tua vida. Isaías 43:4

Willie Rugh era um rapazinho deficiente que vendia jornais. Ele morava num subúrbio de Gary, Estado de Indiana, nos Estados Unidos. No Outono de 1912, os médicos recomendaram que uma das suas pernas fosse amputada. Pouco depois de ter sido feita essa recomendação, uma menina chamada Ethel Smith queimou-se gravemente. As suas possibilidades de sobreviver eram poucas, a menos que recebesse um enxerto de pele. Assim, os médicos perguntaram a Willie se ele permitiria que tirassem pele da perna que seria amputada, para fazer um enxerto nas áreas queimadas do corpo de Ethel. O rapazinho concordou sem hesitar.
Willie sobreviveu à operação e recuperava bem, mas contraiu uma pnemonia. Naquele tempo não havia antibióticos, e apesar de tudo o que os médicos fizeram, o estado de Willie piorava. Por fim, tiveram de lhe contar que ele não recuperaria. Quando recebeu essa notícia desencorajadora, em vez de lamentar a sua má sorte, Willie disse: "Fiquei contente por ter colaborado, doutor. Diga à Ethel que espero que ela recupere depressa. Acho que servi para alguma coisa, afinal de contas." Que palavras corajosas!
A história do acto abnegado de Willie foi publicada nos jornais do país. A cidade de Gary ficou de luto. Os prédios públicos e comerciais fecharam as portas durante um dia. Uma banda e um acompanhamento policial seguiram o caixão até ao cemitério, e o prefeito declarou: "O nome de Willie Rugh deve ser lembrado em Gary enquanto a cidade existir."
Algumas pessoas acham que não servem para nada porque o seu estado físico ou a sua aparência podem não ser exactamente como desejam. Mas não importa qual seja a nossa condição, servimos para alguma coisa, sim! É nosso dever descobrir, com espírito humilde, qual é essa 'coisa'. Todos nós servimos para algo!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

ALPINISMO ESPIRITUAL

Mas eu quase tropecei e caí. Por pouco abandonei o caminho certo. Meu problema é que eu tinha inveja dos orgulhosos, vendo o sucesso e a felicidade dos maus. Salmo 73:2 e 3 (A Bíblia Viva)

Na época da minha adolescência, ouvi uma transmissão da rede BBC contando que três jovens alemães, apenas um pouco mais velhos do que eu, tinham escorregado enquanto escalavam os Alpes austríacos. Dois deles, incapazes de deter-se na queda, caíram de um penhasco para a morte. O terceiro conseguiu fazer uma manobra durante a queda e, embora ferido, agarrava-se precariamente a uma saliência do rochedo. Transmissões posteriores contavam que uma equipa de resgate tentava desesperadamente salvá-lo. Mas as condições do gelo na escorregadia inclinação atrasavam as acções da equipa no sentido de alcançá-lo, e os esforços acabaram por ser inúteis.
Um dos preceitos essenciais para quem quer escalar montanhas, como os alpinistas sabem, é ter sempre pelo menos duas mãos e um pé, ou dois pés e uma das mãos firmados em alças ou suportes para as mãos ou os pés na rocha que estão a escalar. Outra regra é manter-se a olhar para cima. Olhar para baixo de uma altura vertiginosa pode ser fatal.
A tradução inglesa de Williams para o texto de Filipenses 3:13 e 14 sugere que a vida cristã é um processo 'ascendente'. Na escalada que o salmista fazia, ele repentinamente descobriu que estava a escorregar. Em vez de continuar a olhar para cima, começou a olhar em volta e a observar como se portavam ao seu redor, e percebendo que os ímpios pareciam viver muito bem, esteve perto de cair.
Ao contrário dos jovens alpinistas alemães, o salmista diz-nos que o retrocesso foi detido quando ele entrou no santuário de Deus e percebeu como era o fim dessas pessoas (ver Salmo 73:17). Quer saber porquê?
Lembre-se de que os pés do salmista começaram a escorregar quando olhou ao seu redor e viu a aparente prosperidade dos ímpios. Lembre-se que o santuário era o lugar onde os sacerdotes ministravam perante o Senhor. Hebreus 8:1 e 2 diz-nos que Jesus é o nosso Sumo Sacerdote e que Ele ministra no santuário de Deus, no Céu. Enquanto continuarmos apegados à Rocha e mantivermos o nosso olhar fixo n'Ele, e não nos que se encontram ao redor, estaremos seguros.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

