quinta-feira, 15 de março de 2012

TEMOS UM REI

Pois ao Senhor pertence o nosso escudo, e ao Santo de Israel, o nosso rei. Salmo 89:18

Nos primeiros dias de Agosto de 1557, um exército de espanhóis comandado por Emmanuel Philibert de Savónia invadiu a França. Sitiaram a cidadezinha de São Quentin, onde o almirante Gaspard de Chantillon Coligny se tinha refugiado com o seu exército. Após algumas semanas de resistência, as defesas do exército francês estavam esgotadas, a febre e a fome tinham dizimado inúmeros defensores e a traição pairava no ar.
Um dia, os espanhóis mandaram uma seta para dentro da cidade, com uma mensagem presa. Prometia que, se Coligny se rendesse com o exército e a cidade, e se submetesse a Filipe II da Espanha, a vida e as propriedades dos defensores seriam poupadas.
Coligny leu a mensagem e, sem um momento de hesitação, rejeitou as condições. Pegou num pedaço de pergaminho, escreveu a resposta, amarrou-a a uma lança e arremessou-a para dentro das linhas inimigas. A resposta consistia em duas palavras latinas: "Regem habemus" (Temos um rei.) Ele referia-se, naturalmente, ao rei Henrique II da França. A lealdade requer coragem!
Algumas semanas depois de eu ter sido liberto do campo de concentração japonês, decidi ver a frente de combate. Algumas batalhas ferozes ainda se travavam em Manila, ao sul do rio Pasig, de modo que eu tinha de estar atento ao descer a Avenida Rizal. Fui interceptado por alguns soldados a um quarteirão da Ponte Jones. Do outro lado do rio, eu via o topo do prédio dos Correios, que estava a ser bombardeado com morteiros e varrido a tiros de metralhadora.
De repente, vi um soldado japonês com uma grande calma subir a um andaime no topo do prédio e prender a bandeira japonesa num poste de metal - desafiando o inimigo e enfrentando a morte quase certa! Isto para mim, era lealdade. (A propósito, ele conseguiu descer ileso, mas duvido que tenha sobrevivido à batalha.)
Nós tambem temos um Rei. Somos nós tão leais e fiéis ao nosso Rei, como somos aos governantes terrestres? A Bíblia ordena que os cristãos sejam leais às "autoridades que existem" (Romanos 13:1). Devemos ser os melhores cidadãos, mas a nossa lealdade suprema deve estar voltada para o Rei dos reis e Senhor dos senhores.