terça-feira, 6 de março de 2012

SAMARITANOS SEM NOME

Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o compadeceu-se dele (do homem ferido). E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos. Lucas 10:33 e 34

Num Inverno, durante a última parte do século dezoito, Jean Frédéric Oberlin, pastor na Alsácia, França, viajava a pé pelas montanhas nas proximidades de Estrasburgo, quando se perdeu. Teria morrido com certeza, caído no meio de um temporal de neve, se não tivesse sido apanhado por um carroceiro que casualmente por ali passava. Depois de recuperar os sentidos, Oberlin ofereceu uma recompensa ao seu benfeitor. O homem, polidamente, recusou-se a aceitar qualquer coisa.
- Bem - disse Oberlin - diga-me pelo menos o seu nome.
- Está certo - respondeu o estranho com um sorriso. - Diga-me o nome do Bom Samaritano.
- O seu nome não ficou registado - respondeu Oberlin.
- Então permita-me ocultar o meu - insistiu o estranho.
A pecaminosa natureza humana nem sempre é tão modesta. Ela anseia por reconhecimento, mesmo que rejeite uma recompensa. Jesus falou acerca dessa fraqueza em algumas ocasiões.
Era costume entre os judeus levantar impostos entre os membros da comunidade para suprir as necessidades dos pobres. Esses recursos eram aumentados por ofertas voluntárias. Além disso, de tempos em tempos eram feitos apelos para contribuições, em reuniões ao ar livre nas ruas. Especialmente, neste último caso, as pessoas eram tentadas a contribuir com grandes somas para receberem a adulação e o louvor dos circunstantes. Jesus comentou que essa forma de dar violava o genuíno espírito da caridade.
Esse é um dos extremos, mas existe o perigo de se passar para o extremo oposto, que consiste em fazer alarde quanto ao facto de não ter sido reconhecido, o que na verdade é o mesmo que chamar a atenção para aquilo que se fez!
Não sabemos quais foram as razões por que o carroceiro não quis revelar o seu nome. No nosso ponto de vista, pareceria um acto cortês. Não devemos, entretanto, julgar os seus motivos, pois não conhecemos todas as circunstâncias. Uma coisa é certa: o motivo do cristão para fazer o bem é para glorificar a Deus, e não a si mesmo.