sábado, 30 de junho de 2012

PORQUE VISITA DEUS O HOMEM?

Que é o homem, para que tanto o estimes, e ponhas nele o teu cuidado, e cada manhã o visites, e cada momento o ponhas à prova? Job 7:17 e 18

Hoje de manhã, enquanto eu ajeitava os suportes das favas na minha horta, percebi que aqui e ali havia umas gavinhas que se arrastavam pelo chão, em vez de subirem pelas hastes de apoio que eu tinha cravado na terra. Parei em cada uma delas para as ajudar a agarrarem-se ao suporte que eu tinha colocado ali para esse fim. Precisei de fazê-lo com a maior delicadeza, pois as gavinhas são facilmente danificadas ou quebradas.
Esse facto deixou-me pensativo. Assim como ajudei as gavinhas a enroscarem-se no suporte provido para elas, assim o Agricultor celestial viu a caída família terrestre tentar em vão erguer-se pela sua própria sabedoria e força. Com infinita compaixão, enviou o Seu único Filho para assumir a nossa natureza e prestar-nos ajuda e orientação de que tanto necessitávamos.
Antes, Ele já tinha dado um livro de orientações, mas agora veio pessoalmente mostrar-nos como proceder ao reerguimento.
O Livro de orientações admoesta: "Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-O em todos os teus caminhos, e Ele endireitará as tuas veredas." Provérbios 3:5 e 6.
São muitas as possibilidades colocadas diante da raça caída! Através do Seu Filho, Deus revelou a altura que o homem é capaz de atingir. Através dos méritos de Cristo, o homem pode ser erguido do seu estado depravado; pode ser purificado e tornado mais precioso do que o ouro de Ofir. "Mais elevado do que o sumo pensamento humano pode atingir, é o ideal de Deus para com os Seus filhos. A santidade, ou seja, a semelhança com Deus, é o alvo a ser atingido." - Educação, pág. 18.
"Temos o privilégio de ser dirigidos por um sábio Conselheiro. Deus pode tornar homens humildes em poderosos no Seu serviço. Aqueles que atendem ao chamado do dever, desenvolvendo o mais possível as suas aptidões, podem estar certos de receber assistência divina. Os anjos virão como mensageiros de luz para ajudar os que fazem o possível da sua parte, e depois confiam que Deus coopera com os seus esforços." - Obreiros Evangélicos, pág. 79.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

CUIDADO COM OS ROUBOS

Conserva a que tens, para que ninguém tome a tua coroa. Apocalipse 3:11

Há muitos anos, um casal mudou-se para outro Estado à procura de uma vida melhor. Compraram uma pequena propriedade rural. Aconteceu que o solo era menos produtivo do que esperavam, e a água sabia mal. Com o tempo, entretanto, acostumaram-se ao gosto da água.
Um dia, dois viajantes sedentos passaram por ali e pediram água para beber. Enquanto o agricultor conversava com eles, a sua esposa foi tirar água do poço e deu-lhes um copo cheio. Um deles despejou um pouco da água numa garrafa. A esposa teve a curiosidade de saber porque é que ele tinha feito aquilo, mas logo tirou a ideia da cabeça.
Os meses passaram-se. Os mesmos dois homens voltaram. Desta vez, fizeram a proposta de comprar a propriedade. A oferta parecia muito razoável. Afinal de contas, a colheita mal justificava o trabalho e o que se investia na terra. Certos de que estavam a fazer um óptimo negócio, concordaram em vender aquele lugar miserável. Só mais tarde é que descobriram que sob os seus pés havia um rico depósito de petróleo que os teria deixado ricos para o resto da vida. O copo de água tinha sido a amostra que os dois estranhos levaram e que provou haver petróleo naquele subsolo.
A Bíblia é como uma quinta. Dentro das suas divisas existe um vasto depósito de verdade (ver João 5:39). O problema é que muitos que possuem o Livro, nunca cavam suficientemente fundo para compreender a sua mensagem e aplicá-la à vida. Assim como aquele casal de agricultores, mal revolvem a superfície.
Não é nenhuma surpresa, portanto, que essas pessoas, como os ouvintes à beira do caminho na parábola do semeador (ver Mateus 13:4), permitam que os críticos da Bíblia, que professam ultrapassar em sabedoria o que está escrito (ver 1 Coríntios 4:6), venham e lhes roubem o que de mais precioso há no mundo todo - a vida eterna.
Se você e eu quisermos descobrir os ricos depósitos da verdade ocultos na Bíblia, precisamos de cavar bem fundo e não meramente raspar a superfície. Se o fizermos com oração e espírito submisso de quem quer aprender, seremos guiados pelo Espírito Santo às ricas jazidas da verdade. Leia João 16:13 e 1 Coríntios 2:10.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

DE ESTORVO A AUXÍLIO

Toma contigo a Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério. 2 Timóteo 4:11

Maria, mãe de Marcos, possuía uma casa em Jerusalém (ver Actos 12:12). A partir deste facto concluímos que a sua família tinha mais recursos que a maioria dos cristãos primitivos. Ele e o seu tio Barnabé acompanharam Paulo na sua primeira viagem missionária. Tudo ia bem, aparentemente, até que chegaram a Panfília; nesse lugar o menino rico e mimado, "afastando-se deles, voltou para Jerusalém".
Chegada a época da Segunda viagem missionária, o tio Barnabé quis dar uma Segunda oportunidade a Marcos. Mas Paulo disse que não. Para falar a verdade, os dois veteranos missionários tiveram "tal desavença que vieram a separar-se". Actos 15:37-41.
Só que esse não foi o fim da história. Durante algum tempo, nós perdemos de vista Marcos, mas em Colossenses 4:10 conseguimos vê-lo de relance, quando Paulo insiste para que os crentes em Colossos o "recebam", e na epístola a Filémon, Paulo refere-se a Marcos como um dos seus cooperadores. Finalmente, na sua última epístola, Paulo instrui Timóteo a levar Marcos com ele para Roma, porque era "útil para o ministério". Obviamente, Marcos tinha deixado de ser um estorvo e passado a ser um auxílio.
Teria essa mudança ocorrido sem o tratamento 'da vara e do doce' que recebeu? Possivelmente não. Marcos parece ter precisado da abordagem da 'vara' por parte de Paulo para chegar a reconhecer as suas limitações; por outro lado, necessitava também do "doce" por parte de Barnabé, para não desistir, afundando no desânimo.
Deus equilibra perfeitamente a justiça e a misericórdia, e essa combinação existe para a nossa salvação.
Para os seres humanos, é difícil demonstrar tanto equilíbrio. Mas às vezes o pai e a mãe, trabalhando em comum acordo, podem exercer algo próximo com a misericórdia e a justiça de Deus, no sentido de efectivamente encaminhar um filho obstinado.
Mas atenção: para ter sucesso garantido, os personagens deste drama precisam de aprender a andar humildemente com o seu Deus (ver Miqueias 6:8).

quarta-feira, 27 de junho de 2012

NÃO PERMITA QUE A NÉVOA ENCUBRA O SEU ALVO

No meio disto estenderá ele as mãos, como as estende o nadador para nadar; mas o Senhor lhe abaterá a altivez, não obstante a perícia das suas mãos. Isaías 25:11

A natação não é um desporto moderno. Já era praticada pelo menos no tempo de Isaías, e provavelmente bem antes daquela época. O nosso texto pode até indicar que os antigos conheciam o estilo a que hoje chamamos 'crawl' australiano. Eu precisei de aprender este estilo quando treinei para ser salva-vidas na universidade.
Desde que a jovem Gertrude Ederle, de 20 anos de idade, se tornou a primeira mulher a atravessar a nado o Canal da Mancha no dia 6 de Agosto de 1926, as mulheres têm-se esforçado para estabelecer recordes mundiais de natação. Foi assim que, na manhã de 4 de Julho de 1952, Florence Chadwick, de 34 anos de idade, entrou na água em determinado ponto da Ilha de Catalina, decidida a ser a primeira mulher a nadar os 33 quilómetros até Long Beach, Califórnia. (Essa não foi a sua primeira experiência a nadar longas distâncias. Anteriormente ela superara o feito de Ederle, tornando-se a primeira mulher a atravessar o Canal da Mancha nos dois sentidos.)
Chadwick, entretanto, não atingiu o seu objectivo. Naquela manhã a água estava fria e o nevoeiro tão denso que ela mal podia ver os barcos que a acompanhavam. Mas nem o frio nem a fadiga fizeram com que ela desistisse. As horas passavam e ela continuava a nadar. Um pouco antes de chegar à praia, ela desistiu e pediu para ser levada a bordo, embora a sua mãe e o treinador lhe tivessem implorado que continuasse. Ela alegava que simplesmente não conseguia continuar.
Alguns minutos depois de ter desistido, ela descobriu que estava a apenas uns 800 metros da praia. Posteriormente explicou: "Não estou a desculpar-me, mas se eu tivesse conseguido ver a praia, poderia ter chegado até lá." Chadwick foi vencida, não pelo frio ou pela fadiga, mas pelo nevoeiro.
Na vida espiritual existe algo parecido com o nevoeiro. Chama-se incredulidade, mas atende por diversos nomes. Paulo fala dos entendimentos dos incrédulos, que foram cegos (ver 2 Coríntios 4:4). Muitos permitem que a descrença, o cepticismo e o orgulho da opinião própria os tornem cegos. Não permita que isso lhe aconteça. Antes, pela fé, dirija o seu olhar espiritual através do nevoeiro - aquele nevoeiro com o qual o deus deste século encobre o alvo celestial - e prossiga.

