sexta-feira, 16 de março de 2012

GANHAR ATRAVÉS DO PERDER

Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente. Eu, porém, vos digo: Não resistais ao perverso; mas a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra; e ao que quer demandar contigo e tirar-te a túnica, deixa-lhe também a capa. Mateus 5:38-40

No começo do século vinte, algumas das grandes potências da Europa tentaram dividir a China em zonas de influência. Os chineses ressentiram-se muito por causa desses esforços. Finalmente, desencadearam um movimento popular destinado a expulsar os 'diabos estrangeiros'. Esse movimento, chamado Punhos da Justa Harmonia, ou mais commumente a Rebelião dos Boxers, começou na província de Shandong e espalhou-se pelo nordeste do país. De Janeiro a Agosto de 1900, os bairros residenciais da Missão foram cercados e frequentemente saqueados. Dezenas de missionários e milhares de cristãos chineses perderam a vida nas mãos de multidões enfurecidas. Para acabar com o derramamento de sangue, as grandes potências intervieram militarmente. A rebelião foi dominada, restaurada a paz, e exigidas reparações do amargurado governo chinês.
Durante a época dos tumultos, um hospital pertencente à Missão Chinesa e administrado pelo Dr. Frank A. Keller, um senhor jovem, achou que a missão deveria ser indemnizada pelos danos. Mas antes de agir, decidiu pedir o conselho de Hudson Taylor, o idoso fundador da Missão. Chegou à casa de Taylor quando o velho missionário estava a orar - por ele! Enquanto esperava para conversar com Taylor, Keller teve a impressão de que o melhor rumo a seguir seria desistir de todos os pedidos de indemnização.
Quando Keller regressou ao posto missionário, informou o mandarim local acerca da sua decisão. A sua atitude cristã impressionou de tal maneira aquele oficial do governo, que ele e Keller se tornaram grandes amigos. A seguir, esse mandarim foi um instrumento para a abertura da província de Hunan às missões cristãs.
Em vez de exigirmos os nossos direitos quando sofremos prejuízos ou perdas, seria melhor seguirmos 'as coisas da paz' (Romanos 14:19). Essa atitude tem sempre vantagens eternas e às vezes vantagens temporais também.