quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

CONFORTADORA REALIDADE

Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus. Hebreus 11:10

O laureado chileno, Paulo Neruda, no seu conhecido discurso pronunciado em Estocolmo, Suécia, em 1971, quando recebeu o cobiçado Prémio Nobel da Literatura, assim se expressou: "Só com uma ardente paciência conquistaremos a esplêndida cidade que dará luz, justiça e dignidade a todos os homens."
Mas, esta não é certamente a cidade anunciada pelos profetas antigos, da qual Deus é o arquitecto e fundador. No seu eloquente discurso, o poeta referia-se ao 'paraíso' sonhado pelos que se inspiram nos ideais marxistas. (Em virtude das suas convicções materialistas, Neruda jamais aceitou a ideia de uma nova ordem social, segundo o modelo bíblico).
Nessa cidade socialista, como de resto em todas as outras que se fundam sobre sistemas humanos, prevalecerão a corrupção, o ódio, a injustiça, e os demais males que caracterizam a natureza humana.
Mas, na nova cidade que Deus está a preparar, a incerteza e a angústia não mais existirão. "E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar nela será absolvido da sua iniquidade." "Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará." Isaías 33:24; 35:5, 6.
Quão frisante é o contraste entre a vida presente com as suas tragédias, pesares e debilidades, e esta nova ordem social prometida nas Escrituras!
Com entusiasmo o homem edifica uma mansão na qual sonha viver muitos anos. A vida afigura-se-lhe risonha. Eis, porém, que um dia um diagnóstico médico o faz estremecer. A presença perversa de um cancro anuncia a morte indesejada. E a tragédia abate-se implacável, destruindo os planos de uma vida. "Destino cruel", comentam os amigos, enquanto um estranho se muda para aquela mansão, desfrutando os frutos do trabalho de alguém que morreu prematuramente.
Quão diferentes serão as condições no Paraíso restaurado por Deus! Nele os remidos "edificarão casas, e as habitarão; plantarão vinhas, e comerão o seu fruto." (Isaías 65:22). Isto ultrapassa os limites da compreensão humana; mas constitui uma confortadora realidade.
"Não temos aqui cidade permanente, mas buscamos a futura." (Hebreus 13:14). "A nossa cidade está nos céus." (Filipenses 3:20). Não seremos mais "estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus." Efésios 2:19.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O NOME QUE SALVA

E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. Actos 4:12

Em 1727, recém-saído do seminário de Oxford, João Wesley, um dos fundadores do metodismo, ficou perplexo com os problemas sociais da Inglaterra: escravidão, exploração dos pobres, alcoolismo e prostituição. Tornou-se ministro da igreja estabelecida e em 1735 partiu como missionário entre os índios americanos na costa da Geórgia.
Na viagem para a América, o navio foi quase engolido por uma terrível tempestade. Muitos passageiros, inclusive Wesley, não se envergonharam de demonstrar o medo de perder a vida. Wesley observou, no entanto, a calma de um grupo de missionários da Morávia. Mais tarde ele perguntou a um dos componentes do grupo a razão por que ele não ficara com medo.
- Porque deveria eu ter medo? - perguntou o morávio. - Eu conheço Jesus! - Depois perguntou a Wesley: - Você conhece Jesus?
Wesley sabia, no seu coração, que a resposta teria de ser negativa, e não respondeu. Os seus esforços na Geórgia foram um melancólico fracasso, e em 1738 ele embarcou num navio, regressando à sua pátria.
De volta à Inglaterra, encontrou Peter Boehler, um missionário morávio nas Carolinas, o qual convidou Wesley para um culto de oração. Naquela noite, 24 de Maio de 1738, Wesley converteu-se. Mais tarde, referindo-se a essa experiência, escreveu: "Faltavam quinze minutos para as nove ... quando senti o meu coração estranhamente aquecido. Senti que (agora) conhecia Jesus, Jesus somente, como o meu Salvador."
Até àquele momento, como ele mesmo contou, Wesley confiava no seu próprio carácter recto para a salvação. Mas agora, convertido e entusiasmado para a obra de Deus, lançou o poderoso movimento metodista.
Há poder no nome de Cristo. Não que algum nome em si tenha poder, mas a fé na personalidade e no poder do possuidor desse nome efectua a mudança. Quando, pela fé, abrimos o nosso coração numa entrega total a Cristo, ocorre uma mudança para melhor. Pode ser dramática, como a transformação que Paulo experimentou na estrada para Damasco, ou pode ser uma experiência gradual, como a de Timóteo. Mas uma transformação vai ocorrer - se a nossa entrega a Jesus for total e sem reservas.

Pode escutar o lindo cântico O Nome Cristo em Links - 5M

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

DEDICAÇÃO TOTAL

Mas meus irmãos, que subiram comigo, desesperaram o povo; eu, porém, perseverei em seguir o Senhor meu Deus. Josué 14:8

William Booth (1829-1912) fundou o Exército da Salvação em 1878, e é lembrado pelos seus bem sucedidos esforços em favor do reerguimento dos desfavorecidos, especialmente os alcoólatras. Aprendiz de penhorista, bem jovem ainda, Booth testemunhou em primeira mão a miséria causada pelo álcool e dedicou o resto da sua vida na luta contra a pobreza e degradação associadas à intemperança.
Num período de dez anos após o estabelecimento dessa organização, muitos em Inglaterra combatiam Booth e os seus seguidores. Os salvacionistas eram atirados ao chão, pisados ou brutalmente assaltados. Muitos foram levados para as prisões por terem pregado o evangelho. Mas Booth e os seus adeptos perseveraram. Com o tempo, o mundo passou a reconhecer os seus esforços voltados para uma sociedade melhor. Antes da sua morte, recebeu o título de Cidadão de Londres; a Universidade Oxford outorgou-lhe um doutoramento honorário e ele foi convidado para a coroação de Eduardo VII. Nenhuma dessas homenagens, entretanto, o desviou da sua dedicação a Deus.
Quando o Dr. Wilbur J. Chapman lhe perguntou qual era o segredo do sucesso, Booth respondeu: "Deus recebeu tudo o que havia em mim. Há homens com uma inteligência maior que a minha; homens com mais oportunidades do que eu; mas a partir do dia em que coloquei os pobres de Londres no meu coração, e tive uma visão daquilo que Jesus Cristo poderia fazer por essas pessoas, decidi que Deus teria tudo o que havia em William Booth."
Mais tarde, o Dr. Chapman comentou acerca desta dedicação: "A grandeza do poder de um homem é a medida da sua entrega."
Outra pessoa cristã coloca essa verdade nestes termos: "Não há limites à utilidade daquele que, pondo de parte o próprio eu, abre margem para a operação do Espírito Santo no seu coração, e vive uma vida inteiramente consagrada a Deus." - Serviço Cristão, pág. 254.
É essa espécie de dedicação que Deus espera de si e de mim.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

O QUE CONTA É O CARÁCTER

O Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior; porém o Senhor, o coração. I Samuel 16:7

Poucas pessoas se sentem completamente satisfeitas com a sua aparência física. Se fosse possível escolher, a maioria optaria por uma aparência diferente. Mas alguns vão longe demais, a ponto de permitir que a sua aparência, boa ou má, lhes estrague a vida. Em ambos os casos, o eu é o ponto central.
Charles William Eliot nasceu em 1834, com o rosto gravemente desfigurado. Naquele tempo, as pessoas não sabiam como ajudar nesse tipo de situação. Certo dia, quando ele tinha idade suficiente para entender, a sua mãe chamou-o e disse-lhe:
- Meu filho, não existe maneira de te livrares desse problema, mas com a ajuda de Deus podes cultivar um intelecto e uma alma tão nobres, que as pessoas se esqueçam de como é a tua face.
Que mãe tão sábia!
Charles guardou essas palavras no coração. Em vez de ruminar o seu infortúnio e desejar uma aparência mais bela, ele cultivou dons intelectuais e espirituais. Tornou-se educador e líder em questões públicas. Aos 35 anos de idade, foi eleito reitor da Universidade Harvard, um cargo que manteve durante 40 anos. Por ocasião da sua reforma, tinha deixado à Harvard um renome mundial.
Considera-se que ele exerceu sobre os seus compatriotas uma influência muito mais ampla do que a de um dignitário académico comum. Durante os seus últimos anos de vida, era consultado não apenas em questões educacionais, mas também em assuntos políticos, industriais, sociais e espirituais.
Não há nada intrinsecamente errado em desejar melhorar a nossa aparência física. Hoje em dia, muitas dessas deformidades podem ser corrigidas por cirurgia plástica. Entretanto, se a nossa aparência não é das piores e ainda queremos um melhoramento exterior e cosmético, talvez seja caso para nos perguntarmos:
"Qual é a minha motivação? É a vaidade?"
Por outro lado, se temos uma bela aparência, isso não é motivo para nos sentirmos convencidos. Acidentes podem destruir a aparência mais bela num momento. Assim, a pergunta importante é: "Está 'o homem interior do (meu) coração' (I Pedro 3:4) a atrair a atenção dos outros para Cristo?"

sábado, 25 de fevereiro de 2012

QUÃO TOLOS SÃO OS MORTAIS!