terça-feira, 26 de junho de 2012

SEGUIR A TRADIÇÃO

Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. Mateus 15: 8 e 9

O contexto no qual Cristo pronunciou as palavras da passagem acima foi uma discussão com os escribas e fariseus quanto ao facto de os Seus discípulos deixarem de observar a tradição de lavar as mãos antes das refeições. Jesus rebateu essa crítica, apontando a prática deles de permitir que um filho violasse o espírito do quinto mandamento, negando auxílio a um pai necessitado sob a alegação de que os seus bens eram corban (dedicados a Deus): "Porque transgredis vós também o mandamento de Deus, por causa da vossa tradição?" Mateus 15:3.
O Dr. Hany Emerson Fosdick, durante muito tempo pastor da igreja de Riverside na cidade de Nova Iorque, relatou certa vez uma história que ilustra como as tradições podem desencaminhar as pessoas. Durante gerações, os membros de certa igreja luterana da Dinamarca dobravam os joelhos sempre que passavam por um determinado lugar na sua catedral. Se alguém lhes perguntasse o motivo dessa prática, eles não tinham explicação melhor a dar senão a de que era 'tradição'.
Finalmente, no início do século XIX, as paredes da igreja foram lixadas como preparação para uma nova pintura e desvendou-se o mistério: descobriu-se uma pintura da Virgem Maria. Está a compreender, antes de a Dinamarca se converter ao luteranismo, a igreja tinha sido uma catedral católica romana, e as pessoas tinham o hábito de curvar-se diante do quadro de Nossa Senhora. Durante mais de 300 anos, aqueles protestantes tinham estado a observar uma tradição contrária aos ensinos dos Dez Mandamentos (ver Êxodo 20:4 e 5).
Mas voltemos ao nosso texto. Não existe nada de intrinsecamente errado na 'tradição' de lavar as mãos antes das refeições. Com efeito, à luz do conhecimento científico moderno, é uma prática excelente. Jesus estava a falar de tradições que afastam alguém da Palavra de Deus. Aqui é necessário haver discriminação. Uma tradição é má se for incoerente com a vontade claramente revelada de Deus. Examine as suas 'tradições' hoje sob essa luz e veja para onde elas o conduzem.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

COLABORAÇÃO

Um ao outro ajudou, e ao seu próximo disse: Sê forte. Assim o artífice anima ao ourives, e o que alisa com o martelo ao que bate na bigorna, dizendo da soldadura: Está bem feita. Isaías 41:6 e 7

As formigas tecelãs do Sul da Ásia constroem os seus ninhos de um modo muitíssimo engenhoso. Uma coluna desses insectos forma-se sobre uma das margens de uma folha, ficando sobre ela com as patas traseiras enquanto puxam outra folha com as patas dianteiras. Com um invejável trabalho de equipa, encostam as duas margens das folhas. Entretanto, outro grupo de formigas prepara-se na parte debaixo das folhas. Cada uma destas últimas formigas segura nas pinças uma larva viva, que no momento certo tece um fio e o prende às duas folhas, unindo-as firmemente. Continuando dessa maneira, as formigas trabalham juntas até concluir o ninho.
Outro exemplo notável de cooperação é o que se observa entre a formiga 'pseudomyrmus' e um tipo de árvore de acácia que existe na América Central. Essa árvore é coberta de espinhos que crescem aos pares como os chifres de um touro. Perto da ponta de um dos 'chifres' há um buraquinho que serve de entrada para o interior do espinho, onde vive a colónia das formigas.
Como retribuição pelo abrigo, as formigas protegem a árvore da acácia das formigas cortadoras. Estas podem rapidamente acabar com as folhas de uma árvore desprotegida. A árvore da acácia, por sua vez, oferece às formigas "pseudomyrmus" um doce néctar do qual elas se alimentam.
A Natureza apresenta muitos outros exemplos interessantes de simbiose, e em alguns desses casos a cooperação é absolutamente essencial à vida. No reino espiritual, entretanto, Deus, que é infinitamente poderoso, não 'necessita' da nossa colaboração na obra de salvar pecadores. Nas palavras de João Milton: "Deus não precisa nem das obras nem das dádivas dos homens".
Deus poderia completar a Sua obra de modo muito mais rápido e eficaz através do ministério dos anjos, mas na Sua infinita sabedoria, e para o nosso bem, o nosso Senhor convida-nos a colaborar com Ele e uns com os outros. Ao procedermos assim, encorajamo-nos mutuamente como o fizeram as pessoas mencionadas no versículo para a meditação de hoje.

domingo, 24 de junho de 2012

A CRUZ VERMELHA

Celebraremos com júbilo a tua vitória, e em nome do nosso Deus hastearemos pendões. Salmo 20:5

Na sua história da Guerra dos Bôeres, Arthur Conan Doyle conta como um pequeno contingente de soldados britânicos foi surpreendido por uma força inimiga duas vezes mais forte. Os britânicos que já tinham sido feridos no combate estavam expostos; encontravam-se numa situação desesperadora.
Um cabo britânico da infantaria montada entendeu que, a menos que se fizesse algo, em pouco tempo os indefesos homens seriam exterminados como gado.
Ele pegou num travesseiro e, com o seu próprio sangue e o de um outro soldado, pintou sobre ele uma cruz. Hasteou-o como se fosse uma bandeira à vista dos Bôeres. O inimigo respeitou a 'cruz vermelha' e cessou o bombardeio, salvando a vida de muitos dos feridos.
Os antigos israelitas tinham seis cidades de refúgio, onde alguém que involuntariamente tivesse matado uma pessoa poderia esconder-se de um parente vingativo. Essas cidades estavam localizadas estrategicamente, para que nenhum israelita morasse a mais de 50 quilómetros de uma. Um fugitivo que reivindicasse a protecção de uma dessas cidades, podia contar com um julgamento justo e, se fosse considerado inocente, poderia permanecer na cidade até à morte do sumo sacerdote.
Essas antigas cidades de refúgio tipificavam Cristo; pois Cristo, que é Deus, "é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações". Salmo 46:1. Jesus protege-nos quando recorremos a Ele com fé. Salomão estava a referir-se provavelmente a esse simbolismo quando disse: "Torre forte é o nome do Senhor, à qual o justo se acolhe e está seguro." Provérbios 18:10.
Quando pecamos, nos arrependemos e procuramos refúgio em Cristo, Ele defende-nos dos ataques de Satanás, nosso inimigo. Isso foi exemplificado quando "o anjo do Senhor" defendeu Josué, o sumo sacerdote, das acusações do arquienganador (ver Zacarias 3:1-7). Mas Cristo ainda faz mais; Ele também nos dá o "escudo da fé" com o qual podemos "apagar todos os dardos inflamados do maligno". Efésios 6:16. É só sob a Sua ensanguentada cruz que podemos encontrar refúgio seguro contra o inimigo das almas.

sábado, 23 de junho de 2012

CORAGEM DIANTE DE POTESTADES TERRESTRES

Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, ...por três dias...; eu e as minhas servas também jejuaremos. Depois irei ter com o rei, ainda que seja contra a lei; se perecer, pereci. Ester 4:16

