terça-feira, 31 de janeiro de 2012

ALTRUÍSMO GENUÍNO

Pois não só vos compadecestes dos que estavam nas prisões, mas também com gozo aceitastes a espoliação dos vossos bens, sabendo que vós tendes uma possessão melhor e permanente. Hebreus 10:34

Se hoje a condição nas prisões é melhor do que há dois séculos, isso deve-se grandemente a John Howard, um abastado quaker inglês. Em 1773, ele foi designado xerife de Bedfordshire e interessou-se pela condição das prisões sob a sua responsabilidade. Resolveu inspeccioná-las pessoalmente. Ficou chocado com o que descobriu. Os sacerdotes e os seus subalternos não eram pagos pelas autoridades civis, mas dependiam para o seu sustento de importâncias extorquidas dos prisioneiros ou dos seus familiares. Decidido a acabar com essa prática, publicou o que tinha descoberto. Como resultado, o Parlamento aprovou dois decretos, um estipulando salários para os funcionários das prisões e outro que estabelecia padrões mínimos de assistência médica para os prisioneiros.
Mais tarde, a inspecção que Howard fez nas instituições penais da Europa resultou na reforma de penitenciárias. A sua obra filantrópica foi tão apreciada, que os seus admiradores receberam mais de 1.500 libras esterlinas (uma pequena fortuna para aquele tempo), para se erguer uma estátua em sua homenagem. Quando tomou conhecimento do projecto, Howard implorou - na verdade, exigiu - que fosse suspenso, e foi.
Em Fevereiro de 1789, Howard decidiu visitar a Rússia e outros países orientais, onde as condições das prisões eram indescritíveis. Tinha 72 anos quando partiu para a Rússia. Deixou para trás estas palavras inspiradoras: "Não sou insensível aos perigos que podem acompanhar esta viagem. ... Se Deus achar por bem interromper a minha vida na prossecução deste desígnio, que a minha conduta não seja indevidamente atribuída a um arrebatamento ou entusiasmo, mas a uma séria e deliberada convicção de que persigo a trilha do dever, e a um sincero desejo de converter-me em instrumento de maior utilidade para os meus semelhantes, do que seria possível no círculo mais estreito da vida de um aposentado."
No ano seguinte, Howard morreu de tifo. Foi um homem que considerou o prémio celestial pelo serviço abnegado mais importante do que a comodidade ou as posses terrenas.
Um bom exemplo para nós!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

DEUS ESPALHA A SUA PALAVRA

Crescia a palavra de Deus em Jerusalém e se multiplicava o número dos discípulos; também muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé. Actos 6:7

Quando trabalhei como missionário na cidade de Manaus, conheci dois irmãos ingleses que eram tradutores da Bíblia de Wycliffe. Estavam a fazer a grande obra de traduzir a Palavra de Deus para a língua dos índios que viviam ao longo do Rio Amazonas. Todos os cristãos são devedores de gratidão profunda para com a grande obra realizada por esses fiéis servos de Deus.
Pouco antes da Segunda Guerra Mundial, Cameron Townsend, tradutor da Bíblia de Wycliffe no México, procurou obter permissão para traduzir as Escrituras para as línguas das tribos indígenas daquele país. O sentimento anticlerical, entretanto, era forte. Um oficial disse-lhe, abruptamente: "Enquanto eu ocupar este cargo, a Bíblia nunca será traduzida para a língua dos índios." Townsend tentou outras formas de conseguir a permissão, mas foi tudo inútil.
Impedidos de actuar, Townsend e a sua mulher foram viver numa pequena e obscura aldeia indígena. Aprenderam a língua, ensinaram o povo a esperarem que Deus abrisse as portas. Um dia, Townsend observou que a fonte no centro da praça da aldeia produzia água em abundância, mas ela corria pela colina abaixo e desperdiçava-se. Ele sugeriu que os índios fizessem plantações em áreas para as quais a água pudesse ser facilmente canalizada. Em pouco tempo, os índios passaram a produzir o dobro dos alimentos. A população sentia-se agradecida. Townsend publicou a seguir um artigo num jornal mexicano acerca dessa transformação.
De algum modo, o artigo foi parar às mãos de Lázaro Cárdenas, presidente do México. O presidente ficou tão impressionado com o que leu, que foi pessoalmente à aldeia indígena e entrevistou Townsend. Durante a conversa, Townsend pediu ao presidente licença para traduzir a Bíblia para a língua dos índios. E conseguiu!
Deus nem sempre responde de imediato às nossas orações, ou exactamente como queremos, mas se de todo o coração nos submetermos à Sua vontade e seguirmos a Sua orientação, Ele nos abrirá amplas avenidas de utilidade e serviço, a ponto de surpreender-nos. Tente!

domingo, 29 de janeiro de 2012

EM MOVIMENTO

Por causa do Teu nome, Tu me conduzirás e me guiarás. Salmo 31:3

Certa vez ouvi Dwight A. Delafield declarar que Deus nunca dirige algo que não esteja em movimento. Isto é verdade.
A minha mulher tinha 55 anos de idade e eu 64 quando aprendemos a esquiar. Uma das coisas que aprendemos (do modo mais difícil) foi que não podemos guiar os esquis a menos que estejamos em movimento. Guiar significa dar direcção a algo que se move. Quando eu era criança, o meu pai fez-me um 'carro' sem rodas com uma armação de madeira. Guardo uma fotografia dele. Tinha um 'volante', mas apesar de todo o meu empenho na direcção, o único lugar para onde ia era para algum ponto na minha imaginação.
Outro dia, enquanto caminhava por uma galeria de lojas, parei para observar um miúdo que 'dirigia' um carro de corridas num ecrã de vídeo. As manobras violentas pareciam invalidar a declaração de Delafield. Seria mesmo? Na realidade, não. Com efeito, o 'carro de corridas' não ia a lugar nenhum, a não ser no ecrã do vídeo. Embora parecesse que o miúdo 'guiava' algo, ele estava apenas a dirigir uma ilusão.
Algumas pessoas recostam-se, não fazem nada, e esperam que o Senhor as 'dirija'. Outras oram: "Senhor, guia-me" e depois recusam-se a seguir a direcção que Deus lhes mostrou. Talvez você já tenha orado dessa maneira. Eu já.
O Senhor não nos revela tudo o que vai acontecer no futuro. Se Ele o fizesse, não precisaríamos de fé. Deus guia-nos passo a passo. Quando damos um passo com fé, e pela Sua graça fazemos aquilo que sabemos ser certo, por outras palavras, quando nos colocamos em movimento, Ele guia-nos para o próximo passo.
Ao recapitular a sua vida hoje, pode ver que Deus o tem dirigido? Ou estará Ele à espera de que você se coloque em movimento? Não estou a dizer movimentar-se no rumo que lhe parece certo seguir (ver Provérbios 14:12), mas na direcção que Deus quer que você vá. E nunca se esqueça: "Não cabe ao que caminha o dirigir os seus passos." Jeremias 10:23. Tanto no campo físico como no espiritual, Deus só guia algo em movimento! Se lhe parece que não vai a lugar nenhum espiritualmente, mova-se na direcção para a qual sabe que Deus quer dirigi-lo, e Ele o conduzirá para o passo seguinte!

sábado, 28 de janeiro de 2012

AS PROFUNDEZAS DO OCEANO

Tornará a ter compaixao de nós; pisará aos pés as nossas iniquidades, e lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar. Miquéias 7:19

Eu tinha seis anos de idade quando a minha familia voltou do trabalho missionário no Brasil. Na viagem para os Estados Unidos, a certa distância de Porto Rico, o Capitão Evans, comandante do nosso navio S.S. Alban, pôs-se em pé no convés superior do navio e apontou para baixo: "O oceano, aqui, tem oito quilómetros de profundidade."
Isso é fundo, mas há lugares mais fundos ainda. O ponto mais profundo do mundo fica na Fossa das Marianas, ao largo da costa oriental das Filipinas. Tem a profundidade de 11.033 metros - 2.185 metros mais de profundidade do que o monte Everest tem de altura!
No dia 23 de Janeiro de 1960, o batíscafo Trieste, com Jaques Piccard e o Tenente Donald Walsh a bordo, desceu a esse espantoso abismo. Ao aproximarem-se do fundo, ouviram um ruído forte com som de algo a quebrar. Uma inspecção revelou que uma das escotilhas de observação se tinha rompido sob a tremenda pressão de quase oito toneladas por polegadas quadradas. Os homens tiveram de decidir se continuavam ali ou subiam para a superfície. Depois de examinarem o dano, chegaram à conclusão de que não era suficientemente grave para abortar a missão e desceram 10.800 metros. Encontraram o fundo do oceano coberto por uma camada macia de lodo.
Quando Deus promete lançar os nossos pecados nas profundezas do mar (Miqueias 7:19), na realidade está a dizer que, quanto a Ele, já colocou esses pecados fora da memória (ver Hebreus 10:17). A Bíblia também diz: "Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões." Salmo 103:12. Ninguém sabe quão longe é isso, pois a distância é infinita.
Apesar disso, existem pessoas - algumas das quais cristãs professas - que são óptimas mergulhadoras. Não sei que tipo de instrumentos e roupas usam para descer até ao fundo, mas esses chafurdeiros parecem gostar de turvar a lama das profundezas e agitar coisas que Deus já permitiu que se afundassem.
Se Deus já lançou nas profundezas do mar pecados a Ele confessados, perdoados e abandonados, não seria melhor deixá-los onde estão, sossegadinhos?