Do céu olha o Senhor para os filhos dos homens, para ver se há quem entenda, se há quem busque a Deus. Todos se extraviaram e juntamente se corromperam. Salmo 14:2 e 3

Durante os anos em que os meus pais foram missionários no arquipélago dos Açores, o Sr. George Hayes era o cônsul britânico naquelas ilhas. Ocasionalmente, ele ou a sua esposa convidavam-me a mim e ao meu irmão para irmos a casa deles, ler ou brincar com a sua filha Yvonne, que tinha mais ou menos a nossa idade. Às vezes passávamos horas a ler revistas. Uma revista, chamada Punch, interessava-me sempre muito. Trazia no cabeçalho a gravura de um personagem com um longo nariz adunco e um sorriso forçado. Sob a gravura apareciam estas palavras: "Quão tolos são estes mortais!"
De acordo com o versículo desta manhã, isso é verdade no que diz respeito a todos nós. Às vezes, as pessoas aparentemente mais inteligentes fazem coisas bem disparatadas. Salomão é um exemplo típico disso. Dotado de inteligência superior, esse poderoso monarca chegou ao ponto de esquecer que os seus elevados talentos eram dons de Deus. Durante algum tempo, ele perdeu de vista o Doador dos seus dons.
Foi nessa mesma armadilha que Lúcifer caiu (ver Ezequiel 28:12, 15 e 17) - e na qual muitos de nós também somos propensos a cair (ver I Timóteo 3:6). Muitas pessoas a quem Deus concedeu capacidades excepcionais agem como se elas tivessem conquistado, ou de algum modo merecido, esses dons. Com frequência, essa atitude é revelada pelo modo altivo como tratam os menos afortunados ou dotados. Quão tolos somos nós, mortais, quando actuamos dessa forma!
Se Deus nos concedeu capacidades especiais, isso de modo nenhum justifica uma atitude orgulhosa da nossa parte ou o desprezo para com os menos dotados. Em vez disso, deveríamos reconhecer que essas bençãos constituem dádivas a serem empregues para trazer honra e glória ao Doador, e beneficiar os nossos semelhantes.
Deus concede, em vários graus, dons e talentos a cada pessoa - e isso inclui-o a si e a mim (ver I Coríntios 12:4). Demonstremos, pelas nossas acções, que reconhecemos a verdadeira Fonte dos nossos dons, usando-os para a glória de Deus e o bem dos outros.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

GRITE BEM ALTO

Clama a plenos pulmões, não te detenhas, ergue a tua voz como a trombeta, e anuncia ao Meu povo a sua transgressão, e à casa de Jacob os seus pecados. Isaías 58:1

Rowland Hill, evangelista conhecido pela sua veemência e voz poderosa, estava a pregar, certa noite, em Wotton-under-Edge, Inglaterra, quando alguns rapazes marginais começaram a troçar dele. Depois da reunião, alguns dos sóbrios 'pilares' da igreja censuraram Hill por estar impregnado com a exuberância da sua própria verbosidade (ver Actos 26:24).
Impassível diante da crítica, Hill falou bem alto na reunião seguinte:
- Cuidado! Não estou a brincar. Vocês podem rir de mim e chamar-me fanático, mas não o sou. Digo palavras verdadeiras e sóbrias. Um dia, quando pela primeira vez vim para esta região do país, aconteceu que eu estava a caminhar pela pedreira nos arredores da cidade, justamente quando as bordas da pedreira cederam e sepultaram três dos homens. Gritei tão alto por socorro, que fui ouvido na cidade, a um quilómetro e meio de distância. O socorro chegou e, graças a Deus, dois dos três infelizes homens foram salvos da morte certa. Naquela ocasião, ninguém me chamou fanático. Porque, então, alguns de vocês me acusam de estar a ser muito veemente, quando eu vejo pobres pecadores no caminho da perdição, e aponto os seus pecados, implorando que corram para Cristo e abandonem os maus caminhos?
A crítica e a troça acabaram.
As pessoas geralmente percebem a diferença entre alguém que revela interesse genuíno na salvação de pecadores e um hipócrita pomposo que usa um palavreado bombástico contra o pecado mas que não vê ou atenua sequer os defeitos do seu próprio carácter. Quando o Senhor pede que alguém grite bem alto e não se detenha, Ele não encarrega essa pessoa de assumir uma atitude 'sou-mais-santo-do-que-tu'. Pelo contrário, Deus detesta essa postura (ver Isaías 65:5). Uma pessoa chamada para a função de apontar pecados reflectirá Cristo na sua vida. O seu alvo estará sobre Cristo, a única esperança do pecador. Em vez de pretender estar acima do pecado, essa pessoa reconhecerá com humildade, por acções e palavras, que é apenas um pecador no processo da salvação.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

DESPREZADO

Tenho a certeza de que se meu pai e minha mãe me abandonarem, o Senhor me receberá de braços abertos. Salmo 27:10 (A Bíblia Viva)

Eu tinha uns 9 anos quando o meu pai me contou que eu não tinha sido 'um erro'; eu tinha sido desejado. Essa garantia deu-me um sentimento de segurança que é difícil descrever. A mesma coisa aconteceu com o meu irmão. Uma verdade trágica é que muitas crianças não apenas deixam de receber essa certeza, mas ficam a saber que simplesmente não foram desejadas.
No seu livro Come Before Winter (Venha Antes do Inverno), Charles R. Swindoll fala de um telefonema que recebeu uma noite. Era de uma jovem rejeitada. Ela tinha sido 'um erro'. Os seus pais não a quiseram quando nasceu, colocaram-na num lar de crianças abandonadas e procuraram sair da vida dela. Quando chegou a adolescência, a jovem de algum modo conseguiu localizar os pais e foi ao encontro deles - só para descobrir que eles não estavam minimamente interessados em tê-la por perto.
Um dia, informaram-na que iriam adoptar um bebé (menino) e começar uma vida nova, deixando claro que ela não fazia parte dos seus planos. Ela ficou desolada. Pateticamente, ameaçou ir-se embora, esperando talvez que eles mudassem de ideias. Não mudaram. A reacção insensível daquele pai foi oferecer-lhe ajuda para arrumar a mala. Passando das palavras para a acção, ele arrumou as roupas dela numa mochila, deu-lhe um saco de dormir, pôs-lhe uma nota de dez dólares na mão e disse-lhe adeus.
Swindoll ficou à espera de obter outras informacções sobre a jovem, para poder ajudá-la, mas ela nunca mais disse nada. Quando se despediu ao telefone, ele chorou. Quem não choraria? Bem, aparentemente alguns pais não fariam isso. Mas um dia Deus trará esses pais a juízo (ver Eclesiastes 12:14).
Como podem certos pais tratar as crianças, que nem sequer pediram para nascer, da maneira como aquela jovem foi tratada? Devia ser sobre isso que Isaías estava a falar, quando disse que algumas pessoas se escondiam dos seus semelhantes (Isaías 58:7).
Vivemos numa época em que pais, e até mães, deitam fora os seus filhos. Mas há esperança! Esse filhos podem consolar-se com o facto de que, se forem rejeitados pelos pais, o Senhor os adoptará como Seus filhos! (Ver Isaías 49:15.)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

FIDELIDADE NAS PEQUENAS COISAS

Quem é fiel nas coisas pequenas também será nas grandes; e quem é desonesto nas coisas pequenas também será nas grandes. Lucas 16:10 (A Bíblia na Linguagem de Hoje).

