quarta-feira, 2 de maio de 2012

EVITAR A APARÊNCIA DO MAL

Abstende-vos de toda a forma de mal. 1 Tessalonicenses 5:22

Embora o famoso evangelista britânico Charles Haddon Spurgeon nunca tenha jogado jogos de azar, certa vez passou pelo Mónaco, um principado famoso pelos seus casinos e belos jardins, que ele considerou, aliás, "os mais lindos do mundo".
Certo dia, um amigo do evangelista contou-lhe acerca de uma conversa que tinha mantido recentemente na Riviera Francesa com o gerente de uma das casas de jogo de Monte Carlo.
- Porque não visita os nossos jardins? - inquiriu o Sr. Blanc.
- Bem - respondeu o amigo de Spurgeon - eu não jogo. E como a minha presença nos seus jardins não daria lucro ao seu empreendimento, não creio que ache oportuno querer visitá-los.
- Mas o senhor está enganado - retrucou o gerente. - Mesmo que não jogue, a sua presença seria indirectamente lucrativa para mim. Veja, as pessoas que o conhecem sentir-se-iam à vontade no meu casino; e, para muitas, dali para a mesa de jogos seria só um passo.
Depois de ouvir isto, Charles Spurgeon resolveu nunca mais se aproximar dos jardins de Monte Carlo.
Algumas pessoas acham que estão a exercer a sua 'liberdade cristã' quando frequentam locais ou se envolvem em actos considerados 'fronteiriços' ou duvidosos, não tendo em consideração a má influência que podem exercer sobre outros. Essas pessoas podem alegar que não são responsáveis pelo que os outros fazem, pois "cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus" (Romanos 14:12) e isso, naturalmente, é verdade. Mas a questão não termina aqui. Nós somos responsáveis pela nossa influência.
O apóstolo Paulo reconheceu esse princípio quando escreveu aos coríntios: "Sabemos que o ídolo de si mesmo nada é no mundo, e que não há senão um só Deus." 1 Coríntios 8:4. Contudo, mesmo que não haja nada intrinsecamente errado em determinada prática, Paulo decidiu que - se o seu envolvimento nessa actividade servisse de escândalo ao seu irmão - ele a abandonaria para sempre (verso 13).
Com frequência, quando se trata de normas cristãs, a questão não é: "Será que isto é intrinsecamente errado?", mas sim: "Que rumo estou a seguir, e que influência estou a exercer sobre outros?"