DEDICAÇÃO TOTAL

Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus. Actos 20:24

A edição de 20 de Agosto de 1957 da revista Look trouxe uma história acerca do Coronel William Draper, cujo trabalho era supervisar a segurança do Columbine III, o avião usado pelos presidentes dos Estados Unidos no final da década de 1950 e início da de 60. Uma tripulação de 33 homens trabalhava sob o comando de Draper. As precauções aeronáuticas comuns não eram suficientes para esse homem. Sabe-se, por exemplo, que uma perda de óleo uma vez manteve a tripulação de pé a noite toda, até o motor ser consertado.
O piloto de 36 anos de idade estava sempre disponível, a qualquer momento. Quando viajava em serviço, dormia não com um mas com dois despertadores accionados, para o caso de um deles falhar. Quando alguém perguntava como era a responsabilidade de ter a vida do presidente nas mãos, ele respondia: "Creio que isso exige um tipo especial de dedicação. Todos na tripulação, até o mecânico mais novo, precisam de tê-la."
É esse o tipo de dedicação que precisamos de ter como cristãos - dedicação total.
Há muitos anos, durante um culto de adoração, um rapazinho puxou a manga do casaco de um diácono que estava a recolher a oferta. O menino cochichou:
"Por favor, coloque a bandeja da oferta no chão." O diácono achou aquilo esquisito, mas percebendo a seriedade do rapazinho, fez o que ele pedira. Pondo-se em cima da salva, ele disse: "Eu entrego a minha vida toda a Ti, Senhor."
Aquele menino era Robert Moffatt, que se tornou um grande missionário na África.
Como seria se isto acontecesse na sua igreja? As pessoas não achariam ridículo? Não ririam? Ou seriam levadas a também dedicar a vida a Deus? E você, como reagiria?
Alguns achavam que o apóstolo Paulo era louco. Lembra-se de quando ele compareceu perante o governador Festo e o rei Agripa e deu o seu testemunho? "Festo interrompeu-o em voz alta: Estás louco, Paulo! As muitas letras te fazem delirar". Actos 26:24.
E se o mundo achar que a dedicação total a Deus é loucura? O importante é aquilo que o Céu pensa a esse respeito.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O SIGNIFICADO DA GRAÇA

Eu... não sou digno de ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus. Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a Sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus comigo. 1 Coríntios 15:9 e 10

John Newton, autor do lindo hino 'Graça Excelsa', foi para o mar em 1736, com 12 anos de idade. Quando tinha 17 anos, ingressou na Marinha Britânica e passou a ter vida de marinheiro. Por causa do modo ríspido como o tratavam, tentou desertar mas foi apanhado e açoitado tão impiedosamente, que escapou na oportunidade seguinte. Em 1747, tornou-se o capitão de um navio que transportava escravos e desceu ao mais baixo ponto de degradação imaginável.
Em 1748, durante uma terrível tempestade, suplicou ao Senhor que o salvasse, prometendo abandonar a vida pecaminosa e dedicar-se ao serviço de Deus. A sua oração foi atendida e ele tornou-se cristão.
Foi muito estranho, entretanto, que nos sete anos seguintes ele continuasse a não ver nada de errado no tráfico de escravos. Foi só em 1755 que ele começou a ver que a escravidão era horrível. Abandonou o tráfico de escravos e tornou-se pastor. O resto da sua vida foi uma escalada espiritual vitoriosa.
Dois ou três anos antes da sua morte em 1807, Newton e um pastor amigo estavam juntos a tomar o pequeno almoço. Costumavam ler e comentar um versículo das Escrituras após a refeição. O versículo que escolheram naquela manhã foi o nosso texto para a meditação de hoje. Depois de reflectir por momentos, o comentário de Newton com o seu amigo foi mais ou menos o seguinte: "Eu não sou o que deveria ser. Eu não sou o que gostaria de ser. Eu não sou o que espero ser. Mas, pela graça de Deus, eu sou o que sou."
A graça é frequentemente definida como 'favor imerecido', condescendência não merecida mas revelada a nós por Deus, que morreu pelos nossos pecados no Calvário, na pessoa de Jesus Cristo.
Só que graça é mais do que isso. Quando é aceite na nossa vida, ela é o poder habilitador de Deus para cumprirmos a Sua vontade. Foi por isso que Paulo disse: "A Sua graça ... não se tornou vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus comigo" (itálico acrescentado pelo autor).
Permita que essa graça opere em si hoje, para que lhe seja possível realizar a boa vontade de Deus.