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

A ATRACÇÃO DOS LIVROS

Quando vieres traz a capa que deixei em Troas... e os livros, principalmente os pergaminhos. II Timóteo 4:13

Entre as últimas palavras escritas pelo grande apóstolo Paulo, encontra-se este simples pedido: "Traz... os livros, principalmente os pergaminhos." O apóstolo encontrava-se confinado dentro de um calabouço em Roma. Pressentia claramente aproximar-se o dia do seu martírio. Com palavras dramáticas rogava a Timóteo para vir ter com ele, uma vez que todos o tinham abandonado. Na sua solidão, desejava ardentemente a presença confortadora de um amigo como Timóteo. Desejava também que o jovem pastor de Éfeso trouxesse com ele os livros e os pergaminhos. A diferença entre os dois é que os primeiros eram feitos de papiro, e não de pergaminho.
Alguns eruditos crêem que estes pergaminhos eram "a versão de Paulo do Antigo Testamento para o grego, que não era uma carga pequena, que pudesse ser carregada daqui para ali", ou "possivelmente cópias oficiais das palavras de Jesus, ou narrativas primitivas da Sua vida."
Os livros eram uma parte importante na vida deste eloquente pregador, e agora, no crepúsculo do seu ministério, ele desejou o conforto e a inspiração dos grandes livros.
Há cristãos que no seu 'zelo sem entendimento', desprezam de um modo geral os bons livros. Crêem que a Bíblia lhes é suficiente. Calvino (1509-1564), entretanto, vale-se do pedido de Paulo para refutar "a insensatez dos fanáticos que desprezam os livros e condenam toda a leitura, gloriando-se somente do seu fervor e das suas aspirações particulares acerca de Deus."
Alguns comentaristas da Bíblia destacaram o paralelismo histórico existente entre Paulo, em Roma, e William Tyndale (1494-1536), quinze séculos depois. Perseguido e preso na Bélgica por causa da sua fé, pouco antes do seu martírio, Tyndale escreveu uma carta ao Marquês de Bergen, dizendo: "Rogo de Vossa Senhoria, pelo Senhor Jesus, que, se eu tiver de ficar aqui durante o inverno, suplique ao comissário a fineza de me mandar duas coisas que são minhas, ... um gorro de lã, sinto dolorosamente o frio na minha cabeça e também uma capa mais quente, pois a que tenho é muito fina. ... Mas, acima de tudo, a minha Bíblia hebraica, a minha Gramática e o meu Vocabulário, para que eu use o meu tempo nesta actividade."
Tanto o apóstolo Paulo como William Tyndale, mesmo em circunstâncias adversas, não ocultaram o seu profundo amor aos livros.
Um crente que não lê assemelha-se a uma alma solitária e aflita que desconhece as atracções e encantos existentes no maravilhoso e fascinante mundo dos livros.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

MARCOS 4:20

Mas outras pessoas são como a semente que caiu em boa terra: ouvem a mensagem de Deus, recebem-na e dão fruto, uns trinta, outros sessenta e outros cem vezes mais. Marcos 4:20

Kandavalli Rajeshwar Rao, um homem dos seus quarenta anos, nasceu em Madras, na Índia, e foi criado como hindu. Certo dia, há alguns anos atrás, ele estava a visitar uns familiares quando por volta das quatro horas da manhã foi despertado de um sono profundo por uma voz que disse as seguintes palavras: "Marcos 4:20." Nada mais. Ele despertou todos os que dormiam e perguntou:
- Vocês ouviram uma voz?
Ninguém tinha ouvido. Quando começou a cochilar de novo, a voz repetiu: "Marcos 4:20". Mais uma vez, ninguém tinha ouvido a voz. A curiosidade dele cresceu.
Quando Rao voltou para casa, perguntou a um sacerdote hindu o que significava a expressão Marcos 4:20. O sacerdote não sabia, mas sugeriu que ele fizesse a pergunta a um mestre da lei muçulmana. Rao foi procurar o mestre. O homem disse que não conhecia o significado de Marcos 4:20, mas achava que poderia estar relacionado com os cristãos.
Rao então fez a pergunta a um pastor baptista, que o leu todo, duas vezes. Pouco tempo depois de repetir uma segunda leitura, recebeu de alguns jovens um folheto que anunciava reuniões evangelísticas. Rao e a esposa assistiram à série num local onde se encontravam cerca de 600 pessoas presentes. Quando o evangelista fez o apelo Rao e a sua esposa decidiram colocar-se ao lado de Cristo.
Depois de mais estudos foram baptizados e Rao sentiu-se chamado para o ministério e matriculou-se no Spicer Memorial College. Após a formatura, achou que a sua missão era levar o evangelho ao povo Gond, uma tribo que nunca tinha ouvido a Palavra de Deus. A princípio, as pessoas da aldeia pensaram que ele fosse um agente policial e recusaram-se a ouvi-lo. Depois, sequestraram o seu filho. Felizmente alguém presenciou o facto e contou-o a Rao, que saiu atrás dos sequestradores de bicicleta. Quando alcançou os homens, perguntou-lhes porque estavam a levar o seu filho.
Nós vamos matá-lo - responderam.
Então matem-me também - disse Rao - mas aceitem Jesus como Salvador.
Impressionados, os sequestradores deixaram que ambos partissem. Depois de trabalhar entre esse povo durante dois anos, Rao baptizou o homem que tinha instigado o sequestro. Dois anos depois mais cinquenta pessoas se converteram a Cristo. A minha mulher e eu conhecemos o Pastor Rao em Pune, em 1991. Marcos 4:20 está a cumprir-se na Índia!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A VOZ DE DEUS

... E a Sua voz (era) como a voz de muitas águas. Apocalipse 1:15

Quando as luzes do primeiro século se apagavam, na rochosa ilha de Patmos, situada no mar Egeu, encontrava-se exilado o evangelista João, o último sobrevivente dos 12 apóstolos de Cristo. Naquela solitária colónia penal, entre o silêncio dos penhascos e o ruído das ondas do mar açoitadas pelo vento, ele contemplava a glória do Senhor. Em visão fulgurante, viu "ao Filho do Homem, vestido até aos pés de um vestido comprido, e cingido pelos peitos com um cinto de ouro." (Apocalipse 1:13). E concluiu a sua descrição com esta síntese magistral: "e a sua voz (era) como a voz de muitas águas".
A voz de Deus chega aos homens em distintas manifestações, e ouvimo-la em vários matizes. Por vezes, percebemo-la no ruído estrepitoso das grandes cachoeiras; ou no murmúrio quase imperceptível dos regatos que se movem suavemente. A voz de Deus faz-se ouvir algumas vezes no sopro impetuoso das tormentas ou também na brisa fresca das manhãs primaveris. Ouvimo-la no clarão dos relâmpagos que iluminam as noites tempestuosas e nas miríades de estrelas que cintilam nas nossas noites tropicais.
Moisés ouviu a voz de Deus no meio da sarça que ardia, mas não se consumia. Elias ouviu-a, quando esmagado pelo desalento, deitado debaixo de uma árvore num dos desertos de Horeb. Escutou-a Isaías, no templo: "Vi ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono. ... E ouvi a voz do Senhor." Isaías 6:1, 8.
Escutaram, enfim, a voz de Deus, homens e mulheres piedosos através da história. A Palavra declara: "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho." Hebreus 1:1.
Quando escutamos a voz de Deus, algo extraordinário sucede dentro de nós. Não podemos escutar essa voz e seguir o curso da nossa vida sem experimentar uma grande transformação. Bastará ouvi-la uma só vez para que a consciência da nossa própria pecaminosidade se desperte. E essa foi a experiência do profeta Isaías. Quando a voz de Deus ressoou na sua consciência, ele exclamou perplexo: "Ai de mim que vou perecendo, porque sou homem de lábios impuros." Isaías 6:5.
Mas quando a boca de Isaías foi tocada pela brasa viva tirada do altar, sentiu-se purificado dos seus pecados, e ao ouvir a "voz do Senhor que dizia: A quem enviarei e quem há-de ir por nós?" Respondeu Isaías: "Eis-me aqui, envia-me a mim." Isaías 6:6-8.
Felizes são os que, em meio à agitação e tumulto deste século, podem ouvir a voz de Deus falando-lhes ao coração.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

NECESSIDADES E DESEJOS

E o meu Deus, segundo a Sua riqueza em glória, há-de suprir em Cristo Jesus, cada uma das vossas necessidades. Filipenses 4:19

Os meus pais, o meu irmão e eu estávamos a caminho de Moçambique, África Oriental, quando o navio em que viajávamos atracou em Manila, no dia 4 de Dezembro de 1941. Quatro dias depois, Pearl Harbor foi bombardeada e três semanas mais tarde fomos levados como prisioneiros pelo Exército Imperial Japonês para o campo de concentração John Hay, ao norte de Luzon.
Depois da queda de Bataan, fomos transferidos para o Campo Holmes (hoje Campo Dangwa), a alguns quilómetros de distância. Encontrámos, no novo campo, várias peças de equipamento militar que os exércitos americano e filipino, em retirada, tinham abandonado. Entre elas, havia balas de rifle de grosso calibre. Esses projécteis eram grandemente apreciados, e se alguém conseguisse surripiar de um soldado japonês uma arma calibre 27 que funcionasse com essas balas, seria herói no campo de concentração.
Ralph Longway, o meu melhor amigo, tinha entre os seus pertences um esconderijo para essas balas. Certo dia, o pequenino Jamie Mather, de três anos e meio, descobriu a mercadoria açambarcada de Ralph e roubou um punhado de balas. Se me lembro bem, Billie - o irmão de seis anos de idade de Jamie procurou o Ralph e denunciou o irmãozinho. Ralph dirigiu-se a Jamie e pacientemente procurou convencê-lo a entregar as 'preciosas' peças, mas Jamie não queria devolvê-las.
Finalmente, Ralph apelou para uma autoridade maior - o pai do Jamie. Parece que ainda estou a ver o Dr. Bruce Mather segurar Jamie pelo braço esquerdo, tentando com paciência fazer com que ele devolvesse a última bala, enquanto Jamie gritava: "Mas eu preciiiiiiiiso dela!" Por fim, o Dr. Mather teve de retirar, à força, o projéctil da mãozinha fechada de Jamie e devolvê-lo a Ralph, entre gemidos de protesto.
Nós rimos da confusão que o Jamie fez entre as suas necessidades e os seus desejos. Mas não fazemos nós a mesma coisa? Não oramos algumas vezes por coisas que queremos, mas das quais na realidade não estamos a precisar? A Palavra de Deus, garante-nos que "nenhum bem (Deus) sonega aos que andam rectamente." Salmo 84:11.
Deus promete suprir totalmente as nossas necessidades de acordo com a Sua abundante riqueza (ver Filipenses 4:19), mas Ele nunca prometeu suprir todos os nossos desejos.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O CRISTIANISMO TRANSFORMA

