segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

DE VOLTA PARA O FUTURO

Um coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prémio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Fllipenses 3:13 e 14

Os ideogramas chineses sempre me fascinaram. Enquanto estive preso no campo de concentração, o Dr. William Mather, um erudito que passou muitos anos como missionário na China, fez uma palestra a respeito disso. Declarou que a maneira como os antigos chineses usavam os caracteres yin e yang - as duas forças opostas - indica que eles estavam a par da electricidade positiva e negativa, muito tempo antes de o Ocidente 'descobrir' esse fenómeno. Também disse que os caracteres para significar 'perigoso' e 'oportunidade', quando usados juntos, significavam 'crise'. Por outras palavras, uma crise é uma 'oportunidade perigosa'. Um pensamento desafiador!
Para mim, entretanto, um dos mais fascinantes conceitos do povo chinês é de como eles concebem o futuro. Eles veem-se a caminhar para o futuro de costas e a olhar para o passado. Isso pode parecer-nos estranho, mas faz muito sentido. O passado permanece no campo da visão. Podemos 'vê-lo' mentalmente. Mas o futuro está oculto da nossa vista, como se na verdade estivesse atrás das nossas costas.
A ideia ocidental de futuro é diametralmente oposta à dos chineses. Falamos de 'enfrentar' o futuro. Criado no mundo greco-romano, Paulo tinha obviamente o conceito ocidental de futuro quando falou em avançar para as coisas que diante dele estavam.
Mas talvez haja um ponto em que o Oriente e o Ocidente se encontram. Num discurso proferido em 1986, o Presidente Ronald Reagan usou a expressão: "Voltar para o futuro." Com isso ele quis dizer que já nos demorámos muito no passado. É tempo de considerar as desconhecidas 'oportunidades perigosas' diante de nós.
A cortina do tempo desce sobre mais um ano. Deus trouxe-nos de novo para a terra do reinício. Seja o que for que o futuro nos reserve, que o nosso estudo da Sua Palavra no próximo ano nos ajude a conhecê-l'O ainda melhor.
Prossiga em conhecer ao Senhor, adquirindo aquele conhecimento que significa vida eterna!

domingo, 30 de dezembro de 2012

A VISÃO DO QUADRO COMPLETO

Sois... edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito. Efésios 2:19-22

Christopher Wren, o famoso arquitecto inglês que projectou a Catedral de S. Paulo, em Londres, caminhava certo dia pelo prédio em construção e perguntou a cada operário o que estava fazer. Um deles disse que estava a assentar tijolos; outro, que estava a colocar os vitrais no lugar; outro ainda, que estava a fazer trabalho de carpintaria para a construção. Nenhuma das respostas foi a que o Sr. Christopher desejava ouvir.
Quando o grande arquitecto estava para deixar o local da construção, passou por um homem que misturava argamassa. Fez-lhe a mesma pergunta.
Erguendo-se acima da sua humilde tarefa, o operário respondeu com orgulho: "Estou a construir uma grande catedral, senhor!"
Alguns não viam nada além da tarefa específica na qual estavam envolvidos, mas ali estava um homem que, embora executando um trabalho de subalterno, olhava para além da argamassa e conseguia divisar o quadro completo.
Quando eu era adolescente, cantávamos um hino intitulado "Construindo para a Eternidade". A primeira estrofe era mais ou menos assim:

Com alegria ou tristeza, estamos a edificar
um templo que o mundo pode nem ver;
o tempo não pode danificá-lo nem destruí-lo;
construímos para a eterniadde. - N. B. Sargent

Quer nos demos conta, quer não, todos estamos envolvidos na construção de um templo. A nossa tarefa pode não parecer importante, mas segundo o nosso texto estamos a moldar a vida para ocupar um lugar no templo espiritual de Deus. Pergunte a si mesmo assim como eu me pergunto: "Sou eu como os pedreiros comuns na construção da Catedral de S. Paulo ou como o misturador de argamassa, que captou a visão do quadro completo?"

sábado, 29 de dezembro de 2012

SERMÃO EM ACÇÃO

Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa correndo. Porque a visão ainda está para cumprir-se no tempo determinado, mas se apressa para o fim, e não falhará; se tardar, espera-O, porque certamente virá, não tardará. Habacuque 2:2 e 3

Jeremias foi contemporâneo de Habacuque. O Senhor revelou a esses profetas que a sua nação, Judá, cairia sob as armas dos babilónios. A Jeremias, Ele revelou ainda que os judeus deveriam submeter-se pacificamente ao conquistador e ir para o cativeiro, mas prometeu também que após 70 anos eles voltariam para a sua pátria. Esta mensagem foi muito impopular e a maioria do professo povo de Deus não creu nela, para sua própria tristeza.
Hananeel, primo de Jeremias, que aparentemente era um dos cépticos, entendeu que os babilónios iriam invadir as suas terras em breve. Pô-las à venda para Jeremias a um preço muito baixo.
Ora, a última coisa de que Jeremias precisava era de uma quinta. Em primeiro lugar, ele era profeta e não agricultor; em segundo, não possuía filhos que pudessem herdá-la; em terceiro, estava com idade tão avançada que não via perspectivas de tomar conta dela 70 anos mais tarde. Apesar de tudo isso, ele comprou a quinta, e não pelo preço determinado pelo medo que Hananeel estava a pedir. Pagou o preço justo que a quinta valia! (Ver Jeremias 32:6-15.) E foi ao ponto de fazer a transacção em público. Porquê? Porque ele cria na promessa de Deus. Aquilo era um sermão em acção.
Há quase dois mil anos, o Senhor declarou: "Certamente venho sem demora."
Apocalipse 22:20. Bem, dois mil anos parece muito tempo e muitos entre o povo de Deus hoje dizem-no através das suas acções, quando não pelas suas palavras: "Prolonga-se o tempo e não se cumpre a profecia."
Como devemos relacionar-nos com essa aparente demora? Diremos nós por acções ou palavras: "Meu Senhor demora-se"? Mateus 24:48. Ou, como Jeremias, mostraremos a nossa crença de que o regresso do Senhor "está próximo, às portas"? Mateus 24:33. Afinal de contas, aos olhos do Deus eterno, mil anos são apenas "como a vigília da noite"! Salmo 90:4.

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

ESTEJA PREPARADO

Se o pai de família soubesse a que horas viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que fosse arrombada a sua casa. Por isso ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá. Mateus 24:43 e 44

Em Março de 1914, a Expedição Imperial Britânica para a Antárctida saiu da Inglaterra sob a liderança de Ernest Shackelton, com a intenção de cruzar o continente gelado a partir de uma base no Mar de Weddell, rumo a McMurdo Sound, via Pólo Sul. Acontece que o seu navio, o Endurance, ficou preso entre placas de gelo. Depois de andar à deriva entre banquisas durante cinco meses, conseguiram escapar para a Ilha do Elefante, no arquipélago Shetland do Sul. De lá, Shackelton e cinco homens navegaram 1.300 quilómetros num barco baleeiro até à ilha Geórgia do Sul, onde conseguiram ajuda.
Três vezes Shackelton partiu para tentar salvar os seus homens encalhados, e sempre era impedido pelo mar congelado. Na sua quarta tentativa, entretanto, ele encontrou um canal estreito entre as placas de gelo e por fim alcançou-os. Ao chegar, ficou feliz por vê-los preparados para embarcar no momento.
Quando todos se encontravam a salvo, e por isso mais calmos, Shackelton perguntou aos seus homens como é que eles estavam prontos para embarcar no momento em que ele chegou. Contaram-lhe que, todas as manhãs, o líder assistente que ele tinha designado enrolava o seu saco de dormir e dizia: "Deixem as vossas coisas prontas, rapazes; o patrão pode chegar hoje."
A segunda vinda de Cristo é muito mais certa do que o regresso de Shackelton à Ilha do Elefante. Pouco antes de partir da Terra e voltar para o Seu Pai, Ele prometeu: "Voltarei" (João 14:3), sem 'talvez' ou 'quem sabe'.
Quando Jesus voltar, todos os cristãos genuínos estarão prontos e aguardando ansiosamente (1 Tessalonicenses 4:16 e 17) "a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus". Tito 2:13. Estarei eu pronto, estará você pronto para a Sua vinda? Esta é a pergunta mais importante à qual só nós podemos responder.
Os homens de Shackelton prepararam-se todas as manhãs para o regresso do seu líder. Uma das melhores maneiras de nos prepararmos para o regresso do nosso líder é estudar a Sua Palavra e meditar nela no início de cada dia.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

NÃO SEJA APANHADO DE SURPRESA

Quando andarem dizendo: Paz e segurança, eis que lhes sobrevirá repentina destruição, como vem a dor do parto à que está para dar à luz; e de nenhum modo escaparão. Mas, vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse dia como ladrão vos apanhe de surpresa. 1 Tessalonicenses 5:3 e 4

Quando o nosso filho Steve nasceu, nós morávamos em Manaus, junto ao rio Amazonas. A nossa casa situava-se nos arredores da cidade. O serviço de autocarros urbanos parava às 10 horas da noite e recomeçava às 4 da manhã. Não havia telefones por ali perto. Ao aproximar-se o tempo da minha mulher dar à luz, consegui localizar três casas com telefone a um quilómetro e pouco da nossa casa, para alguma eventualidade. Assim mesmo, fomos apanhados de surpresa.
Não que não tivéssemos feito planos para a chegada do Steve. Nós fizémos.
Mas ele não nasceu quando esperávamos que nascesse. As dores do parto começaram à uma e meia da madrugada. Eu vesti-me e corri até ao primeiro telefone tão rápido quanto conseguia. Era na casa de uma parteira. Bati palmas, como era costume. Como eu continuasse a bater, alguns vizinhos acordaram e informaram-me que ela estava de férias.
Corri até uma loja onde havia telefone. Estava fechada, claro! Então vi uma luz que brilhava por trás da porta de uma padaria. Bati as palmas, expliquei a emergência aos dois empregados e pedi permissão para usar o telefone. Eles desculparam-se, mas eu teria que pedir licença ao patrão, que morava na esquina. Corri até à esquina. As minhas palmas devem ter causado mau humor no patrão, pois quando expliquei a minha situação aflitiva e pedi licença para usar o telefone, ele disse-me com termos bem explícitos que ninguém usaria o telefone dele àquela hora da noite e fechou a janela com força.
Naquela altura eu já estava desesperado. Finalmente, encontrei alguns homens que tinham estado a beber até tarde e tinham chamado um táxi. Quando lhes expliquei a situação cederam-me, com boa vontade, o táxi que tinham chamado. Quando entrámos no hospital, era quase tarde demais. Steve nasceu cinco minutos depois de termos chegado!
Seja quando for, a segunda vinda de Cristo apanhará a maioria das pessoas de surpresa. Você não precisa de deixar que isso lhe aconteça, se estiver sempre preparado para o Seu regresso (ver Mateus 24:36-44).

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

CONFIRME A SUA RESERVA

Por isso, irmãos, procurai, com diligência cada vez maior, confirmar a vossa vocação e eleição; porquanto, procedendo assim, não tropeçareis em tempo algum. 2 Pedro 1:10

Uma vez, um amigo meu entrou distraidamente no avião errado. Só descobriu o engano depois de se ter ajeitado confortavelmente no assento, quando o avião estava pronto para a descolagem! Por sorte, teve tempo de sair e embarcar no avião em que devia.
Em 1984, Michael Lewis, estudante na Califórnia, não teve tanta sorte. Depois de uma visita de três meses à Alemanha, ele regressava para sua casa em Oakland, via Los Angeles. Em Los Angeles, quando um funcionário da aviação aérea da Nova Zelândia anunciou o embarque para Aukland, Lewis entendeu Oakland e entrou no avião.
Quando já estava a voar, Lewis descobriu o equívoco, mas era tarde para o avião voltar para trás. Quando chegou aos Estados Unidos (numa viagem oferecida pela companhia aérea da Nova Zelândia!), ele explicou que o problema era que os neo-zelandeses "falavam de modo diferente"...
Nós sorrimos com o erro de Lewis. Cometer um engano destes é embaraçoso, mas errar no que diz respeito ao nosso destino eterno não é nada engraçado. A Bíblia fala de pessoas que, no dia do juízo, pensarão estar 'a bordo' rumo ao Céu, só para descobrir que estão a chegar ao lugar errado. Lemos acerca disso em Mateus 25:31-46. Essas pessoas protestarão: "Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome não expelimos demónios, e em Teu nome não fizémos muitos milagres? Então (Cristo lhes dirá) explicitamente: Nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade." Mateus 7:22 e 23.
Podemos evitar esse engano trágico, ao confirmar agora mesmo a nossa vocação e eleição. Isso quer dizer verificar o destino e conferir a nossa reserva sempre que o Espírito de Deus nos falar ao coração. É o Espírito Santo que nos convence quando estamos no caminho errado e, apontando o certo, diz: "Este é o caminho, andai por ele." Isaías 30:21.
Se está a sentir o apelo do Espírito Santo no seu coração agora mesmo, porque não verificar o destino e confirmar a sua reserva?