Nos tempos antigos, os governantes tinham poder sobre a vida e a morte dos seus súbditos. Nos tempos modernos, embora a sua autoridade possa estar limitada, eles ainda exercem o poder como algo com o qual não se brinca. Contrapor-se a esses poderosos exige coragem. Ester, mencionada no nosso texto, é um expoente desse tipo de coragem.
Outro exemplo dessa coragem ocorreu quando o Imperador Guilherme II fez uma viagem de iate para a Noruega. A fim de mostrar autoridade (ele provavelmente estava sob a influência de um pouco de álcool), o imperador foi à ponte de comando e tocou o sino para a casa das máquinas, ordenando velocidade máxima. O piloto, um homem chamado Nordhums, prontamente deu uma contra-ordem. Quando o imperador insistiu em repetir a sua ordem sem sentido, o velho navegador trovejou:
- Saia da ponte de comando! - Depois, segurando firmemente o leme, continuou: - Este barco está sob a minha responsabilidade, e não vou admitir a interferência do imperador ou de quem quer que seja!
No dia seguinte, o imperador, já sóbrio, condecorou Nordhums pela sua coragem e designou-o como seu piloto para o resto da vida - "em águas norueguesas".
Há pouco tempo, a minha mulher e eu ficámos a saber de um incidente ocorrido na Tailândia, que ilustra um tipo semelhante de coragem. Um oficial do governo ordenou que uma escola cristã fosse transferida, por razões políticas, para uma região onde havia combates contra o governo central birmanês. Os professores homens estavam prontos a obedecer à ordem, mas uma jovem instrutora, compreendendo o perigo que a mudança representaria para os alunos, enfrentou as autoridades. Quando um soldado extremamente zeloso ameaçou matá-la se ela não cumprisse a ordem, a professora disse: "Se o senhor me matar, irei para o Céu. E o senhor, para onde irá?" O soldado recuou.
O cristão deve respeitar as autoridades constituídas. Mas quando essas autoridades se colocam no caminho das ordens claras de Deus, deve ter a coragem de traçar a linha de separação (ver Actos 5:28 e 29).

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O QUE PODERIA TER SIDO -22

Então Jesus respondeu: "Eu não sou rei terreno. Se fosse, os Meus seguidores teriam lutado. João 18:36 (A Bíblia Viva)

Os cristãos dos primeiros séculos recusaram-se a usar armas por causa dessas palavras de Jesus. Adolph von Harnack (1851-1930), provavelmente o maior erudito em Novo Testamento da sua época - sem ser um pacifista, diga-se de passagem - declarou certa vez: "Nunca poderemos reconciliar a guerra com o Evangelho; mas também não podemos crer que Cristo a apoiasse."
Nos primeiros séculos, os cristãos recusaram-se a entrar no exército romano porque isso significava matar os seus semelhantes. Justino, o Mártir, declarou no segundo século que os cristãos preferiam a morte a participar na guerra. E no dia 12 de Março de 295, por exemplo, Maximilian, um cristão de vinte anos de idade, deixou de aceitar uma insígnia romana por serviços prestados, dizendo: "Eu já tenho uma insígnia: o emblema do meu Senhor Jesus Cristo." Como punição, foi sumariamente executado.
Em época mais recente, alguns cristãos têm 'justificado' matar em 'guerras santas' porque o povo de Deus no tempo do Antigo Testamento se envolvia em batalhas e matava os inimigos - e Deus parecia aprovar o que faziam.
Embora pareça ser assim, não nos esqueçamos de que esse não foi o primeiro ou o melhor plano de Deus. No Salmo 81:13 e 14 Deus lamenta: "Ah! Se o Meu povo Me escutasse, se Israel andasse nos meus caminhos! Eu, de pronto, lhe abateria o inimigo, e deitaria mão contra os seus adversários" - e podemos ter a certeza de que Ele o faria de uma forma justa e misericordiosa.
Mas Israel escolheu ser como as nações vizinhas, pois, como Deus diz por intermédio do salmista: "O Meu povo não Me quis escutar a voz, e Israel não Me atendeu. Assim deixei-os andar na teimosia do seu coração: sigam os seus próprios conselhos." Salmo 81:11 e 12. Por misericórdia, Deus não rejeitou o Seu incrédulo povo de uma vez por todas, mas o resultado foi o definhamento da sua alma (ver Salmo 106:15), o que finalmente os levou a rejeitar o Messias.
Em vez de seguir o seu exemplo e de abusar da misericórdia de Deus, escolhamos o Seu bom caminho em primeiro lugar.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

FRAUDE EXPOSTA

Farei juízo à regra, e justiça ao prumo. A saraiva varrerá o refúgio da mentira. Isaías 28:17

Quando Margot O'Toole tentou repetir a descoberta da colega cientista Dra Thereza Imanishi-Kari, que indicara reacções positivas de ratos gerados com gene extra de outra espécie no sistema imunológico, ela não conseguiu obter os mesmos resultados.
Finalmente, enquanto estudava os registos do laboratório O'Toole, descobriu os dados que tinham sido usados como base do publicado na edição de Abril de 1986 da Publicação Cell, de autoria da Dra. Imanishi-Kari e do detentor do Prémio Nobel, David Baltimore. De repente, tudo ficou claro. Muitos dos dados do laboratório tinham sido falsificados.
Que deveria ela fazer? Um amigo aconselhou O'Toole a 'abandonar' o achado. Em vez disso, ela decidiu apresentar a sua descoberta aos autores do artigo, que eram os seus superiores. Ela ingenuamente pensou que eles ficariam contentes por ter sido encontrado um 'engano' e que o corrigiriam.
O'Toole não poderia estar mais enganada. Envolvendo-se num manto de científica santidade, Baltimore assumiu a defesa da Dra. Imanishi-Kari, acusando O'Toole de ser 'uma descontente'. O'Toole perdeu o emprego, dezenas de instituições científicas negaram-lhe pagamento e finalmente ela precisou de trabalhar na empresa de mudanças do seu irmão para poder sustentar-se.
Mas a história não termina aqui. Uma investigação feita pelo Instituto Nacional de Saúde descobriu a fraude e vindicou a reputação de O'Toole. Teria ela guardado rancor? Não, mas admite que "uma das piores coisas ao contar-se a verdade é ser-se chamado mentiroso justamente por causa dela".
Expôr uma fraude é uma tarefa delicada que requer um equilibrado e sólido julgamento, bem como um cuidadoso auto-exame. Muitos factores precisam de ser prudentemente considerados:
- Tenho a certeza absoluta de que é uma fraude?
- Se for, qual é a minha motivação ao expô-la? É, por acaso, 'inchar' o meu ego embaraçando alguém?
- É uma questão de maior ou de menor importância?
- Estou disposto a aceitar as consequências?
E assim por diante.
Nas questões que envolvem a vida eterna, o problema é mais simples. Como cristãos, "devemos permanecer firmes pelo que é verdadeiro ainda que caiam os céus". Sem esquecer que, em alguns casos, a nossa reputação talvez não seja recuperada enquanto o próprio Deus não varrer a teia de mentiras.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

NÃO O HOMEM, MAS A MENSAGEM

Alguns efectivamente proclamam a Cristo por inveja, sem sinceridade. ...Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei. Filipenses 1:15; 17 e 18

O meu pai nasceu em Minneapolis, Estado de Minnesota, em 1889, mas os seus antepassados vieram da Nova Inglaterra. A família Mansell viveu lá durante 150 anos. Em 1960, o meu pai e eu decidimos ir ao Estado do Maine e fazer as pesquisas relacionadas com os nossos ascendentes. Enquanto mergulhávamos em alguns interessantes materiais de consulta na Prefeitura de Brewer, encontrámos um livro que continha várias anotações curiosas. Um pregador (ainda bem que não era um parente ou antepassado) tinha o seguinte comentário ao lado do seu nome: "Ele pregava tão bem no púlpito, que era uma pena quando precisava deixá-lo; mas fora do púlpito vivia tão vergonhosamente, que era uma pena que precisasse voltar a ele outra vez." Nunca me esqueci desse comentário tão contundente. (Mais tarde fiquei a saber que essas palavras eram uma paráfrase de uma declaração de João Wesley, fundador do Metodismo).
Que triste comentário sobre servos de Deus! Esse tipo de hipócrita existia no tempo de Paulo, existe hoje e, infelizmente, não se limita a pregadores. Contudo, apesar da hipocrisia, Paulo ainda se regozija, como o nosso texto indica! Porquê? Talvez uma ilustração explique o motivo.
No início da década de 1850, Elisha Kane (marido de Margaret Fox, uma das fundadoras do moderno Espiritismo) conduziu várias tentativas para alcançar o Pólo Norte. Numa dessas viagens, Kane cortou um pedaço transparente de gelo, modelou-o numa espécie de lente, segurou-o contra o sol e focalizou os raios sobre uma pilha de lenha seca. Houve combustão. Os esquimós ficaram estupefactos com essa 'magia'. Como podia o gelo frio produzir fogo quente? A resposta, naturalmente, era que a frieza do gelo nada tinha a ver com os raios do sol que por ele passavam.
Assim, se homens indignos ou mulheres cuja vida não seja um exemplo de virtude forem usados para converter pecadores, não nos escandalizemos. Em vez disso, agradeçamos a Deus porque o Sol da justiça atingiu corações com os Seus raios que trazem cura.