Obedeçam a Deus porque vocês são filhos d'Ele; não voltem atrás aos vossos velhos caminhos - a prática do mal - porque naquele tempo não conheciam nada melhor. Mas agora, sejam santos em tudo quanta fizerem, tal como é santo o Senhor. I S. Pedro 1:14 e 15 (A Bíblia Viva)

Clarence Hall, o correspondente de imprensa que trabalhou durante a Segunda Guerra Mundial, relatou a seguinte história a uma cadeia de jomais:
"(Por volta de 1915) um missionário americano a caminho do Japão fez uma escala em Shimmabuke, minúscula vila em Okinawa. Começou a falar de Jesus e converteram-se ao cristianismo duas pessoas - Shosei Kina e o seu irmão Mojon. Deixou com eles uma Bíblia e seguiu viagem. Durante trinta anos não tiveram qualquer outro contacto com missionários cristãos, mas fizeram com que a Bíblia vivesse! Ensinaram os outros aldeões, até que todos os homens, mulheres e crianças de Shimmabuke se tornassem cristãos.
"Shosei Kina tomou-se o homem mais importante da vila, e Mojon o chefe dos professores. Na escola, a Bíblia era lida diariamente. Os seus sagrados preceitos eram lei na aldeia. Naqueles trinta anos, desenvolveram uma democracia cristã na sua forma mais pura.
"Quando o exército americano entrou na ilha, uma patrulha avançada invadiu a vila com as armas preparadas. Dois homens idosos adiantaram-se, curvaram-se e começaram a falar. Um intérprete explicou que os velhinhos estavam a dar aos americanos as boas-vindas como companheiros cristãos!
"Os soldados estupefactos mandaram chamar o seu capelão. Ele chegou com oficiais do Serviço Secreto. Inspeccionaram a vila. Ficaram boquiabertos diante das casas e ruas meticulosamente limpas e da simpatia dos moradores."
O cristianismo deve fazer uma diferença para melhor na vida das pessoas. Se não fizer, o problema não está com o cristianismo, mas com aqueles que professam segui-lo (ver II Timóteo 3:8).
Nós podemos experimentar aquilo a que a Bíblia chama "o poder de Deus para a salvação" (Romanos 1: 16) - o evangelho - permitindo sinceramente que ele controle a nossa vida.

domingo, 22 de janeiro de 2012

DEFENDER O QUE ESTÁ CORRECTO

"É verdade, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego", perguntou o rei (Nabucodonosor), "que vocês se recusam a servir os meus de deuses e adorar a estátua de ouro que eu mandei construir? Vou dar mais uma oportunidade. Quando a música for tocada, se vocês se curvarem e adorarem a estátua, nada lhes acontecerá. Mas, se vocês não fizerem isso, serão jogados na grande fornalha acesa, imediatamente." Daniel 3:14 e 15 (A Bíblia Viva)

Não é fácil permanecer firme pelo que é correcto quando se sabe que se pode desagradar a alguém importante, de cujos caprichos podem depender a sua vida e bem-estar, especialmente se é um seu amigo e benfeitor. Apesar disso, os três jovens hebreus do nosso versículo preferiram morrer a adorar a imagem de ouro. Não era simplesmente uma questão de adorar um deus falso. Curvar-se diante da imagem seria negar a interpretação que eles já tinham dado anteriormente a Nabucodonosor por inspiração de Deus (ver Daniel 2: 18, 19 e 36).
Semelhantemente, quando Daniel foi proibido de orar ao Deus do Céu durante 30 dias, devido ao decreto real de Dario, ele recusou-se a fingir que já não orava abertamente como de costume.
Requer coragem ficar firme e ser visto como cristão, quando os "amigos" são pessoas em posição de poder que podem prejudicá-lo seriamente.
Frederico o Grande, da Prússia, era conhecido pela sua crueldade e pelo desdém para com a religião. Certa ocasião, o rei dizia piadas grosseiras acerca de Jesus Cristo, e os seus hóspedes riam às gargalhadas. O General Joaquim von Zietan, cristão devoto, colocou-se em pé e dirigiu-se ao rei da seguinte maneira:
"Vossa Majestade sabe que não temo a morte. Já combati e venci batalhas em seu nome. Agora estou velho e em breve terei de comparecer na presença d'Aquele que é maior do que Vossa Majestade, o poderoso Deus que me salvou dos pecados, o Senhor Jesus Cristo contra quem Vossa Majestade blasfema. Eu saúdo-o como um velho que ama o Seu Salvador e se encontra diante dos portais da eternidade."
A sessão de piadas acabou.
Como podemos nós cultivar uma coragem como a que os valorosos hebreus e Joaquim von Zietan revelaram? Aquele que humildemente se curva diante da Majestade do Céu não precisa de ter medo daquilo que o homem pode fazer (ver Salmo 56:11).

sábado, 21 de janeiro de 2012

CRÊ REALMENTE?

Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Pode, acaso, semelhante fé salvá-lo? Tiago 2:14

Em 1859, Jean François Gravelet, famoso acrobata francês da corda bamba, mais conhecido como "Blondin", atravessou as cataratas do Niágara sobre uma corda de 330 metros de extensão, suspensa a 48 metros de altura sobre as quedas d'água trovejantes. Ele fez a travessia sobre a corda de várias maneiras: conduzindo um carrinho de mão; sentando-se no meio do caminho para fritar e comer uma omolete; dentro de um saco; de olhos vendados e com pernas de pau! O público afluia aos milhares de toda a parte para assistir àquelas proezas de tirar o fôlego.
Depois dessas apresentações, a multidão aplaudia e aclamava: Blondin! Blondin! Blondin! Certa ocasião, depois de terminar uma das suas famosas travessias, ele perguntou:
- Vocês acreditam que eu consiga carregar alguém sobre os meus ombros?
- Sim! Sim! Sim! - gritou a multidão.
- Tudo bem. - disse Blondin - Se vocês acreditam, que se apresente alguém então para eu carregar.
A aclamação parou. Ninguém se mexia. Uma coisa era crer que Blondin pudesse carregar alguém na travessia; outra coisa era crer que "eu" pudesse ser carregado(a). Finalmente, apresentou-se um homem - obviamente alguém sustentado pela coragem das suas convicções. Enquanto a multidão observava, Blondin carregou aquele homem para o outro lado, em segurança.
Há muita gente hoje como aquela multidão que aclamava Blondin. Dizem crer que Jesus pode salvar - salvar os outros, mas não a "mim". Uma fé como essa não tem valor.
A Bíblia apresenta amplas evidências de que Jesus "pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus". (Hebreus 7:25) Afinal de contas, Ele salvou o ladrão penitente na sua hora extrema, não foi? Porque, então, deveria alguém questionar a Sua capacidade de salvar?
Salvação significa dar o passo inicial de crer em Jesus para a salvação, mas inclui mais: inclui confiar n'Ele a cada passo do caminho. Ao fazermos isso, Ele por Sua vez leva-nos até ao fim com segurança, tal como Blondin fez quando carregou o homem sobre os ombros acima das cataratas do Niágara. E Jesus fá-lo com mais segurança ainda!

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

QUANDO DEUS OPERA POR NOSSO INTERMÉDIO

Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso, e não te assistimos? Então lhes responderá: Em verdade vos digo que sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a Mim o deixastes de fazer. Mateus 25:44 e 45.

Pouco depois de William McKinley ter sido eleito presidente dos Estados Unidos, alguém recomendou que ele escolhesse determinado político eminente como embaixador num país estrangeiro. Enquanto McKinley considerava a recomendação, um incidente que tinha ocorrido vários anos antes ajudou-o a decidir-se.
Certo dia, à tardinha, McKinley apanhou um autocarro e sentou-se no último banco vazio. Momentos depois, uma lavadeira velhinha entrou no autocarro carregando uma pesada cesta de roupa. Percorreu toda a extensão do corredor à procura de um lugar livre. Como não encontrou nenhum, ficou parada no corredor junto do homem que agora o presidente estava a pensar para o cargo de embaixador. O homem obviamente viu a senhora idosa, mas em lugar de lhe oferecer o banco, ergueu o jornal de modo a encobri-la dos seus olhos. Com pena dela, McKinley levantou-se, caminhou pelo corredor, pegou na cesta de roupa da senhora e conduziu-a para o banco. O candidato a uma embaixada provavelmente nunca soube que o seu pequeno acto egoísta lhe custara aquilo que poderia ter sido o cargo mais importante da sua carreira.
O que é que você teria feito, o que teria eu feito, se estivéssemos no lugar daquele homem? Suponhamos que tivéssemos cedido o nosso lugar; teríamos feito isso para "aparecer", com o fim de sermos "vistos pelos homens" (Efésios 6:6; Mateus 23:5) ou porque Deus estava a trabalhar por nosso intermédio "segundo a Sua boa vontade?" (Filipenses 2:13).
As boas obras que o Céu aprova são aquelas que brotam de um coração que ama desinteressadamente. Esse tipo de amor vê uma necessidade e executa um acto bondoso, sem nunca buscar o reconhecimento! Mas, se o reconhecimento vier, esse tipo de amor humildemente atribui o crédito e a glória ao Pai celestial e continua a fazer o bem, sem entender que tenha feito algo fora do comum. E ele não fez mesmo algo incomum - foi simplesmente Deus a cumprir "a Sua boa vontade" por seu intermédio!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

É UM AÇOITADOR DE FARISEUS?

Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos Céus. Mateus 5:20

As denúncias mais contundentes de Jesus não foram dirigidas aos publicanos e pecadores, mas aos fariseus. Podemos ler acerca dos ais que Ele pronunciou contra essa classe em Mateus 23. E já que Cristo denunciou esses hipócritas, alguém com certeza pode pensar que não há problema nenhum em juntar-se aos que se acham no direito de entregar os fariseus ao açoite. Quando foi a última vez que ouviu um pregador expressar compaixão por essas "pobres e ridicularizadas pessoas"?
Recentemente ouvi uma ilustração que me pareceu apócrifa - até ao momento em que parei para pensar em alguns dos sermões que já preguei contra os fariseus. Segundo essa história, a lição numa classe bíblica infantil era sobre a parábola do fariseu e do publicano. Lembra-se que, ambos "subiram ao templo com o propósito de orar", e o fariseu disse, entre outras coisas: "Ó Deus, graças Te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano." (Lucas 18:10 e 11).
No encerramento da lição, o professor pediu que um dos jovens orasse e, de acordo com a história, ele disse: "Senhor, graças Te damos porque não somos como aquele fariseu."
Curiosa ironia! Dá bem para visualizar o menino a pegar na "vara de medir" que o fariseu usara para bater no publicano, e voltar-se contra o fariseu para lhe bater com a mesma vara. Não foi precisamente isso que Jesus fez quando denunciou os fariseus? De modo nenhum! Jesus "sabia o que era a natureza humana" (João 2:25); você e eu não sabemos. Quando denunciamos essa seita maligna, isso sem mencionar pecadores "mais culpados que todos os outros" (Lucas 13:4), precisamos perguntar a nós mesmos: Qual é a minha motivação? São as minhas denúncias farisaicas feitas para colocar em evidência a minha justiça? (Por contraste, é claro!)
Os fariseus possuíam justiça. A Bíblia diz que possuíam (ver Mateus 5:20) - mas não a justiça do tipo certo. A justiça de que necessitamos não se compara com a justiça ou injustiça dos outros. Ela olha para Jesus. E à luz da justiça d'Ele: "todas as nossas justiças (de qualquer espécie) são como trapos de imundície!" Isaías 64:6.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

HOMENS QUE NÃO SE COMPREM NEM SE VENDAM

Esperando (Félix) também ao mesmo tempo que Paulo lhe desse dinheiro; pelo que, chamando-o mais frequentemente, conversava com ele. Actos 24:26

Foi Robert Walpole, político britânico do início do século dezoito, que insinuou que todo o homem tem o seu preço. Isto com certeza era verdade no caso de Félix, mas não é uma verdade universal.
Em 1896, Booker T. Washington, fundador do Instituto Tuskegee, no Estado do Alabama, soube que um notável químico industrial agrícola e pesquisador negro chamado George Washington Carver fazia parte do corpo docente da Universidade do Estado de Iowa, e resolveu investigar. Ficou tão impressionado com os projectos de trabalho de Carver, que o convidou para integrar o corpo docente em Tuskegee.
Durante as negociações, Washington disse a Carver: "Não posso oferecer-lhe um grande salário; não posso oferecer-lhe fama; o que lhe posso oferecer é imortalidade." Embora a remuneração não fosse avultada, Carver aceitou o convite, depois de ter feito dele motivo de oração.
Mais tarde, quando Carver já era famoso, Thomas Edison, grande génio inventor americano, ofereceu-lhe um salário astronómico de cento e setenta e cinco mil dólares por ano - uma fortuna para aquele tempo. Mas Carver recusou o oferecimento de maneira elegante, declarando que - apesar de apreciar o convite - sentia que Deus ainda tinha planos para ele em Tuskegee. Em 1940, três anos antes da sua morte, Carver doou a totalidade das economias da sua vida, no valor de trinta e três mil dólares, para estabelecer a Fundação Carver, que deveria dar continuidade ao seu trabalho. O mundo necessita de mais homens como Carver.
"A maior necessidade do mundo é a de homens - homens que não se comprem nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o pecado pelo seu nome exacto; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao polo; homens que permaneçam firmes pelo que é recto, ainda que caiam os céus." - Educação, pág. 57.
Aquilo que se disse dos homens é igualmente verdade quanto às mulheres. Para aqueles que permanecem firmes pelos princípios, Cristo oferece não apenas a "imortalidade" neste mundo, mas a eternidade no reino por vir. Esse é um oferecimento que vale o seu preço.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

SOBRE OS BRAÇOS ETERNOS

O Deus eterno é a tua habitação, e por baixo de ti estende os braços eternos. Deuteronómio 33:27

Na visão das rodas dentro de outras rodas, Ezequiel viu um Ser resplandecente, que ele descreve como tendo a forma de um homem sentado sobre um trono (Ezequiel 1:26). Numa visão seguinte, o profeta viu que esse Ser estendia "uma semelhança de mão" (Ezequiel 8:3). Embora Ezequiel tivesse visto uma só mão, deve ter havido duas; caso contrário, a representação teria sido incompleta. Essas mãos, então, deviam estar ligadas aos braços eternos de que fala o nosso verso, os braços que estão "por baixo".
Há muitos anos, durante a construção de uma ponte sobre uma ala do porto de Nova Iorque, os engenheiros precisaram de fazer o alicerce para um dos pilares. O problema era que justamente no lugar onde pretendiam lançar esses fundamentos, estava um saveiro que tinha naufragado anos antes, com um carregamento de pedras. O saveiro estava em condições relativamente boas, de modo que o engenheiro responsável pela operação decidiu removê-lo.
Foram enviados mergulhadores, e colocadas correntes pesadas sob as extremidades da embarcação. A seguir, tentaram erguê-la com guindastes, mas todos os esforços fracassaram. Por fim, um jovem engenheiro teve uma ideia. Mandou buscar duas barcaças e colocá-las no local onde jazia o saveiro, instruindo os homens a prender as correntes às barcaças por ocasião da maré baixa. Passadas nove ou dez horas, quando começou a maré alta, o velho saveiro começou a sacudir e estremecer, mas também inexoravelmente a erguer-se. Aquilo que os guindastes não tinham conseguido pela força bruta, o poderoso Oceano Atlântico conseguiu com facilidade!
Algo semelhante acontece no nosso relacionamento com Deus. Por nós mesmos, nada podemos fazer para livrar-nos da carga de pecado, mas o Deus omnipotente pode efectuar em nós aquilo que na nossa própria força não podemos. Observe que, apesar de sermos impotentes para realizar qualquer coisa, há uma parte que devemos desempenhar - precisamos colaborar com o poder divino.
Quão gratos podemos ser pelo facto de que, para livrar-nos da carga de pecado, os braços eternos do omnipotente Deus estejam "por baixo" para erguê-la por nós - e enquanto continuarmos a cooperar com Ele, a remoção é permanente.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

CRISTO PODE MANTER-NOS EM PÉ

Sustenta-me, e serei salvo, e sempre atentarei para os Teus decretos. Salmos 119:117

Certa noite, há muitos anos, o Lorde Radstock, cristão inglês muito conhecido, ficou tanto tempo à saída de uma reunião evangelística em Woolich, Inglaterra, que quase perdeu o comboio. Mal teve tempo de saltar para dentro do vagão antes de o maquinista apitar. Um jovem oficial do exército que assistira à reunião chegou a correr e parou diante da janela junto à qual o Lorde Radstock estava sentado. Disse o jovem:
- Senhor, eu ouvi-o pregar esta noite. Respondi ao apelo e entreguei a minha vida a Cristo. Poderia dizer-me como fazer para não cair? Rápido como um clarão, Lorde Radstock tirou um lápis do seu bolso e colocou-o sobre a palma da mão.
- Este lápis pode ficar em pé? - perguntou ele ao jovem.
- Não.
Então, piscando um olho, Lorde Radstock segurou no lápis com a outra mão e disse:
- Sim, ele pode.
- Mas o senhor está a segurar o lápis - observou o jovem.
- Exactamente - concordou Lorde Radstock. - A sua vida é tão desamparada como este lápis. Você não pode manter-se em pé, mas Jesus pode mantê-lo!
Nesta altura o comboio já saía da estação, e a última coisa que o rapaz viu foi o Lorde Radstock segurar o lápis na posição vertical.
Vinte e cinco anos mais tarde, o mesmo oficial teve a oportunidade de encontrar Lorde Radstock na Índia e contou-lhe como aquela ilustração tinha causado uma impressão indelével na sua mente. Disse ele:
- Daquele dia em diante, a minha vida tem estado nas mãos de Cristo. Jesus é capaz de impedir-nos de cair (ver Judas 24). Ele declara que a Sua mão é tão poderosa, que ninguém pode arrebatar-nos dela (ver João 10:28). Assim, quando caímos, nunca é por culpa de Jesus - nunca! O problema está em nós.
Quando Pedro começou a afundar-se enquanto caminhava sobre o Mar da Galileia, o seu problema estava em olhar para as impetuosas ondas ao redor, em vez de olhar para Jesus (Mateus 14:30). De modo semelhante, estaremos a evitar uma queda se olharmos só para Jesus e permitirmos que a Sua mão todo-poderosa nos sustente. Acha que existe uma ocasião mais apropriada para recolocar a sua vida nas mãos d'Ele do que exactamente agora?