terça-feira, 10 de julho de 2012

ORGULHO E HUMILDADE

Deus resiste aos soberbos, mas dá graças aos humildes. Tiago 4:6

Hoje de manhã, enquanto colhia favas, observei que as plantas que tinham folhagem mais abundante, prometendo maior frutificação, eram as que tinham menos quantidade de vagens. Aquelas com um número de folhas abaixo da média geralmente apresentavam mais vagens.
Ocorreu-me a ideia de que aquelas plantas, com a sua pretensiosa folhagem, representavam cristãos que tentam, com a sua própria sabedoria e força, desenvolver o fruto do Espírito: "Amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio." Gálatas 5:22 e 23.
Jesus, o nosso grande Exemplo, diz-nos que o primeiro passo que devemos dar quando começamos a seguir as Suas pisadas, é a negação do próprio eu. Jesus "dizia a todos (e isso inclui-o a si e a mim): Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-Me". Lucas 9:23. Enquanto não dermos esse passo e não reconhecermos o nosso inteiro desamparo e dependência de Cristo, olhando somente para Ele, nada poderemos fazer. Mas quando, sem reservas, decidirmos seguir o Seu plano em lugar do nosso, descobriremos que "não há limites à utilidade daquele que, pondo de parte o próprio eu, se abre à influência do Espírito Santo no seu coração, e vive uma vida inteiramente consagrada a Deus". - Serviço Cristão, pág. 254.
Os seres humanos tendem a rotular os pecados da carne (assassínio, adultério, roubo, etc.) como mais graves do que os pecados do espírito (orgulho, cobiça, egoísmo, etc.). Contudo, aqueles pecados que os homens estão inclinados a considerar como pequenos, com frequência são exactamente os que o Céu considera as maiores transgressões. Nenhum pecado, embora 'pequeno' aos nossos olhos, é pequeno à vista de Deus; qualquer pecado não confessado e não abandonado, e portanto não perdoado, pode deixar um pecador fora do Céu.
"O alcoólatra é desprezado; dizem-lhe que o seu pecado o excluirá do Céu, enquanto que o orgulho, o egoísmo e a cobiça deixam de ser repreendidos. Mas esses pecados são especialmente ofensivos a Deus." - Testimonies for the Church, vol. 5, pág. 337.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

PERSEVERANÇA EM FAZER O BEM

E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não desfalecermos. Gálatas 6:9