No vale do Tesouro, no Estado de Idaho, onde moro, as principais estradas municipais foram abertas seguindo um padrão quadrado, semelhante a uma grade, a cerca de uns 1.600 metros uma da outra. Eu disse "cerca de 1.600 metros" porque em algumas intersecções, quando se espera seguir em linha recta, é necessário dar uma guinada. Perguntei a razão disso e contaram-me que alguns dos antigos topógrafos tinham cometido pequeninos erros no seu trabalho. Hoje as estradas reflectem o erro deles. Algumas dessas guinadas são de 200 a 240 metros. Aparentemente, uma discrepância bem pequena pode tornar-se significativa quando se projecta uma linha a uma distância considerável. Felizmente, nem todos os topógrafos são descuidados.
Quando era ainda rapaz, George Washington, que mais tarde foi o primeiro presidente dos Estados Unidos, trabalhou bastante como topógrafo nos ermos do Estado da Virgínia para o Lorde Fairfax. Em 1913, como preparativo para a aquisição de parte desse território para o serviço florestal apalache, os topógrafos do governo refizeram o trabalho. Os topógrafos descobriram que as marcas feitas por George Washington eram tão perfeitas quanto poderiam ser para um trabalho realizado por pessoas daquela época.
Essa mesma fidelidade foi transferida para a sua administração das colónias durante a Guerra da Independência e para a sua liderança da jovem nação.
A recompensa de um trabalho fiel é o aumento das responsabilidades. Frequentemente, essa recompensa é já nesta vida. Mas Jesus refere-se, em Lucas 16:10, a recompensas no mundo futuro. Isso significa que, embora o cristão não despreze as honras que possa receber já agora (ele aceita-as cortesmente), não executa os seus deveres da melhor maneira possível a fim de obter as honrarias do mundo.
Seja qual for a obra da sua vida neste planeta, decida pela graça de Deus executá-la tão bem, que as gerações futuras possam reconhecer que fez o seu melhor. Certifique-se de que as linhas da sua conduta sejam tão absolutamente exactas, que o traçado do seu sucesso - quando comparado com os princípios da honra - tenha a medida de um quadrado perfeito.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

FUGIR DO MAL, SEGUIR O BEM

Tu, porém, ó homem de Deus, foge destas coisas; antes, segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão.
I Timóteo 6:11

Muitos cristãos têm como objectivo seguir o mais baixo padrão possível, esperando ainda assim chegar ao Céu. Uma atitude como essa é presunçosa. O verdadeiro cristão busca a perfeita conformidade com a vontade de Deus. Significa isso que o verdadeiro cristão nunca falha, nunca comete um erro? Não. Mas quer dizer que a obediência dele a Cristo é sincera e voluntária. O cristão nominal, por outro lado, é semelhante ao carroceiro que se gabava de conduzir a sua carroça o mais perto possível do precipício sem cair lá embaixo. De acordo com a história, se se lembra, ele perdeu a aposta.
Algumas actividades são tão 'fronteiriças' que é difícil argumentar contra elas ou apontar-lhes o perigo. Em si mesmas, podem ser inocentes, mas levadas a extremos acabam por ser prejudiciais para o nosso bem-estar espiritual. Lemos em I Coríntios 6:12: "Posso fazer qualquer coisa que eu quiser se Cristo não tiver dito 'não', mas algumas dessas coisas não são boas para mim. Mesmo que me seja permitido fazê-las, eu recusarei, se achar que elas poderão ter um tal domínio sobre mim que não poderei facilmente parar quando quiser" (A Bíblia Viva). Esse é um bom princípio pelo qual devemos viver.
Susana Wesley, a mãe de João Wesley, fundador do metodismo, apresentou uma definição prática daquilo que é próprio e do que é impróprio para um cristão. Ela disse ao seu famoso filho: "Se quiseres julgar a legalidade ou ilegalidade do prazer, segue esta regra simples: Qualquer coisa que te enfraquecer a razão, prejudicar a sensibilidade da tua consciência, obscurecer o senso da presença de Deus e tirar-te o gosto das coisas espirituais - isso para ti é pecado." Este é um conselho excelente!
O colocar em prática essa regra começa com uma mente decidida - uma resolução de servir a Deus com o ser completo, nada dispondo "para a carne, no tocante às suas concupiscências". Romanos 13:14. Tendo feito isto, se descobrir que ainda não atingiu completamente a santidade e acaba de cair, levante-se, e pela graça de Deus avance para o alvo!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

SOLDADOS, ESTEJAM DE PÉ!

Portanto, usem cada peça da armadura de Deus para resistir ao inimigo sempre que ele atacar e, quando tudo estiver acabado, vocês ainda estejam de pé. Efésios 6:13 (A Bíblia Viva)

O contexto no qual aparece este versículo, compara o cristão a um soldado que, tendo colocado todas as peças da armadura de Deus, permanece inabalável.
Um dia, há muitos anos atrás, um agricultor inglês notou que um grupo de caçadores de raposas estava para atravessar um dos seus campos. Tendo recentemente semeado trigo naquele terreno, ele sabia que a plantação ficaria arruinada se fosse pisada pelos cavalos. Chamando um dos seus trabalhadores braçais, mandou-o ir ao portão e impedir que o grupo entrasse no campo. No momento em que o rapaz chegava ao portão, um dos cavaleiros adiantou-se e ordenou que ele o abrisse. 0 rapaz respeitosamente negou-se, explicando a razão.
Finalmente, um cavaleiro com ar de autoridade troteou até ele e disse em tom severo:
- Jovem, eu sou o Duque de Wellington, e estou acostumado a ver as minhas ordens obedecidas. Eu ordeno-te que abras esse portão imediatamente!
Sem titubear, o rapaz fez um cumprimento com o seu boné e respondeu respeitosamente:
- Senhor, eu tenho a certeza de que o Duque de Wellington seria a última pessoa no mundo a querer que eu desobedecesse às ordens do meu patrão.
Fez-se um momento de silêncio enquanto o duque ponderou sobre como reagir. Depois, dirigindo-se aos seus amigos, disse:
- Eu presto a minha homenagem a qualquer homem que não ceda diante de ameaças no sentido de desobedecer a alguma ordem. Se eu tivesse um exército de soldados como este jovem, eu conquistaria o mundo.
Um cristão deve sempre obedecer aos que detêm autoridade, "quer seja ao rei como soberano, quer às autoridades como enviadas por ele" (I Pedro 2:13 e 14). Isto inclui toda a autoridade legalmente constituída.
Mas há um limite. Quando as pessoas em cargos de autoridade exigem que desobedeçamos a Deus ou cometamos actos claramente contrários à Sua vontade revelada, devemos humilde, mas respeitosamente, recusar-nos a obedecer.
Pedro e João fizeram isso quando os líderes judeus exigiram que parassem de pregar o evangelho. Responderam firme, porém respeitosamente: "Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos." Actos 4:19 e 20.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

ARTISTAS PARA A ETERNIDADE

Pela recordação que guardo da tua fé sem fingimento, a mesma que primeiramente habitou em tua avó Loide, e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também em ti. II Timóteo 1:5

Eu tinha 6 anos de idade quando pela primeira vez vi a Estátua da Liberdade no porto de Nova Iorque. Ficou uma sensação inabalável na minha mente jovem, quando passámos por ela no nosso navio, o S.S. Alban, e o Comandante Evans nos chamou a atenção para ela. No entanto, quase 50 anos mais tarde é que tive a oportunidade de visitar a Ilha da Liberdade e ficar ao lado daquela 'dama' que ergue a sua tocha junto à porta dourada, e subir as escadas que levam às janelas panorâmicas da sua testa.
A estátua foi idealizada pelo escultor francês Frederic Auguste Bartholdi, que levou quase vinte anos para conceber, desenhar, construir e instalar o monumento. Ele, pessoalmente, coordenou a colecta de um milhão de francos entre o povo francês para o projecto. Em 1884, quando houve uma falha nas contribuições, ele empregou a sua própria fortuna para cobrir as despesas, ficando quase anuinado financeiramente. A estátua foi inaugurada no dia 28 de Outubro de 1886, pelo Presidente Grover Cleveland.
Conta-se que quando Bartholdi começou a obra, procurou uma pessoa cuja silhueta e feições mais se assemelhassem ao conceito de 'liberdade' que ele tinha em mente. Estudou muitas possibilidades, mas finalmente modelou aquela obra à semelhança da sua mãe - uma escolha que não surpreendeu ninguém.
Quer as mães percebam, quer não, os filhos tendem a moldar a vida à semelhança da delas. Os pais, mas especialmente as mães, devido à sua proximidade com os filhos durante os seus primeiros meses de vida, têm um privilégio único. Falando sobre esse papel, Ellen White escreveu:
"Nenhuma outra obra se pode comparar à sua em importância. Ela não tem, como o artista, de pintar na tela uma bela forma, nem, como o escultor, de a cinzelar no mármore. Não tem, como o escritor, de expressar um nobre pensamento em eloquentes palavras, nem, como o músico, de exprimir em melodia um belo sentimento. Cumpre-lhe, com o auxílio divino, gravar na alma humana a imagem de Deus." - A Ciência do Bom Viver, pág. 378.
Que os pais possam buscar sempre a orientação divina para a sua importante obra.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