terça-feira, 19 de junho de 2012

A PAZ QUE CRISTO DÁ

Eu estou vos deixando um presente - a paz de espírito! E a paz que Eu dou não é passageira como a paz que o mundo dá. Portanto, não se aflijam nem tenham medo. João 14:27 (A Bíblia Viva)

No cimo das montanhas dos Andes, na América do Sul, há uma estátua de bronze representando Cristo. A sua base é de granito. A imagem foi fundida a partir de velhos canhões. Gravadas em espanhol, estão estas palavras memoráveis:
"Será mais fácil que estas montanhas se desfaçam em pó, do que argentinos e chilenos quebrarem o concerto de paz firmado aos pés de Cristo, o Redentor."
Desde a década de 1840, os povos desses dois países estiveram em conflito por causa das suas fronteiras. Em 1900, quando uma das contendas estava no auge, alguns cidadãos imploraram para que os seus líderes pedissem que o rei Eduardo VII, da Inglaterra, fosse o mediador do conflito. Ambos os governos concordaram, e como resultado o Chile e a Argentina assinaram um tratado encerrando a disputa no dia 28 de Maio de 1903.
Durante os festejos que se seguiram, a Sra. Costa, uma distinta senhora argentina, concebeu a ideia de um monumento comemorativo do tratado e sugeriu que os canhões usados na guerra fossem derretidos e moldados na imagem de Cristo, o Príncipe da Paz. Na cerimónia de inauguração, a estátua foi apresentada ao mundo como um testemunho do desejo que os cidadãos de ambos os países tinham pela paz.
Hoje, em todo o mundo, nações e indivíduos continuam em busca da paz - não mera tranquilidade temporária, mas paz permanente. Procuram em vão, essa é a verdade. Porquê? Porque o coração humano é egoísta desde o nascimento, e é o egoísmo que insufla contendas e guerras.
Poucas horas antes da Sua crucifixão, no momento exacto em que os poderes do mal ameaçavam subjugá-l'O, Jesus prometeu aos discípulos o aparentemente impossível- a paz. Ao fazê-lo, Jesus não lhes prometeu uma vida sem problemas. Ao contrário, advertiu-os de que no mundo teriam aflições (João 16:33). Mas o mais importante seria que desfrutariam paz no meio das aflições.
O apóstolo Paulo chama-lhe "a paz de Deus, que excede todo o entendimento". Filipenses 4:7. Esse é o tipo de paz que você e eu podemos desfrutar - paz que o mundo não dá mas também não nos pode tirar.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

PARA TAL CONJUNTURA COMO ESTA

Porque se de todo te calares, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal conjuntura como esta é que foste elevada a rainha? Ester 4:14

O livro de Ester contém a dramática história de como Deus usou uma jovem, corajosa e bela judia para salvar o seu próprio povo num tempo de grave crise. O livro começa com uma grande festa promovida por Assuero (Xerxes), provavelmente cerca de três anos antes da sua desastrosa expedição contra a Grécia em 480 a.C. Antes de partir para essa campanha, ele escolheu Ester como substituta de Vasti, a ex-rainha, que o tinha envergonhado diante dos seus nobres e consequentemente fora banida.
No dia 23 de Setembro de 480 a.C., as tropas de Assuero sofreram uma catastrófica derrota na batalha naval de Salamis, não distante de Atenas. Os reveses contínuos que já tinha sofrido na mão dos atenienses podem ter influenciado Assuero a considerar favoravelmente o plano apresentado por Hamã, seu primeiro-ministro, no sentido de exterminar os judeus. De qualquer maneira, um decreto de morte fora emitido por Hamã e assinado com o selo do anel do rei.
Entendendo que a única esperança de libertação dos judeus dependia de Ester comparecer perante o rei e suplicar pela vida do seu povo, mesmo sabendo que a lei persa a proibia de entrar sem ser chamada, Mardoqueu, seu pai adoptivo, insistiu para que ela fosse de qualquer maneira. Como reforço da sua ideia, ele perguntou: "E quem sabe se para tal conjuntura como esta é que foste elevada a rainha?" Ester 4:14.
Com uma oração ao seu Pai celestial, Ester corajosamente arriscou a própria vida e compareceu, sem ser chamada, diante do rei. Como resultado, ela salvou a vida do seu povo e transtornou o plano do pérfido Hamã.
A história dessa corajosa rainha leva-nos à compreensão de que, ao surgirem crises, Deus pode transformá-las em vitórias - se deixarmos o 'eu' de lado e buscarmos a solução divina para os nossos problemas. Hoje podemos enfrentar problemas que, pela perspectiva humana, pareçam insolúveis. Porque não buscar Deus em oração, com um espírito submisso e a boa vontade de aplicar as Suas soluções aos nossos problemas? Quem é que sabe se não estamos aqui "para tal conjuntura como esta?"

domingo, 17 de junho de 2012

O ASSÉDIO DO PECADO

Desembaraçando-nos de todo o peso, e do pecado que tenazmente nos assedia, corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé. Hebreus 12:1 e 2

A palavra grega traduzida como "assedia" no nosso versículo é um termo militar que literalmente significa rodear como num cerco. É o que acontece com alguns pecados. Tornam-se tão habituais, que parecem rodear-nos como um exército que faz o cerco de uma cidade.
Conta-se a história de um monge que tinha o hábito de explodir em acessos de fúria e culpar os seus companheiros quando lhe acontecia alguma coisa errada. Decidiu afastar-se da causa dos seus problemas e foi para um mosteiro no deserto, onde praticamente não tinha contacto com outros seres humanos.
Certa manhã, depois de se instalar na sua nova morada, esbarrou acidentalmente no cântaro de água e derramou o conteúdo. Ficou enfurecido, mas não havia ninguém ali perto a quem culpar. Encheu novamente o cântaro. Pouco tempo depois, repetiu-se a mesma coisa. Num ímpeto de ira, arremessou o cântaro ao chão, fazendo-o em pedacinhos.
Depois de se acalmar, começou a reflectir e chegou à conclusão de que o seu mau humor era problema dele mesmo, e não dos outros.
Muitos de nós temos pecados que nos assediam. Como podemos vencê-los?
Suponha que o seu relógio não é exacto na marcação do tempo. À noite você prepara-o para despertar, mas na manhã seguinte ele está tão atrasado, que não chega a horas ao trabalho. A solução seria levar os ponteiros ao relojoeiro e pedir-lhe que os consertasse? Que pergunta pateta, diz você, e naturalmente com razão. O que é preciso fazer é levar o relógio para que o relojoeiro conserte o mecanismo interno.
O mesmo acontece com os 'exércitos que cercam a cidade da alma'. A forma de os vencer é reconhecer que os pensamentos precedem as acções. Consequentemente, precisamos de levar "cativo todo o pensamento à obediência de Cristo". 2 Coríntios 10:5.
Acha que existe tempo melhor para fazer isso do que agora?

sábado, 16 de junho de 2012

A CONVERSÃO OPERA MUDANÇAS CONTÍNUAS

O espírito do Senhor se apossará de ti, ... e tu serás mudado em outro homem. ... Sucedeu, pois, que, virando-se ele para despedir-se de Samuel, Deus lhe mudou o coração. I Samuel 10:6 e 9

Conversão quer dizer mudança. Sem mudança não há conversão. Quando o Espírito de Deus esteve com Saul, o futuro rei de Israel, Deus deu-lhe um novo coração e ele mudou completamente. Por outras palavras, converteu-se. Infelizmente, mais tarde ele permitiu que o 'eu' lhe controlasse a vida, outro espírito (Satanás) apossou-se dele (ver 1 Samuel 16:14) e ele negou a sua experiência de conversão. Mas não precisaria de ter sido dessa maneira.
Com a idade de 29 anos, Charles Grandison Finney era um advogado promissor em Nova Iorque. Os pastores que tinham tentado despertar-lhe o interesse pelo cristianismo desistiram, concluindo que ele estava além das esperanças - era um 'caso perdido', alegavam.
Até 1821, Finney nunca tinha tido uma Bíblia, mas para tornar mais completa a sua colecção de livros, adquiriu uma para a sua biblioteca. Mas fez mais do que isso. Começou a ler o Livro. Ao contrário de Saul, que experimentou uma conversão instantânea, Finney começou gradualmente a transferir o seu interesse, dos Comentários de Blackwood para a Bíblia. Finney converteu-se, despediu-se dos seus clientes e contou aos seus colegas advogados que tinha recebido "uma procuração do Senhor Jesus Cristo para pleitear a Sua causa".
Durante os anos que se seguiram, Finney experimentou um sucesso fenomenal como evangelista, tanto na América como na Inglaterra. Em 1834, estabeleceu o Tabernáculo Broadway, na cidade de Nova Iorque, e mais tarde tornou-se o segundo director do Colégio Oberlin. A sua vida foi de uma dedicação sempre crescente ao Senhor. E tudo isso aconteceu porque um 'livro de consulta' foi parar à sua biblioteca e posteriormente ao seu coração.
A Bíblia pode ter o mesmo efeito sobre a sua vida e a minha, se permitirmos que o seu Autor, o Espírito Santo, efectue a Sua obra. A conversão é mais do que uma experiência 'de uma vez por todas'. Para ser verdadeiramente eficaz, ela deve representar um compromisso cada vez mais sólido com Deus, à medida que o Seu Espírito nos revele áreas da nossa vida que ainda não Lhe foram entregues.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