Em certo sentido, nem sempre é verdade que "se um cego guiar outro cego, cairão ambos no barranco". Mateus 15:14. Veja o caso de Louis Braille, o rapazinho francês da zona rural que perdeu a visão quando ainda criança. Aos 18 idade, ele já tinha aperfeiçoado o sistema de escrita do alfabeto em relevo que tem o seu nome e que já tirou muitos cegos de uma vida de escuridão para um brilhante novo dia.
Pouco se sabe da infância de Louis. Por volta de 1812, com 3 anos de idade, ele ficou cego ao brincar com um furador na selaria do seu pai. Quando tinha 10 anos, foi mandado para a Institution Nationale des Jeunes Aveugles (Instituição Nacional para Crianças Cegas), em Paris, onde aprendeu a ler as letras em relevo do alfabeto romano. O problema com esse método era que um cego ficava praticamente impossibilitado de escrever com ele.
Quando tinha 14 anos, Louis perdeu o pai e a mãe. No mesmo ano, o seu melhor amigo e o director da escola também morreram. Esses golpes foram muito dolorosos para o rapaz, que por várias vezes ficou tão desanimado que fugiu da escola. Voltou, entretanto, como professor na mesma instituição.
Nessa época, Louis tomou conhecimento de um sistema de escrita usado no exército francês. Consistia numa série de furos feitos num papelão, os quais podiam ser lidos à noite. Isso deu-lhe uma ideia. Em três anos, Louis desenvolveu um sistema simplificado de escrita com base nesse princípio. Mas quando o apresentou diante da Academia Real em 1832, o método foi rejeitado.
Louis viveu mais 20 anos. Vitimado pela tuberculose, sucumbiu finalmente à doença em 1852. Não chegou a ver os frutos benéficos dos seus esforços em vida, mas 80 anos depois da sua morte, aquele sistema, com pequenas modificações, foi adoptado universalmente para uso dos cegos.
A recompensa por fazer o bem nem sempre é obtida no período da nossa existência. Às vezes, como no caso de Louis Braille, ela só vem muitos anos depois da morte do 'benfeitor' e, em certos casos, virá apenas na eternidade, só que isso não deve impedir a nossa perseverança em fazer o bem.

domingo, 8 de julho de 2012

CAMINHOS DESCONHECIDOS

Guiarei os cegos por um caminho que não conhecem, fá-los-ei andar por veredas desconhecidas; tornarei as trevas em luz perante eles, e os caminhos escabrosos, planos. Estas coisas lhes farei, e jamais os desampararei. Isaías 42:16

Às vezes o rumo da nossa vida muda de forma inesperada. A maioria das pessoas já ouviu falar de Helen Keller, a jovem cega, surda e muda que não só aprendeu a falar e a escrever, mas também se formou no Colégio Radcliff com menção honrosa e ainda aprendeu a falar vários idiomas. Poucas pessoas, entretanto, se lembram de Anne Sullivan, a jovem que tirou Helen da sua escura e silenciosa prisão e a encaminhou para uma vida útil que foi uma bênção para outros.
Anne ficou parcialmente cega na infância, como resultado de uma inflamação nos olhos. Em 1876, aos 10 anos de idade, a mãe morreu e Anne foi colocada numa casa de caridade. Alguns anos depois, foi matriculada no Instituto Perkins na Escola de Massachusetts para Cegos, onde aprendeu um sistema de código de toques para a comunicação com cegos surdos-mudos. Formou-se em Perkins em 1886. Nesse meio tempo, os médicos conseguiram restaurar-lhe a visão por meio de uma série de cirurgias delicadas nos olhos.
Em 1887, Anne foi encarregada da educação de Helen. Duas semanas depois, a sua inteligente aluna de sete anos de idade aprendera 30 palavras soletradas pelo método do código de toques. Durante os 49 anos seguintes, Anne e Helen foram inseparáveis. Anne acompanhava Helen nas viagens para conferências e palestras por toda a América, Europa e no Japão, recolhendo fundos para a recuperação de cegos. Nos últimos anos, a cegueira de Anne voltou, e durante o período imediatamente anterior à sua morte, em 1936, foi principalmente Helen quem cuidou dela.
De vez em quando a nossa vida espiritual passa por mudanças inesperadas. O versículo de hoje diz que Deus frequentemente nos conduz de maneiras que não conseguimos imaginar. Ele costuma guiar os sinceros, embora espiritualmente cegos, através de caminhos espinhosos que acabam por conduzir a um final feliz.
Não importa quão boas pareçam ser as nossas percepções espirituais, todos nós somos espiritualmente cegos em certo grau. Agradeçamos, portanto, as promessas que Deus faz no sentido de modificar as nossas trevas em luz e guiar-nos por caminhos inesperados.

sábado, 7 de julho de 2012

A LINHA INVISÍVEL

Mas a impudícia e toda a sorte de impurezas... nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs, ou chocarrices, coisas essas inconvenientes, antes, pelo contrário, acções de graça. Efésios 5:3 e 4