CLAMOR NUMA CAVERNA

Das profundezas clamo a ti, Senhor. Escuta, Senhor, a minha voz: estejam alerta os teus ouvidos às minhas súplicas. ... A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pelo romper da manhã. Mais do que os guardas pelo romper da manhã. Salmo 130:1, 2 e 6

Embora o cabeçalho deste salmo não nos diga quem o compôs, alguns eruditos dizem que foi David enquanto estava escondido na cavema de Adulão. Alguns dos sentimentos que expressa podem apoiar essa conclusão, com certeza.
Apanhado como um animal selvagem pelo ciúme insano do rei Saul, David finalmente encontrou consolo e segurança na caverna de Adulão, situada a uns 20 quilómetros a sudeste de Jerusalém. As cavernas, como todos sabemos, geralmente são escuras. É tocante o refrão "mais do que os guardas pelo romper da manhã". Alguns crêem que David compôs este salmo nas primeiras horas da manhã. Nesse caso, a escuridão que precede a alvorada realçou-lhe, sem dúvida, o tom de desespero.
Muitos já se sentiram como David. Portanto, se isto o inclui a si, saiba que não está sozinho. A maioria das pessoas já se sentiu assim em alguma ocasião.
Há muitos anos atrás, um jovem advogado sofreu uma depressão tão profunda, que os seus amigos temeram pela sua vida. Para o impedir de cometer suicídio, tiraram-lhe tudo o que pudesse contribuir para a concretização dessa possibilidade. Naquela ocasião, o jovem advogado escreveu: "Sou agora o mais desgraçado entre os homens vivos. Não posso dizer se me sentirei melhor no futuro. Sinceramente pressinto que não."
E ele estava errado! Com o tempo, as circunstâncias mudaram e o jovem advogado - Abraão Lincoln - veio a ser um dos maiores e mais amados presidentes dos Estados Unidos. E David, naturalmente, veio a ser o rei de Israel.
Fico feliz porque, apesar do futuro negro e agourento, o salmista concluiu a sua composicão com estas triunfantes palavras: "Espere Israel no Senhor, pois no Senhor há misericórdia, n'Ele copiosa redenção" (v. 7).
Assim, nunca permita que a escuridão o derrube. Antes, "espera em Deus" (Salmo 42:5) - pois Ele responde ao clamor dos Seus fiéis na caverna do desespero.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

CONFIANÇA QUE VENCE O MEDO

Em me vindo o temor hei-de confiar em Ti. Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal? Salmo 56:3 e 4

No dia 14 de Junho de 1985, transmitiu-se a notícia de que o voo 847 da TWA tinha sido sequestrado por terroristas palestinos, com 147 passageiros e 8 tripulantes a bordo. Um ou dois dias mais tarde, o Comandante John Testrake apareceu na televisão colocando a cabeça fora da janela da cabine. Podia-se ver que estava há algum tempo sem fazer a barba, e um terrorista de pistola em punho acenava para que as câmaras de televisão se afastassem.
Os sequestradores estavam desesperados. Ameaçavam explodir o avião com todos os passageiros a bordo, inclusive eles próprios, caso houvesse um único movimento suspeito. Como talvez se recorde, eles demonstravam que falavam a sério.
A experiência penosa durou 17 angustiantes dias. Mas durante esse tempo todo, o Comandante Testrake, que há muito tempo atrás tinha feito as pazes com Deus, permaneceu calmo. Depois dessa experiência probante, ele contou que sentira a presença de Jesus ao seu lado durante o episódio todo, e que fora Ele que o impedira de sentir medo.
Eu consigo entender as vítimas de sequestro. Durante os 37 meses em que fui prisioneiro do Exército Imperial Japonês, houve muitas ocasiões em que tive a certeza de não sobreviver à guerra. Eu tinha completado 18 anos pouco antes da minha família ser capturada - os meus pais, o meu irmão e eu. Encarando as perspectivas de sobrevivência sob o ponto de vista humano, concluí que quando nós, os prisioneiros, fôssemos finalmente entregues às forças americanas, a última coisa que os japoneses desejariam era mais um soldado americano em potencial para os combater, e que portanto acabariam comigo. Entretanto, quando a reviravolta aconteceu, Deus livrou-nos de maneira notável. Nenhum dos internos perdeu a vida durante o combate!
Ninguém se sente satisfeito com o pensamento de viver sob constante ameaça de morte iminente nas mãos de homens maus. No entanto, como cristãos, temos a garantia de que Deus está connosco em toda a provação, pois Ele prometeu:
"De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei." Hebreus 13:5. O salmista confiava que Deus cumpriria a Sua promessa; assim fez o Comandante Testrake; o mesmo podemos fazer, você e eu!

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

ESCRAVO DE ESCRAVOS

Porque, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível. I Coríntios 9:19

O mesmo navio que trouxe João Wesley para a América, transportou também uma família suíça de sobrenome Bininger. O pai e a mãe morreram na viagem, mas o seu filho Abraão sobreviveu. Quando se tornou adulto, pediu para ser enviado como missionário entre os escravos da Ilha de São Tomé, no Caribe, que naquela época era uma possessão dinamarquesa.
Quando Abraão Bininger chegou lá, descobriu que era contra a lei pregar aos escravos, não sendo um escravo. Assim, escreveu ao governador da ilha pedindo que fosse feito escravo, para que pudesse pregar a mensagem da salvação aos escravos.
Perplexo diante desse pedido estranho, o governador encaminhou a carta para o rei da Dinamarca. O rei sentiu-se tão tocado por ela, que enviou uma ordem real concedendo a Bininger o direito de contar a história de Jesus a quem quisesse - negros, brancos, escravos ou livres.
Que empenho! Era esse o tipo de empenho que o apóstolo Paulo revelava. Ele era tão dedicado à salvação de almas, que declarou: "Ai de mim se não pregar o evangelho!" I Coríntios 9:16. Com efeito, numa das suas epístolas, ele estava tão preocupado com a salvação dos seus compatriotas perseguidores, que escreveu:
"Israel, meu povo! Meus irmãos judeus! Como anseio que vocês vão a Cristo! O meu coraçao está abatido dentro de mim, e eu entristeço-me amargamente dia e noite por causa de vocês. Cristo sabe - e também o Espírito Santo - que não é mera pretensão minha quando digo que estaria pronto a ser condenado eternamente, se isso pudesse salvá-los." Romanos 9:1-3 (A Bíblia Viva).
Deus pode não me ter chamado a mim ou a si para fazer a obra que Bininger e Paulo foram chamados a realizar, mas Ele pede que tenhamos a mesma dedicação e empenho que eles revelaram.
Se não podes cruzar o oceano
Ou explorar terras pagãs,
Poderás encontrar um incrédulo por perto
E ajudar os que batem à tua porta.
Se não puderes falar como os anjos,
Se não souberes pregar como Paulo,
Podes falar do amor de Jesus;
Podes dizer que Ele morreu por todos.
- Daniel March

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

GROSSERIA VERSUS AMOR

Não te glories na presença do rei: nem te ponhas no meio dos grandes; porque melhor é que te digam: 'Sobe para aqui', do que seres humilhado diante do príncipe. Provérbios 25:6 e 7