AMAR OS INIMIGOS

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem. Mateus 5:43 e 44

Durante a Guerra da Independência dos Estados Unidos, um homem chamado Wildman, de Efrata, Estado da Pensilvânia, adquiriu má reputação por ter agredido verbalmente o Pastor Peter Miller, da igreja de Dunker, na mesma cidade. Wildman alistou-se no exército. Enquanto ainda prestava serviço militar, descobriu-se que ele era um espião. Foi julgado, condenado e sentenciado à forca.
Miller ficou a saber da sentença. O seu coração foi tocado. Caminhou 95 quilómetros até Filadélfia para interceder em favor de Wildman. Quando apresentou a sua súplica perante o General George Washington, este respondeu:
- Lamento, mas não posso atender ao seu pedido para poupar a vida do seu amigo.
- Mas, Senhor, ele não é meu amigo - explicou Miller. - É o meu pior inimigo.
- Quer dizer que o senhor andou 95 quilómetros para suplicar pela vida do seu inimigo?! Isso coloca a questão sob um ângulo totalmente diferente. Vou deferir o seu pedido.
Washington assinou o documento de perdão e entregou-o a Miller, que caminhou mais 25 quilómetros até onde Wildman se encontrava a aguardar a execução. Quando Wildman viu que Miller se aproximava, comentou sarcasticamente com os seus companheiros de sentença:
- Lá vem o velho Peter. Veio para assistir ao meu enforcamento.
Ainda Wildman não tinha acabado de dizer isso, quando Miller se enfiou pela multidão e entregou ao homem condenado o documento a dizer que estava perdoado. Podemos imaginar a surpresa de Wildman. Será que houve mudança no coração de Wildman? Será que se tornou amigo de Miller? Não sei. Mas sei que Miller se portou como cristão.
É natural amar os nossos amigos e odiar os nossos inimigos, pois é assim que se comporta o "homem natural" (ver 1 Coríntios 2:14). Mas não é assim que age o "homem espiritual" - porque o espírito de Cristo, que nele está, capacita-o a ver em cada ser humano, amigo ou inimigo, uma alma a ser salva.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

NÃO BRINQUE COM O PECADO

Cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Tiago 1:14 e 15

Há vários anos atrás, Burt Hunter, um repórter do jornal Long Beach Press Telegram, recebeu a incumbência de escrever uma reportagem acerca de uma mulher da cidade que lidava com serpentes. Quando o repórter foi à casa dela, uma autêntica mansão, descobriu que a mulher era jovem e de uma beleza extraordinária.
Quando Burt expressou surpresa pelo facto de ela se envolver numa actividade tão arriscada, a jovem riu.
- Acho que gosto desse ingrediente chamado perigo. Mas um dia destes vou cansar-me de mexer em serpentes e partirei para outra coisa.
Enquanto Burt preparava o seu equipamento fotográfico, a jovem trouxe as cestas de vime contendo vários répteis venenosos e colocou-as no chão. Depois de segurar vários deles, disse:
- Agora fique bem quieto. Esta é a minha serpente mais nova. É muito venenosa e ainda não está bem acostumada comigo.
Enquanto Burt observava, a jovem ergueu a cobra de dentro do cesto. Repentinamente parou.
- Não sei o que se passa, mas vou precisar de colocá-la... - disse ela. E não terminou a frase. Em poucos instantes ficou rígida. A serpente tinha-lhe picado!
- Rápido! - disse a jovem, ofegante. - Vá ao quarto de banho, no piso superior. Na caixinha de remédios vai encontrar um frasco de contraveneno. Depressa, por favor!
Quando Burt voltou com o precioso soro, a jovem pediu-lhe que pusesse o contraveneno numa seringa. Com o nervoso, Burt apertou muito o frasco. Este quebrou-se! O precioso líquido escorregou-lhe entre os dedos.
- Tem outro frasco? - perguntou ele, ansioso.
- Era o único que eu tinha - respondeu, com voz fraca, a jovem desesperada. Em poucos minutos aquela vida foi-se.
Muitos dos que brincam com as mortíferas serpentes do pecado manifestam a mesma ousada desconsideração para com o seu bem-estar eterno, revelada por aquela encantadora de serpentes de Long Beach. Quando se trata desse tipo de serpentes, a única atitude segura é: "Não mexas nisto, ... não toques naquilo." Colossences 2:21.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

BÊNÇÃOS DISFARÇADAS

Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o tornou em bem, para fazer, como vedes agora, que se conserve muita gente em vida. Génesis 50:20

O nosso versículo refere-se à experiência de José. Quando foi vendido como escravo, os seus irmãos tiveram a certeza de que os sonhos proféticos dele nunca se cumpririam. Mas deixaram de considerar o facto de que Deus pode pegar numa situação má e convertê-la em algo bom. Ele fez isso pelos Seus filhos fiéis inúmeras vezes.
Wallace Johnson tinha 40 anos de idade em 1939. Achava que tinha estabilidade no seu emprego na serralharia. Então um dia o seu patrão chamou-o e disse-lhe que ele estava despedido. Isso não podia ter acontecido numa época pior. Os Estados Unidos da América estavam justamente a sair da grande depressão financeira da década de 30, e Johnson tinha esposa e filhos para manter. Como, perguntava-se ele, poderia a família sobreviver financeiramente agora?
Johnson saiu da serralharia com a sensação de que o seu pequeno mundo desabara. A caminho de casa, entretanto, orou por orientação divina. Quando entrou em casa e contou à esposa o que tinha acontecido, o seu estado de ânimo já era melhor.
- O que é que vais fazer agora? - quis saber a esposa.
- Vou hipotecar a casa e entrar no negócio de construções - anunciou ele.
A sua primeira tentativa foi a construção de duas pequenas estruturas. Cinco anos depois, a família Johnson estava multimilionária. Wallace foi o fundador da rede de hotéis Holiday Inn e ficou conhecido como o 'albergueiro da América'. Mais tarde ele declarou: "Se eu pudesse encontrar o homem que me despediu do emprego, eu teria de agradecer-lhe. Quando fiquei desempregado, não pude ver a mão de Deus naquela circunstância, mas posteriormente vim a perceber que Ele o permitira para que eu pudesse contribuir financeiramente para a manutenção da Sua obra na Terra, enquanto ao mesmo tempo me dava condições de oferecer emprego a mais de cem mil pessoas."
Quando vamos a Deus pela fé, submissos à Sua vontade, Ele pode transformar a situação mais desanimadora e sem esperança numa oportunidade maravilhosa para que demos glória ao Seu nome.

terça-feira, 12 de junho de 2012

CONSEGUE SENTIR O PUXÃO?