"Tudo começou de maneira inocente e, antes que eu percebesse, estava envolvida num caso com um homem casado", soluçou a jovem que procurava o meu conselho.
Como é que coisas assim acontecem? Neste caso, começou com uma piada apimentada que o seu chefe contara. Ela achou engraçado e riu. Ao permitir, assim, que fosse transposta a linha invisível do decoro, a jovem abrira a porta pela qual se tornou cada vez mais fácil que o chefe passasse. A familiaridade repetida levou à racionalização. Ela começou a pensar que seria rude não rir das 'espirituosas' observações do seu chefe. A racionalização levou à presunção, e esta conduziu ao envolvimento sexual, bem como a um doloroso remorso.
Sempre que alguém transpõe a linha do decoro, é impossível saber até onde isso pode levar.
Como evitar que tal situação se desenvolva? Primeiro, decida de antemão que nunca vai cruzar a linha. Ao primeiro sinal de familiaridade, ignore os ditos espirituosos e eleve o tom da conversa; se necessário, afaste-se da cena.
A polidez na sociedade em geral traça limites para o que é conveniente e o que é impróprio. É verdade que algumas áreas podem ser nebulosas e mal definidas, mas em geral, quando nos comportamos sobriamente, outros não ultrapassarão esses limites. E é desnecessário dizer que nós tão pouco transporemos a linha divisória.
Hoje muitos cristãos professos ridicularizam o 'recato puritano'. Esquecem-se de que a Bíblia, muito tempo antes dos puritanos, admoestava os seguidos de Cristo a evitarem "toda a sorte de impurezas", incluindo "conversação torpe", "palavras vãs" e "chocarrices". Embora alguns hoje se gloriem "na sua infâmia" (Filipenses 3:19), em entrevistas na televisão, decida que você, como verdadeiro cristão, cingirá o seu entendimento (ver 1 Pedro 1:13) e pensará "nas coisas lá do alto". Colossences 3:2.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

A VINGANÇA PERTENCE A DEUS

Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor. Romanos 12:19

Muitas pessoas sofrem de doenças que se originam nos sentimentos de ódio, cujos efeitos se manifestam no seu organismo ou na sua personalidade.
Certa jovem secretária queixou-se durante anos seguidos de distúrbios no aparelho digestivo. Consultou inúmeros médicos especialistas e submeteu-se a muitos exames prolongados e dispendiosos. Nenhuma causa orgânica foi encontrada. Quando o médico da família sugeriu uma consulta ao psiquiatra, ela mostrou-se ofendida e indignada. O médico, porém, sabia do profundo ódio que ela nutria pelo seu chefe e pensava que o psiquiatra poderia resolver o seu caso.
Pouco depois o chefe foi transferido para outro sector da empresa e, desde então, desapareceram os distúrbios de que se queixava a funcionária. Assim, ficou provado não só que o seu médico estava certo, como se evidenciou que o ódio é uma forma de cancro mental. A medicina nada pode fazer para erradicá-lo. A cura depende do próprio paciente e quanto mais cedo melhor, antes que o mal se torne permanente.
Norman Vicent Peale, no seu livro Como Confiar em Si Mesmo e Viver Melhor, descreve a correspondência que manteve com um médico que sabia aplicar as lições do Evangelho no exercício da medicina. Entre os seus doentes havia um cujo chefe era rude, injusto e hostil. Como consequência ele passou a cultivar um sentimento de vingança, responsável por uma úlcera péptica que o molestava terrivelmente. O médico disse-lhe que a úlcera era o resultado dos sentimentos de ódio e vindicta que envenenavam o seu espírito. E acrescentou:
- Se deseja curar-se da úlcera, terá que modificar a sua atitude em relação ao chefe. Só assim poderá acabar com a secreção deste veneno destruidor.
Certo dia, quando se ocupava com a leitura da Bíblia, o doente em referência deteve-se diante do seguinte texto: "Minha é a vingança; Eu recompensarei, diz o Senhor."
- Ora - concluiu ele, - se Deus está disposto a incomodar-Se com este problema, deixarei nas Suas mãos o chefe que me é tão hostil.
E aduziu:
- Logo que tirei dos meus ombros a responsabilidade da vingança, passando-a para Deus, senti-me plenamente recuperado da úlcera e uma onda de paz inundou o meu ser. Deus recompensará no seu devido tempo tanto os justos como os injustos e dará a cada um segundo a sua obra.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