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

O MAIOR ACONTECIMENTO DE TODOS OS TEMPOS

Vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adopção de filhos. Gálatas 4:4 e 5

Nunca poderemos ter a certeza quanto à data do nascimento de Jesus. O facto de na Palestina Dezembro ser muito frio, especialmente à noite, e que os "pastores... viviam nos campos e guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite" (Lucas 2:8), sugere que foi numa estação mais quente do ano. Entretanto, como observa uma escritora cristã: "Embora não saibamos o dia exacto do nascimento de Jesus, honramos o sagrado evento." - Ellen G. White, Review and Herald, 17 de Dezembro de 1889.
O verdadeiro espírito do Natal pede entrada no mais profundo santuário da alma e aguarda o nosso convite para que entre. O espírito do Natal pode estar ao nosso redor, mas também podemos isolar-nos da corrente de amor que celebra o acontecimento.
O espírito da natividade veio naquele primeiro dia de Natal só para os que estavam preparados para receber o Redentor do mundo. Embora os sacerdotes de Jerusalém dissessem estar a aguardar o Messias, foi para os expectantes pastores dos campos de Belém que os anjos anunciaram o nascimento do Salvador.
O pretensioso palácio de Herodes ficava ali perto, mas foi numa humilde manjedoura que o santo Bebé nasceu de uma jovem mãe - "porque não havia lugar para eles na hospedaria". Lucas 2:7. Havia muitos homens grandes e sábios segundo o mundo, em Roma, no Ocidente, mas foi para homens sábios do Oriente, cujo coração procurava Aquele que nasceria Rei dos judeus, que a estrela apareceu.
A Encarnação é a maior lição objectiva sobre o amor que a mente de sabedoria infinita poderia conceber. Ao dar-nos o Seu Filho Unigénito, Deus deu à humanidade todos os tesouros do Universo contidos numa pequenina forma de vida. Embora o nascimento do nosso Senhor há quase dois mil anos tenha sido o maior evento de todos os tempos, a sua essência, o seu significado e espírito estarão perdidos se Cristo não nascer em nós.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

VISITANTES REAIS

Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a Minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele Comigo. Apocalipse 3:20

Uma vez, ao entardecer, Eduardo VII da Inglaterra caminhava no campo com a rainha, quando ela torceu o pé e magoou bastante o tornozelo. Com muitas dores, ela coxeou com bastante dificuldade, apoiada no ombro do marido. Já estava escuro quando chegaram a uma cabana e o rei bateu à porta.
- Quem é? - perguntou uma voz de homem lá de dentro.
- Eduardo, o rei - respondeu o monarca.
- Deixe-se de disparates! - gritou o morador zangado, acrescentando: - Vá-se embora!
O rei continuou a bater. Finalmente o homem exigiu:
- Quem está aí e o que deseja?
- Repito: sou Eduardo, o rei. Por favor, deixe-me entrar!
- Vou ensiná-lo a não incomodar um homem que quer dormir! - rugiu o morador, levantando-se da cama.
Abrindo bruscamente a porta, descobriu, para seu grande embaraço, que era mesmo o rei. Desculpando-se profusamente, convidou o casal real a entrar e providenciou ajuda imediata.
Anos mais tarde, ao relatar o incidente, o homem observou: "E pensar que quase o mandei embora sem abrir a porta!"
Há dois mil anos, os pais de outro Rei bateram à porta de uma hospedaria e pediram acomodação. Quando o hospedeiro foi atendê-los, viu que a senhora estava no final da gravidez. Pelo menos, poderia ter-lhes oferecido a eles o seu próprio quarto, naquela emergência. Em vez disso, ofereceu-lhes o estábulo, e foi lá que Jesus nasceu.
Hoje, neste exacto momento, o Rei que um dia foi bebé em Belém, e que agora é seu Amigo celestial, está junto à porta do seu coração, a bater. Pede entrada. Anseia entrar e conviver consigo, do mesmo modo que deseja que você comungue com Ele e aprenda a conhecê-l'O melhor.
"Eis que estou à porta, e bato", diz o Rei de amor. Alguém teria coragem para mandá-l'O embora?

domingo, 23 de dezembro de 2012

AGIR COM SOLICITUDE

Ela (Maria) deu à luz o seu filho primogénito, enfaixou-O e O deitou numa manjedoura porque não havia lugar para eles na hospedaria. Lucas 2:7

A insensibilidade e a indiferença não são qualidades confinadas aos tempos antigos. Podem ser vistas nos nossos dias também.
No dia 6 de Dezembro de 1964, uma jovem senhora deu à luz uma criança na calçada de uma movimentada esquina em Oklahoma, Estados Unidos. Uma multidão de curiosos transeuntes parou para observar, mas ninguém prestou auxílio. Depois de algum tempo, um turista sentiu pena e chamou um táxi, mas o motorista recusou-se a levar a mãe e o bebé ao hospital porque sujariam o veículo. O turista chamou a polícia. Esta informou que estava muito ocupada, com chamadas mais urgentes.
Nessa altura, Bob Cunningham, ex-deputado federal, passou ali por acaso e telefonou aos bombeiros para que enviassem uma ambulância. O pedido não foi atendido. Entretanto, Cunningham pediu que um espectador fosse buscar um cobertor ao hotel do outro lado da rua, mas também não resultou. Finalmente, Cunningham colocou a senhora e o bebé no seu próprio carro, levando-os para o hospital.
Esta inacreditável história faz-nos pensar no que aconteceu com Jesus e a Sua mãe há dois mil anos. Seria possível que tivéssemos demonstrado a mesma indiferença se fossemos proprietários de hospedarias em Belém?
Vivemos numa época em que as pessoas são relutantes em envolver-se, especialmente se o 'próximo' for um estranho ou indigente. Um exemplo disso ocorreu há anos atrás em Nova Iorque. Kitty Genovese voltava ao seu apartamento já tarde, de noite, quando foi atacada e esfaqueada várias vezes. Pelo menos 38 pessoas ouviram os gritos dela por socorro. Finalmente, alguns levantaram as persianas para ver o que estava a acontecer. Alguns gritaram com o agressor, mas ninguém chamou a polícia ou prestou ajuda, e a infeliz morreu ali mesmo.
Quando saímos do caminho para prestar ajuda a alguém necessitado, na verdade fazemo-lo para Cristo, pois Ele disse: "Sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes." Mateus 25:40.

sábado, 22 de dezembro de 2012

O PRÍNCIPE DA PAZ

Porque um menino nos nasceu, um Filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o Seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Isaías 9:6

Chama-se a Jesus muitas vezes o Príncipe da Paz, mas incontáveis guerras têm sido paradoxalmente travadas em Seu nome durante os últimos dois mil anos.
Havia uma estrela de prata pendurada na Igreja da Natividade, em Belém, sobre o suposto local do nascimento de Jesus. Visitei essa gruta em 1959, quando participei de uma excursão pelas terras bíblicas. Vi uma estrela feita no chão, sob a manjedoura. Mas não vi nenhuma estrela de prata pendurada. Mais tarde fiquei a saber que havia uma estrela, sim, mas que tinha sido removida uns cem anos antes
Em 1853 aquela estrela tinha-se tornado o foco de uma discussão que causou, em pouco tempo, a Guerra da Crimeia. Tudo começou quando um clérigo da Igreja Ortodoxa Oriental decidiu substituir a estrela por uma outra da própria igreja. O clérigo do rito latino discordou. O primeiro era apoiado pela Rússia; o segundo, pela França. Quando a Turquia se colocou ao lado da França, a Rússia foi à guerra contra a Turquia. A França, a Grã-Bretanha e a Sardenha, por sua vez, declararam guerra contra a Rússia. A guerra durou três longos anos e resultou em dezenas de milhares de soldados mortos e feridos. Por fim, os aliados venceram. O lado irónico do facto é que a estrela de prata, o centro da contenda, foi retirada permanentemente dois anos depois da guerra, mas deixou um legado de má vontade que durou muito tempo.
Já parou para pensar na razão por que Cristo tem sido tão frequentemente ligado à guerra e ao derramamento de sangue, quando Ele é o Príncipe da Paz? Não é Cristo que causa essas guerras. Elas são causadas por indivíduos que professam ser Seus seguidores (ver Tiago 4:1 e 2), mas aparentemente nunca experimentaram, e portanto não revelam pelas suas acções, a paz da qual Jesus é o principe (ver João 16:33).
Esta é a época do ano em que os pensamentos de muitos se voltam para o nascimento do Príncipe da Paz. Que seja também o tempo em que os seus e os meus pensamentos se voltem para Ele. Que Jesus nasça outra vez no seu coração e que você experimente sempre a paz que Ele oferece - a paz "que excede todo o entendimento". Filipenses 4:7.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

A RECOMPENSA DA GENEROSIDADE

O generoso será abençoado, porque dá do seu pão ao pobre. Provérbios 22:9

Há muito tempo atrás, um rapaz que viajava para a região Oeste dos Estados Unidos chegou a uma quinta e pediu uma acomodação onde pudesse passar a noite. O proprietário recebeu-o com boa vontade. Pouco depois, outro viajante e a esposa pararam e perguntaram se poderiam pernoitar ali. O marido, que sofria de tuberculose, explicou que tinha só quatro dólares para pagar o alojamento. O agricultor convidou-os a entrar e disse que não cobraria nada pelo pernoitar.
O primeiro rapaz, sentindo pena do viajante doente, ofereceu-lhe a sua cama e disse que dormiria no celeiro, o que realmente fez. Na manhã seguinte, quando o homem doente e a esposa estavam a despedir-se, o agricultor colocou 100 dólares na sua mão e disse que os usassem, sem se preocuparem no caso de não poderem devolvê-los.
Passaram-se vinte anos. O primeiro rapaz viajava perto da quinta onde tinha pernoitado há alguns anos atrás e decidiu ver se o proprietário ainda morava no mesmo lugar. Morava. Enquanto recordavam aquele dia, outro visitante bateu à porta. Por uma dessas coincidências únicas na vida, era o outro viajante! Tinha recuperado a saúde, e a sorte tinha-lhe sorrido. Tomara conhecimento, recentemente, de que o seu generoso anfitrião tinha sofrido sérios reveses financeiros. Estava a passar por ali para pagar a generosidade dele.
- Amigo - disse ele ao agricultor - o senhor deu-me 100 dólares quando eu estava necessitado, e agora quero pagar-lhe 100 dólares por cada dólar que me deu.
Bem que eu gostaria de saber os nomes das pessoas intervenientes nesta história, mas não sei. Tudo o que sei é que ela me foi "contada pelo rapaz que chegou primeiro àquela casa da quinta".
A generosidade tem as suas recompensas, até mesmo nesta vida. Jesus disse: "Dai, e dar-se-vos-á; boa medida, recalcada, sacudida, transbordante, generosamente vos darão". Lucas 6:38. Mas não espere que sempre aconteça dessa maneira. Seja generoso porque isso faz parte da regra áurea - e espere bençãos espirituais, não materiais.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O BOM PASTOR NÃO DESISTE

Se um homem tiver cem ovelhas, e uma se desviar e se perder, que fará ele? Não deixará as outras noventa e nove, e sairá pelos montes em busca da perdida? Mateus 18:12 (A Bíblia Viva)

Louis Pasteur, o famoso microbiologista francês que descobriu que a maioria das doenças é causada por germes, dedicou-se à busca do conhecimento. Cria, entretanto, na existência de valores espirituais que transcendem a Ciência. Em 1849, Pasteur casou-se com Marie Laurent, uma das suas assistentes de laboratório. Tiveram cinco filhos. Três morreram na infância. Dezanove anos mais tarde, ele sofreu uma lesão vascular cerebral por excesso de trabalho e ficou parcialmente paralisado.
Quando começou a guerra franco-prussiana em 1870, o único filho de Pasteur, Jean Baptiste, foi convocado para servir o seu país e envolveu-se na catastrófica derrota do exército francês em Metz. Depois de semanas sem receber notícias do rapaz, Pasteur deixou o seu agora famoso laboratório em Paris e foi procurá-lo. Apesar da sua paralisia parcial, Pasteur lá foi coxeando em direcção ao norte à procura do filho. As estradas estavam congestionadas com soldados derrotados e errantes. A viagem foi árdua, mas depois de muitas perguntas Pasteur localizou a unidade do seu filho. Um oficial contou-lhe então a desanimadora notícia: num agrupamento original de 1.200 homens, menos de 300 tinham sobrevivido.
Mas Pasteur não desistiu. Continuou a avançar por estradas cheias de cavalos mortos e homens a sofrer com o frio enregelante e com gangrena. Chegou finalmente ao local onde um soldado estava enrolado até aos olhos num sobretudo pesado; mal podia ser reconhecido no seu estado de definhamento. Era Jean Baptiste! Pai e filho, demasiado comovidos para falar, abraçaram-se em silêncio.
Na guerra entre as forças do bem e do mal, muito filho e muita filha já sofreram derrotas catastróficas nas mãos do inimigo das almas. E muitos, como o filho de Pasteur, mal podem ser reconhecidos por causa dos estragos do pecado. Alguns cristãos, até mesmo pais, talvez creiam que esses filhos errantes se encontrem além da esperança. Mas mesmo que eles se esqueçam (ver Isaías 49:15), o Bom Pastor e os pais fiéis nunca se esquecerão, mesmo que por vezes tenham de administrar um amor severo.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