Atraí-os com cordas humanas, com laços de amor. Oseias 11:4

Quando eu era miúdo e vivia na Ilha da Madeira, gostava de soltar papagaios. Quando o vento soprava, o céu parecia encher-se desses coloridos 'pássaros'.
Já alguma vez soltou um papagaio num dia em que soprava uma leve brisa e soltou mais linha do que era necessário, vendo-a oscilar para trás e para a frente com perigo de se enroscar na linha-guia? Uma vez perdi um papagaio dessa maneira.
Assim como um papagaio voa melhor quando puxa contrariando o seu 'anseio' por liberdade, assim também os cristãos agem melhor quando se submetem voluntariamente às 'cordas humanas' e aos 'laços de amor' do Mestre. Deus sabe exactamente quanta liberdade conceder-nos para que sejamos guiados no caminho certo. Ele sabe exactamente quando puxar a corda e impedir-nos de ficar enredados no pecado.
Há uns 40 ou 50 anos atrás, surgiu uma filosofia adoptada por muitos pais na criação dos seus filhos. Essa filosofia ensinava que a criança seria muito mais feliz e cresceria mais 'naturalmente' se lhe fosse permitido desenvolver-se sem as restrições paternas. Segundo essa teoria, as restrições poderiam 'prejudicar' a psique da criança. Hoje, muitas autoridades em psicologia infantil declaram que esta filosofia falhou.
É verdade, obviamente, que restrições duras, incoerentes e irrazoáveis são prejudiciais. Mas estudos recentes têm demonstrado que a criança é mais feliz e desenvolve-se melhor quando as restrições paternas são razoáveis, coerentes e feitas com amor. Até mesmo o principal promotor da filosofia laissez faire (não intervencionista) de desenvolvimento infantil acabou por admitir que o seu método de criar filhos não era o melhor. Só que, nessa altura, era tarde demais para reverter os maus resultados.
Sente às vezes a restrição das cordas-guia de Deus dando um puxão no seu coração? Lembre-se: aquilo que acontece com papagaios e crianças também acontece com cristãos. As restrições de Deus não existem para nos ferirem, mas têm por objectivo o nosso bem-estar presente e eterno. A Palavra de Deus assegura-nos que "nenhum bem (Ele) sonega aos que andam rectamente". Salmo 84:11.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

PERDÃO REVOGADO

Então o seu senhor, chamando-o à sua presença, disse-lhe: Servo malvado, perdoei-te toda aquela dívida, porque me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como eu, também, tive misericórdia de ti? E indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que pagasse tudo o que devia. Assim vos fará também, meu Pai celestial se de coração não perdoardes, cada um, a seu irmão, as suas ofensas. Mateus 18:32-35

Há alguns anos, um homem do Estado de Kentucky, EUA, chamado Lucien Young, soube que um seu velho amigo, Samuel Holmes, se encontrava numa penitenciária e ainda tinha mais oito anos de pena por cumprir. Dirigindo-se à prisão, Lucien perguntou ao carcereiro se poderia conversar com o seu velho amigo. Recebeu autorização. Durante quase duas horas os dois homens conversaram e riram, recordando algumas das suas travessuras da juventude.
Posteriormente Lucien, que era bastante amigo do governador Blackburn, foi à mansão do Executivo e pediu que o governador perdoasse ao seu amigo. O governador pediu o prazo de uma semana para pensar no assunto. Quando a semana terminou, Lucien voltou ao escritório do governador.
- Aqui está o perdão - disse o governador, estendendo o documento a Lucien. - Mas antes de o entregar a Samuel, quero que converse mais algumas horas com ele. Se no fim da conversa achar que ele deve mesmo ser perdoado, eu concedo-lhe a liberdade condicional, desde que se responsabilize.
- Entendido - disse Lucien.
Lucien correu à prisão e mais uma vez obteve licença para conversar com o seu amigo. Durante o transcorrer da visita, Lucien perguntou casualmente:
- Sam, quando você sair daqui, eu gostaria que fosse meu sócio. Concorda? Posso até tentar tirá-lo daqui antes do fim da sua pena.
Sam ficou em pé e caminhou um pouco de um lado para o outro. Quando voltou a falar com Lucien, disse:
- Está bem. Mas antes terei de resolver um negócio.
- Que negócio, Sam?
- Primeiro, vou matar o juiz e depois a testemunha que me mandou para cá.
Lucien saiu da prisão e devolveu ao governador o documento do perdão. Censurá-lo-ia?
Se nós não perdoamos aos outros, será de admirar que Deus revogue o perdão que nos concede? (Ver Ezequiel 18:24 e 25.)

domingo, 10 de junho de 2012

PLUS ULTRA

Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em Mim, ainda que morra, viverá. João 11:25

Nas Ilhas dos Açores, onde morei quando adolescente, foram encontradas moedas cartaginesas de algumas centenas de anos antes de Cristo. Essas moedas apoiam a crença de que marinheiros fenícios descobriram aquelas ilhas bem antes de terem sido reivindicadas para Portugal por Gonçalo Velho Cabral em 143l.
No século XII da era cristã, geógrafos árabes mencionaram a existência de nove ilhas no Oceano Ocidental, ou Atlântico. Esse conhecimento, entretanto, perdeu-se aparentemente durante a Idade Média. Portugal, assim, localizado na costa ocidental da península mais ocidental da Europa, manteve durante centenas de anos o seu lema Nec Plus Ultra, "Nada Mais Além".
Naquele tempo, muitos criam que, se alguém navegasse para além do horizonte, acabaria por cair pela extremidade da Terra. Mas à medida que pescadores e outros se aventuravam cada vez mais longe no Atlântico, iam percebendo que os seus temores não tinham fundamento. Então, quando ousados navegadores como Bartolomeu Dias, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e outros descobriram mais terras além do horizonte, Portugal mudou o seu lema para Plus Ultra, "Mais Além".
Para muitas pessoas, não existe nada além do mar da vida, esta existência presente. O seu lema é, na essência, Nec Plus Ultra ou, como disse Robert Ingersoll, bem conhecido ateu americano: A vida é um estreito vale entre os frios e estéreis picos de duas eternidades." Crer nisso torna a vida um bocado sem sentido.
Só que não é nisso que o cristão crê. A Bíblia mostra claramente uma vida além desta vida presente, através da ressurreição do corpo (ver Romanos 8:23). A ressurreição, com efeito, é um tema permanente no Novo Testamento. Ela é a "bem-aventurada esperança" que se concretizará na "manifestação da glória do nosso ... Salvador Cristo Jesus". Tito 2:13.
Plus Ultra! "Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou no coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que O amam." 1 Coríntios 2:9.

sábado, 9 de junho de 2012

MALDIÇÃO SEM CAUSA

Como o pássaro que foge, como a andorinha no seu voo, assim a maldição sem causa não se cumpre. Provérbios 26:2

Já ouviu falar de certos lugares, pessoas ou coisas que estariam sob maldição? Em 1959, quando visitei a tumba do faraó Tutancâmon, fiquei a saber que ela tinha sido amaldiçoada. Vinte anos antes, ouvi uma transmissão de rádio através da qual Howard Carter,
o descobridor da tumba, declarava que todos os que tinham tido alguma coisa a ver com a abertura do sarcófago real tinham morrido trágica ou prematuramente, começando pelo patrocinador de Carter, o Conde Carnarvon. Por coincidência, Carter morreu no mesmo ano em que ouvi aquela transmissão.
Algumas maldições, indubitavelmente, são de origem satânica, mas a maioria parece nada mais ser do que superstições ou meras coincidências. Só que não é esse o caso da maldição do pecado. A maldição pronunciada sobre a Terra, depois de Adão e Eva terem comido do fruto da árvore proibida, foi real e teve uma causa - não de origem divina, como alguns supõem, mas originada pela deliberada desobediência do homem.
Embora o versículo para a nossa meditação seja um pouco enigmático, a ideia geral é clara: O mal não acontece sem causa. O problema é que nem sempre sabemos qual é a causa. Em muitos exemplos, podemos estabelecer claramente uma relação de causa e efeito entre o pecado e o sofrimento, noutros, isso não é possível.
Nestes últimos, temos a tendência para atribuir a "maldição" ao facto de vivermos num mundo de pecado. Isso é verdade, só que de algum modo essa resposta não nos deixa completamente satisfeitos e continuamos a perguntar: Mas porquê?
Em alguns casos, não saberemos a resposta nesta vida. Se formos fiéis, entretanto, a eternidade no-la revelará. O sofrimento de Job é um exemplo. Sabemos que ele sofreu porque foi colocado como um teste no grande conflito entre Deus e Satanás. Mas ele não soube disso naquela ocasião e talvez só descubra o motivo quando for ressuscitado pelo seu Redentor (ver Salmo 17:15).
É-nos assegurado que, no mundo futuro, todo o sofrimento causado pelo pecado será removido porque, graças a Deus, "nunca mais haverá qualquer maldição". Apocalipse 22:3. Quero estar lá para obter algumas respostas satisfatórias. E você?