quinta-feira, 5 de julho de 2012

PERFEIÇÃO CRISTÃ

Ora, o Deus da paz, que tornou a trazer dentre os mortos a Jesus nosso Senhor... vos aperfeiçoe em todo o bem, para cumprirdes a Sua vontade, operando em vós o que é agradável diante d'Ele, por Jesus Cristo. Hebreus 13:20 e 21

Há muitos anos, a famosa editora Foulis de Glasgow, Escócia, tentou publicar um 'livro perfeito', sem um único erro discernível pelo homem. O manuscrito foi lido e corrigido; depois disso, seis experientes revisores de provas leram cuidadosamente todas as páginas, eliminando os erros. A seguir, a prova de cada página foi pendurada no quadro de anúncios da Universidade de Glasgow por um período de duas semanas. Ofereceu-se aos estudantes uma recompensa de cinquenta libras esterlinas para cada erro descoberto. Apesar de todas essas precauções, vários erros foram encontrados depois de publicada a obra - um, logo na primeira linha da primeira página do livro!
A perfeição humana a nível físico é uma impossibilidade. Mas o que dizer do âmbito espiritual? É possível a perfeição, a ausência de pecado? Alguns insistem que é, enquanto outros o negam. Tenho visto teólogos 'queimarem as pestanas' sobre essa questão e, aparentemente, perderem a própria perfeição nesse processo.
Todos os cristãos concordam com o facto de que Cristo imputa a Sua vida sem pecado àquele que nasce de novo. Não há dúvida quanto a isso. A salvação não pode vir de outro modo. As discordâncias ocorrem é sobre o que acontece após o novo nascimento. Os teólogos assumem posições contrárias nesta questão, alguns alegando que uma pessoa nascida de novo pode viver sem pecar; outros insistindo que isso é impossível! E assim as discussões ziguezagueiam de um para o outro.
É altamente improvável que um debate que se tem prolongado durante séculos, vá resolver-se no espaço de uma página de leitura devocional.
Mas talvez uma sugestão seja oportuna: Porque não permitir que "O Senhor, justo juiz" (2 Timóteo 4:8) decida se uma pessoa nascida de novo pode continuar a viver sem pecado? Quando alguém permite que o Senhor efectue na sua vida "tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade", não seria melhor que essa pessoa ficasse nas mãos de Deus para desenvolver a sua salvação "com temor e tremor"? Filipenses 2:12. Porque tentamos fazer o trabalho que é de Deus?

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O PREÇO DA LIBERDADE

Proclamareis liberdade na terra a todos as seus moradores. Levítico 25:10

O preço da liberdade é geralmente elevado. Muitos americanos mostram hoje, dia em que se comemora a liberdade do seu país, como custou caro a alguns dos signatários da Declaração da Independência. Esse documento conclui com as memoráveis palavras: "E em apoio a esta Declaração, com firme confiança na protecção da Divina Providência, empenhamos as nossas vidas, os nossos recursos e a nossa honra sagrada."
Um número mais pequeno ainda de americanos parece lembrar-se de que nove dos signatários daquele documento pagaram a liberdade com a própria vida. Muitos perderam os seus lares e fortunas.
Thomas Nelson, o representante do Estado da Virgínia, dirigiu o bombardeio e a destruição da sua própria casa em Yorktown, que na época tinha sido ocupada pelas forças inimigas. Ele também assumiu responsabilidade pessoal pela colecta de dois milhões de dólares para pagar o auxílio que a frota francesa prestou às forças de George Washington. Saldar a sua dívida depois da guerra, custou-lhe a fortuna e ele morreu na pobreza.
Francis Lewis, um abastado negociante de Nova Iorque e signatário da Declaração, perdeu tudo o que possuía. A esposa foi posta na prisão e faleceu pouco depois de ter sido libertada.
Richard Stockton, representante de Nova Jersey e formado pela Universidade Princeton, perdeu a sua riqueza, propriedades e uma biblioteca de inestimável valor. Foi preso durante a guerra e morreu pouco depois de consolidada a paz.
Sim, o preço da liberdade política é geralmente elevado, mas o preço da nossa liberdade espiritual custou infinitamente mais. O preço foi pago no Calvário, não para apaziguar um Deus irado, pois o próprio Pai nos ama (ver João 16:27), mas para satisfazer as exigências da justiça diante do Universo não-caído. Só dessa maneira Deus poderia "ser justo e (ao mesmo tempo) o justificador daquele que tem fé em Jesus". Romanos 3:26.
"Eterna vigilância é o preço da liberdade (política)." É também o preço da liberdade espiritual. "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes." Gálatas 5:1.