No dia 26 de Fevereiro de 1844, o Presidente John Tyler e outros dignitários do governo foram fazer uma visita de inspecção ao recém-construído Princeton, o mais poderoso navio de guerra da Marinha dos Estados Unidos na época. Para entretenimento, o Capitão Stockton ordenou que um membro da tripulação accionasse o gigantesco canhão do navio, chamado ironicamente 'o Pacificador'.
Exactamente antes do segundo disparo, um amigo deu uma palmadinha no ombro de um dos observadores, o senador Thomas Benton. Quando Benton deu um passo para trás para conversar com esse amigo, o secretário da Marinha, Gilmore abriu passagem grosseiramente com os cotovelos e ocupou um lugar na fila da frente. Extremamente aborrecido, Benton estava a ponto de retribuir um pouco da rudeza quando a arma explodiu, matando Gilmore e vários outros. Benton não foi atingido.
Até àquela época, Benton tinha a reputacão de ser birrento e intratável. Por exemplo, ele há pouco tempo atrás tinha feito um discurso insolente dirigido a Daniel Webster, o então Secretário de Estado. Mas depois de ter escapado da morte por um triz, Benton tornou-se um homem diferente. Aqui está o que ele escreveu para Webster depois da explosão no navio:
"Tenho a impressão, Sr. Webster, de que aquela palmadinha no meu ombro foi a mão do Todo-Poderoso estendida para mim, afastando-me daquilo que teria significado morte instantânea. Foi aquela circunstância exacta que mudou todo o curso da minha vida. Sinto que sou um homem diferente. E desejo, em primeiro lugar, fazer as pazes com todos aqueles de quem tenho divergido rispidamente."
A grosseria não compensa. Salomão usa estas palavras: "Antes da ruína gaba-se o coração do homem, e diante da honra vai a humildade." Provérbios 18:12. Mesmo quando a arrogância parece compensar, haverá sempre um dia de ajuste de contas - se não for nesta vida, no julgamento futuro.
"O amor" - por outro lado - "é paciente, ... não se ensoberbece, não procura os seus interesses, não se exaspera." I Coríntios 13:4 e 5. Que a sua vida e a minha possam reflectir sempre essa virtude cristã.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

UMA CANÇÃO DE AMOR

As muitas águas não poderão apagar o amor, nem os rios negá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado. Cantares 8:7.

Enquanto escrevo, aproxima-se o aniversário dos 40 anos do meu casamento com Vesta. A nossa união tem sido excepcionalmente feliz e abençoada pelo Céu - e nós somos os primeiros a admitir que isso é obra do Senhor, não nossa.
Depois do meu Pai celestial, o meu pai terreno merece grande medida do crédito pela nossa felicidade. Ele não teve a vantagem de nascer num lar feliz. Os seus pais divorciaram-se quando ele ainda era bebé de colo. Mas um dia o meu pai entregou o seu coração a Deus, totalmente. Resolveu servir a Deus, nada mais, nada menos. Assim, Deus pôde encaminhá-lo até à minha mãe, e como ela também tinha dedicado a sua vida completamente a Deus, Ele pôde encaminhá-la até ao meu pai.
Nem uma única vez através dos anos eu os vi discutir. Já adulto, perguntei ao meu pai:
- Vocês nunca tiveram nenhum desentendimento? A resposta dele surpreendeu-me:
- Tivemos, sim, mas nunca discordámos na vossa frente, filho. Nenhum problema se ergueu entre nós que fosse tão grande a ponto de não podermos resolvê-lo, ajoelhados humildemente aos pés da cruz.
Enquanto nós, crianças, crescemos, a mãe e o pai demonstravam abertamente a sua afeição um pelo outro. Mesmo já idosos, quando os trouxemos para a nossa casa, o namoro deles continuou, como os nossos filhos puderam testemunhar.
Vesta e eu temos procurado seguir o exemplo deles no nosso casamento.
Afinal de contas, a vida é incerta. Se algo acontecer a um de nós, queremos que a nossa última lembrança do outro seja uma lembrança feliz.
Temos consciência do facto de que num mundo pecaminoso as coisas podem mudar de um momento para o outro. E já que a vida é assim, "não confiamos na carne" Filipenses 3:3. Sabemos que: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão vigia a sentinela." Salmo 127:1. Sabemos que só estaremos seguros se entregarmos a vida totalmente a Deus momento a momento - e isso estamos decididos a fazer. Que essa seja também a sua decisão.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

CORTESIA CRISTÃ

Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes. I Pedro 3:8

A palavra 'cortesia' vem da época da cavalaria, quando o comportamento na corte do rei era marcado por profundo respeito, conduta apropriada e grande consideração para com a sensibilidade alheia. Essas, coincidentemente, também são as marcas do verdadeiro cristão.
De 1990 a 1992, a minha mulher e eu trabalhámos como missionários na Tailândia. Algumas das coisas que apreciámos no povo tailandês foram a sua simpatia e o espírito generoso. Para nós, portanto, não foi surpresa saber que, em 1862, quando o Rei Rama IV tomou conhecimento da Guerra Civil Americana, escreveu para o Presidente Lincoln prontificando-se a enviar alguns elefantes para o ajudar a esmagar a rebelião sulina e libertar os escravos.
Lincoln tinha trabalho suficiente para manter-se ocupado na resolução dos problemas da nação em guerra, e poderia ser desculpado com razão por ignorar a carta daquele rei, já que o uso de elefantes no conflito em questão seria impraticável.
Mas Lincoln não ignorou a missiva. Em vez disso, escreveu ele mesmo a resposta, expressando agradecimentos a Sua Majestade pela consideração, e explicando que as condições climáticas na América impediam o uso de elefantes na guerra. Concluíu a carta com a expressão: "Seu bom amigo, Abraão Lincoln." Que atencioso!
Recordo que, quando era miúdo, ouvi contar acerca de uma senhora que ficou profundamente constrangida ao derrubar acidentalmente o seu copo de vinho durante um banquete oferecido pela Rainha Elizabeth I, se bem me lembro. Todos os olhares se concentraram na infeliz convidada. Alguns desses olhares, inclusive, eram de reprovação. Nessa altura o copo da rainha também caiu - mas não por acidente. Os olhares de reprovação rapidamente se transformaram em bajuladora solicitude, quando a atenção se desviou da convidada para a rainha. Esta foi uma maneira inteligente de livrar alguém de um embaraço.
Mas embora a cortesia cristã procure livrar outros de um constrangimento, ela ainda vai mais além. Manifesta-se na sensibilidade para com os direitos de todos, quer a sua posição na vida seja considerada elevada, quer seja humilde. Um cristão é simpático porque "todos devem ser tratados com amabilidade e delicadeza, como filhos e filhas de Deus." - A Ciência do Bom Viver, pág. 489.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

VENCER O MAL COM O BEM

Se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem. Romanos 12:20 e 21

Depois de ter sido assassinado, o Presidente Abraão Lincoln passou a ser considerado um dos maiores chefes do Executivo que a América já teve. Mas nem sempre foi assim. Muitos dos seus contemporâneos desprezaram-no por causa da sua aparência física e origem humilde. (Ele era um homem desengonçado, que media mais de 1,90 cm e que nascera numa cabana de madeira.)
Ninguém tratou Lincoln com mais desprezo do que Edwin M. Stanton. Ele não só considerou os feitos de Lincoln como os de um 'palhaço astuto e vulgar', mas também o difamava como 'o gorila original'. Dizia piadas do género: que o explorador Paul du Chaillu tinha sido inexperiente por tentar capturar um gorila em África, pois teria encontrado um muito mais facilmente em Springfield, Illinois, a capital do Estado natal de Lincoln.
Lincoln não respondia a essas farpas. Em vez disso, escolheu Stanton como seu secretário de guerra por causa da sua grande capacidade de organização. Os anos passaram. Na noite de 14 de Abril de 1865, Lincoln e a sua família estavam a assistir a uma apresentação no Teatro Ford, em Washington, quando John Wilkes Booth, um dos actores mais conhecidos na época, o baleou pelas costas, no camarote presidencial. O presidente morreu na manhã seguinte, cercado por familiares e altos oficiais do governo. Entre estes, encontrava-se Stanton, que com profunda emoção disse: "Aí jaz o maior governante de homens que o mundo já viu."
Homens mesquinhos teriam demitido Stanton por causa dos seus ataques pessoais; não o sábio e paciente Lincoln. Ao aplicar o princípio de pagar o mal com o bem, ele obteve o respeito e a admiração dos seus inimigos.
O poeta americano Edwin Markham concentra nas linhas seguintes o resultado da actuação deste princípio:
Ele traçou um círculo que me excluía -
Rebelde, herege, digno de zombaria.
Mas o amor e eu tivemos uma ideia vencedora:
Traçámos um círculo que o incluía.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

O PODER DA MÚSICA

Celebrai o Senhor com harpa, louvai-O com cânticos no saltério de dez cordas. Entoai-Lhe novo cântico, tangei com arte e com júbilo. Salmo 33:2 e 3