sexta-feira, 8 de junho de 2012

SEMEAR JUNTO A TODAS AS ÁGUAS

Bem aventurados vós os que semeais junto a todas as águas. Isaías 32:20

No dia 7 de Maio de 1946, Roger Simms, que acabara de dar baixa do exército americano, estava a pedir boleia para voltar para casa quando um comerciante que conduzia um Cadillac novo parou na berma.
- Vai para Chicago? - perguntou o motorista.
- Até lá, não - respondeu Simms, enquanto entrava no carro. - O senhor mora em Chicago?
Sim, o meu nome é Hanover e sou comerciante em Chicago.
Enquanto viajavam, Roger, um cristão, sentiu o desejo de fazer um contacto evangelístico com o seu benfeitor, mas deixou para mais tarde. Finalmente, a 30 minutos do seu destino, não conseguiu mais resistir ao impulso e disse:
- Sr. Hanover, eu gostaria de lhe dizer algo muito importante. - E apresentou ao seu novo amigo, de modo discreto e atraente, a necessidade de uma entrega a Cristo.
Concluiu com um apelo para que o Sr. Hanover recebesse Cristo como seu Salvador e Senhor.
O Sr. Hanover, que falou pouco durante o testemunho de Roger, conduziu o carro até à berma e parou. E ali, naquele momento, entregou a vida a Cristo.
- Isto foi a coisa mais maravilhosa que me podia ter acontecido - disse ele, com lágrimas nos olhos.
Poucos quilómetros adiante, o Sr. Hanover deixou Roger no seu destino.
Passaram cinco anos. Certo dia, Roger decidiu visitar o homem que lhe tinha dado boleia. Dirigindo-se à Empresa Hanover, disse que queria ver o proprietário. Em lugar dele, apareceu a Sra. Hanover. Quando Roger lhe pediu notícias do marido, soube que o Sr. Hanover tinha morrido num acidente de automóvel a poucos quilómetros de casa, no mesmo dia em que Roger o tinha conduzido a Cristo.
Durante anos a Sra. Hanover tinha orado pela conversão do marido. Que conforto foi, para ela, saber que ele tinha aceitado Cristo antes de morrer!
Um cristão deve estar sempre pronto a testemunhar de Jesus. "Prega a palavra", diz Paulo, "Insta, quer seja oportuno, quer não." 2 Timóteo 4:2.
Hoje, quando sair para o trabalho e encontrar pessoas, permita que o Espírito Santo lhe mostre maneiras de dar testemunho cativante em favor de Cristo.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

NÃO TER VERGONHA

Pois, tanto o que santifica como os que são santificados, todos vêm de um só. Por isso é que ele não se envergonha de lhes chamar irmãos. Hebreus 2:11

Há algum tempo, um estudante de um país do Terceiro Mundo foi para os Estados Unidos e em pouco tempo adoptou o estilo de vida americano. Depois de concluir o seu curso, voltou ao país de origem. A postos, para o receber, estavam os seus pais camponeses. Também presente estava um grupo de dignitários e oficiais do governo. Sentindo vergonha dos seus pais analfabetos, humildes e pobremente vestidos, o estudante fez de conta que não os viu e passou por eles. Pode imaginar como eles se sentiram.
O constrangimento por ser reconhecido como membro de um grupo social ou religioso que normalmente é desprezado ou considerado 'inferior' não é peculiaridade de pessoas de países do Terceiro Mundo. Essas pessoas encontram-se em quase toda a parte.
Há vários anos, trabalhei para uma instituição cristã juntamente com um homem que se envergonhava de ser reconhecido como cristão. Um dia, ele precisou de submeter-se a uma pequena cirurgia e foi internado num hospital próximo. O hospital era administrado por uma organização religiosa diferente da dele. Enquanto esse homem se recuperava, um pastor amigo meu foi visitá-lo.
No fim da visita, o pastor começou a inclinar a cabeça para fazer uma oração pelo rápido restabelecimento do nosso amigo. Mas antes que pudesse pronunciar uma palavra, o doente agitou os braços freneticamente e interrompeu-o. "Psiu! Não quero que o pessoal daqui saiba que eu sou ......." (e disse o nome da denominação).
Mais tarde soube-se por que razão aquele homem tinha vergonha de ser reconhecido como membro daquela igreja. A sua conduta incorrecta para com as enfermeiras traíra-lhe a vivência religiosa e as normas da igreja!
Quão gratos podemos ser por Jesus não Se envergonhar de nos chamar "irmãos", nós que somos pobres, fracos e pecadores reincidentes. Mas existe uma condição, e a condição é que não O neguemos diante dos outros (ver Mateus 10:33).
A verdade é esta: um cristão que anda como Jesus andou não tem nada de que se envergonhar.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

PODEMOS SER GUARDADOS DE TROPEÇOS

Ora, Aquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar com exultação, imaculados diante da Sua glória, ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania, antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Judas 24 e 25

Aninhado num penhasco de cem metros de altura, em Portugal, encontra-se um velho mosteiro. Em 1946, os meus pais visitaram aquela impressionante estrutura enquanto esperavam vistos de entrada para Moçambique que era, nessa altura, uma colónia portuguesa. Para chegar ao topo, os meus pais tiveram de ser amarrados a uma grande cesta de vime. Vários monges os içaram por uma roldana e uma corda presa à cesta.
Conta-se que uma vez um turista, tendo-se acomodado confortavelmente na tal cesta para o precário passeio, perguntou a um dos monges com que frequência a corda era substituída. "Sempre que ela se rompe", respondeu o monge.
Se a nossa vida depende de algo ou de alguém, queremos ter a certeza de que essa pessoa ou coisa não nos vai deixar 'cair' num momento crítico. Assim é a nossa natureza. Aqueles que estudam os instintos humanos, dizem que o medo de cair é um dos poucos reflexos automáticos com os quais um bebé já nasce. Embora eu nunca tenha feito a experiência, dizem que, se uma pessoa segura um recém-nascido e faz um movimento súbito como se fosse deixá-lo cair, ele instintivamente estenderá os bracinhos como se fosse amortecer a queda.
O medo de 'cair' é uma experiência frequente daqueles que passaram pelo novo nascimento - ou pelo menos deveria ser (ver 1 Coríntios 10:12). Quando nascemos de novo, estamos diante de Deus como se nunca tivéssemos pecado. Mas, sendo a natureza humana como é, existe sempre a possibilidade de queda. Um cristão teme isso, não porque não possa confiar n'Aquele que o sustém, pois nada nos pode tirar da Sua mão (João 10:28) - a não ser nós mesmos - mas porque ainda precisamos de combater a tendência de cair em pecado, mesmo após a conversão.
Nada que seja de origem humana poderá manter-nos em pé para sempre. Mas no âmbito espiritual há Um que pode, se Lho permitirmos. A promessa é segura: "O Deus eterno é a tua habitação, e por baixo de ti estende os braços eternos." Deuteronómio 33:27.

terça-feira, 5 de junho de 2012

LARGAR O PESO TODO

Lançando sobre Ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós. I Pedro 5:7

A anedota seguinte pode ter sido inventada, mas ilustra um facto. De acordo com a história, quando um montanhês completou o seu septuagésimo quinto aniversário, um piloto de avião ofereceu-se para o levar a dar um passeio aéreo e sobrevoar as terras onde ele tinha vivido. Apreensivo a princípio, o idoso senhor finalmente aceitou o convite. Quando regressou a terra firme, um dos seus amigos perguntou:
- Então, o senhor não teve medo, tio Dudley?
- Não, não cheguei a ter medo. Sabes, eu não apoiei todo o meu peso no banco do avião!
Nós sorrimos, mas não é isso que acontece muitas vezes? Não confiamos completamente em Deus e podemos ser comparados ao homem que se arrastava ao longo de uma estradinha carregando um pesado fardo às costas. Um agricultor passou por ele numa carroça e ofereceu-lhe boleia. O homem aceitou. Depois de algum tempo, o agricultor observou que o homem continuava a carregar o fardo. Quando o agricultor insistiu para que ele o colocasse no chão da carroça o homem respondeu: "Não creio que o pobre cavalo aguente sozinho."
Quando se trata da salvação, é isso justamente que está correcto. "Do Senhor é a salvação." Salmo 3:8. Ela não nos pertence. Só temos que aceitá-la; não podemos fazer nada para merecê-la. Isso inclui tentar carregar o nosso próprio peso ou tentar 'ajudar' Deus a levar os nossos fardos.
Agora, para o 'homem natural', pode parecer razoável que uma pessoa tenha de fazer algo para conquistar ou merecer a salvação, mas esse não é o caminho de Deus. Precisamos de confiar n'Ele completamente. Temos de colocar sobre Ele os nossos fardos. Então Deus efectuará em nós "tanto o querer como o realizar, segundo a Sua boa vontade" (Filipenses 2:13) - e essas não são as nossas obras; são as d'Ele.
Será que hoje, ao examinar a sua vida, vai descobrir que nunca lançou todas as suas ansiedades sobre o Senhor ou que, tendo feito isso alguma vez no passado voltou a tomar o fardo sobre si próprio novamente? O bom convite de Deus é "Vinde a Mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei." Mateus 11:28. Largue o seu peso todo. Pode confiar que Deus o manterá (Salmo 55:22), pois Ele cuida de si.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

RECOMPENSA POR FAZER O BEM

Porque Deus não é injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o Seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos. Hebreus 6:10