CARTAS VIVAS

Estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente. 2 Coríntios 3:3

Nos dias em que Paulo escreveu estas palavras, as cartas eram geralmente escritas sobre papiros, um material feito de um junco que crescia ao longo das margens do rio Nilo. A nossa palavra 'papel' é derivada de papiro. Já vi muitas dessas cartas nos grandes museus do mundo; talvez você as tenha visto também.
O tipo do manuscrito indica que a maioria dessas cartas era escrita não pelo remetente da mensagem, mas por um escriba cuja função era justamente escrever cartas. Os escribas eram uma necessidade naquela época, porque poucas pessoas sabiam ler ou escrever. Algumas dessas epístolas são cartas comerciais; outras tratam de assuntos de vida ou morte; outras, ainda, são cartas de amor.
Quando comecei a trabalhar como pastor estagiário em Santa Rosa, na Califórnia, deram-me uma escrivaninha e uma velha cadeira que tinha pertencido a um antigo pastor. Davam evidências de terem sido guardadas durante muito tempo e de não terem sido limpas há muitos anos.
Quando a escrivaninha passou para as minhas mãos, comecei a limpá-la. Puxei todas as gavetas para fora e fiquei surpreendido com o que encontrei. Algumas cartas tinham caído por trás de uma das gavetas. Estavam amassadas, amareladas e traziam o carimbo do correio que confirmava a sua 'antiguidade'.
Não tenho o hábito de ler a correspondência de outras pessoas, mas fiz uma excepção daquela vez, porque não conhecia nem o remetente nem o destinatário das cartas. Mas devo confessar que o conteúdo delas inspirou-me o desejo de conhecer aquelas pessoas. Deram-me uma ideia sobre o carácter dos correspondentes!
No versículo para a nossa meditação, o apóstolo Paulo diz que os cristãos de Corinto eram cartas escritas por Cristo e entregues ao mundo. Nós tambem somos cartas conhecidas e lidas "por todos os homens". Verso 2. Quão importante é, então, que a mensagem transmitida pelo nosso viver seja coerente com o que professamos.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

ESPERANÇA PARA CEGOS E SURDOS-MUDOS

Naquele dia os surdos ouvirão as palavras do livro, e os cegos, livres já da escuridão e das trevas, as verão. Os mansos terão regozjjo sobre regozjjo no Senhor, e os pobres entre os homens se alegrarão no Santo de Israel. Isaías 29:18 e 19

No livro There Are Sermons in Stories (Há Sermões em Histórias), escrito por William L. Stidger, o autor conta que a primeira vez que viu Helen Keller foi numa palestra dela. Anteriormente Helen aprendera a falar audivelmente; assim, apesar de muda e completamente cega, ela proferiu uma palestra. No encerramento, houve estrondosos aplausos e Helen começou a bater palmas também, com alegre exuberância.
Era evidente que, de alguma forma, Helen tinha percebido o entusiasmo do auditório. Assim, depois de os aplausos terem cessado, o presidente da reunião perguntou-lhe, por intermédio de Anne Sullivan que sempre a acompanhava, como é que ela fora capaz de sentir os aplausos, se não podia ver nem ouvir.
"Através das vibrações nos meus pés", explicou Helen.
Alguém então perguntou qual era o seu livro preferido, e Helen bradou com exultação: "A Bíblia! É o livro mais maravilhoso do mundo!"
E quando quiseram saber a razão por que a Bíblia significava tanto para ela, Helen respondeu: "É porque, na minha escuridão, a Bíblia faz-me ver a Grande Luz!"
Em Isaías 9:2, o profeta diz que "o povo que está andando na escuridão verá uma grande Luz. Essa Luz vai brilhar e iluminar todos os que vivem na região da sombra da morte" (A Bíblia Viva). A escuridão da qual Isaías fala é a escuridao espiritual, e a grande Luz não é outra senão Jesus, que Se declarou a Luz do mundo (ver João 9:5).
É nosso privilégio reflectir a Luz do mundo, não importa qual seja a nossa área de actuação. Ao partilharmos a Luz do Livro com aqueles que caminham nas trevas, quer em países estrangeiros quer na nossa pátria, a minha mulher e eu nunca deixamos de nos emocionar ao ver a luz da alegria no rosto de novos conversos. Você também pode sentir essa emoção!

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O QUE O PERDÃO PODE FAZER POR SI

Bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada, cujo pecado é coberto. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não atribui iniquidade, e em cujo espírito não há dolo. Salmo 32:1 e 2

Dois dias antes do Natal, Frank e Elizabeth Morris receberam um telefonema comunicando-lhes que o seu filho único, Ted, de 18 anos de idade, tinha ficado ferido num acidente grave. A pessoa instruía-os a dirigirem-se com urgência a um grande hospital em Nashville, Estado do Tennessee. Quando chegaram ao hospital, um neurocirurgião deu-lhes a triste notícia: Ted estava morto.
No dia seguinte, na polícia, o casal Morris soube que o outro motorista, Tommy Pigage, tinha sofrido apenas ferimentos leves. Por ocasião do acidente, o seu nível de álcool no sangue estava três vezes acima do limite legal. Ele foi acusado como assassino, mas depois de confessar-se culpado, a acusação foi reduzida para homicídio culposo. Meses mais tarde, foi sentenciado a apenas cinco anos de sursis (liberdade condicional) com a condição de que, se violasse a sentença, teria de cumprir uma pena de dez anos na prisão. Dizer que o casal Morris (especialmente Elizabeth) ficou revoltado com uma sentença tão branda, é dizer pouco.
Mais tarde, numa reunião de mães para protestar contra o acto de conduzir sob a influência do álcool, Elizabeth ouviu Tommy contar que, ao saber da morte do Ted, ele não conseguira parar de chorar. Alguns dias mais tarde, entretanto, ele foi apanhado a beber e foi preso para cumprir a sua pena de dez anos.
Apesar das emoções contraditórias, Elizabeth, uma cristã, começou a visitar Tommy na cadeia. Um dia, enquanto conversavam, ele pediu-lhe perdão.
- Eu perdoo-te - respondeu Elizabeth, acrescentando: - e gostaria que me perdoasses por eu te ter odiado.
- Ah, é claro - disse ele com emoção.
Numa visita posterior, Tommy contou a Elizabeth que queria muito parar de beber, mas não conseguia. Ela garantiu-lhe que ele poderia, com a ajuda de Deus. E ele conseguiu!
No dia 12 de Janeiro de 1985, Tommy foi baptizado. Mais tarde, ficou em liberdade condicional. O casal Morris começou a levá-lo para o seu lar e a tratá-lo como filho. Escrevendo para a edição de Janeiro de 1986 da revista Guide-post, Elizabeth disse que, depois disso, começou a sentir a paz que só Deus pode dar. E Tommy? Ele é uma pessaa diferente!
É isso que pode acontecer quando perdoamos - e somos perdoados.

domingo, 16 de dezembro de 2012

COMO O AMOR ACTUA

Quando você der alguma coisa a um necessitado, não fique contando o que fez, como os hipócritas fazem nas casas de oração e nas ruas. ...Mas... faça isso de tal modo que nem mesmo o seu amigo mais íntimo saiba o que você fez. Mateus 6:2 e 3 (A Bíblia na Linguagem de Hoje)

Perguntaram certa vez a Ernest Shackelton, famoso explorador britânico da Antárctida, qual tinha sido o momento mais terrível pelo qual ele passara no continente gelado. Alguém poderia pensar que ele contaria a história de alguma nevasca polar, mas não foi isso. Contou que o seu momento mais terrível foi certa noite quando ele e os seus homens estavam amontoados numa cabana de emergência, depois de terem sido distribuídos os últimos alimentos existentes.
Enquanto os seus homens dormiam profundamente, Shackelton permanecia acordado, com os olhos semicerrados. De repente, viu um movimento sorrateiro de um dos seus homens. Espreitando naquela direcção, ele viu que o homem ia furtivamente na direcção de outro e retirava um pacote de biscoitos da mochila do seu companheiro. Shackelton ficou chocado! Até àquele momento, ele teria confiado a própria vida àquele homem. Agora tinha algumas dúvidas.
Mas então, enquanto observava, percebeu que o homem abria o seu próprio pacote de biscoitos, tirava de lá o último bocado de alimento, colocava-o no pacote do outro homem e recolocava-o na mochila do companheiro.
Ao narrar a história, Shackelton disse: "Não ouso dizer o nome daquele homem. Acho que o seu gesto foi um segredo entre ele e Deus."
É assim que acontece com o tipo de amor de que a Bíblia fala. Ele não realiza boas obras para ser visto pelos homens. Henry Drummond, grande pregador inglês, disse: "Depois de ter andado pelo mundo inteiro a fazer as suas belas obras, o amor esconde-se, até de si mesmo."
O coração humano anseia por reconhecimento. Não deseja que as suas boas acções permaneçam ocultas - e é aí que muitos caem na armadilha de Satanás! Depois de "Deus ter efectuado em nós 'o realizar', segundo a Sua boa vontade" (Filipenses 2:13), o tentador aparece e leva-nos a vangloriar-nos das maravilhosas coisas que fizémos. Qual é a solução? Nunca pare para se vangloriar. Fixe a mente em Jesus e continue a permitir que Deus efectue a Sua boa vontade através de si.

sábado, 15 de dezembro de 2012

RAABE

'Dentre os que Me conhecem, farei menção de Raabe.' ...O Senhor, ao registar os povos, dirá: este nasceu lá. Salmo 87:4 e 6

Raabe foi a prostituta de Jericó que escondeu os dois espias. Conforme a tradição judaica, ela casou-se com um deles depois da queda da cidade. Se isto é verdade, o nome dele era Salmon (ver Mateus 1:5).
Dizem que a prostituição é a mais antiga profissão do mundo. Mas isto não a torna uma ocupação honrosa. A maioria das pessoas considera-a uma destruidora da moral da família e da sociedade.
Como é que começa a prostituição? Estudos sociológicos revelam que a maior parte das jovens que se tornam prostitutas foram iniciadas na sua carreira ainda crianças, por homens que eram seus parentes próximos e abusavam delas - tios, irmãos, pais e até avós! Calcula-se que 75 por cento das prostitutas foram vítimas desses abusos na infância.
É difícil imaginar que Deus tenha tido alguma coisa a ver com uma casa de má fama, ou que tivesse cooperado com o Seu povo que usou um desses estabelecimentos como esconderijo. Mas isso não é tudo. Além de ser prostituta, Raabe era mentirosa. Disse que não sabia para onde os espias tinham ido quando saíram da sua casa, quando ela mesma os tinha escondido no tecto da casa (ver Josué 2:4-6).
Aqui vem a surpresa: ao contrário dos seus compatriotas, ela reconheceu Jeová como "Deus em cima nos céus e em baixo na terra" (verso 11). E a maior de todas as surpresas: através da descendência dessa ex-meretriz, veio o Filho Unigénito de Deus (Mateus 1:1-16)!
Se, mesmo não desculpando o pecado, Deus leva em conta as circunstâncias que moldaram a vida de uma pessoa, deveríamos nós ter menos compaixão ao julgar os outros? Quão gratos podemos ser porque, no dia do ajuste final de contas, um misericordioso Pai celeste leva em consideração o facto de que "este (ou esta) nasceu lá"! Em Jericó, talvez?