terça-feira, 3 de julho de 2012

HUMILHANTE, VOLUNTÁRIA E SUBSTITUINTE

Àquele que não conheceu pecado, O fez pecado por nós; para que n'Ele fôssemos feitos justiça de Deus. 2 Coríntios 5:21.

A morte de Cristo é mencionada 175 vezes no Novo Testamento. Todas as grandes doutrinas do Evangelho gravitam em torno deste grande e memorável evento. Gloriar-se na cruz - diz o apóstolo das nações - significa gloriar-se naquela graça que nos reconcilia com Deus. (Efésios 2:16). É pois, com um sentimento reverente que reflectimos sobre a morte vicária de Cristo e o seu significado para o mundo.
Primeiramente, salientamos, foi uma morte humilhante. Os ladrões e escravos romanos eram açoitados e depois crucificados. Cristo, o Santo de Deus, foi exposto a essa morte vergonhosa, tendo os soldados romanos rasgado as Suas vestes em quatro partes, sendo uma para cada um deles. (S. João 19:23, 24).
Jesus foi açoitado e publicamente submetido ao opróbrio. Foi o amor pelos pecadores que O levou a desprezar as afrontas e suportar a infâmia da cruz. (Hebreus 12:2).
Mas, a morte de Cristo foi também voluntária. Ele foi "obediente até à morte e morte de Cruz." (Filipenses 2:8). Foi o próprio Salvador quem afirmou: "Por isso o Pai Me ama, por que dou a Minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de Mim, mas Eu de Mim mesmo a dou; tenho poder para dá-la e para tomá-la." S. João 10:17-18.
A Sua morte foi a de um mártir. Entretanto, cumpre notar que muitas vezes o mártir morre lutando para evitar o martírio. Jesus, porém, morreu voluntariamente a fim de salvar a raça humana.
Mas, sobretudo, a morte de Cristo foi de natureza substitutiva. Ele morreu para nos libertar da culpa do pecado, pois, do contrário, ser-nos-ia impossível reconciliar-nos com Deus. O apóstolo escreveu: "Àquele que não conheceu pecado, O fez pecado por nós, para que n'Ele fôssemos feitos justiça de Deus."
Mas para que esta obra substitutiva de Deus tenha valor para nós, é necessário que aceitemos o Seu perdão e, apegados à mão de Deus, comecemos a palmilhar o caminho da santificação, tendo a alma purificada pelo Seu sangue.
Aceitando esta morte substituinte, inauguremos este dia cantando com alegria o velho hino - Rude Cruz, cujas estrofes evocam a comovente tragédia do Calvário:
Sim, eu amo esta mui rude cruz,
Té morrer eu a vou proclamar;
Té na glória, das mãos de Jesus,
A coroa da vida ganhar.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

segunda-feira, 2 de julho de 2012

AS PALAVRAS DE DEUS SÃO COMO PRATA REFINADA

As palavras do Senhor são palavras puras, prata refinada em cadinho de barro, depurada sete vezes. Salmo 12:6