Num dia quente de Verão, há pouco mais de cem anos, um jovem estudante de Medicina ia de casa em casa numa comunidade rural do Estado de Maryland, Estados Unidos, vendendo livros para ter dinheiro para poder pagar os seus estudos. No fim da tarde, bateu à porta de uma casa de campo onde a única pessoa que encontrou foi uma rapariguinha adolescente. Depois de ele fazer a sua apresentação, a menina disse:
- Lamento muito, mas nós somos pobres e não temos condições para comprar livros.
O rapaz então perguntou:
- Poderia, por favor, dar-me um copo d'água?
- É claro. Mas nós temos leite fresquinho. Não quer antes um copo de leite em vez de água?
- Eu ficaria muito agradecido - respondeu o jovem.
Os anos passaram. O estudante de Medicina tornou-se um hábil médico.
Certo dia, percebeu que uma das pacientes vinha acompanhada por aquela jovem que tinha sido bondosa para com ele. A jovem, entretanto, não o reconheceu. As coisas começaram a acontecer. A senhora foi transferida para um quarto particular e passou a receber a melhor atenção que a ciência médica podia oferecer.
Depois de alguns dias, uma enfermeira disse-lhe:
- Amanhã pode voltar para casa.
- Fico feliz - respondeu a doente - mas a conta do hospital preocupa-me.
- Eu vou buscá-la e então veremos em quanto ficou.
Quando viu a conta, olhou logo para a última linha. Ficou chocada com a quantia elevada. Mas viu algumas palavras escritas atravessadas sobre o extracto da sua conta: "Totalmente pago por um copo de leite. - Dr. Howard A. Kelly."
A bondade compensa, mas nem sempre nesta vida.
Um cristão revela bondade aos outros, não porque esteja à espera de uma recompensa, nesta vida ou na vida futura, mas porque o amor de Cristo lhe controla as acções (ver 2 Coríntios 5:14). Um cristão permite que Cristo actue por seu intermédio e realize a "Sua boa vontade" (Filipenses 2:13) Os seus actos de bondade são simplesmente manifestações do amor de Cristo que lhe enche o coração.

domingo, 3 de junho de 2012

PECADO ATREVIDO

Mas a pessoa que fizer alguma coisa atrevidamente, ...injuria ao Senhor. Números 15:30

Há algum tempo atrás, um velho amigo entrou no meu escritório. Durante a nossa conversa, ele contou que tinha recentemente feito algo contrário às praxes da sua organização empregadora. Eu devo ter demonstrado surpresa, porque ele reagiu dizendo: "Era mais fácil pedir desculpa do que pedir licença."
As praxes são regras feitas por homens. Não há nada de sacrossanto nelas, a menos, é óbvio, que envolvam questões éticas e morais. Digamos que estas últimas não estão envolvidas. Nesse caso, pode haver uma justificativa para agir de modo contrário às praxes humanas e subsequentemente pedir 'desculpa'. Mas agora façamos outra pergunta: será possível haver 'cristãos' que deliberadamente ajam contra a vontade revelada de Deus - com a intenção de lhe pedir perdão mais tarde? Creio que quase todos concordariam que isso é perfeitamente possível.
Todos nós conhecemos pessoas que parecem agir conscientemente contra as leis claras, divinas e humanas, que envolvem moralidade. É difícil julgar os motivos mas, pelas aparências, essas pessoas frequentemente tomam um rumo que viola de modo claro a lei moral, sem ligar às consequências - até serem apanhadas. Então, em penitência, elas suplicam perdão; e quem vai dizer que não estão arrependidas e que não merecem perdão? Mas o que dizer se a tal pessoa volta e repete a mesma ofensa na primeira oportunidade? Se alguém duvida que haja pessoas a agir dessa forma, provavelmente ainda não ouviu falar de recidiva. É altamente duvidoso que se possa chamar cristão a alguém que age dessa maneira para com Deus.
É perigoso pecar atrevidamente, só porque Deus é um Deus perdoador (ver Salmo 130:4; Êxodo 34:6 e 7). Isso pode levar ao pecado imperdoável (ver 12:31 e 32). Não porque esse pecado faça alguma coisa com Deus, pois Ele nunca muda, mas porque ele faz alguma coisa connosco. É por isso que precisamos de evitar o pecado premeditado. Devemos fazer a oração de David: "Também da soberba guarda o Teu servo, que ela não me domine; então ... ficarei livre de grande transgressão." Salmo 19:13.

sábado, 2 de junho de 2012

COMO LIDAR COM A INJUSTIÇA

Não te indignes por causa dos malfeitores, ... pois eles dentro em breve definharão como a relva, e murcharão como a erva verde. Confia no Senhor, e faz o bem. Salmo 37:1-3

Há alguns anos, na África, um grupo de habitantes de certa região atravessava uma estrada quando um deles foi atropelado por um carro e morreu. O motorista fugiu disparado. Os sobreviventes correram perseguindo-o mas não conseguiram alcançá-lo.
Voltando à cena do acidente, o grupo enlutado expressou o seu pesar, a sua raiva e frustração com altos berros e gesticulações selvagens. Em vez de continuar a viagem, iniciaram uma vigília junto ao corpo do companheiro morto.
Mais tarde, naquele dia, o motorista culpado regressou pelo mesmo caminho. Reconhecendo-lhe o carro, o grupo atirou pedras contra o veículo, e com boa pontaria. Desta vez o criminoso teve de parar. O pára-brisa ficou tão estilhaçado, que impossibilitava a visão da estrada. Felizmente o motorista conseguiu trancar as portas; caso contrário, teria sido despedaçado.
Quem eram os vingadores? Um bando de macacos babuínos!
Embora alguns possam argumentar que a vida de um babuíno não pode ser comparada com a vida de um ser humano, quem pode negar que - sob a óptica de um babuíno, pelo menos - o motorista em fuga não tenha recebido o castigo que bem merecia?
Nos relacionamentos humanos, costuma acontecer que o malfeitor não recebe a sua devida paga. Pode até sair impune. O ladrão que nunca é apanhado; o homem que mata mas não é descoberto; o adúltero que 'curte' a sua ligação ilícita e oculta - todos podem achar que saíram impunes, e talvez seja esse caso, mas apenas por enquanto.
O problema é que esses indivíduos se esquecem de que o dia do ajuste de contas chegará, quando o "Senhor, justo juiz" (2 Timóteo 4:8), "há-de trazer a juízo todas as obras até as que estão escondidas". Eclesiastes 12:14.
Já foi prejudicado por alguém que ainda não recebeu o devido troco? O nosso texto de hoje traz um bom conselho: "Não te indignes por causa dos malfeitores." Depois de ter tomado a devida atitude com espírito cristão, deixe a injustiça nas mãos de Deus.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

METAMORFOSE

E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2

A expressão traduzida por "transformai-vos", no nosso texto, vem da palavra grega metamorphoo, "mudar, transfigurar, alterar na aparência". A nossa palavra "metamorfose" é derivada dessa raiz grega. Uma das definições de metamorfose é "mudança acentuada que tem a ver com desenvolvimento, na forma ou de um animal (como uma borboleta ou rã), e que ocorre após o nascimento".
A minha mulher e eu gostamos de jardinagem, mas se não tivermos cuidado, certas criaturas que passam por metamorfoses arruínam aquilo que plantamos. A natureza delas é assim. Chamam-se lagartas. A maioria das pessoas despreza essas criaturas destruidoras e rastejantes. Mas quando uma lagarta passa pela metamorfose, a sua natureza altera-se e ela emerge da crisálida como uma linda borboleta.
Nos primeiros séculos da era cristã, a borboleta era usada como símbolo da ressurreição. A ideia era a seguinte: assim como a natureza da lagarta se transforma pelo processo da metamorfose, assim também aqueles que morrem em Cristo serão transformados de mortais para imortais pela ressurreição na Segunda Vinda (ver 1 Coríntios 15:51-53).
Há um clube exclusivo na América, chamado Clube Lagarta. Admite só pessoas que tenham sobrevivido à queda de um avião, sem pára-quedas, e que tenham vivido para contar a história. Os seus membros crêem que receberam uma segunda oportunidade para viver, e não surpreende que a lagarta seja o símbolo da sua 'nova vida'.
A Bíblia ensina que o povo de Deus passará por uma metamorfose por ocasião da Segunda Vinda. Se quisermos experimentar essa mudança precisamos primeiro de experimentar a metamorfose da conversão - transformação que ocorre quando o Espírito Santo entra na nossa vida enos torna novas criaturas em Cristo. Em ambos os casos, é o poder de Deus que entra em acção. Alguns chamam a essa energia transformadora " o poder da ressurreição" (ver Filipenses 3:10).
Todos precisamos desse poder hoje!