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

AGIR COM SOLICITUDE

Ela (Maria) deu à luz o seu filho primogénito, enfaixou-O e O deitou numa manjedoura porque não havia lugar para eles na hospedaria. Lucas 2:7

A insensibilidade e a indiferença não são qualidades confinadas aos tempos antigos. Podem ser vistas nos nossos dias também.
No dia 6 de Dezembro de 1964, uma jovem senhora deu à luz uma criança na calçada de uma movimentada esquina em Oklahoma, Estados Unidos. Uma multidão de curiosos transeuntes parou para observar, mas ninguém prestou auxílio. Depois de algum tempo, um turista sentiu pena e chamou um táxi, mas o motorista recusou-se a levar a mãe e o bebé ao hospital porque sujariam o veículo. O turista chamou a polícia. Esta informou que estava muito ocupada, com chamadas mais urgentes.
Nessa altura, Bob Cunningham, ex-deputado federal, passou ali por acaso e telefonou aos bombeiros para que enviassem uma ambulância. O pedido não foi atendido. Entretanto, Cunningham pediu que um espectador fosse buscar um cobertor ao hotel do outro lado da rua, mas também não resultou. Finalmente, Cunningham colocou a senhora e o bebé no seu próprio carro, levando-os para o hospital.
Esta inacreditável história faz-nos pensar no que aconteceu com Jesus e a Sua mãe há dois mil anos. Seria possível que tivéssemos demonstrado a mesma indiferença se fossemos proprietários de hospedarias em Belém?
Vivemos numa época em que as pessoas são relutantes em envolver-se, especialmente se o 'próximo' for um estranho ou indigente. Um exemplo disso ocorreu há anos atrás em Nova Iorque. Kitty Genovese voltava ao seu apartamento já tarde, de noite, quando foi atacada e esfaqueada várias vezes. Pelo menos 38 pessoas ouviram os gritos dela por socorro. Finalmente, alguns levantaram as persianas para ver o que estava a acontecer. Alguns gritaram com o agressor, mas ninguém chamou a polícia ou prestou ajuda, e a infeliz morreu ali mesmo.
Quando saímos do caminho para prestar ajuda a alguém necessitado, na verdade fazemo-lo para Cristo, pois Ele disse: "Sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes." Mateus 25:40.

CONSCIÊNCIA CAUTERIZADA

Ora, o Espírito afirma expressamente que, nos últimos tempos alguns apostatarão da fé, por obedecerem a espíritos enganadores e a ensinos de demónios, pela hipocrisia dos que falam mentiras, e que têm cauterizada a própria consciência. 1 Timóteo 4:1 e 2

Numa noite de Inverno eu estava a atiçar o fogo na nossa lareira, quando um anteparo quente caiu sem que eu esperasse e me queimou a mão, provocando uma bolha. Doeu. Tive a certeza de que a dor não me deixaria dormir naquela noite. Então lembrei-me de algo que alguém me sugerira anos antes. Disseram-me que se eu colocasse a queimadura perto do fogo repetidas vezes, doeria terrivelmente a princípio, mas se eu continuasse a aproximá-la do calor, a dor iria diminuindo gradualmente. Experimentei a sugestão. Funcionou - comigo, pelo menos. (Antes de tentar algo parecido, fale com o seu médico.) Na manhã seguinte, senti apenas um leve incómodo na área afectada. A pele estava grossa e insensível.
Não sei bem o que se passou com a minha queimadura, mas sei o que acontece quando uma pessoa viola a sua consciência repetidamente. Quando pela primeira vez fazemos algo que sabemos ser errado, a nossa consciência dói-nos terrivelmente, mas as violações repetidas resultam numa sensação bem mais enfraquecida de dor psicológica, até que finalmente pecamos sem que a consciência nos incomode mais.
No âmbito físico, aquilo que aconteceu comigo (insensibilizar uma queimadura dolorida, aproximando-a repetidas vezes do calor) pode funcionar ou não para outra pessoa (mais uma vez o aconselho a conferir esse procedimento com o seu médico). Mas sob o ponto de vista espiritual, insensibilizar a consciência é uma questão muitíssimo séria. Pode resultar em cometer um pecado imperdoável (ver Mateus 12:31 e 32). Não que alguns pecados sejam tão graves que Deus não consiga perdoá-los. Mas porque aqueles que pecam conscientemente chegam ao ponto de não mais conseguirem ouvir o Espírito Santo falar.
Podemos evitar cometer essa "grande transgressão" ao permitir que Deus nos impeça de cometer o pecado da presunção - pecar premeditadamente na expectativa de que Deus nos perdoe (ver Salmo 19:13).

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

ASSUMINDO UMA POSIÇÃO INFERIOR

Quando fores convidado (para uma festa de casamento), senta-te no último lugar, e assim quando vier o que te convidou, dirá: "Amigo, passa para um lugar mais honroso. Lucas 14:10 (Bíblia, A Boa Nova)

Há vários anos, a nossa família participou numa excursão na qual os turistas viajavam em carros, estilo caravana. Visitámos muitos lugares interessantes. No fim de cada dia, reuníamo-nos num hotel para pernoitar. Era divertido observar como alguns indivíduos do nosso grupo faziam manobras para se colocarem em posição de serem atendidos em primeiro lugar no balcão da portaria do hotel. Parecia que desejavam conseguir um quarto que reflectisse melhor o status deles na vida. Felizmente, nem todos no mundo deixam um exemplo tão 'brilhante'.
Quando Sammy Morris, um rapaz africano, foi para a América estudar na Universidade Taylor, não pediu o melhor quarto do dormitório. Em vez disso, quando o reitor Thaddeus C. Reade lhe perguntou que quarto preferia, Sammy respondeu: "Se houver um quarto que ninguém quer, fico com ele."
Comentando esse facto, o reitor disse: "Na minha experiência como professor, tive a oportunidade de designar quartos para mais de mil alunos. Muitos deles eram moças e rapazes nobres e cristãos; mas Sammy Morris foi o único que disse: 'Se houver um quarto que ninguém quer, fico com ele'."
Frequentemente acontece isto: quando uma pessoa deixa de lado os seus próprios interesses e humildemente se preocupa em ajudar os outros, ela chama a atenção dos seus semelhantes e é honrada por eles. Porquê? Bem, aparentemente admiramos a humildade - nos outros!
Mas o nosso versículo não está a falar basicamente de sermos honrados pelos nossos semelhantes. A ênfase principal de Jesus era sobre coisas espirituais. A festa de casamento representa o reino da graça e o reino da glória. Aqueles que nesta vida entram no reino da graça e aprendem a lição da verdadeira humildade, serão honrados pelo anfitrião celestial no reino da glória.
"A entrega do próprio eu é a essência dos ensinos de Cristo." - O Desejado de Todas as Nações, pág. 523. Isso pode significar a ocupação de uma posição obscura nesta vida, mas resultará em ocupar uma posição de honra no reino dos Céus.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A NAMORADEIRA SINCERA

Jesus respondeu-lhe: se tu soubesses aquilo que Deus tem para dar e quem é aquele que te está a pedir água, tu é que havias de lha pedir, e ele dava-te água viva. João 4:10 (Bíblia, Tradução Interconfessional em Português Corrente)

É meio-dia, provavelmente no fim de Julho ou no início de Agosto do ano 28 d.C.
Jesus, que viajara a pé com os discípulos, escolhe um velho poço junto ao qual vai sentar-Se. Enquanto Ele descansa, os discípulos vão a uma aldeia próxima de Sicar para comprar alimento. Jesus olha para o vale na direcção da aldeia, e vê que se aproxima uma mulher com um cântaro de água sobre o ombro.
As mulheres no Médio Oriente geralmente não vão buscar água nas horas mais quentes do dia. Talvez ela tenha ido ao meio-dia porque se preocupa menos com os raios quentes do sol do que com os olhares fulminantes das suas irmãs mais respeitáveis.
Quando ela chega ao poço, Jesus pede-lhe um pouco de água. A resposta dela é um tanto atrevida, talvez até galanteadora: "Como, sendo tu judeu, pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?" João 4:9. Se ela está a querer 'seduzir', Jesus não alinha no seu jogo. Em vez disso, leva o assunto para um plano espiritual.
"Se tu soubesses aquilo que Deus tem para dar". Jesus usa essa expressão com um sentido enigmático, para despertar a curiosidade da mulher. O que Ele quer dizer é: "Se tu soubesses quem sou..." Afinal de contas, Ele é o Dom de Deus ao mundo (ver João 3:16). A Sua manobra funciona! O interesse da mulher é despertado. Então, pouco a pouco, Jesus revela cuidadosamente os segredos daquela vida de vergonha.
A mulher tenta fugir das embaraçadoras revelações, mudando o rumo da conversa para uma discussão teológica, mas Jesus ergue o tema para um nível mais elevado. Novamente em sintonia, a mulher reconhece: "Eu sei... que há-de vir o Messias...; quando Ele vier nos anunciará todas as coisas." Verso 25. Essa é agora a oportunidade áurea de Jesus. Indo directo ao ponto, Ele diz: "Eu O sou, Eu que falo contigo." Verso 26.
E a mulher crê! A namoradeira sincera converte-se.
Que lição de evangelismo! Não vá para o atalho das discussões teológicas; leve o tema para um plano espiritual.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

TREINO PARA A REALEZA

Jesus Cristo, ...que nos ama, e pelo Seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus..., a Ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Apocalipse 1:5 e 6

Muitos pensam na realeza em termos dos grandes privilégios que caracterizam essa classe. E esquecem-se que, para ser membro da realeza, é necessário adquirir preparo especial.
A Rainha Elizabeth II e a sua irmã, a Princesa Margaret, não estavam na linha directa de sucessão quando o pai delas, o Rei George VI da Inglaterra, subiu ao trono após a abdicação do seu irmão, o Rei Eduardo VIII, em 1936. Apesar disso, as duas meninas tinham sido preparadas desde a infância para as responsabilidades que poderiam assumir algum dia como monarcas reinantes.
Assim como os membros de uma família real são treinados por um período de tempo para ocupar a sua elevada posição numa corte real aqui na Terra, assim também os cristãos passam por um período de provas durante o qual se preparam para as cortes celestiais.
A Inspiração profética conta-nos que "Adão foi coroado rei no Éden" (Review and Herald, 24-2-1874). Deus concedeu-lhe a ele e a Eva o domínio sobre toda a Terra (ver Génesis 1:28). Mas ao escolherem egoisticamente o seu próprio caminho em lugar do de Deus, os nossos primeiros pais foram privados do seu direito à realeza - e não apenas eles, mas os seus descendentes também. Desde aquele tempo, a única maneira de obtermos a elevada honra de pertencer à família real de Deus é a adopção. Para nos prepararmos para ocupar um lugar no reino de paz, precisamos de humilde e alegremente submeter-nos a um preparo aqui na Terra.
Para termos um modelo nesse treino, o Soberano do Universo enviou o Seu próprio Filho unigénito à Terra, a fim de mostrar-nos como se comporta um membro da família real do Céu. Além disso, Deus deu-nos um Livro-Guia que estabelece claramente os princípios e preceitos para os que desejam tornar-se membros da casa real do Céu.
Perante isto, aqui estão algumas perguntas para si e para mim: Estou a preparar-me diariamente para ser membro da família real de Deus? Estou a capacitar-me para ser membro da realeza celestial através de cada pensamento que cultivo, cada palavra que profiro e cada acção que pratico?

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

SUPREMA ESCOLHA

Escolhei hoje a quem sirvais... Porém eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Josué 24:15

No dia em que David Livingstone, o grande missionário da África, foi sepultado na abadia de Westminster, nas ruas de Londres apinharam-se milhares de pessoas desejosas de prestar uma última homenagem ao grande missionário. Em meio à multidão havia um homem encanecido, vestido modestamente, que chorava convulsivamente. Alguém lhe perguntou por que chorava, quando todos procuravam honrar o ilustre morto. "Eu lhe direi porquê" - respondeu o homem banhado em lágrimas. "David Livingstone e eu nascemos na mesma vila, crescemos na mesma escola, assistimos na mesma igreja, trabalhámos juntos na mesma sala, mas David seguiu o caminho do evangelho e eu o desprezei. Agora ele é honrado pela nação e pelos cristãos de toda a parte, mas eu sou negligenciado, desconhecido e ignorado. Nada tenho que esperar para o futuro a não ser a sepultura de um bêbado."
Josué, o grande líder de Israel, quando já no crepúsculo da sua vida, ajuntou "todas as tribos de Israel em Siquém, e chamou os anciãos..., e os seus cabeças, e os seus juízes, e os seus oficiais", e apresentou-lhes um memorável desafio. Após recordar as poderosas operações de Deus em favor do Seu povo, convidou a nação a escolher a quem servir. O culto aos deuses do paganismo era praticado secretamente por muitos entre eles. E agora, Josué apresenta-lhes a necessidade impostergável de uma decisão: "Porém, se vos parece mal aos vossos olhos servir ao Senhor, escolhei hoje a quem sirvais; se os deuses a quem serviram vossos pais, que estavam dalém do rio, ou os deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Porém, eu e a minha casa serviremos ao Senhor."
Que insensatez seria para Israel escolher as divindades dos amorreus! Os seus deuses foram evidentemente impotentes para proteger os seus adoradores, os quais foram destruídos e a terra que possuíam fora dada por herança ao povo de Deus.
Há na vida escolhas que produzem consequências duradouras. Boa, a escolha, será uma fonte de bênçãos; má, produz maldição. Coloquemo-nos mentalmente naquele aprazível lugar, tendo as montanhas de Ebal e Gerizim como testemunhas silenciosas daquele memorável encontro. O idoso lider exorta: "Escolhei hoje a quem sirvais." O dilema provocou uma resposta favorável. Disse o povo: "Nunca nos aconteça que deixemos o Senhor para servirmos a outros deuses." Josué 24: 16.
Qual será a nossa resposta? A vida ou a morte? A bênção ou a maldição?