domingo, 15 de janeiro de 2012

CORAGEM ESPIRITUAL

Aceita os sofrimentos que te vierem como fiel soldado de Cristo Jesus. II Timóteo 2:3 (Bíblia Sagrada em Português Corrente)

No ano 290 d.C., durante o reinado do imperador romano Valério Maximiano, um soldado de 28 anos de idade, chamado Adriano e membro da elite da Guarda Pretoriana, ficou impressionado com a coragem de um cristão a quem tinha sido dada a ordem de o torturar para que renegasse a fé.
- O que é que te dá tanta coragem para enfrentar a morte? - perguntou Adriano.
- A minha crença no Senhor Jesus Cristo - respondeu o mártir.
Embora famoso pela sua bravura física, Adriano compreendeu que não conhecia nada sobre esse tipo de coragem. Ao ponderar na resposta do cristão, tomou uma decisão. Dirigindo-se ao juiz que sentenciaria o mártir, disse:
- Resolvi tomar-me cristão. Coloque o meu nome na lista dos que serão torturados.
Mas o Deus de Adriano tinha outros planos para ele.
Como ele pertencia à guarda de elite do imperador, o juiz teve relutância em atender o seu pedido.
Mas a história não termina aqui. Durante os vinte e três anos seguintes, enfrentando o ostracismo e a perseguição, Adriano revelou a espécie de coragem que só Cristo pode dar - coragem que o mundo não pode abater. Finalmente, em 313 d.C., Adriano morreu como mártir na Nicomédia.
Hoje em dia, na maioria dos países ocidentais e mesmo em regiões do antigo Bloco Oriental, tornar-se cristão não costuma resultar em tortura e morte. Mas em alguns lugares, pode ainda custar a vida de uma pessoa.
Recentemente, li dois livros: The Torn Veil (O Véu Rasgado), de Gulshan Esther, e I Dared to Call Him Father (Ousei Chamar-lhe Pai), de Bilquis Sheikh. Os livros contam como essas duas autoras, ex-muçulmanas, enfrentaram o ostracismo, o boicote e até mesmo ameaças de morte com extraordinária coragem, depois de se terem tornado cristãs.
Num mundo como o nosso, de rápidas mudanças, quem sabe o que acontecerá no futuro? Será que alguns cristãos ainda enfrentarão a morte por causa da sua fé? Uma coisa é certa: enquanto o "príncipe deste mundo" (Satanás) estiver activo, os cristãos poderão ser tentados a procurar a saída dos covardes. Recuse-se a seguir essa direcção. Em vez disso, resolva os sofrimentos como bom soldado de Jesus Cristo!

sábado, 14 de janeiro de 2012

COMO MEDIR O QUE VALEMOS

Farei que os homens sejam mais escassos do que o ouro puro, mais raros do que o ouro de Ofir. Isaías 13:12

Durante muitos séculos, a localização exacta de Ofir foi um mistério para os estudiosos da Bíblia. Alguns pensavam que essa terra era algures na Índia; outros criam que estava ao longo da costa do Sul da Arábia; outros ainda achavam que se encontrava no litoral da Somália. Mas descobertas arqueológicas recentes indicam que o local desse fabuloso empório é Dilmun, uma cidade antiga situada numa ilha do Golfo Pérsico, perto do Kuwait, onde recentemente se deu a Guerra do Golfo.
O ouro fino era a substância mais preciosa conhecida nos tempos antigos. Comparar o ser humano ao mais fino ouro de Ofir era fazer o maior elogio possível.
No mundo de hoje, está bem divulgada uma filosofia chamada humanismo; ela incentiva as pessoas a crerem no seu próprio valor, desligadas de Deus. É estranho, mas muitos cristãos involuntariamente concordam com essa maneira de pensar. Essa filosofia subtil torna o homem a medida de todas as coisas. Mas aqueles que adoptam esse critério correm o perigo de atribuir a si próprios um valor demasiado grande ou demasiado pequeno.
Já conheceu alguém que, no seu orgulho e importância, se supervaloriza? Por outro lado, já encontrou uma pessoa que, por falta de auto-estima, costuma depreciar-se?
A Bíblia ensina que os seres humanos devem calcular o seu valor à luz do valor que Deus lhes atribui. Nas palavras do nosso versículo, Deus fará com que os homens sejam mais preciosos do que o ouro de Ofir. Quando consideramos o preço que Jesus pagou pela nossa redenção, como pode alguém concluir que não vale nada?
Nunca nos esqueçamos de que o importante não é o que nós pensamos a respeito do nosso valor, ou o que os outros pensam sobre o nosso valor, mas sim o que Deus acha que nós valemos.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

TUDO OU NADA

Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se de facto o Espírito de Deus habita em vós. E se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é d'Ele. Romanos 8:9

Quando Mahmud de Ghazni conquistou a Índia, impôs o islamismo ao povo e adoptou a prática de destruir todos os ídolos. Em 1024, capturou Somnath. Fora da cidade havia um templo dedicado a Silva. Os sacerdotes daquele tempo suplicaram-lhe que poupasse o deus deles. Em vez disso, ele despedaçou-o e de dentro da imagem derramou-se um tesouro impressionante!
Algo semelhante acontece por ocasião da conversão. É como se disséssemos: "Senhor Jesus, o templo da minha alma é todo Teu. Entra e despedaça o ídolo do egoísmo." Estamos sendo sinceros, e Cristo leva-nos a sério. Ele despedaça o ídolo e de dentro dele jorra um tesouro inestimável.
Então, na alegria desse amor, começamos a levar Jesus de sala em sala. Mas inesperadamente chegamos a um compartimento que abriga outro deus. Embora Cristo soubesse da existência desse ídolo quando lhe entregamos o templo da alma, nós não o sabíamos. Agora entretanto, temos consciência de que ele existe (ver João 9:41).
O Dr. Frederick B. Meyer, notável pregador, encontrou-se um dia diante de uma situação como esta. Estava no seu escritório, perguntando-se acerca da dimensão e sucesso do seu trabalho. Repentinamente, pareceu-lhe que Cristo estava em pé ao seu lado.
- Eu gostaria de ter as chaves da tua vida - parecia estar Ele a dizer.
A experiência foi tão real, que o Dr. Meyer diz ter colocado a mão no bolso para entregar o porta-chaves.
- Estão aqui todas as chaves? - perguntou Jesus.
- Sim, Senhor - respondeu o clérigo. - Todas com excepção de uma.
- Se não puderes admitir-Me em todos os aposentos da tua vida, não aceitarei nenhuma das tuas chaves - disse Jesus com tristeza.
O Dr. Meyer sentiu-se tão subjugado pela sensação de que Cristo estava a sair da sua vida, que involuntariamente gritou:
- Senhor, volta! Toma as chaves de todos os compartimentos da minha vida.
Esta experiência repete-se na vida de todo o cristão, quando o Espírito Santo o torna consciente da existência de ídolos dos quais ele não suspeitava ao converter-se. Se hoje o Espírito Santo lhe apontar a existência de um ídolo no templo da sua alma, não quererá, pela graça de Deus, expulsá-lo?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ALIMENTO PARA O ESPÍRITO

Porque gastais o dinheiro naquilo que não é pão; e o vosso suor naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente e comei o que é bom e vos deleitareis com finos manjares. Isaías 55:2.

Há algum tempo, um amigo meu contou-me algo que lhe acontecera e que se relaciona com o texto da nossa meditação. Enquanto a sua mulher fazia compras na cidade, ele ficara em casa para fazer alguns trabalhos esporádicos. Na hora do almoço, abriu o frigorífico à procura de algum alimento que não exigisse muito preparo. Encontrou algo que parecia um substituto de carne para vegetarianos e experimentou-o. O gosto era bom. Aqueceu-o e deleitou-se comendo aquela refeição. De repente, sentiu um ruído ao trincar um grão que parecia areia. Ficou curioso para saber do que se tratava. Quando a mulher chegou a casa, desvendou-se o mistério. O meu amigo tinha comido ração para cães!
A carne, com certeza, tinha sido esterilizada, mas isso não contribuiu para acalmar o estômago do meu amigo. Lendo o rótulo de uma das latas, ele descobriu que continha "subprodutos cárneos", o que não ajudou em nada a diminuir a sua repugnância.
Divertido? Repulsivo? Mas que lição para os cristãos! Pode acontecer que algum de nós esteja involuntariamente a dedicar-se a coisas de "gosto bom" para o nosso apetite pervertido, mas prejudiciais ao nosso bem-estar espiritual, como programas de TV e vídeo ou revistas que alimentam a natureza inferior? O que são essas imagens, senão falsos deuses?
Um cristão disse-me recentemente que ele não via mal em assistir a programas pornográficos pela TV-cabo ou a vídeos proibidos para menores ou ainda a ler revistas imorais, contanto que o fizesse na privacidade do seu quarto e na companhia da sua mulher, logicamente! Mas qual é a diferença entre cobiçar outra mulher ou outro homem, na privacidade do quarto e sentir a mesma cobiça nas ruas? (ver Mateus 5:28).
Em vez de alimentar a nossa natureza inferior, deveríamos assumir este compromisso: "Não porei coisa injusta diante dos meus olhos" (Salmo 101:3), mas alimentarei a minha alma com aquilo que nutre a vida espiritual - um conhecimento mais profundo do Deus verdadeiro. Pense nisto.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

