quinta-feira, 21 de junho de 2012

FRAUDE EXPOSTA

Farei juízo à regra, e justiça ao prumo. A saraiva varrerá o refúgio da mentira. Isaías 28:17

Quando Margot O'Toole tentou repetir a descoberta da colega cientista Dra Thereza Imanishi-Kari, que indicara reacções positivas de ratos gerados com gene extra de outra espécie no sistema imunológico, ela não conseguiu obter os mesmos resultados.
Finalmente, enquanto estudava os registos do laboratório O'Toole, descobriu os dados que tinham sido usados como base do publicado na edição de Abril de 1986 da Publicação Cell, de autoria da Dra. Imanishi-Kari e do detentor do Prémio Nobel, David Baltimore. De repente, tudo ficou claro. Muitos dos dados do laboratório tinham sido falsificados.
Que deveria ela fazer? Um amigo aconselhou O'Toole a 'abandonar' o achado. Em vez disso, ela decidiu apresentar a sua descoberta aos autores do artigo, que eram os seus superiores. Ela ingenuamente pensou que eles ficariam contentes por ter sido encontrado um 'engano' e que o corrigiriam.
O'Toole não poderia estar mais enganada. Envolvendo-se num manto de científica santidade, Baltimore assumiu a defesa da Dra. Imanishi-Kari, acusando O'Toole de ser 'uma descontente'. O'Toole perdeu o emprego, dezenas de instituições científicas negaram-lhe pagamento e finalmente ela precisou de trabalhar na empresa de mudanças do seu irmão para poder sustentar-se.
Mas a história não termina aqui. Uma investigação feita pelo Instituto Nacional de Saúde descobriu a fraude e vindicou a reputação de O'Toole. Teria ela guardado rancor? Não, mas admite que "uma das piores coisas ao contar-se a verdade é ser-se chamado mentiroso justamente por causa dela".
Expôr uma fraude é uma tarefa delicada que requer um equilibrado e sólido julgamento, bem como um cuidadoso auto-exame. Muitos factores precisam de ser prudentemente considerados:
- Tenho a certeza absoluta de que é uma fraude?
- Se for, qual é a minha motivação ao expô-la? É, por acaso, 'inchar' o meu ego embaraçando alguém?
- É uma questão de maior ou de menor importância?
- Estou disposto a aceitar as consequências?
E assim por diante.
Nas questões que envolvem a vida eterna, o problema é mais simples. Como cristãos, "devemos permanecer firmes pelo que é verdadeiro ainda que caiam os céus". Sem esquecer que, em alguns casos, a nossa reputação talvez não seja recuperada enquanto o próprio Deus não varrer a teia de mentiras.