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

domingo, 9 de dezembro de 2012

DEVOLUÇÃO DO DÍZIMO

E a pedra que erigi por coluna, será a casa de Deus; e de tudo quanto me concederes, certamente eu Te darei o dízimo. Génesis 28:22

O fabricante de doces John Huyler fundou a sua empresa, baseando-se na promessa de Jacob. Foi ao banco, abriu uma conta que identificou com as iniciais - M.S. Depositava regularmente naquela conta um décimo do seu lucro. Quando lhe perguntavam o significado daquelas iniciais, Huyler respondia: Meu Sócio.
Dando a Deus o primeiro lugar nas suas transacções comerciais, foi abençoado por Deus e a sua fábrica prosperou de modo fenomenal. Todas as semanas, a obra do Senhor recebia quantias cada vez maiores. O valor dessas doações ficou tão grande, que espantou os sócios da empresa.
O interessante é que essas contribuições iam sempre acompanhadas por um pedido de que não se fizessem agradecimentos ao doador, mas que o beneficiário louvasse só a Deus. "Afinal de contas", dizia Huyler, "o dinheiro não é meu; é do Senhor."
A maioria das pessoas já comeu flocos de aveia Quaker nalguma ocasião, mas poucos sabem quem fundou a empresa ou conhecem a história da sua prosperidade.
Há mais de cem anos, Henry P. Crowell contraiu tuberculose e por isso nunca concretizaria a sua ambição de vir a ser pregador. Depois de ouvir um sermão de Dwight L. Moody, ele orou: "Senhor, não posso ser pregador, mas posso ser um bom comerciante. Se me permitires ganhar dinheiro, eu o usarei para o Teu serviço."
Um médico aconselhou o jovem Crowell a trabalhar ao ar livre. Ele seguiu o conselho e, depois de sete anos, recuperou a saúde. Comprou então o pequeno e desmantelado moinho Quaker, em Ravenna, Estado de Ohio. O empreendimento prosperou e, leal à sua promessa, Crowell devolveu fielmente o dízimo. Dez anos depois, a Aveia Quaker era um nome conhecido. Durante os 40 anos seguintes, Crowell deu 60 a 70 por cento do seu lucro para a causa de Deus!
Poderiam ser citados outros exemplos dos benefícios de um dízimo fiel. Mas as grandes vantagens para aqueles que devolvem o dízimo e contribuem com ofertas generosas, não são benefícios materiais, mas bênçãos espirituais.

sábado, 8 de dezembro de 2012

SUSTENTANDO A CAUSA DE DEUS

Quando Moisés levantava a mão, Israel prevalecia; quando, porém, ele abaixava a mão, prevalecia Amaleque. Ora as mãos de Moisés eram pesadas, ...Arão e Hur sustentavam-lhe as mãos, um dum lado e o outro do outro: assim lhe ficaram as mãos firmes até ao pôr do sol. E Josué desbaratou a Amaleque. Êxodo 17:11-13

A batalha que estes versículos descrevem foi travada há mais de 3.400 anos, em Refidim, um vale rochoso na península do Sinai. Visitei Refidim em 1959, com um grupo que viajava pelas terras bíblicas. Algumas pessoas do grupo subiram até ao topo de um monte que dominava a região. Pediram-me que me sentasse sobre uma pedra, assim como Moisés fez e enquanto dois do grupo me seguravam as mãos, outros tiravam uma fotografia.
Geralmente é verdade que, para o sucesso de um empreendimento, deve haver apoio por parte daqueles que não desempenham um papel 'heróico'. Sem essa sustentação, muitos empreendimentos fracassam.
Um exemplo desse fracasso ocorreu há alguns anos, ao largo da costa da Nova Escócia. Uma embarcação tinha sido atingida por uma terrível tempestade e feita em pedaços, com lamentável perda de vidas. Mas havia um sobrevivente, agarrado aos destroços do naufrágio, que podia ser visto pelas pessoas ansiosas que se tinham reunido na praia.
Um rapaz, conhecido como grande nadador, amarrou a extremidade de uma corda à volta da sua cintura e instruiu as pessoas a segurarem a outra ponta, enquanto ele nadava para salvar o sobrevivente. Lutou contra as ondas até alcançar o homem em perigo e, depois de o segurar, fez sinal para que as pessoas na praia os puxassem. Justamente naquele momento, as pessoas levantaram as mãos com um brado de triunfo e - por um instante apenas - soltaram a corda! Antes que pudessem agarrá-la novamente, a corda foi levada pelo mar e tanto o resgatador como o sobrevivente morreram afogados! Durante um momento apenas, os auxiliares do salvamento se esqueceram da importância vital do seu papel 'sem charme'.
Repare que, no nosso texto, Israel vencia quando as mãos de Moisés eram levantadas, e a vantagem passava para Amaleque quando ele as baixava. Essa foi uma parábola encenada, mediante a qual Deus quis ensinar Israel - e também a nós - a verdade de que, embora a nossa função não pareça atraente, os líderes da causa de Deus, bem como a 'tropa de combate', necessitam do nosso apoio para levar a obra avante.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

INFLUÊNCIA PATERNA

Até a criança se dá a conhecer pelas suas acções, se o que faz é puro e recto. Provérbios 20:11

Uma das mais conhecidas máximas de Jesus é: "Pelos seus frutos os conhecereis." Mateus 7:20. Estamos acostumados a julgar os adultos por essa regra, mas o que dizer das crianças e, acima de tudo, o que pode o bom exemplo delas ensinar aos adultos?
Com a idade impressionantemente precoce de 4 anos, Nicolaus Ludwig, Conde von Zinzendorf (1700-1760), reformador social e religioso da Morávia, converteu-se a Cristo. Embora o seu pai tenha morrido enquanto Nicolaus ainda era bebé, a sua mãe contou-lhe acerca da devoção que ele tinha por Cristo. As suas agradáveis conversas causaram profunda impressão na jovem mente. Um pouco mais tarde, as palavras de um hino também exerceram influência profunda sobre a vida dele ("Tu és nosso Pai querido, pois Jesus é nosso Irmão").
"Aquelas palavras", diz o biógrafo citando Zinzendorf, "impressionaram-me muito quando eu tinha quatro e cinco anos de idade; pensei que, de acordo com elas, todos nós tínhamos o direito de falar com o Salvador como com um irmão." A biografia dele também relata como, durante a infância, ele escrevia cartas a Jesus e as soltava, a voar, pela janela do segundo piso da sua casa, com a certeza absoluta de que o seu Salvador as receberia e leria. E quem pode dizer que aquelas cartas, ou pelo menos o seu conteúdo, não chegaram ao Destinatário e foram lidas? (Ver Mateus 18:10 e 2 Reis 19:14.)
Com apenas 22 anos de idade, Zinzendorf abriu a sua propriedade na Saxónia para os perseguidos irmãos da Morávia e ajudou-os a fundar a Colónia Herrenhut naquelas terras. Posteriormente, uniu-se a eles na sua crença. Em 1736, recebeu a ordem de sair da Saxónia por causa das suas actividades religiosas. Dali em diante, durante muitos anos, andou a viajar e a disseminar as crenças da Igreja da Morávia. Os seus postulados teológicos exerceram uma influência benéfica e marcante sobre o protestantismo do século dezanove - e quase tudo se originou com a educação recebida cedo, na infância.
Os adultos em geral e os pais em particular têm muito a ver com a conduta recta ou tortuosa de uma criança. Que Deus ajude os pais e as mães a exercerem sempre uma influência ao lado daquilo que é correcto.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

ADVOGADO DE DEFESA

Estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos um Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo. 1 João 2:1

Uma noite destas telefonei ao Steve, o nosso segundo filho, que é advogado no Norte da Califórnia. Durante a nossa conversa, perguntei com que tipo de processos ele andava a trabalhar ultimamente. Contou que tinha estado a defender um réu envolvido na venda de um carro, mas que agora ele tinha decidido ser o seu próprio advogado. Steve concluiu com o velho adágio: "Aquele que age como seu próprio advogado, tem um insensato como cliente." É melhor encarregar outra pessoa de defender o nosso caso, em lugar de tentar defendê-lo nós mesmos.
Uma das mais emocionantes defesas de toda a história foi a que Judá fez para livrar Benjamim. Recorda-se que Judá tinha sido o instigador da conspiração para vender José, seu irmão, como escravo, mas nos anos subsequentes ele convertera-se. Agora, diante de José, a quem ele não reconhece, implora para que Benjamim possa voltar ao seu pai idoso (ver Génesis 37-45).
No clímax do seu discurso, Judá diz: "Teu servo se deu por fiador por este moço para com meu pai, dizendo: Se eu o não tornar a trazer-te, serei culpado para com meu pai todos os dias. Agora, pois, fique teu servo em lugar do moço por servo de meu senhor, e o moço que suba com seus irmãos. Porque como subirei eu a meu pai, se o moço não for comigo? Para que não veja eu o mal que a meu pai sobrevirá." Génesis 44:32-34.
Foi uma grande mudança em Judá! E uma grande 'mudança' em José, por causa da defesa de Judá! José não podia mais aguentar tudo aquilo." Génesis 45:1 (A Bíblia Viva). Enquanto testava os seus irmãos, José parecia severo. Mas depois de eles terem passado no teste, José revelou abertamente o amor pelos seus irmãos - um amor que ele tinha mantido aquele tempo todo.
O Pai, diante de quem o nosso Advogado defende os nossos casos, pode parecer severo, assim como José. A justiça precisa de ser executada, mas temos a certeza de que o próprio Pai nos ama (ver João 16:27). Assim, concluído o último julgamento, tendo satisfeito as exigências da justiça perante o Universo, Deus revela abertamente o Seu amor por aqueles que passaram no teste. (Ver Apocalipse 20:11 a 21:5).

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O DESEJO DE DEUS

Toma o cinto, ...vai ao Eufrates, e esconde-o ali na fenda duma rocha. Fui, e escondi-o. ...Passados muitos dias, disse-me o Senhor: ...Vai ao Eufrates, e toma o cinto que te ordenei escondesses ali. Fui ao Eufrates, cavei, e tomei o cinto do lugar onde o escondera; eis que o cinto se tinha apodrecido. Jeremias 13:4-7

No Outono de 1943, enquanto o meu bom amigo Ralph Longway e eu estávamos presos no campo de concentração Holmes (hoje Campo Dangwa), decidimos dar uma escapadinha e esconder algumas das nossas lembranças da guerra sob um afloramento calcário no topo da montanha atrás da prisão. Entre os nossos 'tesouros', havia uma caneca de alumínio, um cinturão, uma munição do rifle Springfield e algumas balas do rifle 3030.
Em Dezembro daquele ano, escapámos novamente da prisão e recuperámos alguns objectos. O cinturão estava muito deteriorado. Enterrámos novamente o cinturão e algumas balas do rifle, sob uma laje de calcário de uns 25 centímetros de largura por 50 de comprimento e 5 de espessura; levámos os outros objectos de novo para a cela.
No dia 26 de Março de 1991, quase meio século mais tarde, voltei ao Campo Dangwa. Acompanhado por dois sargentos filipinos, localizei a formação rochosa. Apontando para o local, contei aos soldados que o esconderijo estava sob uma laje e dei as dimensões. Cavámos uns 20 centímetros e lá estava a laje! Procurámos o cinturão, mas ele já não existia; também não fomos capazes de encontrar vestígios da munição. Mas quebrei uma ponta da laje e trouxe-a comigo, de modo que agora sou o orgulhoso proprietário de um pedaço daquela rocha!
O enterro e a exumação do cinto de Jeremias foram uma lição objectiva para o antigo povo de Deus, bem como para nós hoje. Na parábola encenada por Jeremias, o cinto apodrecido representava o orgulho de Israel e Judá (ver Jeremias 13:9). Pensavam eles que, por serem o povo escolhido, eram invulneráveis. Mas a parábola de Jeremias mostrou a inutilidade daquela orgulhosa presunção. É a obediência humilde, e não o orgulho, que têm grande valor aos olhos de Deus (ver Miquéias 6:8).