DEUSES ESTRANHOS

Se é de todo o vosso coração que voltais ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos ... e preparai o vosso coração ao Senhor; e servi a Ele só. I Samuel 7:3

Há tempos atrás, um missionário americano na Índia conheceu um motorista de autocarro que adorava um deus muito estranho.
Os autocarros na Índia não são fabricados como os meios de transporte nos quais costumam viajar as pessoas em países mais desenvolvidos. Eles são construídos tendo em vista a utilidade, e não o conforto. A carroceria do autocarro avança para a frente ocupando o máximo de espaço possível; o banco do motorista fica ao lado do motor, que é abrigado por uma coberta.
Segundo a história, o missionário viajava num desses autocarros. A cobertura do motor parecia um lugar cómodo para o descanso dos pés, de modo que ele colocou-os ali. Imediatamente o motorista começou a gesticular e a falar de modo agitado, num dialecto que o missionário não entendia. O estrangeiro ficou surpreendido com o estardalhaço que o homem fazia.
Felizmente, um passageiro bilingue interveio nessa altura. Pediu, em inglês, que o missionário fizesse a fineza de retirar os pés da cobertura do motor. O missionário obedeceu, mas perguntou ao intérprete qual era o problema. Ficou a saber que a cobertura abrigava o deus do motorista. Ao colocar os pés sobre aquela cobertura, o missionário estava a demonstrar desrespeito pelo deus que estava ali por baixo - o motor!
Talvez você esteja a sorrir, como aconteceu comigo ao saber da história. Mas pensando bem, será que nós somos melhores do que o nosso amigo hindu? Não é possível que nós, os que professamos conhecer e adorar o verdadeiro Deus, estejamos também cultuando deuses "estranhos"? Não quero dizer estranho no sentido de algo esquisito ou ridículo. Quero dizer estranho no sentido em que a Bíblia usa a palavra - deuses falsos. Não é possível que estejamos a adorar tais deuses na forma de objectos concretos ou mesmo conceitos mentais?
O apóstolo Paulo aconselha-nos a fazer um exame de nós mesmos (ver II Coríntios 13:5). Todos nós precisamos de fazer isso periodicamente. Se acha que tem adorado um deus "estranho", que tal livrar-se dele e permitir que o verdadeiro Deus ocupe o Seu lugar legítimo no templo da alma? Deus promete conceder-lhe o que se chama o "poder expulsivo de uma nova afeição" para o capacitar a fazer isso.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

UM VISLUMBRE DE CRISTO

Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial. Actos 26:19

Johann Heinrich von Dannecker, o famoso escultor alemão que nasceu em 1758 e faleceu em 1841, conquistou cedo na vida a sua reputação devido às estátuas de deusas e deuses gregos. Por exemplo, a estátua "Ariadne Sobre uma Pantera", esculpida em 1806, foi reconhecida como uma obra-prima e deu-lhe fama internacional.
Não muito tempo depois disso, Dannecker convenceu-se de que deveria dedicar o seu tempo e talento a Cristo. Deixou de esculpir deuses pagãos e resolveu produzir estátuas de Cristo. Duas vezes ele achou que fracassaria, mas por fim esculpiu uma semelhança tão extraordinariamente bela do Salvador, que passou a considerá-la a obra-prima da sua vida.
Conta-se que mais tarde Napoleão Bonaparte o convidou para ir a Paris e cinzelar uma estátua de Vénus, mas Dannecker recusou o convite dizendo:
"Senhor, estas mãos que cinzelaram uma estátua de Cristo nunca mais poderão esculpir a imagem de uma deusa pagã."
Aconteceu algo semelhante com o apóstolo Paulo. Depois de obter um vislumbre de Cristo na estrada de Damasco, não pôde mais esquecer-se da experiência. Posteriormente, ao referir-se a esse acontecimento dramático, escreveu: "Porque Deus me disse: 'De trevas resplandecerá luz'. Ele mesmo resplandeceu nos nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus na face de Cristo" (II Coríntios 4:6).
"Face de Cristo"! A face d'Aquele que tinha sido perseguido ficou tão indelevelmente estampada na mente de Paulo que, diante do rei Agripa, ele pôde confiantemente declarar que não tinha sido desobediente à visão celestial.
A vida de Paulo como seguidor de Jesus não foi fácil. O perseguidor tornou-se perseguido. Apesar disso, diante de todas as provações que teve de suportar, ele permaneceu fiel e inflexível. (ver Actos 20:24). Porquê? Porque ele tinha recebido uma "visão celestial" e nada mais importava.
Que nesta manhã, ao ler e estudar a Bíblia, procure visualizar Cristo sentado ao seu lado. Que a presença d'Ele impressione a sua imaginação, pois quando obtiver um vislumbre da visão celestial, não haverá nada mais importante!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

SEGUINDO PASSOS

Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos o exemplo para seguirdes os Seus passos. Pedro 2:21

Há alguns anos li a notícia de um incidente que ocorreu em Chicago antes dos dois dias da Lei Seca. Um jovem marido e pai - vamos chamar-lhe João - estava a lutar contra o hábito da bebida.
Numa noite de Inverno em que a neve caía, o João disse à sua mulher que ia visitar alguns amigos. Ela sabia que aquilo significaria horas de preocupação e expectativa quanto ao facto de ele voltar em segurança para casa ou não. Apesar dos apelos dela, João pôs o chapéu, vestiu o casaco, calçou as botas e saiu pela porta da frente para entrar no carro. Enquanto pisava na neve, ouviu a porta da frente abrir-se e a voz do seu filhinho chamar: "Papá, estou a pisar onde tu pisaste! Estou a seguir os teus passos!"
Virando-se, o João viu o Joãozinho atrás dele, colocando os pezinhos nas marcas que os pés grandes do pai deixavam na neve. Já me perguntei várias vezes se a mãe do pequenito não teria tido a ideia de o mandar para essa 'manobra'. Ideia dela ou não, o facto é que o João pensou seriamente no exemplo que estava a dar ao filho. Esperou até que o Joãozinho o alcançasse e então, pegando-lhe ao colo, voltou para casa, decidido a nunca mais beber uma gota de álcool.
Seguir o exemplo de outro ser humano pode ser arriscado, porque nenhum de nós é perfeito. Entretanto, como o nosso versículo recomenda, é sempre seguro seguir os passos de Jesus. Ele viveu uma vida perfeita e, dessa forma, deixou-nos um exemplo perfeito.
Na sua Primeira Epístola aos Coríntios, o apóstolo Paulo diz: "Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo" (11:1). Quando Paulo escreveu isso, ele estava a incentivar os cristãos de Corinto a seguirem o seu exemplo, mas só enquanto ele seguisse o exemplo de Cristo.
Não sei como se sente, mas eu sempre me senti pouco à vontade para recomendar que outros seguissem o meu exemplo. É lógico que com relação a Paulo era diferente. Afinal de contas, ele estava a escrever sob inspiração. A verdade é que, gostando ou não, incentivando ou não, algumas pessoas poderão seguir o nosso exemplo. Como é importante, então, que andemos como Jesus andou!

A BÍBLIA É O PADRÃO

A Bíblia inteira nos foi dada por inspiração de Deus e é útil para nos ensinar o que é verdadeiro, e para nos fazer compreender o que está errado nas nossas vidas; ela nos endireita e nos ajuda a fazer o que é correcto. II Timóteo 3:16 (A Bíblia Viva)

Há algum tempo atrás levei o meu leitor de CD a consertar. Enquanto esperava junto ao balcão da loja de assistência técnica, ouvi a conversa entusiasmada de dois homens a respeito de religião. Um deles contou que Deus Se tinha tornado real para ele desde uma ocasião em que assistira a uma reunião religiosa. O dirigente daquela reunião, impondo-lhe as mãos, tinha conseguido curar a sua descrença. Eu gostaria de ter feito algumas perguntas àqueles homens, mas teria sido grosseiro entrar na conversa sem ser convidado, de modo que fiquei calado. Aquilo, entretanto, fez-me pensar.
O perigo de depender de fenómenos sobrenaturais para obter conhecimento de Deus é que passamos por alto a Bíblia, o meio escolhido por Deus para Se revelar à humanidade (João 5:39). A Bíblia capacita-nos a verificar a identidade dos espíritos que estão por trás dos fenómenos sobrenaturais (Isaías 8:20). Ela também estabelece doutrinas e prova a nossa experiência (II Timóteo 3:16).
A Bíblia revela que, por trás do cenário dos negócios humanos, uma batalha feroz ocorre entre as forças do bem e do mal (Efésios 6:12). Nas Escrituras, abre-se a cortina e podemos ver que "O deus deste mundo", Satanás, combate contra o Deus do Céu, e ele é capaz de cegar a mente daqueles que menosprezam a Bíblia e procuram obter um conhecimento de Deus por outros meios.
Satanás tem a capacidade de transformar-se "em anjo de luz" (II Coríntios 11:14). Com esse disfarce, ele pode levar os incautos a crerem que ele é o Deus do Céu. No dia do juízo, aqueles que foram assim enganados são os que vão dizer: "Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome não expelimos demónios, e em Teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade." (Mateus 7:22 e 23).
Considerando essa verdade, quão importante é que esquadrinhemos as Escrituras e obtenhamos o nosso conhecimento de Deus através de Jesus Cristo, revelado na Bíblia!