No dia 3 de Julho de 1990, o Estado de Idaho, nos Estados Unidos, completou o seu centésimo aniversário. Para comemorar o evento, foi cunhada uma série de medalhas de prata. Eu comprei uma como lembrança do centenário. No seu anverso há uma inscrição que diz: "Uma onça troy* - Comemoração Idaho 1889 - Centenáro - 1990: prata fina 0,999 de Idaho". No reverso há um baixo-relevo de dois mineiros a trabalhar, e a legenda: "Mineração em Idaho."
Talvez esteja curioso para saber, como eu fiquei também, o significado da expressão "prata fina 0,999". Significa que aquela prata não contém mais impurezas do que uma parte para cada mil do precioso metal. No seu estado, natural, a prata é geralmente encontrada em combinação com outros elementos, como cloro, arsénio, antimónio, enxofre, telúrio, ouro, chumbo, etc.
Provavelmente o maior volume de prata sólida 'nativa', ou seja, pura, foi encontrado na mina de Smuggler, em Aspen, Estado do Colorado, em 1894. Pesava cerca de 750 quilos! O seu estado era tão puro que foi desnecessário submetê-la ao processo de refinamento. Em vez disso, foi colocada directamente num crisol para ser derretida. As barras de prata fundidas eram muito mais puras do que o metal da moeda americana de prata na época.
No nosso verso, as palavras de Deus são comparadas a prata refinada sete vezes. O número sete na Bíblia, como quase todos sabem, denota perfeição e rigor. O salmista contrasta as mentiras dos ímpios, mencionadas nos versículos dois e quatro, com as palavras de Deus, que não contêm nem sinal de falsidade. Assim como aquele bloco de prata nativa encontrada no Colorado, as Suas palavras são perfeitamente puras.
Apesar das nossas palavras nunca chegarem à perfeição das do nosso Pai celestial, o facto não nos isenta de lutarmos por esse objectivo. Vi uma vez num escritório uma placa com a sugestão de que, antes de abrir a boca para falar, deveríamos fazer com que as nossas palavras passassem por três portões: É verdade? É bom? É necessário? Teremos hoje a oportunidade de colocar essa regra em prática.

domingo, 1 de julho de 2012

O PERSEVERANTE PERSEGUIDOR

Para onde me ausentarei do Teu Espírito? Para onde fugirei da Tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também; se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares: ainda lá me haverá de guiar a Tua mão e a Tua destra me susterá. Salmo 139:7-10

A Real Polícia Montada do Canadá tem a reputação de ser extremamente eficiente. Raramente falha. Certa vez li a história de um agricultor canadiano que achou que tinha encontrado uma forma segura de roubar sem ser descoberto. Num dia de Inverno, enquanto um dos seus vizinhos estava ausente a visitar familiares, o astuto agricultor conduziu uma camioneta até ao celeiro do vizinho e encheu-a de milho. Depois dirigiu-se à cidade no meio da neve para o vender. Com o resultado da venda, partiu para os Estados Unidos, onde pretendia desfrutar um dinheiro obtido de maneira desonesta. Quase conseguiu.
Infelizmente a sua vítima voltou cedo para casa e percebeu um rasto de grãos de milho a partir do celeiro. Ficou desconfiado. Seguiu o rasto do ladrão. A Polícia Montada foi avisada. Quando o ladrão chegou à fronteira, foi preso.
Devido à sua eficiência, esses polícias parecem estar em toda a parte, mas não são omnipresentes e portanto nem sempre conseguem apanhar os larápios. Mas não é isso o que ocorre com o Espírito Santo. Ele está presente em todos os lugares. Como Ele pode ser omnipresente e continuar a ser uma Pessoa, é algo além da nossa compreensão. Para a nossa mente finita, uma pessoa precisa de estar num lugar específico, e não presente em todos os lugares, com todas pessoas.
É o Espírito Santo que insiste connosco para que tomemos um rumo melhor quando somos tentados. É Ele que nos fala à consciência quando erramos. É Ele que nos concede poder para vencer quando decidimos romper com o pecado. Ele é, na verdade, o nosso Amigo.
Creio que um dia conheceremos o Espírito Santo. Quando isso acontecer, quero perguntar-Lhe algumas coisas que me deixam intrigado. Talvez também queira fazer-Lhe determinadas perguntas. E aguardo algumas respostas satisfatórias. E você?