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

RECONSTRUINDO RUÍNAS

Seja sobre nós a graça do Senhor nosso Deus; confirma sobre nós as obras de nossas mãos, sim, confirma a obra das nossas mãos. Salmo 90:17

Quando Thomas Carlyle, historiador e ensaísta inglês, concluiu o segundo volume da sua História da Revolução Francesa, entregou o manuscrito a John Stuart Mill, para que este fizesse as observações que achasse oportunas. Mill leu o manuscrito e emprestou-o a um amigo. Esse amigo deixou-o sobre a escrivaninha certa noite, depois de o ler. Na manhã seguinte a empregada, que procurava qualquer coisa para acender o lume, encontrou a pilha de papéis soltos e, pensando que fossem rascunhos antigos, usou-os para acender o fogo. Aquilo que tinha custado muitos anos de trabalho a Carlyle era agora cinza!
Quando Mill, branco como um lençol, relatou a terrível notícia a Carlyle, este ficou tão perturbado com a sua perda que não conseguiu fazer nada durante semanas. Então um dia, sentado diante da janela aberta, remoendo a sua terrível perda, observou um pedreiro a reconstruir uma parede de tijolos. Pacientemente, o homem colocava tijolo sobre tijolo, enquanto assobiava uma alegre melodia.
"Pobre tonto", pensou Carlyle, "como pode estar tão alegre quando a vida é tão fútil?" Depois, repentinamente, teve outro pensamento. "Pobre tonto", disse ele de si mesmo, "estás aqui sentado junto à janela, queixando-te e lamentando-te, enquanto aquele homem reconstroi uma casa que durou gerações."
Levantando-se da cadeira, Carlyle começou a trabalhar no segundo rascunho da História da Revolução Francesa. Segundo o seu próprio relato, e o daqueles que tiveram a oportunidade de ler ambas as versões da obra, a última foi bem melhor! A destruição dos nossos queridos sonhos não precisa de ser o fim do mundo. Pode ser o início de algo melhor!
Carlyle tem sido uma inspiração para muitos, no sentido de recomeçar depois de terem visto destruído o trabalho da sua vida. É improvável, entretanto, que o humilde pedreiro que deu a Carlyle a inspiração para começar de novo, tenha ficado a saber que ele teve participação em recriar uma obra-prima literária.
O nosso inconsciente exemplo cristão pode ser exactamente o incentivo de que alguém precisa para superar um fracasso na vida.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

RESGATAR OS QUE PERECEM

Salva-me, ó Deus, porque as águas me sobem até à alma. ... Estou nas profundezas das águas, e a corrente me submerge. Estou cansado de clamar. Salmo 69:1-3

Nunca me esquecerei do dia 13 de Janeiro de 1982. Naquela época, a nossa família morava em Beltsville, Estado de Maryland. Já nevava há várias horas, quando ligámos a televisão para saber a previsão do tempo para a região de Washington. De repente, a previsão meteorológica foi interrompida pela assustadora notícia de que um avião de passageiros da Air Florida tinha caído no rio Potomac, logo após a descolagem do Aeroporto Nacional de Washington. Não chegámos a ver o que aconteceu depois, mas ficámos a saber mais tarde.
Larry Skutnick, um homem de 28 anos de idade, observava as pessoas que num helicóptero tentavam salvar a hospedeira Priscilla Tirado, que se debatia na água, em perigo de afogar-se. Duas vezes ela deixara escapar a corda que lhe tinham lançado. Vendo que as forças dela estavam no fim, Skutnick tirou o casaco e as botas, saltou para dentro da água gelada e nadou quase trinta metros até a agarrar. Depois arrastou-a para um lugar seguro.
Após o resgate, os jornalistas perguntaram a Skutnick o que o levara a arriscar a própria vida para salvar aquela jovem. Skutnick respondeu modestamente:
"Poderia ser qualquer um. Simplesmente era eu que estava lá. Isto é algo que nunca pensei fazer, mas ao olhar para trás, acho que o fiz justamente por não ter pensado. Alguém precisava de entrar na água, e aconteceu que fui eu."
O salmista, debatendo-se no mar da vida, sentiu a coragem falhar e clamou a Deus por socorro. Aquele que observa a queda de um pardal, ouviu o seu clamor. "O Seu coração afectuoso comove-se com as nossas tristezas, com a nossa expressão delas. ... Não há na nossa vida nenhum capítulo que seja demasiado obscuro para que Ele o possa ler, nenhuma perplexidade demasiado intrincada para que Ele a possa resolver." - O Caminho para a Esperança. Não é nenhuma surpresa, portanto, que David tenha concluído o salmo com uma nota triunfante. "Louvarei com cânticos o nome de Deus, exaltá-l'O-ei com acções de graça." Verso 30.
Servimos a um Deus maravilhoso! Com frequência, Ele salva pecadores em perigo de vida, usando-nos como instrumento para cumprir os Seus propósitos.

domingo, 2 de dezembro de 2012

É TEMPO DE DESPERTAR!

Outra razão para um viver correcto é esta: vocês sabem como já é tarde. O tempo está se escoando. Despertem, pois que a vinda do Senhor está mais próxima agora do que quando cremos no princípio. A noite já passou e o dia da Sua volta estará logo aqui. Portanto, deixem as más obras das trevas e vistam a armadura de uma vida direita, como devemos fazer os que vivemos na luz do dia! Romanos 13:11 e 12 (A Bíblia Viva)

Tenho um relógio digital de pulso que me prestou bons serviços até hoje de manhã. A pilha acabou e, acostumado como eu estava a regular por ele as minhas actividades, estou a sentir muito a sua falta.
Existe um outro marcador de tempo, entretanto, que tem uma importância infinitamente maior para nós. Sem ele, estaríamos perdidos e desorientados quanto ao ponto em que nos encontramos na corrente do tempo. Refiro-me, logicamente, à profecia bíblica, ao grande relógio do tempo profético de Deus (ver Gálatas 4:4). Se estivéssemos privados dele, não compreenderíamos o significado dos acontecimentos que se desenrolam à nossa volta. Ignoraríamos como nos preparar para o maior acontecimento do futuro - a volta do nosso Salvador como Rei dos reis e Senhor dos senhores.
Cristo advertiu: "Por isso ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá." Mateus 24:44. Só os que regularem a vida pelo grande relógio de Deus estarão prontos para ir com Jesus para a "pátria celestial" que Ele prometeu aos que O amam (Hebreus 11:16). Preste atenção:
"A vinda do Senhor está mais próxima do que quando aceitámos a fé. O grande conflito aproxima-se do seu fim. As notícias de calamidades no mar ou na terra são um testemunho de que o fim de todas as coisas está próximo. Guerras e rumores de guerras declaram-no. Haverá um só cristão cuja pulsação não se acelere ao prever os acontecimentos que têm lugar perante nós?
"O Senhor vem. Ouvimos os passos de um Deus que Se aproxima, para punir o mundo pela sua iniquidade. Temos que preparar o Seu caminho mediante o desempenho da nossa parte em falar às pessoas sobre esse grande dia." - Ellen White, Evangelismo, pág. 219.
Se já houve um tempo para despertar, é agora. Os sinais dos tempos dizem-nos que Cristo vai voltar muito em breve!

sábado, 1 de dezembro de 2012

O QUE O PERDÃO PODE FAZER

Jesus dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem. Lucas 23:34

Wilfred T. Grenfell, famoso médico missionário, nasceu em 1865. Em 1892, ainda na faixa dos vinte anos, ele dedicou a sua vida ao povo da costa oriental do Canadá, onde serviu ao seu Senhor até cinco anos antes da sua morte, em 1940. Certa vez, quando lhe perguntaram o que o tinha influenciado para que dedicasse a vida ao trabalho cristão humanitário naquela fria e agreste região do Labrador, ele deu a seguinte razão:
Certa noite, uma senhora foi levada para a sala de emergência do hospital onde ele trabalhava. Era evidente que não havia esperança de vida para ela. Segundo o depoimento de testemunhas, o marido dela chegara bêbado a casa e, num ímpeto de ira, atirara contra ela um lampião aceso de querosene. Os vizinhos chamaram a polícia. O marido, que começava a ficar sóbrio, e um oficial foram até ao leito onde ela se encontrava. O oficial curvou-se e perguntou àquela senhora o que tinha acontecido exactamente. A princípio ela recusou-se a dizer qualquer coisa, mas ele insistiu. Por fim, ela disse simplesmente: "Foi apenas um acidente." E morreu pouco depois.
Grenfell disse que se o amor podia perdoar uma agressão como aquela, ele queria seguir o exemplo de Jesus e dedicar a vida ao ministério em favor dos outros. Será que o perdão daquela senhora exerceu um efeito semelhante sobre o marido? Não sei, mas esperemos que sim.
Perdoar àqueles que nos ofenderam, àqueles que sob um ponto de vista humano não merecem perdão, pode exercer um poderoso efeito para o bem. Quando Jesus perdoou àqueles que O crucificavam, causou uma impressão profunda em muitos dos responsáveis pela Sua morte. Actos 6:7 diz que, como consequência, "muitíssimos sacerdotes obedeciam à fé."
Algo semelhante pode ter acontecido quando Estevão perdoou àqueles que o apedrejaram até à morte (ver Actos 7:58-60). Não é improvável que a conversão de Saulo tenha brotado daquela experiência.
Quando você e eu fazemos como Jesus fez, e perdoamos espontaneamente àqueles que nos magoaram, o efeito sobre eles também pode ser o mesmo - mas não conte com isso. Afinal de contas, o nosso objectivo na vida como cristãos é seguir o exemplo de Cristo, e não fazer com que os outros se sintam mal por nos terem prejudicado.

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

A UTILIDADE DA ADVERSIDADE

Falou o Senhor a Manassés e ao seu povo, porém não deram ouvidos. Pelo que o Senhor trouxe sobre eles os príncipes do exército do rei da Assíria, os quais prenderam a Manassés... e o levaram a Babilónia. Ele, angustiado, suplicou deveras ao Senhor seu Deus, e muito se humilhou perante o Deus de seus pais; fez-Lhe oração, e Deus se tornou favorável para com ele, atendeu-lhe a súplica. 2 Crónicas 33:10-13

A noz da palmeira-do-vinho, nativa nos trópicos, leva três anos para se desenvolver, e às vezes não chega a brotar. Vários métodos foram tentados para diminuir o tempo de germinação. Descobriu-se, por exemplo, que se uma semente é imergida na água até inchar e depois seca, nunca germinará. Mas se for submetida ao congelamento durante alguns dias, depois descongelada em água quente, e a seguir imersa em água durante 10 horas, ela brotará e se desenvolverá em poucos meses. O duro tratamento na verdade demonstra-se benéfico.
Manassés, filho de Ezequias, deixou de aprender a dependência de Deus e a obediência à Sua vontade numa época de prosperidade temporal. Mas sob o cruel tratamento dos seus captores assírios, o conhecimento de Deus, que jazia dormente quase uma vida inteira, por fim germinou e produziu os frutos da justiça.
A experiência de Sansão foi semelhante. Nascido para livrar o seu povo da opressão dos filisteus, ele deixou de cultivar o tipo de dependência de Deus que deveria ter caracterizado a sua vida. Entretanto, fustigado pela adversidade, privado da sua grande força, da sua liberdade e da sua visão, ele diligentemente procurou e descobriu que Deus é a fonte de todo o poder (ver Juízes 16:21-28; Hebreus ll:32 e 33).
Quando Deus criou o homem, não tencionava que a adversidade fosse necessária para o desenvolvimento de um carácter justo. Em vez disso, Ele colocou os nossos primeiros pais num belo jardim, cercado por todas as bênçãos imagináveis. Mas, quando escolheu ser desobediente, o homem foi banido do Éden e a maldição foi pronunciada sobre a Terra. Ainda assim, a própria maldição, se for aceite com o devido espírito, constitui uma bênção. Como no caso da noz da palmeira-do-vinho, as probantes experiências da vida podem levar à germinação da justiça e, com frequência, tornam-se a fonte das nossas maiores bênçãos.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

A PALAVRA DE DEUS É EM TUDO VERDADE

As Tuas palavras são em tudo verdade desde o princípio. Salmo 119:160

Em 1880, William M. Ramsay, erudito inglês e admirador de Julius Wellshausen (o pai da alta crítica bíblica), foi a Frígia, na Ásia Menor, para contradizer a história de Lucas registada no seu evangelho e no livro de Actos. De início, ele foi despertado da sua ilusão por um estudo de Actos 14:6, que declara que se passa a fronteira da Licaónia, indo de Icónio para Listra.
A declaração de Lucas era contrária à opinião da maioria das modernas autoridades em geografia, e parecia contradizer escritores antigos. Mas, enquanto Ramsay estudava as incrições, ele compreendeu que o autor de Actos sabia mais da antiga geografia da Frígia do que os críticos modernos. Em todas as outras declarações do facto na história de Lucas, Ramsay encontrou uma exactidão tão surpreendente, que em 1915 declarou que "a história de Lucas é incomparável no que se relaciona com a sua confiabilidade". Tão convincente foi a evidência descoberta por Ramsay, que ele se tornou cristão e um intrépido defensor da Bíblia.
Aquilo que o Sr. Ramsay descobriu a respeito de Lucas é essencialmente verdadeiro quanto ao restante da Bíblia - a Palavra de Deus é em tudo verdade. À luz das descobertas arqueológicas, o já falecido William F. Albright, considerado por muitos como o mais eminente arqueólogo do Próximo Oriente da sua época, reconheceu que "dados arqueológicos e inscrições têm estabelecido a historicidade de inúmeras passagens e declarações do Antigo Testamento; o número desses casos é muitas vezes maior do que o daqueles onde se prova o contrário". Naqueles poucos exemplos em que os eruditos consideram a Bíblia incorrecta, o cristão pode aguardar ainda um julgamento. A pá dos arqueólogos continua a confirmar o Livro.
Alguns críticos gostam de mostrar que os manuscritos da Bíblia contêm umas 50 mil variantes. A quase totalidade delas é de pouca importância, como as variações na maneira de escrever uma palavra - e nenhuma delas afecta a nossa salvação. A esmagadora evidência é que para todos os propósitos práticos a Bíblia é totalmente verdade. A Bíblia pode ser 'imperfeita' para os padrões humanos, mas é perfeita para o seu propósito - a salvação das nossas almas (ver 1 Pedro 1:9).