domingo, 8 de janeiro de 2012

A CARTA DE AMOR QUE DEUS NOS ENVIA

Porventura não te escrevi excelentes coisas acerca de conselhos e conhecimentos, para mostrar-te a certeza das palavras da verdade? Provérbios 22:20 e 21

Nos tempos antigos, as cartas eram escritas em folhas ou rolos de papiro. O papiro era um junco que crescia nas margens do rio Nilo. Esse junco era partido, achatado e depois colocado lado a lado, sendo posteriormente colado a uma camada semelhante, posta sobre a primeira, em ângulos rectos. Depois da cola secar, as cartas eram escritas nessas folhas. Às vezes as folhas de papiro eram coladas ou costuradas pelas extremidades, formando um rolo.
Muitos manuscritos e cartas escritos sobre papiro há mais de dois mil anos já foram descobertos em montes de entulho no Egipto. O clima seco preservou-os. Muitos deles revelam coisas fascinantes acerca das pessoas daquele tempo! Como a maioria da população era analfabeta, quase todas as cartas eram ditadas a um escriba. Algumas dessas missivas sobreviventes eram cartas de amor.
Noutras partes do mundo mediterrânico, as cartas eram escritas em pergaminhos. O pergaminho fazia-se com couro de animais. Devido às condições climáticas e à natureza perecível desse material, poucos pergaminhos sobreviveram à implacável passagem do tempo. A palavra "pergaminho", diga-se de passagem, é derivada de Pérgamo, uma cidade da Ásia Menor, onde eram preparados esses couros. É interessante observar que a igreja de Pérgamo, não muito distante do lugar onde João escreveu o livro do Apocalipse, foi uma das destinatárias das cartas dele às sete igrejas.
Os profetas de Deus foram Seus amanuenses ou escribas. Não que Deus não possa escrever. Sabemos que Ele pode. Entretanto, com excepção dos Dez Mandamentos (ver Êxodo 32:16), Ele decidiu usar profetas como Seus escrivãos. A Bíblia é a Sua carta de amor para nós. Embora escrita há séculos atrás, ela nunca envelhece. Ao contrário, oferece constantemente novos vislumbres da altura, profundidade, comprimento e largura do amor de Deus para connosco. Podemos ler e reler as suas mensagens sempre que quisermos, sem nunca esgotar todo o seu significado.
Ao contrário de qualquer outro livro já escrito, a Bíblia tem o poder de mudar vidas para melhor. Se deixarmos o seu autor, o Espírito Santo, guiar-nos enquanto estudamos a Bíblia, ela poderá transformar a nossa vida. Deixe que isso aconteça! Nunca se arrependerá!

sábado, 7 de janeiro de 2012

TEMPO OPORTUNO

Buscai o Senhor enquanto Se pode achar, invocai-O enquanto está perto. Isaías 55:6

Qualquer pessoa que tenha repetidas vezes procurado e encontrado Deus, pode confirmar que há ocasiões em que Ele parece mais próximo do que noutras. É porque Deus Se distancia de nós? Nunca! A Sua Palavra garante que Ele "não está longe de cada um de nós" (Actos 17:27). Além disso, Ele promete: "De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei" (Hebreus 13:5).
Porque, então, às vezes parece difícil encontrá-l'O? É porque nós deixamos que "os cuidados, riquezas e deleites da vida" (Lucas 8:14) ocupem os nossos momentos de comunhão com Ele! O resultado? Imperceptivelmente perdemos o senso da Sua presença. O problema está em nós! Daí a importância de fixarmos períodos regulares para que os nossos pensamentos se voltem para Deus.
Mas há outro ponto a ser considerado. Deus nunca Se impõe a nós, embora o Seu Espírito Santo esteja em acção em todos os momentos da nossa vida, moldando as circunstâncias, esperando a ocasião oportuna de revelar-nos a presença divina. Embora Deus tenha estabelecido ocasiões específicas para a nossa comunhão com Ele, é geralmente em períodos de reflexão silenciosa que o Espírito Santo vem a nós revelando-nos a presença divina.
Na minha própria experiência, os momentos em que Deus tem sido mais real são aqueles em que leio a Bíblia, e o Espírito Santo dá sentido a um determinado texto que tem aplicação nítida a alguma circunstância da minha vida. Nessas ocasiões, parece até que Deus fala audivelmente comigo! Talvez o exemplo mais notável tenha sido aquele da minha leitura de Marcos 9:24, mencionado na meditação de ontem.
Embora Deus não Se limite a tornar-Se conhecido a nós através da Bíblia, esse ainda é o Seu meio escolhido de comunicação connosco. A Bíblia é a mensagem de Deus para nós, porque "homens falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo." (II Pedro 1:21). Ao ler as Escrituras hoje, permita que Deus lhe fale ao coração. Permita que a Bíblia lhe revele a presença de Deus, neste "tempo favorável". (Leia Salmo 69:13).

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

RECONCILIAÇÃO COM DEUS

Reconcilia-te, pois com Ele (Deus), e tem paz. Job 22:21

O que significa reconciliar-se com Deus? Provavelmente não haverá duas pessoas que tenham chegado a conhecer Deus através de Jesus Cristo, que dêem exactamente a mesma resposta a essa pergunta.
Há uma boa razão para isso: não existem duas pessoas iguais. Todos somos indivíduos - e Deus trata-nos como tais. Apesar disso, há certas semelhanças básicas. Por causa das diferenças, hesito em relatar a minha própria experiência, pois alguém pode dizer: "Não foi assim que me relacionei com Deus." Entretanto, se eu não relatar a minha experiência, outros dirão: "Como é que ele sabe do que está a falar?"
Vou, portanto, contar brevemente como foi que me aproximei de Deus. Devo ter começado ainda em criança a observar o modo como os meus pais viviam. Embora fossem os últimos a alegar santidade, o que eu observava atraía-me, particularmente as pregações do meu pai e as conversas particulares que ele tinha comigo. Assim, aos nove anos de idade, e sem nenhuma pressão por parte dos meus pais, desejei entregar a minha vida a Deus. O meu pai baptizou-me no dia 3 de Março de 1933, no Funchal, Ilha da Madeira. Deus tornou-Se real para mim. Em retrospectiva, porém, eu teria de dizer que naquela época eu "conhecia-O só de ouvir" (Job 42:5).
No fim da minha adolescência e pouco depois dos meus vinte anos, ainda no internato, afastei-me de Deus e Ele tornou-Se irreal para mim. Eu queria crer, mas não conseguia. No fim do meu segundo ano de faculdade, estive a ponto de abandonar a religião e entrar no exército. Entretanto, antes de dar esse passo, comecei a ler um livro sobre a vida de Cristo. Certa manhã, enquanto lia o relato da cura do filho endemoninhado, encontrei esta dedaração: "Lança-te aos pés de Cristo com o clamor: 'Eu creio; ajuda-me na minha falta de fé'. Nunca perecerás enquanto fizeres isso - nunca."
O Espírito Santo falou-me através desse incidente bíblico e disse: "Este és tu. Queres crer, mas não consegues." Tive de concordar. "Senhor", orei, "eu creio. Ajuda-me na minha falta de fé."
Assim como o sol da manhã dissipa o nevoeiro, desvaneceram-se as minhas dúvidas num momento. Desde então, Deus tem sido real para mim. Será que em algumas ocasiões Ele parece mais real do que noutras? Sim, e na leitura de amanhã explicarei porquê.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

UMA PROCURA SINCERA

Buscar-Me-eis, e Me achareis, quando Me buscardes de todo o vosso coração. Jeremias 29:13

Antes que Adão e Eva desobedecessem a Deus e comessem o fruto da árvore proibida, eles comungavam com Deus face a face (ver Génesis 1:27-30). Eles conheciam-n'O experimentalmente como Amigo. Entretanto, depois do pecado, afastaram-se do seu Criador e esconderam-se (ver Génesis 3:1-8). O pecado separa-nos de Deus.
Mas Deus não deixou o homem nessa condição. Ele, o Deus omnisciente, é retratado indo à procura dos nossos primeiros pais (ver Génesis 3:8-10). Que insondável condescendência!
Desde que o homem foi expulso do Éden, os seres humanos tiveram de procurar Deus por outro método, apesar de Ele não estar "longe de cada um de nos". Actos 17:27. Esse método, como já vimos, começa por aceitar a possibilidade de que Ele existe. E depois continua por meio de uma procura "de todo o coração".
Mas existem aqueles que parecem decididos a procurar Deus do seu modo. Recusam-se a seguir o método que Ele estabeleceu na Sua Palavra - e depois perguntam por que razão não conseguem encontrá-l'O. É neste ponto que o enganador de Adão e Eva, "o deus deste século" (II Coríntios 4:4), frequentemente se manifesta e engana muitos (ver II Tessalonicenses 2:4-11). Mas não precisamos de ser enganados, se seguirmos o método de Deus.
Procurar Deus de todo o coração significa agir sem reservas. Nenhuma busca que envolva pouco empenho vai resultar. Nem será suficiente uma busca com o coração quase sincero. Entretanto, todos os que seguirem com seriedade o método que Deus usa para Se revelar, descobrirão que Ele é realmente "galardoador dos que O buscam". Hebreus 11 :6.
O terceiro e último passo para encontrar Deus é ir a Ele através de Jesus Cristo. Jesus, que tem a plenitude da divindade, é Aquele que nos torna Deus conhecido (ver João 1:18; 14:6). Ao lermos a Bíblia e ao estudarmos a vida de Cristo, Deus revelar-Se-á para nós - não como um ser impessoal e distante, mas como um Amigo pessoal e amorável.
Seguindo estes passos simples, você irá conhecer Deus - não teoricamente, mas por experiência, através de Jesus Cristo a quem Ele enviou (ver João 17:3).