Em termos simples, a música é composta por três elementos: melodia, harmonia e ritmo. Poucas coisas têm maior poder para o bem ou para o mal do que esta forma de arte. No que ela tem de melhor, a melodia predomina; no que tem de pior, predomina o ritmo.
Dois famosos escandinavos eram amigos na juventude, mas as circunstâncias da vida separaram-nos. Eram Ole Bornemann Bull, ilustre compositor e violinista norueguês, e John Ericsson, célebre inventor e engenheiro da marinha, sueco-americano.
Bull tentou várias vezes fazer com que Ericsson se interessasse em assistir a um dos seus concertos. Ericsson, que nunca tivera interesse pela música, apenas agradecia.
Depois de mais alguns convites, Bull finalmente disse, meio sério e meio a brincar:
- Se não fores, vou trazer o meu violino e tocar no teu escritório.
- Se fizeres isso - respondeu Ericsson, provavelmente com a mesma seriedade - vou quebrá-lo em pedacinhos.
Conhecedor do estranho poder que a música pode ter sobre o espírito humano, Bull decidiu usar uma artimanha. Certo dia, chegou ao escritório de Ericsson com o violino desmontado. Falou sobre algumas dificuldades que estava a ter com o instrumento e interrogou Ericsson quanto aos princípios científicos envolvidos. Despertou-se o interesse de Ericsson, e eles discutiram os vários efeitos do som em relação com a madeira. Finalmente, para ilustrar o que queria dizer, Bull montou o violino e, deslizando o arco sobre as cordas, tocou alguns compassos de uma conhecida música escandinava.
Antigas recordações reviveram no coração de Ericsson. Comoveu-se no íntimo de si mesmo. Os olhos encheram-se-lhe de lágrimas e, quando Bull fez uma pausa, Ericsson implorou:
- Continua a tocar! Não pares! Ainda não tinha percebido o que estava a perder na vida. Agora eu sei.
Ellen White diz que a música, "correctamente usada ... é um dom precioso de Deus, destinado a erguer os pensamentos a coisas altas e nobres, a inspirar e elevar a alma." - Mensagens aos Jovens, pág. 291. Escolha cuidadosamente a música que ouve!

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

CONFORTADORA REALIDADE

Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus. Hebreus 11:10

O laureado chileno, Paulo Neruda, no seu conhecido discurso pronunciado em Estocolmo, Suécia, em 1971, quando recebeu o cobiçado Prémio Nobel da Literatura, assim se expressou: "Só com uma ardente paciência conquistaremos a esplêndida cidade que dará luz, justiça e dignidade a todos os homens."
Mas, esta não é certamente a cidade anunciada pelos profetas antigos, da qual Deus é o arquitecto e edificador. No seu eloquente discurso, o poeta referia-se ao 'paraíso' sonhado pelos que se inspiram nos ideais marxistas. (Em virtude das suas convicções materialistas, Neruda jamais aceitou a ideia de uma nova ordem social, segundo o modelo bíblico).
Nessa cidade socialista, como de resto em todas as outras que se fundam sobre sistemas humanos, prevalecerão a corrupção, o ódio, a injustiça, e os demais males que caracterizam a natureza humana.
Mas, na nova cidade que Deus está preparando, a incerteza e a angústia não mais existirão. "E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar nela será absolvido da sua iniquidade." "Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. Então os coxos saltarão como cervos, e a língua dos mudos cantará." Isaías 33:34; 35:5,6.
Quão frisante é o contraste entre a vida presente com as suas tragédias, pesares e quebrantos, e esta nova ordem social prometida nas Escrituras!
Com entusiasmo o homem edifica uma mansão na qual sonha viver muitos anos. A vida afigura-se-lhe risonha. Eis, porém, que um dia um diagnóstico médico o faz estremecer. A presença perversa de um cancro anuncia a morte indesejada. E a tragédia abate-se implacável, destruindo os planos de uma vida. 'Destino cruel', comentam os amigos, enquanto um estranho se muda para aquela mansão, desfrutando os frutos do trabalho de alguém que morreu prematuramente.
Quão diferentes serão as condições no Paraíso restaurado por Deus! Nele os redimidos "edificarão casas, e as habitarão; e plantarão vinhas, e comerão o seu fruto." (Isaías 65:22). Isto ultrapassa os limites da compreensão humana; mas constitui uma confortadora realidade.
"Não temos aqui uma cidade permanente, mas buscamos a futura." (Hebreus 13:14). "A nossa cidade está nos céus". (Filipenses 3:20). Não seremos mais "estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Deus." Efésios 2:20.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

SEGUINDO PASSOS

Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos o exemplo para seguirdes os Seus passos. Pedro 2:21

Há alguns anos li a notícia de um incidente que ocorreu em Chicago antes dos dois dias da Lei Seca. Um jovem marido e pai - vamos chamar-lhe João - estava a lutar contra o hábito da bebida.
Numa noite de Inverno em que a neve caía, o João disse à sua mulher que ia visitar alguns amigos. Ela sabia que aquilo significaria horas de preocupação e expectativa quanto ao facto de ele voltar em segurança para casa ou não. Apesar dos apelos dela, João pôs o chapéu, vestiu o casaco, calçou as botas e saiu pela porta da frente para entrar no carro. Enquanto pisava na neve, ouviu a porta da frente abrir-se e a voz do seu filhinho chamar: "Papá, estou a pisar onde tu pisaste! Estou a seguir os teus passos!"
Virando-se, o João viu o Joãozinho atrás dele, colocando os pezinhos nas marcas que os pés grandes do pai deixavam na neve. Já me perguntei várias vezes se a mãe do pequenito não teria tido a ideia de o mandar para essa 'manobra'. Ideia dela ou não, o facto é que o João pensou seriamente no exemplo que estava a dar ao filho. Esperou até que o Joãozinho o alcançasse e então, pegando-lhe ao colo, voltou para casa, decidido a nunca mais beber uma gota de álcool.
Seguir o exemplo de outro ser humano pode ser arriscado, porque nenhum de nós é perfeito. Entretanto, como o nosso versículo recomenda, é sempre seguro seguir os passos de Jesus. Ele viveu uma vida perfeita e, dessa forma, deixou-nos um exemplo perfeito.
Na sua Primeira Epístola aos Coríntios, o apóstolo Paulo diz: "Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo" (11:1). Quando Paulo escreveu isso, ele estava a incentivar os cristãos de Corinto a seguirem o seu exemplo, mas só enquanto ele seguisse o exemplo de Cristo.
Não sei como se sente, mas eu sempre me senti pouco à vontade para recomendar que outros seguissem o meu exemplo. É lógico que com relação a Paulo era diferente. Afinal de contas, ele estava a escrever sob inspiração. A verdade é que, gostando ou não, incentivando ou não, algumas pessoas poderão seguir o nosso exemplo. Como é importante, então, que andemos como Jesus andou!

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O QUE SE PODE FAZER CONTRA O PRECONCEITO

Se todavia fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo arguidos pela lei como transgressores. Tiago 2:9

O snobismo é uma forma comum de manifestar preconceito. Mas o preconceito não se limita ao snobismo. Manifesta-se frequentemente de outras formas.
Houve uma época em que eu não gostava de cabelo ruivo. Agora sinto encanto por ele. A mudança foi repentina. Como? Bem, um dia tive um netinho, a quem deram o meu nome, e que tem o cabelo ruivo mais lindo do mundo. Já percebeu, é claro, o que fez a diferença.
Quando se pensa no assunto, vê-se que o preconceito é uma das coisas mais ilógicas com as quais o ser humano se ocupa. Com frequência, dirige-se contra algo sobre o qual, o objecto do preconceito não tem controlo. Veja a questão do cabelo. Porque teria eu, ou qualquer outra pessoa, preconceito contra alguém com cabelo ruivo - ou preto ou loiro ou crespo? Quem é que pode decidir alguma coisa a respeito do tipo de cabelo ou da cor da pele com que nasceu? Ou, indo um pouco além: Quem é que já pode escolher a raça à qual pertence?
Mas se o preconceito é algo errado, isso significa que uma pessoa não pode ter preferências? Claro que não. Quando alguém se casa, está a expressar uma preferência - e é bom que essa preferência seja permanente; caso contrário, haverá problemas pela frente, no casamento! Onde, então, fica a linha que separa o preconceito da preferência? Essa linha é traçada no ponto em que a 'preferência' é dirigida contra outra pessoa ou pessoas. Um cristão pode ter preferências legítimas; não deve, entretanto, alimentar preconceitos.
O problema é que alguns cristãos têm preconceitos a que eles chamam 'preferências'. Existe algo que você e eu possamos fazer quando o preconceito é dirigido contra nós? Sim, existe. Não podemos exigir amor e aceitação; mas o respeito, e até mesmo o amor e aceitação, podem ser gerados por alguém que tenha suportado o preconceito com bom espírito.
Ter bom espírito cristão não significa tornar-se capacho. Significa permitir que a divina graça actue em si e por si. Quando outros manifestarem preconceito contra si, permita que esse atributo concedido por Deus se manifeste na sua vida.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O SIGNIFICADO DO PERDÃO

Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens (as suas ofensas), tão pouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas. Mateus 6:14 e 15

Conta-se que, quando os missionários da Morávia começaram a pregar o evangelho aos esquimós, descobriram que não havia uma palavra na língua deles para perdão, de modo que tiveram de inventar uma. A palavra que eles criaram foi esta:
issumagijoujungnainermik. Provavelmente não conseguirá pronunciar esta palavra, mas o seu significado é muito lindo. Quer dizer 'ser capaz de não pensar mais sobre isso'. A melhor forma de deixar de guardar rancor é procurar maneiras de fazer o bem a quem nos ofende.
Em 1946, Czeslaw Godlewski fazia parte de um bando de jovens marginais que saqueavam o interior da Alemanha. Certa ocasião, o bando matou nove membros da família Hamelmann a sangue frio. Wilhelm, o pai, foi o único sobrevivente. Ficou marcado com as cicatrizes dos ferimentos de quatro balas.
Finalmente o bando foi capturado. Godlewski foi julgado, condenado e sentenciado a 20 anos de prisão. Depois de cumprida a pena, o Estado não sabia o que fazer com ele. Godlewski não tinha familiares e nem lugar para onde ir.
Quando Hamelmann, um cristão, soube disso, encaminhou-se às autoridades civis e solicitou que Godlewski fosse libertado e colocado sob sua custódia. Queria adoptá-lo como filho. No seu pedido, escreveu: "Cristo morreu pelos meus pecados e perdoou-me. Não deveria eu perdoar a esse homem?"
Que espírito magnânimo! Quem dera que muitos cristãos o manifestassem! Já ouviu alguém dizer: "Eu perdoo mas não esqueço"? Talvez até mesmo já tenha dito isso, ou pelo menos pensado. Eu já.
Como é que podemos vencer estes sentimentos? A melhor forma é procurar activamente fazer bem àqueles que nos ofenderam, sem fazer estardalhaço ou ostentação, mas de forma calma, amável, discreta, sendo "prudentes como as serpentes e símplices como as pombas" (Mateus 10:16).
Paulo estabeleceu um excelente princípio, ao dizer: "Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem." Romanos 12:21.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

OBEDECER À VOZ DA CONSCIÊNCIA

Dou graças a Deus, a quem, desde os meus antepassados, sirvo com uma consciência pura. II Timóteo 1:3

Sempre tive uma grande consideração pelo escocês Eric Liddell. Tal como eu, ele foi levado para um campo de concentração para prisioneiros de guerra civil. Infelizmente, ele não sobreviveu à experiência. A razão pela qual eu o respeito e estimo tanto é que ele teve a coragem de manter-se firme nas suas convicções.
Enquanto jovem, Liddell, estudante de Teologia na sua terra natal, a Escócia, treinou-se para participar na corrida dos 100 metros nas Olimpíadas de 1924. Era um atleta veloz e tinha chances excelentes de conquistar uma medalha. Entretanto, soube que a corrida estava programada para um Domingo, e sentiu que não podia, em sã consciência, correr no seu dia de culto. Fiel às suas convicções retirou-se da competição. Os seus fãs ficaram perplexos. Alguns elogiaram-no, enquanto outros o julgaram um tolo.
Foi então que um corredor dos 400 metros desistiu da prova, que ocorreria num dia de semana. Liddell ofereceu-se para preencher a vaga, embora o percurso fosse quatro vezes mais longo do que aquele para o qual ele se tinha preparado. Para surpresa de todos, Liddell cobriu o percurso em 47,6 estonteantes segundos - um record mundial - e conquistou a medalha de ouro!
Posteriormente, Liddell serviu ao Senhor como missionário na China. Foi lá que ele faleceu em 1945, num campo de concentração.
A consciência não é uma coisa com a qual se brinque, pois é a faculdade mental por cujo intermédio o Espírito Santo nos fala.
Alguns supõem que a consciência, em si, é a voz do Espírito Santo. Isso é incorrecto e vou prová-lo com esta ilustração: Em certas tribos africanas, os gémeos são considerados tabu. Quando nascem gémeos, os bebés são abandonados para morrer. De modo estranho, os pais que contrariam essa prática horrível sofrem de 'dor na consciência' - e isso com certeza não é obra do Espírito Santo.
Para que a consciência seja um guia seguro, precisa de ser educada pela Palavra de Deus. E quando o tiver sido, devemos obedecer à sua voz, pois então ela será o veículo através do qual Deus nos fala.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O SEGREDO DO PODER ESPIRITUAL

Eu porém estou cheio do poder do Espírito do Senhor, cheio de juízo e de força, para declarar ...a Israel o seu pecado. Miqueias 3:8

Dwight Lyman Moody nasceu em East Northfield, no Estado de Massachusetts, em 1837. Perdeu o pai aos 5 anos de idade. Com 17 anos, enquanto trabalhava como empregado de balcão na sapataria do seu tio em Boston, Dwight converteu-se. Não muito tempo depois disso, mudou-se para Chicago, onde estabeleceu, com bom êxito, a sua própria loja de calçado. Ainda jovem, Moody ouviu um pastor declarar que o mundo ainda veria o que um homem completamente consagrado a Cristo poderia realizar. Moody aceitou aquelas palavras como um desafio pessoal e resolveu ser o tal homem.
Num sábado de manhã, em 1856, o vendedor de sapatos de 19 anos entrou numa igreja seguido por um grupo heterogéneo de delinquentes, alcoólatras e pessoas de rua que ele tinha convidado. Continuou a fazer isso até que Deus o chamou para um ministério mais amplo.
Em 1860, Moody encerrou o seu comércio de calçados e dedicou-se à obra missionária, ajudando espiritualmente os soldados da Guerra Civil. Onze anos mais tarde, Ira D. Sankey, músico, juntou-se a ele e ambos realizaram uma série de frutíferas reuniões de reavivamento. A partir de então dirigiu, com sucesso, campanhas evangelísticas na Grã-Bretanha e América. Segundo um dos seus amigos, Moody, antes da sua morte em 1899, tinha "reduzido a população do inferno em quase um milhão de almas".
O segredo do poder de Moody estava numa vida totalmente dedicada a Deus. Embora não tivesse concluído o ensino secundário, nunca tivesse obtido preparação teológica e não conhecesse algumas regras de gramática e sintaxe, Moody pregava sermões dinâmicos, cativantes e poderosos. Acima de tudo, eram acompanhados por intensa convicção pessoal.
O mesmo aconteceu com os primeiros discípulos de Jesus. Eram pescadores incultos, mas dedicaram-se totalmente a Deus. O Espírito Santo tomou posse deles e dentro de um período de tempo relativamente curto, assim como Paulo e os seus companheiros, transformaram o mundo (ver Actos 17:6).
Esse mesmo poder espiritual está disponível para si e para mim hoje.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

SERVIR A DEUS DE TODO O CORAÇÃO

Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além para onde tu vais, não há obra, nem projectos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma. Eclesiastes 9:10

Toyohiko nasceu num abastado lar budista em Kobe, no Japão, no dia lO de Julho de 1888. Aos 4 anos ficou órfão e foi morar com uns parentes. Em 1905, aos 17 anos, matriculou-se no Colégio Presbiteriano de Tóquio e converteu-se ao cristianismo, recebendo estudos pelo Dr. Myers, missionáro americano. Quando contou ao tio que se tornara cristão, foi deserdado e expulso de casa sem um centavo. O Dr. Myers acolheu-o e Toyohiko prosseguiu os seus estudos, formando-se em 1908.
Enquanto frequentava a faculdade, um médico diagnosticou que Toyohiko estava tuberculoso e não viveria muito tempo. Ao saber disso, ele decidiu passar o resto da sua vida a ajudar pessoas menos afortunadas do que ele mesmo, contando-lhes acerca daquele Jesus que ele tinha encontrado. Escolheu, como campo missionário, os párias de Shinkawa.
Durante seis anos, apesar da declaração de que não havia "um único órgão são no seu corpo", Toyohiko trabalhou por Cristo com ardente zelo - e sobreviveu! Em 1914, foi para a América e estudou durante três anos no Seminário Teológico Princeton, onde concluíu um curso de pós-graduação. Regressou ao Japão em 1917 e envolveu-se com o evangelismo e obras humanitárias. Com o tempo, ficou conhecido como o cristão mais influente naquele país.
Quando o Japão dedarou guerra aos Aliados em 1941, Toyohiko foi capturado e feito prisioneiro. Sobreviveu à guerra e exerceu influência na democratização do Japão. Faleceu em Tóquio no dia 23 de Abril de 1960, depois de uma vida inspiradora de dedicação total à causa do Mestre a quem ele amava.
Pouca gente vive sob a negra sombra de saber que tem pouco tempo de vida. Quer vivamos assim ou não, a verdade é que toda a vida tem os seus limites. Um acidente, uma doença ou mesmo a idade avançada podem interrompê-la rapidamente. A pergunta, portanto, é: o que faremos com a vida e os talentos no tempo que nos resta?
Porque não examinarmos o nosso íntimo e descobrirmos como empregar melhor os talentos que Deus nos deu, servindo ao semelhante? Depois, com todas as nossas forças, façamos aquilo que nos vier 'à mão'.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