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

CRÍTICAS À BÍBLIA

Se vir que a praga se estendeu nas paredes da casa, ele (o sacerdote) ordenará que arranquem as pedras, em que estiver a praga, e que as lancem fora da cidade num lugar imundo: e fará raspar a casa por dentro ao redor, e o pó que houverem raspado lançarão fora da cidade num lugar imundo. Levítico 14:39-41

Os críticos da Bíblia no início do século dezanove passaram um bom período ridicularizando algumas das leis de saúde ordenadas pelo código mosaico - entre elas, a prática de remover o reboco das casas de pacientes leprosos. Embora não tenhamos todas as respostas para o porquê desses regulamentos, hoje já não ouvimos esse tipo específico de troça, e com uma razão.
Há cerca de 100 anos, antes que a teoria de Pasteur sobre os germes fosse claramente entendida, os cientistas observaram que os cirurgiões que realizavam amputações no Hospital Bellevue, no Estado de Nova Iorque, estavam a perder um número alarmante de doentes por causa das infecções. Observaram também que os mesmos cirurgiões, que realizavam o mesmo tipo de cirurgia no recém-construído Hospital Roosevelt, no mesmo Estado, obtinham uma elevada taxa de convalescenças bem-sucedidas.
A partir das estatísticas, os cientistas concluíram que, embora se tomasse muito cuidado com a esterilização dos instrumentos cirúrgicos e com a própria sala de cirurgia, de algum modo o reboco e o soalho do velho prédio do hospital deviam estar a abrigar germes. Estes deslocavam-se para as feridas dos amputados, causando o desenvolvimento de sépsia.
Como consequência, o Dr. H. B. Sands introduziu uma resolução segundo a qual dali em diante nenhuma cirurgia grande seria realizada no Hospital Bellevue.
A ciência posteriormente confirmou a lei levítica de Moisés. Hoje, alguns dos germes que se tornaram resistentes aos antibióticos, como o staphylococus aureus, continuam a ser uma ameaça aos doentes porque eles se instalam no reboco e no piso dos hospitais.
Que podemos aprender com tudo isto? Que, embora não saibamos dar uma explicação racional para tudo o que a Bíblia diz, não devemos procurar ser mais sábios do que aquilo que está escrito (ver 2 Coríntios 4:6). O futuro ainda pode trazer descobertas adicionais que comprovem a autenticidade da Bíblia.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

ESCONDER A PALAVRA DE DEUS NO CORAÇÃO

Naqueles dias a palavra do Senhor era mui rara; as visões não eram frequentes. 1 Samuel 3:1

No seu livro In the Presence of Mine Enemies (Na Presença dos Meus Inimigos), escrito em co-autoria com a sua mulher Phyllys, o Capitao Howard Rutledge conta como descobriu a preciosidade da Biblia num campo de prisioneiros de guerra no Vietname do Norte, onde passou sete anos. Aqui estão algumas citações do seu livro:
"Eu negligenciara completamente a dimensão espiritual da minha vida. Foi necessário ser preso para perceber como era vazia a minha vida sem Deus ...
"Tentei desesperadamente lembrar-me de porções das Escrituras, de sermões, de coros evangélicos da infância e de hinos que cantávamos na igreja. ...
"Lutei para recordar aqueles versículos bíblicos e hinos! ... Infelizmente, eu não tinha visto a importância de memorizar versos da Bíblia ou cânticos. Nunca imaginei que fosse passar sete anos (cinco dos quais sozinho numa cela) numa prisão do Vietname do Norte ou que o simples facto de pensar num verso memorizado pudesse tornar um dia inteiro mais suportável. A parte do versículo que eu tinha decorado era: 'Guardei a Tua palavra no meu coração.' Com que frequência desejei ter realmente feito um esforço para esconder a Palavra de Deus no coração!" - Págs. 34-38.
Tendo eu passado três anos como prisioneiro de guerra durante a Segunda Guerra Mundial, posso entender os sentimentos do Capitão Rutledge. Logo nos primeiros dias depois da nossa prisão, e nos últimos dias antes da nossa libertação, quando a morte e a fome andavam de emboscada na terra, a Palavra de Deus foi muito preciosa para mim. Lembro-me de ter memorizado o Salmo 33:18 e 19:
"Eis que os olhos do Senhor estão sobre os que O temem, sobre os que esperam na Sua misericórdia, para livrar-lhes a alma da morte, e, no tempo da fome, conservar-lhes a vida."
A Bíblia adverte-nos de que virão dias em que haverá "fome sobre a Terra, não de pão, nem de sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor". Amós 8:11. Quão preciosa, então, será a Palavra de Deus para nós! E quão importante é que, nestes dias de relativa paz e prosperidade, entesouremos a Sua Palavra no nosso coração! (Salmo 119:11).

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

QUE VALOR TEM A PALAVRA DE DEUS PARA SI?

Nunca me afastei dos mandamentos de Deus e guardei as ordens que Ele deu bem gravadas na memória. Job 23:12 (A Bíblia Viva)

No princípio do século vinte, uma menina galesa, chamada Mary Jones, distinguiu-se na escola dominical pela sua prontidão para memorizar e repetir grandes porções das Escrituras. A Bíblia era um livro raro naquele tempo. A pessoa mais próxima que possuía um exemplar, morava quase a quatro quilómetros da casa dela. O maior desejo de Mary era ter a sua própria Bíblia algum dia. Para conseguir isso, ela renunciava a muitas coisas e colocava de parte o pouco dinheiro que economizava daquilo que recebia como tecelã na loja do pai.
Anos depois, ela conseguiu juntar o suficiente para comprar uma Bíblia. Bala, a cidade mais próxima onde Mary podia comprar o precioso Livro, ficava a 40 quilómetros de distância. Decidida, ela partiu a pé descalça e com os sapatos numa bolsa para não os gastar. Quando chegou a casa de Thomas Charles, o vendedor local de Bíblias, ficou a saber que ele tinha só dois exemplares consigo, estando ambos reservados para outras pessoas.
Quando ele a informou que não tinha Bíblias à venda, os olhos de Mary encheram-se de lágrimas. O Sr. Charles ficou tão comovido com a decepção da jovem que lhe vendeu um dos exemplares, pensando que poderia substituí-lo.
Em Dezembro de 1802, Charles apresentou diante da comissão da Sociedade de Folhetos Religiosos a necessidade urgente de Bíblias galesas. Naquele encontro, aprovou-se uma resolução que acabou no estabelecimento da Sociedade Bíblica Britânica e Internacional, uma organização que tem promovido a venda de Bíblias a preços razoáveis em todo o mundo.
Desde então, a Bíblia tem sido o livro mais vendido no mundo, ano após ano. Pode ser encontrada na maioria dos lares do mundo ocidental. Infelizmente, em muitos desses lares, ela encontra-se numa prateleira, cheia de pó.
Nos dias de Job, não havia Bíblias como as que conhecemos hoje, mas ele valorizava as palavras faladas de Deus mais do que o seu próprio alimento. Não deveríamos nós valorizar do mesmo modo a Palavra escrita de Deus?

domingo, 25 de novembro de 2012

JULGADOS PELA PALAVRA

Quem Me rejeita e não aceita a Minha mensagem já tem quem vai julgá-lo. As palavras que Eu tenho dito serão o seu juiz no último dia. João 12:48 (A Bíblia na Linguagem de Hoje)

Diz-se que quando dois turistas americanos olhavam um famoso quadro num dos grandes museus da Europa, um deles comentou com desprezo:
- Eu não daria um centavo por esta pintura.
Um guarda, que ouviu o comentário, dirigiu-se ao crítico, deu-lhe uma palmadinha no ombro e disse:
- Senhor, essas telas não estão a ser julgadas. O senhor é que está.
Há críticos que gostam de colocar a Bíblia em julgamento. Quando eu trabalhava como colportor em São Francisco para pagar a faculdade, um senhor idoso começou a conversar comigo num autocarro. Ele queria saber o que eu fazia para me sustentar. Contei-lhe que vendia Bíblias e outros livros religiosos. Nunca me esquecerei da reacção dele: "A Bíblia é um dos livros mais imundos." Talvez eu devesse ter desafiado aquele senhor a explicar a sua declaração, mas não o fiz. Encerrei simplesmente a conversa ali mesmo.
Há pessoas que parecem ter satisfação em depreciar a Bíblia. Algumas delas até dizem ser cristãs. Essas pessoas aparentemente estudam a Bíblia, não para obter compreensão espiritual, mas para exibir perspicácia intelectual. A Bíblia descreve-as como pessoas que ultrapassam o que está escrito (ver 1 Coríntios 4:6). Presumem estar encarregadas de julgar a Palavra de Deus. O que não percebem é que um dia essa mesma Palavra as julgará.
A Palavra as julgará? Como pode ser isso? Veja:
Os estudiosos da mente dizem que tudo aquilo de que nos tornamos conscientes fica armazenado na memória e precisa apenas do devido estímulo para ser reavivado. O Espírito Santo está ao lado de todo o estudante das Escrituras, seja ele um sincero inquiridor da verdade ou um sofista, e produz-lhe convicção na consciência. Essas convicções, armazenadas na memória, levantar-se-ão no último dia para condenar o zombador e louvar o sincero pesquisador da verdade.
Quão importante é, então, que obedeçamos às convicções que o Espírito Santo produz na nossa mente ao estudarmos a Bíblia! Lembre-se de que essas convicções estarão sempre em harmonia com a Palavra de Deus.

sábado, 24 de novembro de 2012

SE

Se Tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães." S. Mateus 4:3.

Muitas vezes, depois de desfrutarmos momentos de doce comunhão com Deus, e de sentirmos os suaves enlevos do Seu amor, somos sacudidos por perturbadoras provas. Esta foi a experiência vivida pelo Salvador. Após a memorável cerimónia baptismal, no Jordão, quando ainda reverberavam nos Seus ouvidos as solenes palavras anunciando a Sua filiação divina, Satanás veio ao Seu encontro.
Jesus vivia então um momento de grande exaustão física e mental. Durante quarenta dias, no ermo do deserto, havia jejuado e orado, preparando-se para o ministério que haveria de exercer até ao sacrifício. Fraco e macilento, foi acossado pelo tentador. Valendo-se da conjunção 'se', Satanás iniciou a sua investida, semeando a dúvida: "Se és o Filho de Deus...», disse o adversário.
Pouco mais de três anos transcorreram e, outra vez, Satanás empregou a mesma conjunção. Jesus sofria a agonia da cruz. Uma turba inflamada por vis paixões, açulada pelas forças do inferno, vociferava: "Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz." (S. Mateus 27:42). Jesus podia demonstrar o Seu poder descendo, acompanhado por uma legião de anjos. Mas, se o fizesse, nenhuma esperança restaria para a raça caída.
Transcorreram os séculos e Satanás ainda se vale da mesma conjunção 'se', como parte da sua estratégia enganadora. Quantas vezes ele sussurra: "Se a Bíblia fosse confiável..." "Se Deus fosse justo, o inocente não sofreria..." E assim, com astúcia e dolo, insinua a dúvida e a incerteza.
Em contraste, entretanto, com este uso negativo do 'se', as Escrituras Sagradas apresentam inúmeros exemplos onde a mesma conjunção é usada em forma positiva:
"Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar." 1 S. João 1:9.
"Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê." S. Marcos 9:23.
"Se tiverdes fé como um grão de mostarda... nada vos será impossível." S. Mateus 17:20.
"Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus... serás salvo." Romanos 10:9.
Apoiados nestas gloriosas promessas, que se assentam na condição positiva da conjunção 'se', desfrutemos neste dia o gozo da paz e da alegria que Cristo nos oferece.

Enoch de Oliveira in Cada Dia com Deus

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

DAR GRAÇAS A DEUS POR TUDO?