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

UMA QUESTÃO DE VIDA OU DE MORTE

E a vida eterna é esta: que te conheçam a Ti: o único Deus verdadeiro. João 17:3

O nosso versículo deixa implícito que conhecer Deus é uma questão de vida ou morte e que esse conhecimento deve ser experimental.
Enquanto eu frequentava a faculdade, um colega meu, Allan Schwant, contou-me que dois colegas de dormitório numa universidade, discutiam acerca da existência de Deus. Chamaremos ao crente Roberto e ao seu companheiro de quarto, agnóstico, João. Roberto afirmava que João poderia encontrar Deus se lesse a Bíblia. João não tinha tanta certeza, mas finalmente concordou em aceitar o desafio. Quando chegou à história de Gideão, e do velo de lã, teve uma ideia brilhante (Juízes 6:36-40). Porque não fazer a experiência de Gideão?
Certa noite, o João colocou um velo de lã sobre a relva perto do dormitório. Durante aquela noite, o Roberto orou fervorosamente. Entretanto, quando o João foi buscar o velo na manhã seguinte, ele estava molhado!
- Eu sabia que não ia funcionar! - exclamou ele, rindo com desdém.
O que é que estava errado?
Bem, suponha que o João tivesse ido ao laboratório de química para fazer uma experiência de hidrólise, mas em vez de usar um electrólito ele tivesse colocado um não-electrólito na água. Se percebe alguma coisa de química, saberá que a experiência não vai resultar. Porquê? Porque ele não usou o método certo para hidrolisar a água.
Bom, mas então qual é o método certo para conhecer Deus?
Precisamos de começar a aceitar a possibilidade de que Deus "existe"(Hebreus 11:6). Mas isso não é um raciocínio em círculo vicioso?
Há alguns anos, um ateu disse-me que queria crer na existência de Deus, mas queria uma "prova razoável". Ele aceitou tudo o que eu disse - até ao momento em que expliquei que ele precisava de começar a crer que Deus existe.
- Pára aí! - disse ele. - Com esse raciocínio não se sai do lugar.
- Bem - respondi - imagina que Thomas Edison começou as suas experiências com a lâmpada eléctrica negando a possibilidade de descobrir essa forma de iluminação.
O meu amigo entendeu a questão. Precisamos de começar a aceitar a possibilidade de que Deus existe. E quando o fizermos, descobriremos que Ele "Se torna galardoador dos que O buscam"! Hebreus 11:6.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

COMO CONHECER DEUS

Conheço Aquele em quem confio. II Timóteo 1:12 (A Bíblia Viva)

Há algum tempo atrás, aproximei-me da velha ponte sobre o rio em Healdsburg, na Califórnia, quando ela estava a ser pintada. Enquanto aguardava que o sinaleiro me permitisse atravessar, observei um juvenil que vinha em direcção oposta. Ao passar por uma tabuleta que dizia: "Tinta Fresca", ele parou, leu-a e passou o dedo no pigmento ainda molhado. Ele não confiou na palavra de outra pessoa em relação à tinta húmida. Queria verificar por si mesmo.
Os estudiosos da mente dizem que há três maneiras pelas quais podemos adquirir conhecimento:
1- Aceitando a palavra de alguém.
2- Raciocinando até chegar a uma conclusão.
3- Realizando uma experiência.
Das três maneiras, a mais segura e satisfatória é fazer uma experiência. A principal razão para isso é que nós queremos ter a certeza se o conhecimento que adquirimos é verdadeiro.
1- Se confiarmos na palavra de alguém, poderemos ser enganados.
2- Se procurarmos usar a razão pura, sem conhecer todos os factos, poderemos chegar a uma conclusão errada.
3- Mas as experiências feitas do modo apropriado apresentam sempre os mesmos resultados, e então poderemos ficar descansados quanta às conclusões.
Quando Paulo escreveu que sabia em quem tinha crido, quis dizer que tinha a certeza absoluta e nenhuma dúvida. Tinha conhecido o seu Senhor, não por causa de algo que tivesse chegado aos seus ouvidos, ou por ter adquirido esse conhecimento através da razão - (ver I Coríntios 1:21). Ele conhecia Deus como resultado de uma experiência pessoal.
No ensino secundário, tive um professor de Química chamado James Thompson. Uma das coisas que o Prof. Thompson nos ensinou foi que a água era constituída por dois gases, hidrogénio e oxigénio. Ele também disse que a água continha duas vezes mais hidrogénio do que oxigénio. Tínhamos aprendido algo. Mais tarde, entretanto, o Prof. Thompson ensinou-nos a separar a água nos seus elementos componentes, através da electrólise. Agora sabíamos, por termos feito uma experiência real, que aquilo que ele nos tinha dito era verdade. Também descobrimos que, sempre que fizéssemos essa experiência, o resultado seria o mesmo.
O conhecimento experimental de Deus é a maneira mais segura e satisfatória de O conhecer. É esse tipo de conhecimento que nós precisamos de adquirir se quisermos herdar a vida eterna (ver João 17:3).

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

SEDE DE DEUS

Como suspira a corça pelas correntes das águas, assim, por ti, ó Deus, suspira a minha alma. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Salmo 42:1 e 2

Todo o ser humano já sentiu sede. A sede mais terrível que já senti foi durante os primeiros dias de Janeiro de 1942. Os meus pais, o meu irmão e eu passávamos casualmente pelas Filipinas, a caminho da África como missionários, quando Pearl Harbor foi bombardeada e a guerra se intensificou. No dia 29 de Dezembro de 1941, fomos levados cativos pelo Exército Imperial Japonês para o Campo de Concentração John Hay. Durante o combate, a bomba que fornecia água para o nosso campo foi destruída, e durante vários dias a pouca água que utilizávamos tinha de ser puxada manualmente e racionada.
Deus criou-nos de tal maneira que, quando o nosso organismo precisa de água, ele diz-nos através da sede. Mas no versículo para introdução, o salmista não estava a falar da sede física. Ele estava a usar a sede orgânica como símbolo de uma sede mais intensa - a que a alma sente por Deus.
Agostinho, um dos padres da igreja, referiu-se a essa necessidade quando escreveu: "Ó Deus, Tu criaste-nos para Ti, e não estaremos satisfeitos enquanto a nossa alma não repousar em Ti."
Há muitos que sentem necessidade de algo que nem eles mesmos sabem identificar. Procuram satisfazer essa sede da alma bebendo nas "cisternas rotas" do mundo (ver Jeremias 2:13) - a filosofia e a psicologia humanas, as drogas, etc. - mas a sua ansiedade permanece.
Aquele que bebe da água da vida, bebe para não voltar a ter sede (ver João 4:14). Isso não significa que, por já não sentir sede, nunca mais vai beber. Significa que, tendo encontrado a Fonte da Água Viva, a sede da alma que Deus mesmo criou, estará saciada para sempre, enquanto ele continuar a beber dessa água espiritual. Mas isso não é tudo; enquanto estiver a beber, por sua vez estará a ser para outros "uma Fonte a jorrar para a vida eterna."
A "água" que o Deus que Se revela oferece às almas sedentas é o conhecimento a Seu respeito. Quando bebemos dessa água, a sede da nossa alma é saciada embora, paradoxalmente, desejemos sempre mais. Que o desejo sincero da nossa alma seja: "Mais de Ti, Senhor, mais de Ti."

domingo, 1 de janeiro de 2012

CONTINUEMOS A CONHECER O SENHOR

Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor: como a alva a Sua vinda é certa. Oseias 6:3

Prosseguir em conhecer o Senhor significa mais do que um conhecimento superficial de Deus. Quer dizer uma amizade cada vez mais profunda com Ele. Tal como o dia segue a noite, a consciência de que Deus existe desponta em toda a alma que sinceramente procura encontrá-l'O, "tacteando" (Actos 17:27). Caso não avancemos nessa direcção, esse entendimento em pouco tempo deixa de existir. Por outro lado, se nos empenharmos, não ficaremos satisfeitos com o mero conhecimento de que Deus existe. Tendo encontrado Deus, tendo aprendido a apreciar o Seu carácter, desejaremos conhece-l'O melhor e aguardaremos com ansiedade as ocasiões de comunhão com o nosso Amigo celestial.
Para a maioria das pessoas, não há período melhor para esses encontros do que o início da manhã, após uma restauradora noite de descanso. É nessa hora que a mente se apresenta mais clara e menos sobrecarregada com os cuidados desta vida. Harriet Beecher Stowe, poetisa americana, resumiu nestas linhas memoráveis a experiência que pode ser sua também:

Bem de manhã, sereno surge o dia,
já aves mil entoam o seu louvor,
a luz vem encher o mundo de alegria,
bem de manhã, contigo estou, Senhor.

Bem de manhã, desperta, a Natureza,
dá o seu louvor em muda adoração;
só, com fervor, eu busco mais pureza,
eu venho a Ti, ó Deus, em oração.

Pai, quando já a luz fugir do mundo,
já quando o céu escuro e negro for,
vem conceder com Teu amor profundo:
luz, protecção, descanso em Ti, Senhor!

Ao comungar com Deus manhã após manhã deste novo ano, que o seu conhecimento a respeito d'Ele possa ser como a "luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito" (Provérbios 4:18) - aquele dia em que você, eu e todos nós encontraremos Deus face a face no Seu reino eterno! (Ver Apocalipse 22:4)