DÍVIDAS CANCELADAS

(Cristo) nos deu vida juntamente com Ele, perdoando todos os nossos delitos; tendo cancelado o escrito de dívida, que era contra nós... ; removeu-o inteiramente, encravando-o na cruz. Colossenses 2:13 e 14

A expressão 'escrito de dívida' do nosso versículo, é frequentemente usada nos antigos papiros para significar um certificado de dívida assinado pelo devedor e cancelado só depois da dívida estar paga.
Durante uma das tréguas no cerco a Plevna, Bulgária, no Verão de 1877, o Czar Nicolau II estava a fazer a ronda no seu acampamento, quando encontrou um jovem oficial que tinha adormecido junto à mesa em que estivera a escrever uma carta à mulher.
Espreitando por cima dos ombros do jovem, o imperador leu acerca da aflição daquele oficial por causa da impossibilidade de liquidar as suas obrigações financeiras. "Quem vai pagar as minhas dívidas?", escrevera eIe, com desespero. Pegando na pena que estava sobre a mesa, o czar escreveu: "Eu pagarei - Nicolau II". Podemos imaginar a surpresa do oficial quando acordou e leu a promessa do imperador. Podemos imaginar tambem a gratidão que ele deve ter expressado ao seu soberano, não só em palavras mas também com actos e lealdade ainda mais profunda.
O Soberano do Universo, o Capitão da nossa salvação, fez por nós algo semelhante ao que o Czar Nicolau II fez por aquele jovem oficial. Cancelou a nossa dívida de pecado. Em retribuição, expressamos a nossa gratidão sincera em palavras e também através de uma dedicação mais profunda Àquele que nos redimiu.
Alguns parece pensarem que, estando cancelada a dívida, podem continuar a pecar com impunidade e ainda salvar-se. Se isso fosse verdade, Cristo seria o ministro do pecado, não seria? (Ver Gálatas 2:17). Caso fosse verdade, as palavras de Cristo à mulher apanhada em adultério - "Vai, e não peques mais" (João 8:11) - não teriam sentido. Mas isso significa que aquela mulher viveu, ou pelo menos poderia ter vivido, uma vida isenta de pecado dali em diante? Na resposta a esta pergunta concentra-se toda a questão da 'justificação pela fé'.
Porque não entregar a Deus diariamente tudo o que somos, permitindo que Ele julgue se já atingimos essa perfeição? Uma coisa é certa: Cristo não oferece apenas a graça perdoadora; Ele também oferece a graça vencedora - poder para não pecar mais.

Ver sobre Justificação pela Fé - Leituras para a Vida, 15.01.12 - Links 1R

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A VITÓRIA SOBRE A VELHA NATUREZA

Desfaçam-se dessa velha natureza má - o velho 'eu' que era parceiro nos vossos maus caminhos. ... Agora as vossas atitudes e os vossos pensamentos, tudo deve estar constantemente mudando para melhor. Sim, você deve ser uma pessoa nova e diferente, santa e boa. Vista-se desta nova natureza. Efésios 4:22-24 (A Bíblia Viva)

Certo dia, Hudson Taylor, famoso missionário na China, quando viajava, chegou às margens de um rio e contratou o barqueiro para que o transportasse até ao outro lado. Enquanto esperava, um mandarim vestido de sedas e cetins chegou ao pequeno cais e tentou usar o barco antes dele. O barqueiro respondeu que já tinha combinado a travessia com o missionário, mas o mandarim insistiu. Então, sem uma palavra, virou-se e atingiu o 'estrangeiro' com um poderoso golpe entre os olhos e dirigiu-se ao barco, exibindo-se.
Taylor ficou momentaneamente estonteado. Exaltado por natureza, o seu primeiro impulso foi atirar o agressor para dentro da água. Na verdade, ele chegou a erguer a mão para o fazer, mas deixou-a cair logo a seguir.
Disse então ao mandarim: "Senhor, fui tentado a empurrá-lo para dentro do rio agora mesmo, mas Jesus a quem eu sirvo impediu-me de fazê-lo. Como sabe, combinei a travessia antes do senhor chegar, mas convido-o com todo o prazer a atravessar o rio juntamente comigo." O mandarim não esperava esse tipo de reacção, mas apesar de não pedir desculpas, o seu olhar perplexo e o facto de aceitar o convite de Taylor significaram que queria desculpar-se.
Às vezes, a vitória sobre um pecado é obtida num momento. Muitos, por exemplo, conseguem uma vitória instantânea sobre as drogas. Outros precisam de lutar durante dias ou mesmo anos, antes de vencer o hábito; outros ainda, é triste dizer, nunca conseguem libertar-se.
Talvez nem sempre saibamos porque parece impossível vencer um pecado habitual. Mas será que lá no fundo, queremos realmente desistir de um pecado acariciado? Se não temos a certeza, precisamos de fazer a oração de David, no Salmo 139:23 e 24.
Uma coisa é certa: quando fracassamos, a culpa nunca é de Deus. Mas o que é que podemos fazer para obter a vitória?
Primeiro: precisamos de reconhecer que somos impotentes para fazer a mudança em nós e por nós mesmos.
Segundo: podemos orar para que Deus faça por nós aquilo que somos incapazes de fazer.
Terceiro: devemos resistir pela graça de Deus, no momento da tentação.
Quarto: pela fé, podemos agradecer porque Deus já respondeu à oração.
Tente fazer isto. Funciona!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

ESCRITAS NUM LIVRO

Oxalá que as minhas palavras fossem escritas! Oxalá que fossem gravadas num livro! Que, com pena de ferro, e com chumbo, fossem para sempre esculpidas na rocha! Pois eu sei que o meu Redentor vive. Job 19:23-25

A imprensa e os livros, como os conhecemos hoje, logicamente eram desconhecidos nos dias de Job. Uma tradução mais correcta das palavras do nosso texto seria: "escritas num rolo", pois a impressão com tipos móveis não estava generalizada antes do fim do século quinze.
Mesmo assim, não foi nessa época que se usou pela primeira vez o tipo móvel. Já no século nono da nossa era, os chineses imprimiam a partir de blocos. Um livro impresso desta maneira foi descoberto na província de Gansu em 1990, e contém a seguinte declaração intrigante: "Impresso a 11 de Maio de 868, por Wang Chieh, para distribuição geral e gratuita, a fim de perpetuar com profunda reverência a memória dos seus pais". - Encyclopedia Britannica, 1954, vol. 18, pág. 499. Alguns séculos mais tarde, Pi Sheng, um compatriota chinês, estava a imprimir com tipos móveis. Essa extraordinária invenção, entretanto, foi abandonada e aparentemente perdeu-se, até que, por volta do meio do século XV, foi reinventada na Europa.
A impressão com tipos móveis tem sido considerada uma das grandes, senão a maior das invenções de todos os tempos. A razão para isso é que ela não só preserva as conquistas intelectuais do passado e do presente, como também torna essas conquistas disponíveis para todo o mundo.
O curioso é que a escrita alfabética, outra grande inovação do passado, foi aparentemente inventada por escravos semitas, usando o que se conhece como "princípio acrofónico". Esse alfabeto foi descoberto por Flinders Petrie, em 1906, gravado na parede de uma mina de cobre na Península do Sinai - não longe de onde Job viveu, e datando de uma época não muito anterior à de Moisés, que escreveu o livro de Job.
No seu lamento, Job queria que o mundo soubesse que, embora sofrendo sem causa aparente, ele continuava firmemente apegado à sua fé no Redentor que havia de vir, que restauraria a saúde e o vigor do seu corpo atacado pela doença.
O testemunho veemente de Job deve significar para nós hoje um motivo de ânimo e coragem se tivermos de passar pela dor e sofrimento.