Em tudo dai graças. 1 Tessalonicenses 5:18

Espera Deus que lhe agradeçamos tudo - mesmo que nos sobrevenham infortúnios? Algumas pessoas acham que sim.
Lembro-me de ter lido um relato publicado numa revista popular de notícias acerca de uma organização religiosa que ensinava os seus adeptos a literalmente darem graças a Deus por tudo o que lhes acontecia, bom ou mau. Como exemplo, a revista citava o caso de um funcionário de um posto de gasolina que fora agredido por uma gangue de arruaceiros. O rapaz tinha ficado inconsciente e fora roubado, mas, felizmente, não morrera. Quando recuperou a consciência, em vez de lamentar o seu infortúnio, exclamou: "Graças a Deus!"
Posso estar enganado, mas acho que o rapaz estava a agradecer a Deus por lhe ter poupado a vida, e não por ter sido assaltado. Mas suponhamos que ele estava a dar graças a Deus pela sua desdita. Espera Deus realmente que Lhe agradeçamos as más coisas que nos acontecem?
Aparentemente, Job pensava assim. Quando a sua esposa lhe recomendou que ele amaldiçoasse Deus e morresse, Job respondeu: "Temos recebido o bem de Deus, e não receberíamos também o mal?" Job 2:10 (itálico acrescentado). Job cria que tanto o mal como o bem vêm de Deus e, como era apropriado agradecer-Lhe o bem que Ele concede, devia ser igualmente apropriado agradecer o mal que Ele envia.
Acontece que, embora Job aparentemente não tenha ficado a saber, ele estava errado. Ao contrário do que acontece connosco, ele nunca foi levado para os bastidores para ver que Satanás, e não Deus, era a causa das suas aflições. É Satanás, o originador do pecado, definitivamente o responsável por todo o sofrimento, e com certeza nenhum sofredor lhe deve agradecimentos pelas suas desventuras.
Mas repare que Paulo não diz: "Por tudo dai graças", mas: "Em tudo dai graças" - e isso faz toda a diferença no mundo. Significa que devemos manter uma atitude constante de gratidão, tanto na prosperidade como na adversidade. Na prosperidade, porque sabemos que todas as bençãos vêm de Deus; na adversidade, porque sabemos que Deus pode tirar algo bom de algo mau - uma bênção a partir de algo que parece maldição (ver Neemias 13:2).

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

DIA DE ACÇÃO DE GRAÇAS

Andarei, Senhor, ao redor do Teu altar, para entoar, com voz alta, os louvores, e proclamar todas as Tuas maravilhas. Salmo 26:6

O costume de separar dias para acções de graça não é de origem recente. Era prática comum entre o povo nos tempos do Antigo Testamento. Por outro lado, o costume de separar um dia por ano para dar graças pelas bençãos de Deus originou-se nos tempos modernos, na América do Norte.
No dia 21 de Dezembro de 1620, o navio Mayflower, sob o comando do Capitão Christopher Jones, lançou âncoras na Baía de Plymouth. A perigosa travessia desde o Velho Mundo tinha levado dois meses - um período longo para os padrões de hoje. Antes de pisar em terra, os 41 homens a bordo, de 102 passageiros, assinaram o famoso "Pacto do Mayflower". Pela assinatura deste documento, a fidelidade daqueles cristãos sinceros tomou forma visível. Não agradeceram apenas as providências de Deus; renovaram também a sua dedicação a um princípio - a Fé. A fé tinha-os levado a planear aquela viagem, a fé tinha-os sustentado na jornada e a fé agora constrangia-os a erguer as vozes em louvor e gratidão a Deus por tê-los levado em segurança "ao desejado porto" (Salmo 107:30).
Durante o Inverno que se seguiu, pereceu metade dos passageiros e da tripulação. Apesar disso, quando a Primavera chegou e o Capitão Jones ofereceu passagem grátis a quem desejasse voltar para o antigo continente, nem uma única alma aceitou a sua oferta!
A fé daqueles Peregrinos, que poderiam ter voltado para o Velho Mundo, é reminiscência da sólida fé de Abraão, Isaque e Jacob. Eles "confessaram que eram estrangeiros e peregrinos sobre a Terra. ... E, se, na verdade, se lembrassem daquela (pátria) de onde saíram, teriam oportunidade de voltar". Mas eles não voltaram! Porquê? Porque aspiraram "a uma pátria superior, isto é, celestial". Hebreus 11:13, 15 e 16.
Nós também somos estrangeiros e peregrinos na Terra. Ao darmos graças a Deus hoje por bençãos materiais, agradeçamos-Lhe também o país celestial que Ele tem preparado para os fiéis de todas as épocas (ver Hebreus 11:39 e 40).

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

OLHOS PARA OS CEGOS

Em todas as minhas acções eu procurava ser justo; fiz da justiça a minha roupa de todo o dia. Eu servi de vista para os cegos e de perna para os aleijados. Job 29:14 e 15 (A Bíblia Viva)

Nos dias de Job, servir de olhos para o cego e de pés para o aleijado significava conduzir o cego pela mão e transportar o aleijado de um lugar para outro. Hoje, naturalmente, podemos por vezes realizar esses actos de misericórdia através dos transplantes de órgãos.
Stacy Geotze, de Orlando, Flórida, contou como um transplante de córnea alterou a sua vida de forma dramática.
Cinco anos antes, uma doença nos olhos tinha privado Stacy da visão. Estudante universitária com um futuro brilhante, o seu mundo tinha mergulhado nas trevas. Até àquele momento, não lhe tinha passado pela mente a ideia de fazer doacção dos olhos, mas agora a sua chance para ver novamente dependeria de receber olhos de alguém para um transplante de córnea.
Exactamente quando tudo parecia perdido, uma família que sofrera a dor da perda de um ser querido, ofereceu o órgão e mudou a vida de Stacy. "Hoje", escreveu Stacy, "trabalho no Banco de Olhos da Flórida, em Orlando. Ajudo a levar a outras pessoas como eu o dom de ver." E continua:
"Embora eu não tenha a possibilidade de conhecer o doador ou a família que tornou possível este milagre, todas as manhãs quando desperto e vejo o sol nascer, sorrio e penso neles. ... Muitos outros, entretanto, nunca poderão contemplar um lindo pôr do sol ou ver um arco-íris sem a generosidade de um doador de órgão."
Quando renovei a minha carteira de condução, apresentaram-me um formulário perguntando se eu doaria os meus órgãos para o benefício de alguém. Assinei, concordando. Não me sinto obrigado a insistir para que outras pessoas façam a mesma coisa, mas acho que é uma oportunidade maravilhosa de ajudar o próximo.
Existe ainda outra maneira de interpretar o nosso versículo. Por causa do pecado, as pessoas nascem espiritualmente cegas e nós, que temos visão espiritual, temos o oprivilégio de oferecer-lhes esperança. Se essa oportunidade lhe aparecer hoje, leve a uma alma a alegria da iluminação espiritual, através do seu testemunho.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O MISTÉRIO DA DIVINDADE

De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Filipenses 2:5, 6.

Não exageramos ao afirmar que os versículos 5 a 11 do capítulo 2 da epístola aos Filipenses, representam a mais sublime descrição apresentada nas Escrituras da pessoa de Cristo. Lendo estes inspirados versículos, os nossos pensamentos instintivamente se dirigem ao Aconcágua, que, coroado de neve, na sua solitária grandeza em meio à cordilheira andina, se ergue imponente bem acima dos demais picos que o circundam.
O versículo 6 apresenta-nos o Verbo antes de se ausentar dos "palácios de marfim", para entrar no nosso poluído e perturbado planeta. No vocábulo traduzido por "sendo", "existindo", ou "subsistindo" (verso 6), vislumbramos os mistérios insondáveis de um tempo que se perde na névoa da eternidade. Mui conhecidas são as palavras do apóstolo João, escritas como prólogo ao evangelho que lhe toma o nome: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez." S. João 1:1-3.
Muitos se têm debruçado sobre este tema, animados pelo desejo de desvendar os mistérios insondáveis relacionados com a pré-existência de Cristo. Não deveríamos, porém, permitir que este afã por entender o que não nos foi revelado, desvie a nossa atenção do ponto central focalizado pelo apóstolo, neste texto, a saber: Que Jesus, embora sendo Deus, não Se apegou às prerrogativas inerentes à divindade, mas assumiu voluntariamente a natureza humana com todas as suas limitações e desvantagens, tornando-Se um connosco.
Ao nascer na manjedoura de Belém - o milagre biológico - o mistério da encarnação consumou-se. O Seu ingresso na família humana não ocorreu pela geração natural, como no nosso caso, mas por acto criador. Os trinta e três anos da Sua peregrinação neste mundo podem ser contados como um interlúdio na carne, pois a eternidade existia antes d'Ele e a eternidade existe depois d'Ele.
"E o Verbo Se fez carne e habitou entre nós." (Verso 14). Consumada a Sua obra neste mundo, voltou a ocupar o "trono do universo", retendo o Seu corpo ressurrecto. E agora, como amoroso Mediador que Se compadece das nossas fraquezas, derrama sobre nós as bênçãos do perdão e a alegria da salvação.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

TESOUROS ESCONDIDOS

Eu vou-lhe dar tesouros escondidos, riquezas secretas; assim você vai saber que Eu sou o Senhor... Quem o chamou pessoalmente - pelo seu nome. Isaías 45:3 (A Bíblia Viva)

Na década de 1950, pastoreei uma pequena igreja em Cloverdale, Califórnia.
Ao norte da cidade, havia um túnel singular na linha do caminho de ferro. O que distinguia esse túnel era o facto de que, segundo o programa "Acredite se Quiser", era o único túnel do mundo que ficava sob um cemitério.
Os túneis são construídos com um propósito definido. Não são escavações sem saída, que não levam a lugar nenhum. O Túnel Simplon, por exemplo, foi escavado em granito sólido nos Alpes suíços para facilitar o transporte entre a Suíça e a Itália. É o túnel para carros mais longo do mundo (com 18 km de comprimento) e economiza aos viajantes dezenas de quilómetros e várias horas de viagem. Em 1980, a minha mulher, eu e a nossa filha mais nova viajámos através desse túnel da Suíça para a Itália.
Um túnel muito mais longo foi construído sob o Canal da Mancha para ligar a Grã-Bretanha ao continente por comboio.
Os túneis longos, de alguma forma, são semelhantes à vida cristã. A menos que sejam iluminados, ficam escuros como a meia-noite. Assim também os túneis espirituais são escuros, a menos que sejam iluminados por Cristo, a Luz do mundo. Outra coisa: assim como os túneis vão dar a algum lugar, assim também nas nossas experiências 'de túnel' Deus nos leva a um destino glorioso. Do mesmo modo como os túneis encurtam o tempo da viagem, as experiências espirituais de túnel podem abreviar o período de aprendizado na nossa peregrinação.
A razão pela qual o nosso Pai celestial permite que passemos por experiências de túnel, é dar-nos "tesouros escondidos, riquezas secretas" que aumentarão o valor da nossa alma.
Está a passar por uma experiência de túnel? Não pense que é algo estranho (1 Pedro 4:12). Todos nós passamos por essas experiências de vez em quando. Lembre-se, entretanto, de que receberemos delas os maiores benefícios quando as aceitarmos sob a devida Luz (ver Hebreus 12:11).

domingo, 18 de novembro de 2012

O CUSTO DAS CONVICÇÕES

Vivei, acima de tudo, por modo digno do evangelho de Cristo, ...firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela fé evangélica; e... em nada... intimidados pelos adversários. Filipenses 1:27, 28.

Sam Houston, general e estadista texano, ficou conhecido por defender causas impopulares, mesmo que o custo fosse elevado. Numa época em que era impopular defender os índios americanos, ele foi a Washington como membro de uma delegação dos 'Cherokees' para queixar-se ao governo das práticas corruptas dos agentes indigenistas. Opôs-se à escravatura numa época em que era impopular fazer isso. No dia 18 de Março de 1861, foi deposto como governador de Estado porque se opunha à secessão e recusou-se a jurar lealdade à Confederação.
Duas semanas mais tarde, no discurso a uma multidão que clamava pelo seu sangue, Houston declarou: "Sempre tive como regra invariável na minha vida não formar nenhuma opinião ou dar veredicto sobre qualquer grande questão pública antes de ouvir e considerar cuidadosa e imparcialmente todas as evidências... e, uma vez tendo assumido a minha posição, nenhum temor da condenação popular me poderá induzir a modificá-la. Nunca permiti que o clamor, a paixão, o preconceito ou a egoísta ambição popular me induzissem a mudar uma opinião ou um veredicto que a minha consciência e razão tenham formado e considerado justos. ...
"A vox populi nem sempre é a voz de Deus, pois quando os demagogos e líderes políticos egoístas conseguem excitar o preconceito do público e silenciar a voz da razão, pode-se ouvir o clamor popular: 'Crucifica-O, crucifica-O!' A vox populi torna-se então a voz do diabo."
Estas palavras foram destemidas, mas repare que, antes de tomar uma posição conscienciosa, Houston procurava assegurar-se de que estava do lado da justiça.
Defender o que é correcto frequentemente desperta oposição e perseguição. Hoje em dia é popular ser cristão, mas pode não continuar a ser assim. Para si e para mim vem a pergunta: "Estão certas as convicções da minha consciência? Estão em harmonia com a Palavra de Deus?" Se estiverem, apeguemo-nos a elas, seja qual for o preço.